OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

CONEXÃO INTERROMPIDA

"A Terra pode ser pequena, mas tem lugar para todos. Porém, no mundo que criamos, nós não damos espaço para os outros, para suas crenças, seu direito de viver com dignidade. Tentamos erradicar tudo aquilo que não parece conveniente para nós. Serão as nossas crenças tão importantes que preferimos matar os outros a lhes dar espaço?

Houve muita violência em cada estágio da história do homem. Mas os atos de violência do homem moderno têm consequências muito mais abrangentes, porque são perpetrados em massa.

O homem está se afastando da totalidade da vida. Partindo do pressuposto de que o ser humano tem mais direitos que as outras espécies, ele se desconectou do esquema das coisas. Uma vez que a conexão foi interrompida, suas ações não podem deixar de ser violentas para si mesmo e para o meio ambiente.

Nós conhecemos a arte de matar, mas não a arte de viver, de coexistir em harmonia e paz. Precisamos de uma ética global para não causar dor a qualquer ser vivo, para respeitar, conservar e cuidar da vida. Só podemos obter essa ética através da humildade, percebendo que somos apenas uma minúscula parte do movimento da vida – e que toda parte, por minúscula que seja, é tão importante quanto qualquer outra.

A violência surgiu porque o homem perdeu sua ligação com a vida. O modo não-violento de viver é aquele que encoraja a diversidade – cultural, biológica, de opiniões, de crenças e de modos de pensar. Em suma, é aquele no qual tudo coexiste."

(Sonal Murali - O modo de vida não-violento - Revista Sophia, Ano 1, nº 4, p. 7)


O PRINCÍPIO DA VIBRAÇÃO

‘Nada está parado; tudo se move;
 Tudo vibra’ (O Caibalion)

"Este Princípio encerra a verdade de que tudo está em movimento: tudo vibra; nada está parado; fato que a Ciência moderna observa, e que cada nova descoberta científica tende a confirmar. E contudo este Princípio hermético foi enunciado há milhares de anos pelos Mestres do antigo Egito.

Este Princípio explica que as diferenças entre as diversas manifestações de Matéria, energia, Mente e Espírito, resultam das ordens variáveis de Vibração. Desde O TODO, que é Puro Espírito, até a forma mais grosseira da Matéria, tudo está em vibração; quanto mais elevada for a vibração, tanto mais elevada será a posição na escala. A vibração do Espírito é de uma intensidade e rapidez tão infinitas que praticamente ele está parado, como uma roda que se move muito rapidamente parece estar parada. (...)

O conhecimento deste Princípio, com as fórmulas apropriadas, permite ao estudante hermetista conhecer as suas vibrações mentais, assim como também a dos outros. Só os Mestres podem aplicar este Princípio para a conquista dos Fenômenos Naturais, por diversos meios. ‘Aquele que compreende o Princípio de vibração alcançou o cetro do poder”, diz um escritor antigo."

(Três Iniciados - O Caibalion: estudo da filosofia hermética do antigo Egito e da Grécia – Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 23)


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

PALCO DA VIDA


"O espaço entre nascer e morrer terá que ser preenchido com a representação de um drama, que traz como título ‘VIDA’.

Uns desempenham o papel de palhaços, mas como verdadeiros Artistas; outros, querendo ser Artistas, desempenham seus papéis como verdadeiros palhaços.

Na mesma exibição há mendigos que representam o papel de verdadeiros Reis, e há Reis que representam o papel como verdadeiros mendigos.

E assim continua o drama, cujos personagens vão mudando de tempos em tempos, mas a comédia, e suas variações dramáticas, é sempre a mesma. Os artistas desaparecem misteriosamente, um por vez, sendo que a última exibição de cada um é sempre a mesma – o encerramento das cortinas sobre a cena cujo nome é ‘MORTE’; algumas flores e um adeus de saudade.

A desconhecida sequência ficará na esperança oculta de enigmas misteriosos, que se processam na existência do Infinito.

E assim é o eterno drama da humanidade e dos séculos, que é exibido no ‘PALCO DA VIDA’."

(R. Stanganelli – A Essência do Otimismo – Ed. Martin Claret, São Paulo, 2002 – p. 108)


O PRINCÍO DE CORRESPONDÊNCIA

‘O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima.’ (O Caibalion)

"Este princípio contém a verdade que existe uma correspondência entre as leis e os fenômenos dos diversos planos da Existência e da Vida. O velho axioma hermético diz que estas palavras: ‘O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima.’ A compreensão deste princípio dá ao homem os meios de explicar muitos paradoxos obscuros e segredos da Natureza. Existem planos fora dos nossos conhecimentos, mas quando lhes aplicamos o Princípio da correspondência chegamos a compreender muita coisa que de outro modo nos seria impossível compreender. Este Princípio é de aplicação e manifestação universal nos diversos planos do universo material, mental e espiritual: é uma lei universal.

Os hermetistas consideravam este Princípio como um dos mais importantes instrumentos mentais, por meio dos quais o homem pode ver além dos obstáculos que encobrem à vista do Desconhecido. (...) Justamente do mesmo modo que o conhecimento dos Princípios da Geometria habilita o homem, enquanto estiver no seu observatório, a medir sóis longínquos, assim também o conhecimento do Princípio da Correspondência habilita o Homem a raciocinar inteligentemente do Conhecido ao Desconhecido. Estudando a mônada, ele chega a compreender o arcanjo."

(Três Iniciados - O Caibalion: estudo da filosofia hermética do antigo Egito e da Grécia – Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 21/22)

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

DOIS SAPOS

"Vivia um sapo – no fundo dum poço.

Lá nascera, lá vivera, de lá nunca saíra – e lá esperava morrer.

O seu horizonte era de um metro e meio de largura – o diâmetro do poço.

A profundidade de sua vida era de três palmos – como as águas do poço.

Para além da borda do poço – nada mais existia para ele...

Certo dia, tombou no fundo do poço – um sapo de outras regiões...

Vinha de longe, de muito longe – das praias do mar...

Com secreto rancor, viu o primeiro invadido pelo segundo o seu espaço vital.

Mas, como o segundo era mais forte, resolveu o primeiro não o guerrear – e limitar-se à defesa passiva...

Depois de três dias de silêncio recíproco, travou-se entre os dois batráquios o diálogo seguinte:

- Donde vens tu, estranho invasor?

- Das praias do mar, ignoto ermitão.

- Que coisa é o mar?

- O mar?... O mar é uma grande planície d’água.

- Tão grande como esta pedra em que pousam minhas pernas gentis?

- Muito maior.

- Tão grande como esta água que reflete o meu corpo esbelto?

- Maior, muitíssimo maior.

- Tão grande como este poço, minha casa?

- Mil vezes maior. Milhares de poços destes caberiam no mar que eu vi. O mar é tão grande que sempre começa lá onde acaba. É tão grande que todo o céu cabe nele, e ainda sobra mar. Todos os sapos do mundo, pulando a vida inteira, não chegariam ao outro lado – tão grande é o mar à cuja margem nasci e vivi.

- Safa-te daqui, mentiroso! – exclamou o batráquio do poço. – Coisa maior que este poço não pode haver! Mais água que esta água é mentira!...

*   *   *

Desde então viviam os dois em pé de guerra, no fundo do poço.

Não diz a história se algum deles, supersapo, venceu nessa luta feroz...

Nem diz se um deles, batráquio genial, convenceu o outro da verdade das suas ideias...

Consta apenas que, desde esse tempo, vivem no mundo seres que só creem em si mesmos...

Seres que sabem tudo o que os outros ignoram...

Seres que tacham de loucos os que afirmam o que eles não compreendem...

Seres de tão vasto saber que consideram desdouro aprender...

Não fales, meu amigo, em mares – a quem mares não viu!

Deixa viver no poço – quem no poço nasceu!

Horizonte de metro e meio, água de três palmos de fundo, pedra de meio palmo – que mais quer o batráquio dum poço?

Deixa ao ignorante a sua feliz ignorância!

Não fales em mares a quem para um poço nasceu!

Cada qual com seu igual...”

(Huberto Rohden – De Alma para Alma – Ed. Martin Claret, São Paulo, 2005 – p. 127/128)