OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 21 de dezembro de 2014

O PODER DO DISCERNIMENTO

"A única maneira de livrar-se desta terrível roda de karma - em que damos voltas e voltas, como esquilos que correm dentro de uma gaiola giratória - é aderir ao caminho e ideais espirituais expostos por nosso abençoado Gurudeva, sabendo que suas bênçãos e orientação nunca estão ausentes. Em sua onipresença em Deus, ele está logo atrás da escuridão de nossos olhos fechados, observando-nos silenciosamente. Conforme retemos essa consciência, que nos mantém receptivos à sua ajuda sempre presente, aumentamos nossa habilidade para usar a espada do discernimento que ele nos entregou na sabedoria de seus ensinamentos. Corajosamente, eliminaremos as distrações mundanas que seduzem e levam nossa mente para os caminhos materialistas. Estaremos em condições de optar, de bom grado por viver de acordo com aqueles ideais que nos aproximam de Deus. Pelo poder do discernimento, aprendemos a fazer as coisas que devemos fazer quando devemos fazê-las - não impelidos por influência externa, mas agindo tranquila e sabiamente, com nossa inteligência e vontade concedidas por Deus.

Devemos aprender a nos examinar todo dia: 'Como estou indo? Em que direção vou? Que fiz hoje que me levou para Deus em pensamento, palavra e ação?' E: 'Que maus hábitos continuo a seguir que afastam minha mente de Deus?'.

Quando, muitas e muitas vezes, pela meditação e pelo constante esforço espiritual, lembramos a nós mesmos que não somos seres mortais, mas almas imortais, gradualmente rompemos as correntes que há muito tempo nos mantêm atados à limitada consciência da carne e ao mundo de incessante e aflitiva mudança. Uma vez que começarmos a abandonar aqueles grilhões, teremos lampejos de nós mesmos como almas feitas à imagem de Deus. Quanto mais avistamos essa imagem divina em nosso interior, mais sentimos o amor Dele em nossos corações, a sabedoria Dele em nossas mentes e a alegria Dele em nossas almas."

(Sri Daya Mata, Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 270/271)

ASANGA (1ª PARTE)

"Em muitos de seus versículos, a Gita alerta o aspirante ao yoga, o candidato à saúde e à integração psicossomática, que não se deixe dominar pelos objetos dos sentidos. Quem vive a gratificar os sentidos, cada vez mais, vai se tornando escravo do prazer e do desejo de maior prazer. Não pode haver libertação para aquele que se deixa dominar pela sede dos sentidos (indriyas), pela sensualidade. Quem aspira à conquista da mente, tem de manter-se alerta, a fim de não cair vítima da obsessão sensual. A psicologia e a higiene mental do Ocidente também recomendam que não se deve atender à sede de sensualidade, e mostram não ser sadio gratificar os sentidos. 

Sanga quer dizer o gozo dos prazeres sensuais ou a gratificação dos sentidos. O yogui pratica asanga, isto é, a negação de sanga. Asanga é liberdade. Sanga, servidão.

A maioria dos homens vulgares, tentando, de maneira vã, um alívio para seus dramas, buscando, sem resultado, um preenchimento para o vácuo de seu viver sem rumo, querendo um lenitivo para seu tédio e buscando uma felicidade mítica, persegue novos e mais excitantes prazeres sensuais. O que consegue é apenas perseguir miragens, disfarçar a infelicidade, com o consequente agravamento dessa infelicidade e maior desgaste de sua energia nervosa. Se ansiedades e frustrações são como fogueira a queimar, as concessões à sensualidade são como a tentativa de apagá-la jogando mais gasolina em cima. Os sentidos indiscutivelmente são insaciáveis. Nenhum prazer, por mais intenso e inusitado que seja, conseguirá satisfazê-los. Quem tenta provar o contrário - e são quase todos - comete imprudência e só consegue desengano. É um recomeçar desalentador... 

Se a mente é uma fogueira, asanga é negar-lhe o combustível. A dieta e o jejum dos sentidos, que a psiquiatria e a higiene mental de hoje recomendam, é este sábio procedimento aconselhado pela yoga há muitos milhares de anos. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 195/196)


sábado, 20 de dezembro de 2014

SEJA COMO O OCEANO

"(2:70) Feliz é aquele que, como o oceano, absorve em si mesmo, calmamente, todos os rios do desejo. (Ao contrário), aquele cujos desejos se escoam (como de um lago) logo vê esgotada (sua energia). 

Desejos generosos - por exemplo, levar a alegria aos semelhantes - não drenam nossos reservatórios de paz, mas acrescentam-lhes o júbilo que despertam.

Sempre que você sentir prazer, lembre-se da beatitude interior. Sempre que contemplar a beleza, traga para dentro de si a alegria que ela lhe deu. Que toda a alegria terrena lhe lembre a felicidade bem mais inefável do Eu. 

Alguns yogues recomendam indiferença completa ao mundo. Que visão mais insípida! Bem melhor, ensinava meu Guru, é gozar com Deus as belezas e os prazeres que nos cercam, tendo sempre em mira a alegria íntima, vivenciada durante as experiências que exaltam os sentimentos do coração. Direcione esses sentimentos para Deus em vez de suprimi-los com uma apatia seca, 'inspirada' pelo intelecto. Também assim podemos nos absorver em nós mesmos sem atirar fora as alegrias e prazeres que o mundo nos proporciona." 

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramahansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 129)
www.pensamento-cultrix.com.br


O SILÊNCIO E A VERDADE INTERIOR (PARTE FINAL)

"(...) São muitos os exemplos daqueles que têm procurado resgatar esse conhecimento puro e muito antigo. Krishna, Shiva, Buda, Sócrates, Jesus e muitos outros sábios podem nos inspirar na nossa caminhada para conhecer nossa verdade interior. Essa verdade, quando conhecida, se refletirá no nosso cotidiano através da nossa bondade e compaixão com o outro. Esse conhecimento recupera nossa condição de seres criativos, pacíficos, silenciosos, harmoniosos e sábios, que em essência sempre fomos, e nos conduz a uma felicidade imensa. Esquecemos esse conhecimento quando nos separamos frequentemente de nossa sabedoria interna, e, consequentemente, de tudo que nos rodeia. E esse esquecimento é que nos faz ignorantes da nossa sabedoria e força internas, o que, por sua vez, nos fez sofrer sem necessidade.

O trabalho para chegar a essa verdade interior requer, entre outras coisas, silêncio interno para que possamos limpar a sujeira engendrada pelas percepções errôneas do nosso ego. Com o silêncio concluímos que raramente percebemos e interpretamos algum assunto importante com a presença e a inocência necessárias. A mente livre de crenças, preconceitos e conceitos nos permite conhecer a verdade real por trás das aparências. A mente está cheia de ideias e filosofias que não foram ainda suficientes para o ser humano deixar sua condição de sofredor neurótico. Precisamos perceber e vivenciar a verdade porque só o conhecimento intectual, mesmo que seja vasto, não soma muito na redescoberta da alegria de viver. A falta de respostas para nos conduzir a uma vida feliz e de qualidade por parte de todos os sistemas que construímos, como a religião, a escola, o estado e a sociedade, leva-nos a concluir que é preciso silenciar a mente e estudar em nossa própria escola interna.

A riqueza, a beleza e o manancial inexplorado existente dentro de cada ser vivo precisam ser despertados. Urge que despertemos o que existe de vivo dentro de nós e que nunca tivemos tempo de explorar. O mundo mais do que nunca precisa do ser humano com toda a sua força e potencial, para que sejam realizadas as mudanças necessárias. Segundo Krishnamurti (1964), a sociedade  que habita esse mundo está caótica e decadente, em completa desarmonia, irmão lutando contra irmão e crianças sendo educadas para se adaptar a um sistema que se move a duras penas, sem nenhuma substância, sem a luz da vida."

(Antonio Monteiro dos Santos - O Silêncio e a verdade interior - Revista Sophia, Ano 12, nº 52 - p. 20)


sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

PERDOAR

"Enquanto não nos firmamos na virtude do perdão, não alcançaremos pureza de coração que nos propicia a visão de Deus. A prática do perdão é, pois, de importância fundamental para o aspirante à espiritualidade. No Sermão da Montanha, como vimos, Cristo insiste repetidamente nesta prática. Ele ensina a clemência,  a reconciliação e o perdão das dívidas. Mas, além do Sermão, os Evangelhos registram muitos exemplos em que Cristo prega o perdão, tanto preceituando como dando ele próprio o exemplo. Quando Pedro lhe perguntou: 'Senhor, quantas vezes meu irmão pode pecar contra mim, e eu devo perdoá-lo? Até sete vezes?' Respondeu Cristo: 'Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.'

Cristo jamais condenou os que prejudicaram os outros ou a ele próprio. Abençoou-os, dizendo: 'Vai e não peques mais', 'Teus pecados estão perdoados'. E na sua oração da cruz, pediu ele ao Pai que perdoasse a ingnorância dos homens, 'porque eles não sabem o que fazem'.

Todos os grandes mestres espirituais enfatizaram a importância do perdão na vida espiritual. Disse Buda: 'Se um homem tolamente me prejudicar, dar-lhe-ei em troca a proteção do meu amor incansável; quanto maior o mal que dele vier, maior o bem que sairá de mim... Limpa o teu coração da malícia e cuida de não odiar, nem mesmo teus inimigos; antes, abraça com bondade todos os seres.'

Concordam esses mestres que, se nos faltar o perdão, se guardarmos pensamentos de raiva ou ódio, causaremos mal a nós próprios bem como aos demais. Eles nos orientam a fim de que ergamos ondas de pensamentos - pensamentos de amor e compaixão - de tal modo que fiquemos em paz com o mundo e conosco mesmo.

Por que é difícil para a maioria de nós seguir o ensinamento do perdão? Porque quando alguém nutre inimizade por nós reagimos, sentindo-nos feridos. E o que fica mais ferido? O ego. O perdão talvez seja a maior de todas as virtudes, pois, se podemos perdoar realmente aos homens os seus abusos, colocamo-nos acima do ego, que nos impede a visão de Deus."

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 105/106)