OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 1 de julho de 2017

OS MISTÉRIOS DA REENCARNAÇÃO

"A reencarnação intriga as pessoas. É como se suas almas soubessem algo que a mente não consegue entender. Quando pela primeira vez ouvi falar em reencarnação, vi que isso respondia perguntas desconcertantes: por que algumas crianças nascem na pobreza e outras têm tantas vantagens? Por que pessoas boas encontram tantas dificuldades? Como pode um Deus amoroso ser tão injusto? A morte será o fim absoluto? Céu e inferno são eternos? Aqueles que não creem estão condenados para sempre?

A ideia de que viveremos muitas vidas pôs fim aos meus pesadelos. A explicação de que somos o que somos por causa de pensamentos e ações passados convenceu-me de que havia justiça e propósito na vida. As situações em que as pessoas se encontram são oportunidades para crescer, desenvolver a compreensão e melhorar a vida. Henry Ford acreditava nisso: 'Quando descobri a reencarnação, foi como se encontrasse um plano universal, uma oportunidade de trabalhar minhas ideias. Eu não era escravo do relógio. Havia tempo suficiente para planejar e criar.'

Todos nós temos memórias de vidas passadas, embora vagas. Frequentemente sentimos que vivemos em determinado momento em alguma existência prévia. Mas isso não é o essencial; a essência da experiência é que é valiosa e permanece conosco.

O espírito dentro de cada indivíduo usa inúmeras almas e corpos para se expressar. Cada um desses corpos, almas e espíritos está buscando a evolução por meio de um processo de repetidas corporificações. Ao examinar os processos envolvidos, podemos perceber vários aspectos da reencarnação.

Como seres humanos, nossa consciência está centrada em nosso ego encarnante, que é o veículo de expressão de nossos eus divinos e espirituais. As três partes de nossa constituição - o corpo, feito de componentes astrais-vitais-físicos; a alma, com elementos mentais e emocionais; e o espírito imortal - trabalham e evoluem juntos durante nossa estadia na Terra. Essa evolução consiste, atualmente, em refinar pensamentos e sentimentos para melhor expressar as qualidades espirituais de compaixão, inteligência, imaginação e força de vontade. Considerando isso, começamos a entender como cada vida é importante, como as lições que aprendemos e o bem que fazemos contribuem para o progresso de cada parte de nós mesmos."

(Eloise Hart - Os mistérios da reencarnação - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 27/28)
www.revistasophia.com.br


sexta-feira, 30 de junho de 2017

A PROMESSA DE ILUMINAÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) Pelo fato de que em nossa cultura supervalorizamos o intelecto, imaginamos que tornar-se iluminado exige uma inteligência excepcional. Na realidade, vários tipos de agilidade mental não são mais do que obscurecimentos ainda maiores. Há um provérbio tibetano que diz: 'Se você é muito esperto, pode deixar de ver inteiramente o ponto básico'. Como disse Patrul Rinpoche: 'A mente lógica parece interessante, mas ela é a semente do engano e da ilusão'. As pessoas podem ficar obcecadas com as suas próprias teorias e deixar de ver o ponto básico de tudo. Dizemos, no Tibete: 'As teorias são como remendos num casaco, um dia se desfazem'. Deixe-me contar-lhe uma história animadora:

Um grande mestre do século passado tinha um discípulo que era muito obtuso. O mestre ensinou-lhe as mesmas coisas muitas e muitas vezes, tentando introduzi-lo à natureza da sua mente, mas foi inútil. Afinal, o mestre ficou furioso e lhe disse: 'Olhe, quero que leve esse saco de cevada até o alto daquela montanha ali. Mas você não deve parar para descansar. Continue simplesmente subindo até chegar ao alto'. O discípulo era um homem simples, mas possuía uma inabalável devoção e confiança em seu mestre, de modo que fez exatamente como lhe foi recomendado. O saco era pesado; pegando-o, partiu montanha acima, não ousando parar. Simplesmente seguiu e seguiu. O saco foi ficando cada vez mais pesado. Demorou um tempão. Por fim, ao chegar ao alto da montanha ele jogou o saco no chão. Atirou-se no chão, dominado pela exaustão mas profundamente relaxado. Sentia o ar fresco da montanha em seu rosto. Toda sua resistência se dissolvera, e com ela sua mente ordinária. Tudo parecia ter parado. Naquele exato instante ele, de súbito, obteve a realização da natureza de sua mente. 'Ah, era isso que meu mestre esteve me mostrando todo o tempo', pensou. Desceu correndo a montanha e, contrariando todas as convenções, invadiu o quarto do mestre.
- Acho que agora pesquei... Pesquei mesmo!'
Seu mestre lhe sorriu como quem sabe das coisas: 'Então a subida da montanha foi interessante, não foi?'

Você também, seja quem for, pode ter a experiência que o discípulo teve no alto da montanha e é essa experiência que lhe dará a coragem para transpor a vida e a morte. Mas qual é a melhor, mais rápida e mais eficiente maneira de chegar a isso? O primeiro passo é a prática da meditação. É a meditação que lentamente purifica a mente ordinária, desmascarando e exaurindo seus hábitos e ilusões, de maneira que possamos, no momento certo, reconhecer quem de fato somos."

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 83/84

quinta-feira, 29 de junho de 2017

A PROMESSA DE ILUMINAÇÃO (2ª PARTE)

"(...) A iluminação, como já disse, é real; cada um de nós, seja quem for, pode nas circunstâncias certas e com o treinamento adequado realizar a natureza da mente, e assim conhecer em si mesmo o que é imortal e eternamente puro. Essa é a promessa de todas as tradições místicas do mundo, e ela foi e está sendo cumprida em milhares e milhares de vidas humanas.

Essa promessa é ainda mais maravilhosa porque não se trata de alguma coisa exótica ou fantástica, nem para uma elite, mas para toda a humanidade. E quando nós a realizamos, dizem os mestres, é inesperadamente comum. A verdade espiritual não é algo elaborado e esotérico, mas é um profundo bom senso. Quando você tem a realização da natureza da mente, camadas de confusão são removidas. Você de fato não 'se torna' um buda, mas simplesmente deixa pouco a pouco de viver no engano e na ilusão. E ser um buda não é ser um onipotente super-homem espiritual, mas tornar-se um verdadeiro ser humano.

Uma das maiores tradições budistas chama a natureza da mente de 'a sabedoria do ordinário'. Por mais que se diga, não é o bastante: nossa verdadeira natureza e a natureza de todos os seres nada têm de extraordinárias. A ironia é que este mundo que chamamos de ordinário é que é extraordinário, uma alucinação fantástica e complexa da visão enganosa do samsara. É essa visão 'extraordinária' que nos deixa cegos para a natureza 'ordinária', natural e inerente da nossa mente. Imagine se os budas estivessem olhando agora para nós, aqui embaixo: como eles se admirariam, com tristeza, da letal engenhosidade e complexidade da nossa confusão!

Às vezes, porque somos tão desnecessariamente complicados, quando a natureza da mente é introduzida por um mestre ele parece simples demais para que acreditemos nela. Nossa mente ordinária nos diz que não pode ser, que deve haver alguma coisa a mais do que isso. Com certeza deve ser alguma coisa mais 'gloriosa', com luzes fulgurando no espaço ao nosso redor, anjos de cabelos doirados esvoaçantes vindo ao nosso encontro e a voz profunda de um Mágico de Oz anunciando: 'Agora você foi introduzido à natureza da sua mente'. Não há esse drama todo. (...)"

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 82/83

quarta-feira, 28 de junho de 2017

A PROMESSA DE ILUMINAÇÃO (1ª PARTE)

"No mundo moderno há poucos exemplos de seres humanos que encarnam as qualidades que advêm da realização da natureza da mente. Então nos é difícil até imaginar a iluminação ou as percepções de um ser iluminado, e mais ainda começar a pensar que nós mesmos podemos nos tornar iluminados.

Apesar da jactância com que celebra o valor da vida humana e da liberdade individual, nossa sociedade nos trata como indivíduos obcecados pelo poder, o sexo e o dinheiro, que precisam ser constantemente afastados de todo contato com a morte ou com a vida real. Se nos falam ou começamos a suspeitar de nossa profunda potencialidade, não podemos crer nela. E se imaginamos de algum modo a transformação espiritual, nós a vemos como sendo possível apenas para os grandes santos e mestres espirituais do passado. O Dalai Lama fala frequentemente na falta de verdadeiro amor próprio e respeito por si mesmo que vê em muita gente no mundo moderno. Subjacente a toda a nossa perspectiva há uma convicção neurótica das nossas próprias limitações. Isso nos nega toda esperança de despertar e contradiz de maneira trágica a verdade central dos ensinamentos do Buda: a de que já somos todos essencialmente perfeitos.

Mesmo se pensássemos na possibilidade de iluminação, um simples olhar para aquilo que compõe a nossa mente comum - raiva, cobiça, ciúme, rancor, crueldade, luxúria, medo, angústia e confusão - minaria para sempre toda esperança de alcançá-la, se não nos tivessem falado sobre a natureza da mente e sobre a possibilidade de vir a realizar essa natureza que está para além de toda dúvida.

Mas a iluminação é real, e ainda há mestres iluminados na terra. Se você encontra um deles, será sacudido e tocado no fundo do seu coração, e perceberá que todas as palavras tais como 'iluminação' e 'sabedoria', que você pensou serem só ideias, são de fato verdades. Apesar de todos os seus perigos, o mundo de hoje é também muito empolgante. A mente moderna está se abrindo lentamente para diferentes visões da realidade. Pode-se ver na televisão grandes mestres como o Dalai Lama e Madre Teresa de Calcutá; muitos mestres do Oriente agora visitam e ensinam no Ocidente, e livros de todas as tradições místicas estão ganhando um número cada vez maior de leitores. A situação desesperada do planeta está despertando as pessoas para a necessidade de transformação em escala global. (...)"

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 81/82

terça-feira, 27 de junho de 2017

A PAZ NASCE DA MANSUETUDE

"O Chefe de Estado que obedece a Tao
Não tenta dominar com violência,
Porque sabe que toda a violência
Recai sobre o próprio violento.
Nos campos de batalha,
Só medram espinhos e cardos.
Guerras geram angústias e miséria.
Por isto, o sábio vive sem armas,
Não obriga ninguém com violência,
Não conhece ambição nem glória,
Não alimenta presunção alguma,
Nem aspira ao poder.
Faz o que deve fazer,
Mas sem forçar ninguém.
Ele conhece o ritmo da evolução,
Sabe que tudo falha
Quando contradiz às leis da vida,
Porque todas as ilusões
Depressa se dissipam.

EXPLICAÇÃO: (...) Uma guerra justa não é essencialmente melhor do que uma guerra injusta, porque ambas têm por base a egoidade humana, que em si mesma é um fator negativo.

Quando se trata da alternativa de 'matar ou morrer', o ego opta pela primeira e a justifica, porque, para ele, morrer é deixar de existir, ao passo que, para o Eu divino no homem, morrer não é deixar de existir, e morrer para não matar equivale a existir melhor e mais verdadeiramente.

Mas o ego, essencialmente ilusório, não pode compreender tão grande verdade. O ego só conhece 'o direito', que é sinônimo de egoísmo, ao passo que o Eu se guia pela 'justiça', homônimo de verdade e amor, incompatíveis com o direito, como a luz é incompatível com a treva."

(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 89/90)