OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 30 de setembro de 2015

RENÚNCIA


"Renuncie à ideia de ser separado. Em todos os seres veja você mesmo, e sinta todos os seres em você. Esta é a mais alta renúncia, a renúncia do sentido do ego, o ego que o faz se apegar a esta sua temporária habitação, a este saco de ossos e carne, a esta casca que usa um nome e uma forma. De duas coisas consiste o exercício espiritual: a contemplação de Deus; e a descoberta da nossa natureza inata, ou seja, da Realidade.

Reduza suas necessidades, e viva com simplicidade - tal é o caminho da felicidade. Apego gera aflição em seu despertar. Ao final, quando a morte exige que tudo seja largado para trás e que abandone todas as pessoas, você é esmagado pelo sofrimento. Imite o lótus na água; ele pousa sobre ela, mas não dentro dela. A água é necessária a seu crescimento, mas ele não consente que nem uma gota o molhe."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 49)


terça-feira, 29 de setembro de 2015

LEALDADE (PARTE FINAL)

"(...) Quando falamos de sermos leais ou não, quem somos 'nós'? É a mente em nós que escolhe ou decide. A mente, embora associada a outros elos da cadeia da individualidade humana, é essencialmente o homem. Onde fica a natural lealdade ou centro de gravitação para a mente? Naquilo que chamamos de Espírito, o foco espiritual da consciência manifestada. Uma vez que o Espírito não é pessoal, mas vivo, onipenetrante, infinitamente centrado, a atração a ele é atração a tudo que seja espiritual. Somente nisso está a direção do progresso, se quisermos elevar-nos acima do plano de mera expansão da mentalidade que é ativa na vasta maioria dos homens. A mente tem de ser enxertada no princípio espiritual ou elevada até ele. Portanto, não pode haver lealdade na mente do homem, exceto aqueles valores, corporificados numa pessoa ou teoricamente contemplados, que são cristalizações da qualidade espiritual imperecível, presentes nele mesmo.

Mesmo quando a livre autoentrega do coração é a alguém em quem se vê perfeição, essa autoentrega é à sua própria raiz ou origem. A verdadeira lealdade, em todos os casos, só pode ser àquilo que pode reivindicar lealdade ao refletir a natureza do espírito, que tem uma atração inerente pelo coração e a mente puros. Numa tal lealdade não existe exclusão nem a possibilidade de contradições e conflitos futuros; não existe artificialidade nem aviltamento a um fim indigno ou por meios indignos. 

Nossa devoção e lealdade a uma pessoa são muitas vezes o desenho de um círculo em torno de nós mesmos, do qual os outros são excluídos. Nossa admiração por uma pessoa muitas vezes implica desprezo inconsciente do outro, mesmo quando ostensivamente não fazemos a comparação. A lealdade pode ser interesseira; às vezes adulamos nosso Deus para obter uma porção de seu reino. O cancro do eu pode permanecer oculto na mais bela das flores. Devemos estar de atalaia para extirpá-lo.

A lealdade é uma daquelas virtudes de que fala Luz no Caminho: "Em verdade as virtudes do homem são passos necessários, dos quais não se pode prescindir de modo algum. Contudo são inúteis se isolados. Toda a natureza do homem deve ser sabiamente empregada por aquele que deseja entrar no caminho'.

Quando toda a natureza é empregada sabiamente, a coisa torna-se sagrada. Nessa natureza não existe discriminação maléfica. Então a lealdade a Deus, ao homem, a si próprio e aos próprios ideais (ou pode ser a um cão) torna-se um fator estabilizante, unificado, a espinha dorsal de nosso desenvolvimento. Tornamo-nos para nós mesmos o caminho, a verdade e a vida, quando alcançamos o estado perfeitamente integrado." 

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 69/70)

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

LEALDADE (1ª PARTE)

"A lealdade, quando não maculada por qualquer variedade de egoísmo - seja a um cônjuge, a um colega que esteja comandando, a um ideal ou a um grande Instrutor - é um artigo raro. Sem lealdade não pode haver firme dependência num mundo interdependente. Sem lealdade não pode haver força nas afinidades, princípio de coerência entre fatores diferenciados. Como todas as virtudes, a lealdade possui um aspecto universal e um aspecto individual; e é fatal endurecer o apego individual em detrimento de seus valores universais; é fatal converter o amor em posse, uma crença em reserva, ou uma convicção numa clava. Nossas lealdades não devem tornar-se padrões sob os quais venhamos a constranger as liberdades dos outros, ou critérios por meio dos quais os condenemos. 

A lealdade não deve tornar-se exclusiva, não deve destruir a fraternidade nem a compreensão. Isto só é possível quando prestamos obediência a um ideal, que compreende todo interesse desejável como algo menor do que ele mesmo. A verdade à qual aspiramos deve incluir toda a verdade que percebemos com nossas mentes abertas; deve expandir-se, elevar-se e ser suscetível à transmutação, à medida que nossas percepções e experiências aumentem. A verdade, sendo maior do que imaginamos, precisará de muitos canais. O tema, sendo mais vasto do que a música que ouvimos, deve estar aberto a tratamentos em eterna variação. No desabrochar do plano de evolução são usados agentes para muitos propósitos. Nossas boas qualidades, inevitavelmente exageradas, precisam ser corrigidas e equilibradas pelos outros no desenvolvimento do trabalho.

A lealdade não deve tornar-nos rígidos, inadaptáveis ao propósito do desabrochar da vida. A lealdade a uma ideia pode ser também lealdade a uma convenção, preconceito, uma imagem abstrata que criamos para satisfazer nossos gostos e aversões. O homem cria Deus (a grande Ideia) segunda sua própria imagem para satisfazer seus temores e desejos.

Devemos evitar os perigos e embaraços de uma mentalidade dividida; recusar sermos colocados numa encruzilhada, como geralmente acontece com aqueles que são leais a uma ideia ou a uma pessoa e, contudo, acham que existe uma atração ou dever com o qual essa lealdade torna-se incompatível. (...)"

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 68/69)


domingo, 27 de setembro de 2015

RESPEITO E HUMILDADE

"(...) Quão ínfimo é hoje o respeito que os seres humanos têm por Deus e pelo próprio homem! Muitos dos que pertencem à confusa juventude de hoje, estão perdendo o respeito pela antiga sabedoria, pela ordem social e, consequentemente, por si próprios. Quando desaparece o autorrespeito, inicia-se a decadência. O verdadeiro respeito por si próprio e pelos outros decorre do entendimento da origem divina de cada um de nós. Aquele que conhece a si mesmo como sendo o Ser, uma centelha individualizada da chama do Espírito, sabe também que todos os seres humanos são uma expressão do mesmo Espírito e se curva com reverência e alegria ante o Uno presente em todos. 

Ao cultivar o respeito ao guru como emissário Divino, e aos seus semelhantes como imagens de Deus, o devoto acelera seu crescimento espiritual. Da atitude respeitosa para com o guru brota a receptividade a Deus através da figura do guru; tal receptividade proporciona entendimento do que é justo e nobre, esse entendimento, por sua vez, faz com que reverenciemos a Deus e ao guru. Quando afinal, dentro do próprio coração bem como fisicamente, somos capazes de nos curvar ante Algo que não seja o ego, ocorre uma transformação interior - desenvolve-se a humildade. O ego é como uma sólida e impenetrável muralha que circunda a alma, a verdadeira natureza humana. A única força capaz de demolir este muralha é a humildade. (...)

A humildade consiste na sabedoria de reconhecer que existe um Ser superior a nós. A maioria dos seres humanos adora o seu próprio ego. Porém, quando o discípulo se curva ante o ideal de um Ser superior, e ante o guru como o instrumento da Divindade cujo auxílio ele procura a fim de alcançar aquele Ser, então ele desenvolve a humildade necessária para demolir a aprisionante muralho do ego, e sente dentro de si a expansão da consciência divina nascida daquele Ser superior.

O homem humilde é um homem verdadeiramente sereno, verdadeiramente feliz. Ele não se perturba com a instabilidade do comportamento e do amor humano, nem é ferido pela inconstância das relações humanas, ou pela transitoriedade da posição social e da segurança neste mundo. Todo pensamento voltado para os ganhos pessoais e autoestima se desvanecem e se apagam da mente do homem humilde. As escrituras dizem: 'Quando este 'eu' morrer, então saberei quem sou eu'. Quando o ego se vai, a alma - ou seja a imagem de Deus latente em nosso interior - pode finalmente despertar e se expressar livremente. O devoto manifesta então em sua vida todas as qualidades divinas da alma e vê-se livre para sempre da ignorância de maya, a ilusão terrena imposta a todas as criaturas que participam do drama divino da criação. 

Devemos então recordar que o respeito dá origem à reverência, e que a humildade é produto desta última. Ao desenvolver tais qualidades, o devoto começa a acelerar seu progresso em direção à Meta de sua busca espiritual."


(Mrinalini Mata - O Relacionamento Guru-Discípulo - Self-Realization Fellowship - p. 23/27


sábado, 26 de setembro de 2015

MEDITAÇÃO PARA SINTONIA COM A SUBLIMIDADE INTERIOR

"Ensina-me a não me drogar com o narcótico da impaciência. Hoje, meditarei mais profundamente que ontem. Amanhã, meditarei mais profundamente que hoje. 

Hoje, com o toque suave da intuição, sintonizarei o rádio de minha alma e livrarei minha mente da estática da impaciência para ouvir a vibração cósmica de Tua voz, a música dos átomos e a melodia do amor ecoando em minha supraconsciência. 

Dentro de mim, encontrarei perpétua felicidade celestial. A paz reinará tanto no silêncio quanto em plena atividade. Deixa-me ouvir Tua voz, ó Deus, na caverna da meditação!

Ensina-me, ó Espírito, a interromper pela meditação a tempestade da impaciência mental e das perturbações sensoriais que assolam o lago de minha mente. Que a varinha mágica de minha intuição faça cessar os ventos das paixões e dos desejos inúteis. No lago sereno de minha mente, que eu contemple o reflexo não distorcido da lua de minha alma, refulgindo com o brilho de Tua presença.

Cerre as pálpebras e ignore a dança selvagem das cenas tentadoras. Mergulhe a mente no poço sem fundo do seu coração. Mantenha a mente no coração, borbulhante com seu sangue vital. Concentre-se no coração até sentir suas pulsações rítmicas. A cada pulsação, ouça o som da Vida onipotente. Visualize a mesma vida universal batendo à porta do coração de todos os seres humanos e de todas as criaturas vivas.

O coração pulsa o tempo todo, suavemente, anunciando o poder infinito que se oculta atrás das portas de sua percepção. As tênues batidas da Vida universal dizem a você em pleno silêncio: 'Não receba apenas algumas gotas da corrente de Minha vida, mas expanda a abertura dos poderes do sentimento e deixe que Meu fluxo invada teu sangue, corpo, mente, emoções e alma com Minhas pulsações da vida abundante.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como Ter Coragem, Serenidade e Confiança - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 113/115)
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