OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 20 de setembro de 2014

NÃO SE CULPE PELOS ENGANOS NA ESCOLHA DO CAMINHO ESPIRITUAL

"(2:66) Aqueles cuja consciência não se enraizou carecem de discernimento. Quem não medita não tem paz. E, se não tem paz, como será feliz?
(2:67) Assim como um barco pode ser desviado da rota por um vento repentino, assim o discernimento pode desgarrar-se pelas fantasias da influência sensorial.

Aquele que busca as coisas espirituais pode às vezes ver-se desviado de seu curso ascendente por tentações exteriores - não apenas os prazeres sensoriais, mas também o desejo de conquistas intangíveis acenadas por maya a fim de alimentar a consciência de seu ego: nome, fama, poder, importância e todo um bando de outras ilusões lisonjeiras. Longe de esfalfar-se com sentimentos de culpa e de autorrecriminações (que só aguçarão sua suscetibilidade à ilusão), deve ele regressar calmamente ao curso antigo.

Enganos no caminho são sempre possíveis. O devoto precisa identificá-los (ao menos no foro íntimo) honesta e francamente para depois esquecê-los sem cometer mais o erro de irritar-se consigo mesmo. Tem de manter a mente firmemente voltada para a estrela-guia de seu objetivo autêntico: a união com Deus. Porquanto o ego é uma ilusão, tudo o que o induzir a afirmar a sua própria realidade isolada será uma ilusão também. Dá-se o mesmo com o desengano que a pessoa sente por ter sucumbido às tentações ilusórias.

Quando se atira um seixo a um lago, surgem ondulações. De igual modo, quando ocorre na vida algo que provoca reação emocional, ondas de sentimentos afloram. As ondas levantadas pelo seixo vogam para a margem e retornam, só aos poucos serenando novamente. Assim também as reações da pessoa a pressões externas vão e vêm, dando forma ao engano suscitado pela reação original.

Com efeito, devemos transformar em prática o ato de separar-nos, na mente, da identificação com seja lá o que for - mesmo em se tratando de identidade de pensamento - e voltar à assertiva 'Deus é o Único que Faz'. Graças a essa dissociação dos erros que o ego possa cometer, nossa tendência a falhar irá diminuindo aos poucos, os ventos pararão de soprar e a mente se centrará calmamente e se fixará, outra vez, no objetivo divino.  

De outro modo, se errarmos espiritualmente, poderá suceder, graças à identificação do ego com o erro, que vagueemos à cata de reencarnações, enveredemos por outros becos sem saída e lutaremos o tempo todo para encontrar o caminho de volta ao curso verdadeiro que outrora tomamos."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramahansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 127/128)
www.pensamento-cultrix.com.br



sexta-feira, 19 de setembro de 2014

DEUS É NOSSO ETERNO COMPANHEIRO

"O devoto deve sentir que o Senhor é seu companheiro pessoal - que tudo que faz, está fazendo com Deus. É preciso que cada um de nós saiba que não estamos sozinhos, que nunca estivemos e nunca estaremos sozinhos. Desde o início dos tempos, Deus esteve conosco, e por toda eternidade Ele estará conosco. Desenvolva um relacionamento mais pessoal com Deus vendo a si mesmo como Seu filho, Seu amigo ou Seu devoto. Deveríamos aproveitar a vida conscientes de que estamos compartilhando nossas experiências com esse Alguém que é supremamente bondoso, compreensivo e amoroso. Só o Ser Divino conhece nossos pensamentos antes mesmo de pensarmos, e Ele nunca Se afasta de nós, mesmo quando estamos errados, bastando apenas que O procuremos. Esse tipo de amor, esse tipo de compreensão toda alma humana está procurando. Mas temos que fazer a nossa parte. Nosso amado gurudeva, Paramahansa Yogananda, disse:

'Deus somente é encontrado por meio de incessante devoção. Quando Ele lhe tiver dado todos os presentes materiais e você no entanto se recusar a ficar satisfeito sem Ele; quando você quiser insistentemente apenas o Doador, e não Seus presentes, então Ele se revelará a você. (...) Caminhamos pelos apinhados becos da vida e ocasionalmente vemos alguns rostos conhecidos; contudo um a um eles vão embora. Assim é a vida. Você e eu estamos vendo um ao outro agora, mas algum dia nos perderemos de vista. Este é um mundo trágico, onde todas as almas são testadas, às vezes consumidas, nas chamas da ilusão. Entretanto, aqueles que vencem e dizem: 'Só quero conhecer a Ti, meu Senhor', esses encontram Deus e a liberdade.'"

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 236/237)

DESENVOLVER O DISCERNIMENTO PARA JULGAR (PARTE FINAL)

"(...) Preste atenção as suas motivações em tudo o que fizer. Tanto o glutão quanto o iogue comem. Mas você diria que comer é pecado por ser frequentemente associado à gula? Não. O pecado está no pensamento, na motivação. O homem mundano come para satisfazer a gula e o iogue come para manter seu corpo em forma. Há uma enorme diferença. Analogamente, um homem comete um homicídio e é enforcado por isso; um outro mata muitos seres humanos no campo de batalha, defendendo a pátria, e é condecorado. Aqui, novamente, é a motivação que faz a diferença. Os moralistas fixam regras absolutas, mas estou dando-lhe exemplos para mostrar como você pode viver neste mundo de relatividades, com o autocontrole dos sentimentos, mas sem se tornar um autômato.

A maneira científica de viver é interiorizar-se e se perguntar se está agindo certo ou errado, e ser absolutamente sincero consigo próprio. Se for sincero com você mesmo, é pouco provável que aja errado e, ainda que o faça, será capaz de se corrigir rapidamente.

Todas as manhãs e todas as noites mergulhe no silêncio, ou seja, na meditação profunda, pois a meditação é o único caminho para se distinguir a verdade do erro. Aprenda a ser guiado por sua consciência, o divino poder do discernimento dentro de você.

Deus é o sussurro no templo de sua consciência e a luz da intuição. Você sabe quando está agindo errado. Todo o seu ser lhe diz, e essa sensação é a voz de Deus. Se você não O escuta, Ele fica calado. Mas quando você despertar da ilusão e quiser agir corretamente, Ele o guiará.

Seguindo todo o tempo a voz interna da consciência, que é a voz de Deus, você se tornará uma pessoa verdadeiramente moral, um ser altamente espiritualizado, um homem de paz."

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 56/57)

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

LIVRE-ARBÍTRIO E DESTINO

"Destino e livre-arbítrio parecem existir juntos. Há uma inteligência, uma sabedoria ou uma consciência que sabe como acontecimentos e relacionamentos vão se desenvolver. Hamlet chama isto de um destino que 'molda nossos fins'. Na Terra, não sabemos como nossas experiências vão terminar, mas através de nossos atos e comportamentos - do nosso livre-arbítrio - podemos influir em como elas irão se  desdobrar para nós, tanto no futuro da vida presente quanto em vidas futuras.

Assim como a alma faz uma revisão no final da vida, ela também parece fazer uma previsão de vida antes de nascermos. 'Vou exercer a compaixão, a empatia e não-violência', por exemplo. Ela vê como a vida está delineada, quem iremos encontrar, quem vai nos ajudar ao longo do caminho espiritual e como vamos ajudar essas pessoas. É complicado, porque há uma interação com outras almas que também têm seus próprios planos. As pessoas que encontramos e as experiências que nos aguardam nos ajudam a aprender - isto é o destino.

Vejamos. Você encontra a pessoa com a qual tinha planejado se casar para aprenderem juntos e se ajudarem mutuamente, enquanto progridem em direção à imortalidade. Mas essa pessoa tem uma religião incompatível, ou mora muito longe, ou seus pais se apõem ao relacionamento. Então você escolhe não se casar com ela. Isto é o livre-arbítrio. Você tinha uma escolha, e decidiu não se casar. A  escolha vai levar você a um ponto do destino que  poderia não acontecer se sua resposta tivesse sido 'sim'. É desta forma que mudamos nosso futuro nesta vida.

Se você encontra essa pessoa e se casa com ela, vai percorrer uma estrada que escolheu com seu livre-arbítrio, e isto vai influenciar sua vida presente e suas vidas futuras. Se resolver se separar, vai entrar numa estrada diferente e pode vir a aprender lições diferentes. Talvez você encontre uma outra alma gêmea ou tenha uma experiência diversa. O importante é saber a rapidez com que vai aprender, e quanta felicidade, espiritualidade, tranquilidade e tudo o mais vai conquistar nessa vida.

As respostas dependem primordialmente de seu livre-arbítrio. É como subir numa árvore: há muitos galhos e muitas escolhas. No final, você vai chegar ao topo da árvore, mas pode precisar de cinco, dez ou trinta vidas para atingi-lo. Por exemplo, quantas vidas serão necessárias para você realizar o objetivo de sua alma de aprender a usar de compaixão? Depende das escolhas que fizer. Portanto, o destino - a árvore do nosso exemplo - e o  livre-arbítrio coexistem."

(Brian Weiss - Muitas Vidas Uma Só Alma - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p.138/139)

DESENVOLVER O DISCERNIMENTO PARA JULGAR (2ª PARTE)

"(...) O bom julgamento é uma expressão natural de sabedoria, mas depende diretamente da harmonia interna, que é o equilíbrio mental. Quando lhe falta harmonia, a mente não tem paz, e, sem paz, não há nela discernimento nem sabedoria. A vida é cheia de trancos e solavancos. Nas horas difíceis, que demandam o mais agudo discernimento, se preservar seu equilíbrio mental, você alcançará a vitória. A harmonia interna é o seu melhor apoio para suportar a carga da vida.

A inquietude - que agita e distrai a mente - tolda a visão e causa mal-entendidos. A emoção tolda sua visão. As variações do humor toldam sua visão. A maioria das pessoas age não em função do entendimento, mas segundo seus estados de ânimo. A compreensão é a visão de seu interior, a contemplação de sua alma, o telescópio de seu coração. A compreensão é um equilíbrio entre inteligência calma e pureza de coração. (...) A emoção é um sentimento distorcido que o levará a agir mal. (...) Você tem de ter uma compreensão equilibrada. Se a sua compreensão for governada tanto pelo coração quanto pela cabeça, aí, então, você terá uma visão clara para enxergar a si mesmo e aos outros.

Você deve analisar os inúmeros preconceitos a que seu entendimento está sujeito. Sempre que estiver tomando uma decisão ou agindo, pergunte a si mesmo se está sendo movido pelo entendimento, pela emoção ou por alguma outra influência preconceituosa em sua mente. Enquanto estiver sujeito à ira ou à ambição, enquanto estiver influenciado pelo pensamento equivocado a respeito dos outros, enquanto isso ocorrer, o seu próprio entendimento não terá clareza.

A razão humana pode sempre achar 'prós e contras' tanto para as boas quanto para as más ações. Ela é intrinsecamente desleal. O discernimento reconhece, como sua estrela polar, apenas um critério: a alma. Imaginem dois homens. À direita deles está o vale da vida e à esquerda, o vale da morte. São ambos racionais, mas um vai à direita e o outro à esquerda. Por quê? Porque um deles usou corretamente seu poder de discernir, enquanto o outro usou mal esse poder, entregando-se com indulgência às falsas racionalizações. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 54/56)