OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 6 de julho de 2017

O USO DA ENERGIA

"(3:13) Pessoas espiritualmente conscientes, ao ofertar o alimento que consomem à sua fonte de energia divina (os devas), não incorrem em pecado. Mas aquelas que se furtam a essa oferenda (comendo apenas por gosto e prazer) estão alimentando o pecado.

A matéria, como a ciência moderna descobriu, é uma vibração de energia. Quanto mais o homem se conscientizar da energia em seu corpo, mais facilmente progredirá em espírito. Ao movimentar o corpo, deve tentar perceber que é a energia que dá força a seus músculos e, com isso, lhe permite deslocar-se. Quando inspira, deve sentir que absorve energia com o ar. Em tudo o que fizer, andará bem em considerar a energia como o seu próximo passo na escalada rumo à percepção da união divina.

A seguir, tentará perceber que a energia responsável por seus movimentos e respiração não é de fato sua. O pecado (ilusão) começa pelo pensamento leviano: 'Tudo isso me pertence!' É fácil imaginar a matéria como algo que se pode possuir. Mas difícil supor o ar ou, mais sutilmente, a energia como coisa própria. Quando a energia é ofertada (aos devas ou a Deus), a consciência se alça com igual facilidade.

O alimento que ingerimos é, também, energia. Sua substância tosca estimula um prazer correspondentemente tosco no pensamento: 'Eu, em pessoa, estou comendo com prazer, deleitando-me com estes sabores todos.' Não é uma 'transgressão', em termos espirituais, apreciar um alimento; convém, entretanto, fazer com que esse gozo seja um lembrete da alegria imutável da alma. Assim, é útil permitir, no ato de comer, que a satisfação haurida do alimento estimule a alegria no coração, aí concentrando quaisquer deleites proporcionados pelo paladar.

'Empanturrar-se' é inflar não apenas o ventre, mas também o ego. O que faz disso um pecado é o fato de consolidar o erro de ver o corpo como propriedade particular. 'Pecado', aqui, significa simplesmente o ludíbrio da afirmação do ego. É mais uma barra, por assim dizer, na grade da prisão da consciência do ego."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 157/158


quarta-feira, 5 de julho de 2017

É POSSÍVEL DAR FIM À VIOLÊNCIA?

"Quando você fala sobre violência, o que entende por ela? Trata-se de uma pergunta bem interessante: é possível um ser humano, vivendo neste mundo, cessar totalmente de ser violento? A sociedade e as comunidades religiosas têm tentado não matar animais. Algumas até dizem: 'Se você não quer matar animais, o que dizer sobre os vegetais?'. Você pode levar isso a tal extensão que cessaria de existir. Onde você traça o limite? Existe uma linha arbitrária de acordo com o seu ideal, sua fantasia, sua norma, seu temperamento, seu condicionamento, sobre a qual você diz: 'Vou até lá, mas não além'? Há uma diferença entre a raiva individual e o ódio organizado de uma sociedade que cria e constrói um exército para destruir outra? Onde, em que nível e que fragmento de violência você está discutindo? Ou você quer discutir se o homem pode ser isento de total violência, não apenas de um fragmento que se chama de violência?

Sabemos que a violência não tem expressão em palavras, em frases, na prática. De que maneira começo a abordar essa violência, considerando-se que o ser humano ainda possui um lado animal muito forte? Começa pela parte periférica (a sociedade) ou pelo centro (eu)? Você me diz para não ser violento, porque a violência é feia. Você me explica todas as razões, e eu percebo que a violência é uma coisa terrível nos seres humanos, externa e internamento. É possível dar fim a ela?"


(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 202


terça-feira, 4 de julho de 2017

APRENDIZADO CONSTANTE (PARTE FINAL)

"(...) Os budistas acreditam que o caráter é a soma de nosso passado. Os ensinamentos teosóficos explicam essas ideias, dizendo que a memória é armazenada na parte superior de nossa natureza; ela é vislumbrada ocasionalmente e vista claramente no momento da morte. Livres dos embaraços terrenos, vemos em retrospectiva as causas, as inter-relações, o propósito e a justiça de tudo que ocorreu na vida. (...) 

Todos os seres vivos existiram antes de sua atual aparição na Terra. Orígenes, um padre da Igreja Primitiva, explicou que as almas humanas existiam no mundo espiritual dentro do ambiente divino, antes de encarnarem. Platão foi além, explicando que as almas não apenas existiam no universo antes de entrar neste reino de experiência, mas que, quando libertas dos vínculos de suas limitações, retornavam à morada anterior para repousar e assimilar as experiências terrenas. Depois de certo tempo, elas novamente seguem adiante, revigoradas e prontas para enfrentar as novas provações por meio das quais obtêm conhecimento da vida e visualizam as alturas que um dia alcançarão.

Quantas vidas vivemos? No livro Fernão Capelo Gaivota, de Richard Bach, a sábia gaivota expressa um ponto de vista interessante: 'Você tem alguma ideia de quantas vidas devemos ter vivido antes de sequer termos a primeira ideia de que existe mais coisas com relação à vida do que comer, lutar, ou o poder do rebanho? Mil vidas, Jon, dez mil! E depois outra centena de vidas até que comecemos a aprender que existe algo chamado perfeição, e mais cem vidas novamente até adquirirmos a ideia de que nosso propósito para viver è encontrar essa perfeição e manifestá-la.'

A mesma regra aplica-se a nós; escolhemos nosso próximo mundo através daquilo que aprendemos neste. Se não aprendermos nada, o próximo mundo será semelhante, com todas as limitações e pesos para superar."

(Eloise Hart - Os mistérios da reencarnação - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 30/31)


segunda-feira, 3 de julho de 2017

APRENDIZADO CONSTANTE (1ª PARTE)

"O 'retorno' à vida terrena ocorre mais cedo para aqueles que criaram pouco karma psicológico e mais tardiamente para os mais espiritualizados, que precisam de tempo para assimilar todas as lições espirituais.

Também não é possível retornar à vida como um animal. Uma vez desenvolvida a autoconsciência, não podemos mais retroceder. Essa ideia surgiu de uma interpretação literal de figuras de linguagem, como era o caso de um índio norte-americano que falava em se tornar lobo, águia ou toupeira. Isso não queria dizer que ele se tornaria um desses animais, mas que seria tão esperto e dedicado à família quanto o lobo, com uma visão de alcance longo como a da águia, e tão próximo à terra quanto a toupeira, para sondar seus segredos. Seres humanos não podem voltar a ser animais, e animais não se transformam em seres humanos da noite para o dia, mas só após muito, muito tempo.

No entanto, mudanças psicológicas e físicas ocorrem o tempo todo. Nossos átomos estão constantemente transmigrando: sempre que acariciamos nossos animais de estimação, cheiramos uma rosa, ouvimos música ou pensamos num amigo, trocamos partículas de vida e força. Nossas almas também 'migram' continuamente de um estado de consciência para outro, do sono com sonhos para a percepção de vigília, do pensamento superficial para concentração profunda. E isso continua após a morte. Essas trocas podem ser benéficas ou danosas, dependendo da qualidade da energia. Sabendo disso, o sábio considera um dever pensar e viver tão gentilmente quanto possível.

Outra pergunta frequente é o que acontece àquilo que amamos e pelo qual trabalhamos. O que se perde quando morremos? A resposta é: nada. O conhecimento que obtemos e as habilidades que desenvolvemos permanecem no interlúdio pós-morte e desabrocham em vidas futuras com poder aumentado. Platão fez referência a isso ao dizer que todo conhecimento e sabedoria são memórias de existências prévias. À medida que essa sabedoria se desenvolve no presente, novas possibilidades são moldadas para expressar as características e necessidades de nossas condições internas e externas.

Shakespeare dizia a mesma coisa ao afirmar que um ator representa muitos papéis durante sua vida, identificando-se com eles. Assim como o ator sabe que está desempenhando papéis, nosso eu permanente também sabe, embora possa ser incapaz de transmitir esse conhecimento à 'máscara' ou personalidade temporária. (...)'

(Eloise Hart - Os mistérios da reencarnação - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 30)

domingo, 2 de julho de 2017

DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL

"O estudo do karma e da reencarnação ajuda a compreender que nossos problemas e os do mundo foram criados por nós mesmos, e só podem ser resolvidos por nós. Imersos em nossos problemas, estamos imersos também em suas soluções. Quando o indivíduo se esforça para se responsabilizar por sua vida, percebe cada vez mais as consequências de suas ações e sente-se impelido a transformar o que é egoísta em algo útil para o bem geral.

A mudança é intrínseca à vida: nada está parado. Nós mudamos de aparência, personalidade, perspectiva, tamanho, forma. Após a morte as mudanças continuam: quando retornamos, nossa alma estará transformada pela integração das experiências de vida e aspirações espirituais.

Muitos de nossos problemas atuais são consequências kármicas de encontros que deixamos pendentes na vida anterior. Mas, graças à bênção do esquecimento, estamos livres de envolvimentos emocionais e melhor equipados para resolver esses distúrbios.

Alguns têm medo de voltar como outra pessoa. Isso não é possível. Somos nós mesmos, eternamente. Quando uma alma reencarna e retorna à Terra, é atraída por familiares com traços semelhantes. O embrião retira do reservatório de genes de seus pais qualidades inerentemente suas, que pareçam ou não similares às de um membro da família. Por causa disso, em nossa próxima vida seremos muito semelhantes ao que somos hoje, porém enriquecidos pelas lições que agora estamos aprendendo.

Revigorados por nossas experiências pós-morte, retornaremos prontos e capazes de tocar adiante aquilo que deixamos inacabado e enfrentar os desafios que nos ajudarão a desabrochar nosso potencial espiritual. No epitáfio de Benjamin Franklin isso foi expresso de maneira clara: 'O Corpo de B. Franklin/como a capa de um velho livro/seu conteúdo arrancado/e despojado de suas inscrições e decoração/aqui jaz/alimento para os vermes/mas a obra não se perderá/pois, como acreditava/aparecerá mais uma vez/revisada e corrigida/pelo autor.'"

(Eloise Hart - Os mistérios da reencarnação - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 29)