OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 28 de junho de 2013

BEM-AVENTURADOS OS QUE TÊM FOME E SEDE DE JUSTIÇA, PORQUE ELES SERÃO SACIADOS

"Qual é a justiça da qual o Cristo nos quer sedentos e famintos? Trata-se da justiça que em inúmeras passagens do Antigo Testamento é praticamente sinônimo de salvação - noutras palavras, libertação do mal e união com Deus. Esta justiça, portanto, nada tem a ver com o que comumente pensamos como virtudes morais ou boas qualidade, não se relaciona com o bem em oposição ao mal, nem com a virtude em oposição ao vício; trata-se da justiça absoluta, da bondade absoluta. O faminto e sedento de justiça de que fala o Cristo é o faminto e sedento do próprio Deus. 

Já se salientou que a maioria de nós não quer de fato Deus. Se nos analisarmos, descobriremos que nossos interesses relativos a Deus quase nada têm da força do nosso interesse por todo tipo de objetos materiais. Mas até mesmo um ligeiro desejo de conhecer a realidade divina é um começo que nos pode levar mais acima. Precisamos começar com um esforço próprio. Precisamos batalhar para desenvolver o amor ao Senhor, praticando a relembrança dele, rezando, adorando e meditando. A medida que praticarmos essas disciplinas espirituais, o nosso frágil desejo de compreendê-lo há de intensificar-se, até se converter em fome violenta, em sede ardente. 

Àqueles que lhe perguntavam como compreender Deus, Sri Ramakrishna dizia: "Gritem-lhe com um coração anelante, e então vocês o verão. Após a luz rósea da aurora, surge o Sol; do mesmo modo, ao anelo segue-se a visão de Deus. Ele se revelará a vocês se vocês o amarem com a força combinada destes três apegos: o apego do avaro à sua riqueza, o da mãe à criança recém-nascida e o da esposa virtuosa a seu marido. O anelo intenso é o caminho mais seguro para a visão de Deus."

Precisamos aprender a direcionar todos os nossos pensamento e toda a nossa energia, de forma consciente, para Deus. É preciso que se erga em nossa mente uma onda gigantesca de pensamento, envolvendo todos os desejos e paixões que nos desviam da meta espiritual. Quando a mente se torna focalizada e concentrada em Deus, então seremos locupletados de Justiça. (...)"

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 26/27)


quinta-feira, 27 de junho de 2013

CULTORES DA MEDIOCRIDADE

"Meu ignoto amigo. Se quiseres ser impenitente cultor da rotina e mediocridade, guia-te pelas normas seguintes: Antes de pensar, informa-te sempre do que deve ser pensado, a fim de não introduzir no mundo o contrabando de ideias novas.
Não penses nunca com o próprio cérebro - mas sempre com a cabeça dos outros.
Dize sempre sim quando os outros dizem sim - e não quando os outros dizem não.
Lê cada manhã, ao café, o teu jornal, para saberes o que deve ser pensado naquelas vinte e quatro horas. 
Quando vier alguém com ideias novas, evita-o como um perigo social e tem-no em conta da herege e demolidor.
Não te exponhas ao perigo de fazer o que o vizinho não faz - mas lembra-te da comprovada sapiência burguesa: o seguro morreu de velho.
Sê amigo dedicado da tua tépida poltrona - e não te exponhas a vertigens de vastos horizontes.
Prefere sempre as paredes maciças dum cárcere e as grades duma gaiola às incertezas dum voo estratosférico.
Não abras nunca portas fechadas - passa tão somente por portas abertas.
Não explores caminhos novos, como os bandeirantes - anda sempre por estradas batidas e sobre trilhos previamente alinhados.
Vai sempre com o grosso do rebanho, com os bons carneiros - e não procures caminho à margem da rotina geral.
Em suma, meu insigne cultor da mediocridade: deixa tudo como está para ver como fica.
Destarte, conservarás a saúde e a tranquilidade dos nervos e poderás tomar, cada dia, com sossego, o teu chope ou coquetel - e passar por homem de bem.
*      *      *
Se, porém, resolveres, um dia, sair da rotina tradicional e expor-te ao perigo mortífero dum ideal superior, então lê com atenção o que te diz um homem que conhece a vida:
Vai às margens do Ganges e pede ao mais robusto dos elefantes que te ceda a sua pele paquidérmica, para com ela revestires a tua alma.
Vai às margens do Nilo e arranca ao mais velho dos crocodilos a sua impenetrável couraça e faz dela o invólucro do teu coração.
E, depois de assim encouraçares a tua alma, sai por este mundo afora e dize aos homens da honesta mediocridade que vives por um ideal que não está no estômago nem nos nervos nem no sangue - e verás que eles te declararão guerra de morte.
Pois, deves saber, meu amigo, que o mundo não sacrifica um só ídolo por um ideal.
Desde que o mais arrojado idealista da história foi crucificado, morto e sepultado - são todos os idealistas crucificados pelos cultores da mediocridade.
Nada de grande acontece no mundo sem que o mundo se revolte.
Tudo que é belo e grande - agoniza fatalmente entre os braços da cruz.
É essa gloriosa tragédia dos homens superiores."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 125/126)


EGO E PERSONALIDADE

"A dualidade da natureza humana torna-se muito pronunciada e notória em momentos de grande estresse. A personalidade é constantemente influenciada por seu carma, passa por períodos de adversidade, estresse, provações e até mesmo erros, e períodos de sucesso e felicidade. Influências astrológicas se fazem sentir afetando-a. Os pensamentos e ações dos outros produzem seus efeitos. O dharma do indivíduo está sendo constantemente trabalhado por meio da luz e sombra da vida. Com isso, a personalidade vive em meio a mudanças perpétuas, oscila entre a luz e a sombra, entre provações, dificuldades, dor e sucesso, facilidade e felicidade. Em algumas ocasiões, a personalidade clama, “Por quanto tempo, Ó Senhor, por quanto tempo?” A estabilidade e a serenidade finalmente chegam.

A Alma, por outro lado, está livre de estados de espírito, de mudanças, dúvidas e incertezas; dos altos e baixos da vida. Ela permanece numa postura serena, não afetada por quaisquer eventos ou mudanças na personalidade a não ser aqueles de uma natureza extrema, tais como uma queda muito grave ou uma grande realização. Em ambos os casos ela permanece o centro desapegado de consciência divina, muito além das limitações do homem mortal. Um esplendor sempre crescente; um poder aumentando sempre firme e com ritmo; um aprofundamento da intensidade da existência sem a menor tensão; ampla percepção do plano evolutivo, posição e futuro, indo desde todas as vidas passadas e incluindo aquelas por vir; plenamente consciente de sua natureza divina e potencialidades infinitas; sem querer nada, possuindo tudo; além das limitações do tempo; sem espaço; enraizado no eterno – o Eu Superior do homem é um poderoso rei espiritual cujo domínio e poderes aumentam sempre, cuja bem aventurança cresce cada vez mais intensa, e cuja sabedoria coloca ordem em todas as coisas de forma poderosa e suave. Portanto, torne-se e viva como uma Alma."

(Luz do Santuário - Diário Oculto de Geoffrey Hodson - Compilado por Sandra Hodson e traduzido por Raul Branco - p. 65)


quarta-feira, 26 de junho de 2013

AS DUAS VIAS: ATIVIDADE E MEDITAÇÃO

"Em resumo, existem, basicamente, duas abordagens para a realização divina: a externa e a interna ou transcendental. A via externa consiste em atividade correta, amando e servindo a humanidade, com a consciência centrada em Deus; a via transcendental é a da profunda meditação esotérica. Pelo caminho transcendental, você compreende tudo aquilo que você não é, e descobre Aquilo que você é: "Eu não sou a respiração; não sou o corpo, nem ossos, nem carne. Eu não sou a mente, nem o sentimento. Eu sou Aquilo que está além da respiração, do corpo, da mente e do sentimento." Quando você transcende a consciência deste mundo, sabendo que não é o corpo nem a mente, e, ainda assim, estando mais consciente do que nunca de que existe - é essa consciência divina o que você é. Você é Aquilo em que tudo no universo está enraizado. 

Por que não investiga o que está por trás da escuridão, quando fecha os olhos? Esse é o local a ser explorado. "E a luz brilha nas trevas; e as trevas não a compreenderam."¹ Luzes imensas e forças cósmicas movem-se ali."

¹. João 1:5

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 11/12)


SARVA YOGA - O YOGA DE SATHYA SAI BABA (PARTE FINAL)

"Hoje, em todos os países, incontáveis pessoas, filiadas a diversas tradições religiosas (cristãos, hindus, muçulmanos, budistas, zoroastrianos, sikhis, jainas etc.), tornaram-se devotos e discípulos de Sathya Sai Baba, reverenciando-o como o Avatar de nosso tempo, principalmente por sua mensagem absolutamente universal e inclusivista, que todos podem praticar pertençam a esta ou aquela religião. Sai Baba é o protótipo do sábio hindu que está conosco para ajudar o cristão a unir-se ao Cristo, objeto de sua busca e adoração; o muçulmano a chegar a Allah; o judeu, a Jehovah; finalmente, ajudar qualquer devoto de Deus, sob uma determinado Forma e um Nome particular, a unir-se a Ele.

Em vista das citações acima pode-se, erroneamente, supor que a disciplina espiritual (sadhana) ensinada por Baba se limite aos cânticos e à repetição do santo Nome. O que Ele preceitua é uma moderna e sábia Sarva Yoga, tendo por meta transcendente tornar aquilo que agora, iludidamente, supomos ser, isto é, manava (o homem), nAquilo que, em realidade e essência, nós somos Madhava (Deus). Tal sadhana não poderia deixar de ser apropriado à presente yuga. É por isto que tem por base o amor/devoção (bhakti), principalmente através dos cânticos devocionais. Mas Sai Baba, considerando a existência de algumas poucas almas - que, embora vivendo nestes tempos de trevas densas (era de Kali), já venceram as ditas trevas, estando aptas, portanto, a se engajar na pesquisa da Verdade última (jnana), na meditação e na generosa prestação de serviços isentos de ego (karma) -, propõe um sadhana que é um perfeito Sarva Yoga, composto pela cooperação e mútua fecundação dos seguintes aspectos:

(a) O devocional, assegurado pelos bhajans (cânticos de louvor) e namasmarana (repetição do Nome e imaginação da Forma que o devoto escolheu para adorar).
(b) A prestação de serviço (seva) aos carentes, como oferenda a Deus, portanto, sem quaisquer interesses egocêntricos, que assegura a melhor prática de Karma Yoga.
(c) A busca da Verdade através do "inquérito" sobre o Ser, mediante Atma vichara, que consiste no repetido autoquestioamento "Quem sou eu?", "Quem sou eu?"... Recomenda também a reflexão sobre as "grandes afirmações" ou mahavakyas. Destas, aquelas que melhor contribuem para o progresso do aspirante, tomadas como objeto de reflexão e principalmente de meditação são: So ham (Eu sou o Ser); o OM; e o Gayatri.
(d) A educação da mente fica por conta de dhyana ou meditação. São dois os processos de meditar: a repetição de So ham, associando a pronúncia (mental) do So com a inspiração e a de ham com a expiração; e o processo chamado "meditação sobre a luz".
(e) A observância de certos procedimentos altamente reeducativos e espiritualizantes como:
- satsang ou a companhia de pessoas santas e sãs;
- "teto aos desejos" a fim de poupar tempo, energia, comida e dinheiro, para serem investidos na ajuda aos necessitados;
- nunca denunciar falhas e defeitos dos outros, mas cuidar das próprias;
- cultivar equanimidade;
- ser fiel à sua religião e jamais desvalorizar ou agredir a dos outros, amando e adorando Deus sob qualquer de seus Nomes e Formas;
- temer somente o pecado, mas amar Deus e cumprir os deveres cívicos...

Impossível dar uma síntese eloquente e fiem do caminho disciplinar ensinado por Baba visando à unificação da humanidade por intermédio da autoeducação dos "Valores Humanos", que são:

(1) sathya (verdade e veracidade);
(2) dharma (retidão, justiça, dever);
(3) santhi (paz interna e externa);
(4) prema (amor divino);
(5) ahimsa (não violência).   

Que o leitor, com estas modestas informações, possa refletir sobre qual deve ser seu caminho e como deve ser seu caminhar em Yoga, nunca esquecendo de rogar a Deus, seu Supremo Guru, que lhe dê discernimento bastante e o guie na conquista, na compreensão e no sadhana que o reconduzirá à Suprema Realidade."

(José Hermógenes - Iniciação do Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 144/146)