OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 15 de setembro de 2015

A MENTE NA MEDITAÇÃO

"Muito pouco progresso pode ser feito para entrar na consciência elevada, permanecer ali e desenvolver a faculdade de entrar nela à vontade, até que a mente tenha sido submetida a um controle razoável. Não existe uma fórmula fácil para isto, apesar de algumas pessoas terem mais facilidade natural do que outras.

Passa-se por diferentes condições de mente quando é utilizada uma fórmula semelhante a da Ioga da Luz. No início da meditação, a mente deve ser focalizada claramente e sem tergiversar no procedimento preliminar. Naquele momento, a concentração é muito importante. Não se deve permitir que a mente oscile durante as afirmações de dissociação e verdadeira identidade. Quando afirmamos, 'Eu não sou o corpo físico', deveríamos nos despojar positivamente do corpo em pensamento concentrado. As três dissociações afirmadas sobre os três veículos pessoais e a autoidentificação com o Eu Interior por meio das palavras, 'Eu sou o Eu Espiritual', deveriam ser feitas sem nenhuma interrupção no pensamento. Em cada uma delas, efetua-se uma ascensão em consciência, como se por uma linha vertical contínua em direção ao Ego no corpo Causal. Algo interessante e objetivo está sendo tentado então, e a mente não deveria vaguear durante este procedimento. Deveria haver uma crescente dissociação real e realização da afirmação.

O controle da mente, que é necessário, deve ser desenvolvido pela prática e pelo exercício da vontade. Todos os poderes da vontade e da mente devem ser utilizados para alcançar a capacidade requerida. Se a mente vaguear, é uma boa prática trazê-la à força de volta pelo caminho que ela se extraviou. Com o tempo isto a trará sob controle, estabilizando-a. Não existe nenhum substituto para esta concentração preliminar. Devemos praticá-la até que seja aprendida; se não for assim, a condição meditativa continuará a nos frustrar. 

O interesse é a chave para a concentração bem-sucedida. A mente não vagueia quando lendo um livro interessante ou vendo um filme. Na verdade, ocorre pouco ou nenhum esforço neste caso. A pessoa bem pode praticar a concentração da mente sobre algo profundamente interessante. Deixe então que o assunto torne-se cada vez mais abstrato à medida que a habilidade mental for desenvolvida. No seu devido tempo, será atingido o poder de mantê-la sobre uma ideia, em vez de sobre uma forma."

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Yoga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 98/99)


segunda-feira, 14 de setembro de 2015

A SUPREMA ORAÇÃO

"Jesus nos mostrou qual é a suprema oração: 'Senhor, seja feita a Tua vontade'. Bem, muitas pessoas interpretam isso como significando que não precisam exercer nem a vontade, nem o pensamento; que só têm de sentar, meditar e esperar que Deus faça alguma coisa por meio delas. Isso é errado. Somos feitos à imagem de Deus. Ele deu ao ser humano uma inteligência que não deu a nenhuma outra criatura, e espera que a utilizemos. Por isso Paramahansaji nos ensinou a orar assim:
'Senhor, eu raciocinarei, eu quererei, eu agirei; mas guia Tu minha razão, vontade e atividade para a coisa certa que devo fazer.'
Nós praticamos isso no ashram religiosamente. Nas reuniões de trabalho, meditamos por alguns minutos e depois fazemos a prece acima. Só então começamos a reunião e tomamos decisões. 

Portanto, não fique sem fazer nada, a espera que Deus tome as providências necessárias. Ao aplicar os princípios da razão, da vontade e da ação, siga o curso que lhe parecer melhor. Trabalhe conscienciosamente, usando a vontade e a inteligência, e ao mesmo tempo ore sem cessar: 'Senhor, guia-me; deixa-me seguir a Tua vontade. Seja feita apenas a Tua vontade.'

Ao fazer isso, você mantém a mente receptiva à orientação divina. Pode então descobrir que, de repente, consegue ver claramente: 'Não, agora devo tomar esta direção'. Deus mostra o caminho. Mas lembre-se que, ao pedir a Deus que o guie, a sua mente jamais deve estar fechada; que esteja sempre aberta e receptiva. É assim que Deus ajuda a quem se ajuda. Funciona, mas o esforço e a iniciativa devem partir de nós.

Você não tem que viver num ashram para servir a Deus e seguir a vontade Dele. Cada um de nós está, neste momento, onde Deus e nossos atos passados nos colocaram. Se você não estiver satisfeito com suas condições atuais, medite e peça orientação a Deus. Mas, enquanto faz isso, aplique a razão que lhe foi concedida por Deus. Analise as opções que tem em relação à sua vida e ao seu futuro."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 31/32)


domingo, 13 de setembro de 2015

SEGREDOS DO PROGRESSO ESPIRITUAL

"Para formar hábitos espirituais, é essencial ter um conjunto de normas espirituais. Paramahansa Yogananda dizia que não gostava de regras, mas que no início elas são necessárias ao devoto aspirante. Quando a pessoa aprende a se comportar, as regras se tornam desnecessárias.

Interpretado à luz da sabedoria de Swami Sri Yukteswar, 'como se comportar' significa atitude correta e ação que nasce da ininterrupta sintonia com Deus. Quando nos encontramos sempre na consciência Dele, já não precisamos de regras. Até então necessitamos, realmente, da sua disciplina. Não devemos pensar que as regras espirituais são restritivas. Elas são amigas, ajudando a nos guiar, a canalizar nossas energias, pensamentos e atividades de uma forma construtiva que conduz a Deus. 

Podemos compreender melhor as regras e segui-las de bom grado quando compreendemos que o comportamento correto pode ser resumido desta forma: fazer as coisas que devemos fazer na hora em que devemos fazê-las. O indivíduo que aprendeu essa arte de comportar-se corretamento não necessita de regras; entretanto, continua a seguir os mesmos princípios como antes, sem qualquer senso de restrição. Por exemplo, temos em nossos ashrams a regra da meditação diária em grupo. Quando a pessoa adquire a compreensão e a habilidade de 'fazer as coisas que ela deve fazer quando deve fazê-las', essa regra já não é uma regra para ela. Ela segue automaticamente, porque o hábito do comportamento correto se formou e porque encontra nessa prática o modo de vida que quer estabelecer. Ela quer estar com Deus.

Se se permitir que a água flua indiscriminadamente na Terra, ela agirá como uma força destrutiva. A fim de utilizar a força da água para algum propósito construtivo, o homem construirá primeiro uma represa para controlar o fluxo e a direção da água. Então, sua força é aproveitada construtivamente. É a mesma coisa com o esforço espiritual. Se o canalizamos, torna-se produtivo. Regras sábias não criam obstáculos, mas ao contrário nos levam à direção desejada, de uma forma direta, regulada. São uma parte essencial da vida no caminho espiritual. (...)"

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 123/124)


sábado, 12 de setembro de 2015

PERDÃO

"Na minha infância, minha mãe costumava colocar curativos nos meus machucados e retirava-os religiosamente dois dias depois. Nunca compreendi por que ela fazia isso, já que as feridas não estavam completamente curadas. Quando perguntei sobre o assunto, ela respondeu: 

- É preciso expor a ferida ao ar para que ela feche mais rápido. 

O mesmo acontece com nossas feridas emocionais, que precisam de um pouco de exposição para começar o processo de cura.

Quando alguém diz ou faz algo que nos magoa, tendemos a nos apegar à ferida e a guardar ressentimentos em relação àquela pessoa. Do ponto de vista da energia psíquica, isto é um erro. Carregar uma ferida emocional estimula e alimenta emoções e pensamentos negativos relacionados com essa ferida, e a dor contagia nosso espaço. Como já disse várias vezes, semelhante atrai semelhante. Portanto, atrairemos elementos igualmente negativos. Quanto antes nos permitirmos vivenciar os sentimentos de raiva e frustração, mais cedo poderemos nos despegar da dor. E com esse desapego vem o verdadeiro passo na direção da cura: o perdão.

O que cria o poder de curar a si mesmo? O que dá a uma pessoa a coragem de perdoar? Dois ingredientes são fundamentais: a compreensão espiritual conquistada através do processo constante de autoconhecimento e a prática persistente do desapego. Pessoas capazes de compaixão aprendem as lições do perdão. Elas percebem que o apego à mágoa faz com que o sofrimento se repita indefinidamente. O perdão traz a cura para a pessoa e ajuda a difundir esta consciência para toda a humanidade."

(James Van Praagh - Em busca da Espiritualidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 64)


sexta-feira, 11 de setembro de 2015

DA LAGARTA À BORBOLETA (PARTE FINAL)

"(...) Um homem que nunca passou por este estado de morte voluntária, continua a ser um homem profano, materialista, interessado somente nas coisas do corpo físico e das emoções.

Como já dissemos, não é o sofrimento como tal que transforma o homem, mas é o sofrimento compreendido e aproveitado. Mas o homem que nunca viveu no seu interior por uma profunda interiorização ou meditação, dificilmente pode sofrer com serenidade, não pode dizer 'eu transbordo de júbilo no meio de todas as minhas tribulações'. O homem profano, sem sofrimento transformador, continua a vida inteira como lagarta pesada e comilona - ao passo que o homem que passou por um sofrimento compreendido, e aceito, entra numa atitude de serenidade e leveza, que faz lembrar o adejar silencioso da borboleta, que, apesar disto, continua a manter o contato com a terra.

O sofrimento compreendido e aceito confere ao homem uma intuição estranha das coisas superiores; dá-lhe o gosto pelas coisas que, outrora, o desgostavam; dá-lhe facilidade de compreender o incompreensível e de ver as coisas invisíveis.

Ninguém pode gostar do sofrimento por causa do sofrimento - que seria masoquismo mórbido - mas pode querer o sofrimento como um meio e um caminho que conduzem a uma vida superior, que os não sofredores ignoram.

Essa inefável estesia e clarividência que o sofrimento compreendido produz vale por todas as dores e angústias anteriores. O lúgubre fantasma vestido de luto se transformou num querubim luminoso, com a luz da felicidade nos olhos e o sorriso da vida eterna nos lábios.

Quem quiser voar como borboleta, não tenha medo de morrer como crisálida, depois de ter vivido como taturana." 

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 64)