OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 26 de junho de 2017

SABEDORIA NA PRÁTICA (PARTE FINAL)

"(...) Quando governo ou gerencio com efetividade, tenho como objetivo a melhoria na qualidade de vida das pessoas em primeiro lugar. Isso, no entanto, começa comigo. Estar bem comigo mesmo é condição para ser capaz de gerenciar com eficiência e qualidade. Não quero que as pessoas se impressionem com minhas palavras, quero estar satisfeito com minha vida para ser capaz de servi-las com integridade. Quem não respeita esse princípio pode até ser cheio de conhecimento, mas tem pouco autoridade no servir e vive uma relação interna esquizofrênica, frustrada e inquieta.

Vejo um profissional sábio quando enxergo a admiração de seus colaboradores, a serenidade de seus negócios, o sorriso de seus amigos, o cuidado de seus afetos, o acolhimento aos seus clientes. Há um ditado que diz: 'Tua vida me impede de crer no que dizes.' Sabedoria é ver no exterior meu mundo interior e melhorar meu mundo interior se o exterior não me traz felicidade. É ter menos papo e fazer aquilo que se propõe.

Terceio, ser sábio tem a ver com gratidão. A sabedoria revela-se no modo como sou grato porque vejo no outro a possibilidade de aprender. Salomão dá mais presentes à rainha de Sabá do que aqueles que dela recebeu. Ele entende que não se estava estabelecendo ali uma relação comercial. Sabedoria tem a ver com prazer da convivência. É nessa perspectiva que os demais interesses devem se pautar. Se tenho isso em mente, atendo melhor, produzo com qualidade, comercializo com honestidade, honro meus compromissos, relaciono-me com sinceridade, gerencio com integridade, meu ganho é justo e dele não me envergonho, e aprendo sempre.

É esse tipo de sabedoria que está faltando para que o que sabemos faça mais sentido prático na nossa vida e na vida daqueles que nos cercam."

(Homero Reis - Sabedoria, a competência perdida - Revista Sophia, Ano /10, nº 39 - p. 14/15)


domingo, 25 de junho de 2017

SABEDORIA NA PRÁTICA (2ª PARTE)

"(...) Primeiro, ser sábio significa ter um tipo de sabedoria capaz de organizar a vida e não apenas as ideias. Tem gente que consegue explicar tudo, falar sobre tudo, refletir exaustivamente sobre as coisas, mas não consegue realizar nada. Ou, na melhor hipótese, tem uma realização sofrida e angustiada. Tomar consciência disso e organizar a vida é um propósito sábio. A sabedoria não pretende encher nossas mentes de ideias e conhecimentos, mas abri-la para ver nossa coerência.

A rainha viu a coerência nas pessoas e nas coisas que cercavam Salomão. A vida real era um reflexo de sua vida interior e um convite ao aprendizado. O que Salomão falava estava presente no modo como vivia seu reino e como conduzia seu povo. O exemplo de vida e a vida exemplar lhe concediam a autoridade necessária para gerir com sucesso. Essa ideia nos mostra que a competência nas relações executivas não pode ser excludente das competências na vida privada e relacional.

Conheço vários executivos, 'cheios de sucesso' na vida profissional, cuja vida afetiva, familiar e emocional estão a ponto de explodir. Vidas sustentadas por doses diárias de antidepressivos, cuja intimidade mostra uma confusão totalmente antagônica ao aparente sucesso profissional. Autoridade se dá quando as pessoas conseguem enxergar o que eu falo, quando meus atos são reflexo das coisas em que creio, e isso tudo envolvido em qualidade de vida. 

Ser sábio significa ter um tipo de sabedoria que ajuda o outro a ser feliz a partir da própria felicidade. Essa é a razão pela qual nos relacionamos, trabalhamos, produzimos e nos reproduzimos - ser e fazer outros felizes. A rainha viu como eram felizes aqueles que se relacionavam com Salomão, suas esposas, seus servos, seus colaboradores e funcionários. Salomão não tinha o trabalho como um fim e si mesmo, mas como o modo pelo qual poderia melhorar a vida de seu reino e de sua comunidade. Não via o conhecimento que adquirira como algo desconectado de suas relações. Quando o saber encontra o outro, revela o que sou capaz de fazer para melhorar a mim mesmo e ao outro. (...)"

(Homero Reis - Sabedoria, a competência perdida - Revista Sophia, Ano /10, nº 39 - p. 14)


sábado, 24 de junho de 2017

SABEDORIA NA PRÁTICA (1ª PARTE)

"Cada época revela pessoas que se tornam ícones para a sua geração e as gerações futuras. São pessoas que inspiram por seus feitos, personalidade, genialidade... Enfim, inspiram porque são diferenciadas. Salomão foi o mais sábio dos governantes em todos os tempos. Sua vida é fonte de inspiração.

Transcrevo aqui um trecho da vida desse rei: 'Tendo a rainha de Sabá ouvido a fama de Salomão, veio prová-lo com perguntas difíceis. Chegou a Jerusalém com grande comitiva, camelos carregados de especiarias, muitíssimo ouro e pedras preciosas... Salomão lhe deu resposta a todas as perguntas e nada houve que não soubesse explicar. A rainha de Sabá, vendo toda a sabedoria de Salomão, o palácio que construiu, a comida de sua mesa, a casa de seus oficiais, o serviço de seus criados e as roupas deles e seus copeiros, (...) ficou perplexa e disse ao rei: 'Foi verdade a palavra que ouvi a teu respeito. Eu, contudo, não cria até que vim e vi com meus próprios olhos. E o que me contaram não é nem a metade de tudo o que vi e ouvi aqui. Felizes são teus empregados e todos aqueles que convivem contigo.' Salomão presenteou a rainha de Sabá com muitos presentes, mais do que ela lhe havia ofertado, e atendeu abundantemente a todos os seus desejos.'

Um dos princípios chave para entender a sabedoria é a sua efemeridade. Quem a julga ter já a perdeu, e quem a busca encontra-a na própria busca. Sabedoria não é um destino; é antes um caminhar. o sábio deseja continuar a jornada cada vez mais, suavemente e em equilíbrio de vida. No entanto, para isso, acerca-se de um tipo de sabedoria muito necessária àqueles que desejam ser governantes e gestores efetivos. Num sentido amplo, a sabedoria é contagiante e expansiva. A rainha de Sabá saiu de sua terra e vai ao encontro de Salomão, atraída por aquilo que ouviu sobre ele. A fama do rei transbordou o limite de seu reino e gera admiração.

Até então, ela tinha o conhecimento dos fatos atribuídos a Salomão, que, de tão extraordinários, requeriam que fossem vistos. Desse encontro, impressiona-me alguns detalhes que fazem a diferença na qualidade do governo e da gestão. Salomão manifesta um tipo de sabedoria capaz de objetivar-se na vida. Não é um concurso de palavras e frases maravilhosas, é uma vida que se pode observar, que inspira e contagia. (...)"

(Homero Reis - Sabedoria, a competência perdida - Revista Sophia, Ano /10, nº 39 - p. 14)


sexta-feira, 23 de junho de 2017

PURIFICAÇÃO (3ª PARTE)

"(...) Depois desse momentâneo relancear de olhos, nunca mais aquele peregrino será o mesmo, porque embora apenas por um instante, compreendeu quais eram a meta e a finalidade. Viu o ápice rumo ao qual está galgando, e viu também o caminho íngreme, mas muito mais curto, que sobe diretamente do flanco da montanha até o lugar onde o templo resplandece. Compreende, naquele momento, que a estrada tem um nome - 'serviço' - e que os que enveredam pelo caminho mais curto devem entrar através de uma porta, onde as palavras 'Serviço do Homem' estão brilhando com letras douradas. A Alma compreende que, antes de poder alcançar pelo menos o Pátio Externo do Templo, deve passar através daquela porta e compreender que a vida é feita para o serviço e não para a autoprocura, que a única maneira de subir mais rapidamente é fazê-lo por amor dos retardatários, a fim de que o auxílio mais eficaz, vindo do Templo, possa ser enviado ao encontra dos que vêm subindo, o que de outra forma não seria possível. 

Essa visão não passou de um vislumbre fugaz, foi apenas um rápido olhar ziguezagueante, porque os olhos foram colhidos por um único dos raios de luz dimanados do alto da montanha. Há tantas coisas atraentes dispersas ao longo daquela estrada em espiral, que o relancear dos olhos da Alma facilmente se deixa atrair para elas. Mas, uma vez recebida aquele cintilação, existe a possibilidade de a alma obtê-la de novo, com maior facilidade. Quando a meta procurada, o dever e o poder do serviço lograram essa momentânea e imaginativa compreensão da Alma permanece ali o desejo de trilhar uma senda mais curta e encontrar o caminho que leve diretamente, pelo flanco da montanha, ao Pátio Externo do Templo.

Após aquela primeira visão, a Alma é visitada amiúde pelos raios de luz, cujo brilho vai se tornando cada vez mais intenso. Vemos que essas Almas, que apenas por um momento reconheceram que há um escopo, um propósito na vida, começaram a subir com maior resolução do que suas semelhantes. Embora ainda estejam dando voltas em torno da montanha, observamos que começam a agir com maior firmeza no que se refere às virtudes, e que se dedicam com maior persistência ao que reconhecemos como religião, essa religião que se esforça por ensinar-lhes como podem subir, e como o Templo pode finalmente ser alcançado. (...)"

(Annie Besant - Do Recinto Externo ao Santuário Interno - Ed. Pensamento, São Paulo 1995 - p. 11/13)


quinta-feira, 22 de junho de 2017

PURIFICAÇÃO (2ª PARTE)

"(...) A marcha se nos afigura muito lenta porque eles não veem seu ponto de chegada, a sua meta, e não percebem em que direção estão viajando. Observando alguns caminhantes, vemos que estão sempre se desviando para os lados, atraídos para cá e para lá, sem qualquer propósito em seu caminhar. Não andam diretamente para a frente, atentos ao que fazem, mas perambulam, como crianças, correndo atrás de uma flor ali, tentando apanhar uma borboleta acolá. Assim, temos a impressão de que todo seu tempo é desperdiçado, e apenas um pequeno avanço chega a ser consquistado quando a noite cai sobre eles e o dia de marcha termina. 

Não parece sequer que o próprio progresso intelectual, lento como também é, torne o passo mais rápido. Quando observamos aqueles cujo intelecto é escassamente desenvolvido, eles dão a impressão de que, depois de cada dia vivido, mergulham no sono e dormem quase que no mesmo lugar que ocuparam na noite anterior. E quando voltamos os olhos para aqueles que se mostram mais altamente evoluídos, no que se refere ao intelecto, também esses estão viajando devagar, muito devagar, e a cada dia de vida parecem fazer pequeno progresso. Olhando assim para eles, nosso coração sente-se fatigado com aquela subida, e ficamos a pensar por que não erguem os olhos e entendem em que direção seu caminho os está levando. 

Agora, o Pátio Externo, que alguns dos caminhantes da vanguarda estão alcançando, aquele Pátio Externo do Templo, dá a impressão de que pode ser atingido não apenas pelo caminho circulante, volta por volta, tão longo em torno da montanha, mas também por caminhos mais curtos que não a circundam, mas que podem ser escalados diretamente pelos flancos, se o coração do viajante for corajoso e suas pernas se mostrarem resistentes. Ao tentar ver como os homens encontram um caminho mais rápido para o Pátio Externo do que aquele que vem sendo trilhado por seus companheiros de viagem, parece que percebemos que o primeiro passo é dado para fora dessa longa espiral quando alguma Alma, que talvez por milênios tenha estado viajando volta por volta, compreende, pela primeira vez, o propósito da viagem, e vislumbra, por um momento, uma cintilação vinda do Templo, lá do ápice. Porque aquele Templo branco envia raios de luz sobre os flancos da montanha. De vez em quando um viajante levanta os olhos, afastando-os das flores, das pedrinhas e das borboletas que estão pelo caminho, e aquele cintilação atrai o seu olhar. Olha para cima, para o Templo, e, por um momento, ele o vê. (...)"

(Annie Besant - Do Recinto Externo ao Santuário Interno - Ed. Pensamento, São Paulo 1995 - p. 9/11)