OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

ACEITA AS COISAS COMO SÃO

"(3:33) Mesmo o sábio age em consonância com os ditames de sua própria natureza. Todos os seres vivos obedecem às prescrições da Natureza. De que valeria a mera supressão?

Krishna ofereceu ao mundo, por meio do Bhagavad Gita, não apenas as verdades supremas, expressas de maneira abrangente e pormenorizada, mas um ensinamento de extremo bom senso. A trigésima terceira estrofe é um belo exemplo da sensatez de suas lições. O Senhor diz a Arjuna: 'Aceita as coisas como são.' A história - e talvez a história da religião, em especial - está repleta de figuras que tentam convencer os outros a serem diferentes do que sempre foram. Moveram-se guerras, infligiram-se perseguições, atiçaram-se motins para obrigar povos inteiros a pensar e agir como alguém julgava que devessem agir e pensar. Krishna, nessa passagem, diz com muita propriedade: 'Aceita o que é, não o que supunhas dever ser.'

Todo sofrimento humano prende-se à ideia simplória de que as coisas devem ser diferentes do que são. Mesmo uma dor física intensa pode ser transcendida quando a aceitamos pelo que é. Tente isto: primeiro, reconheça com serenidade sua existência. Depois, concentre-se no núcleo dessa dor. Por fim, deixe-a ir, pura e simplesmente! Verá que, aceitando-a sem restrições, ganha forças para liberá-la.

Não dê aos outros licença para lhe prescreverem o que, aos olhos deles, você deve ser. Por outro lado, nunca dispense arrogantemente os seus conselhos, embora permaneça sempre fiel à sua própria natureza. Você nunca se transformará por supressão. A mudança verdadeira só se obtém por transcendência. Se há em você uma qualidade que não goste, procure elevar a consciência a um nível superior. Se achar que de modo algum conseguirá ignorar uma dor, procure então chegar ao âmago dessa dor. Ao fazer isso mentalmente, ofereça-a a Deus. Se praticar a sugestão com um vigoroso esforço de vontade, verá que poderá tornar-se, num instante, uma pessoa muitíssimo diferente."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 174)


quinta-feira, 30 de novembro de 2017

QUERER O DEVER (PARTE FINAL)

"(...) O ego só conhece prazer, e nada sabe de felicidade; mas o ego integrado no Eu sabe o que é felicidade.

No princípio, esta integração do ego no Eu é 'caminho estreito e porta apertada', é sofrimento e dolorosa renúncia; no fim, é 'jugo suave e peso leve', é suprema felicidade.

O homem integral quer jubilosamente o que deve. O homem integral principia o seu itinerário evolutivo com sofrimento doloroso, mas termina-o com sofrimento glorioso; o seu céu sofrido culmina em céu gozado.

Quando a horizontal do querer é cortada pela vertical do dever, então ocorre um cruzamento, uma crucificação, que pode ser representada pela cruz telúrica, símbolo do sofrimento mas, quando esta cruz presa à terra se desprender totalmente do seu calvário e flutuar livremente nas alturas do Tabor, como cruz cósmica, então o homem completou a sua realização existencial, querendo o seu dever, essencializando a sua existência.

Enquanto o querer do ego está em conflito com o dever do Eu, o homem é infeliz, e tenta sufocar a sua infelicidade com toda a espécie de prazeres e paliativos. Quando então a consciência atormentada se cala por algum tempo, narcotizada pelo prazer, o homem se julga ilusoriamente feliz, porque goza na sua periferia; mas, em breve, o seu centro profundo torna a bradar por uma felicidade verdadeira, porque nenhum prazer periférico pode substituir a felicidade central. E o homem chega ao ponto de se sentir existencialmente frustrado, porque não atingiu a sua realização existencial. A agulha magnética da sua consciência continua, porém, a apontar invariavelmente para o norte da verdade da sua natureza humana, por mais que o homem vire e revire a bússola da sua egoidade.

Em última análise, a verdadeira natureza do homem não é falsificável definitivamente, porque ela é a anima naturaliter christiana." 

(Huberto Rohdem - O Homem, sua Natureza, sua Origem e sua Evolução - p. 73/74)

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

QUERER O DEVER (1ª PARTE)

"Freud, Jung, Einstein, Frankl e outros pensadores modernos perguntam: 'que é o sentido da vida? A sua última razão de ser'?

Freud declara que é o prazer, cuja expressão máxima está na libido. Outros, porém, já compreenderam que o sentido da vida está no valor realizado pela obediência ao dever.

O querer ou prazer é do ego e depende das circunstâncias, ao passo que o dever é do Eu e é creado pela substância interna. O homem é objeto das circunstâncias, mas é sujeito ou autor da sua própria substância. O querer nos acontece, o dever é obra nossa. Querer é prazer, dever é felicidade. Eu sou objeto de um prazer, mas sou sujeito da minha felicidade. Eu tenho prazer, eu sou a felicidade.

Há quase sempre um conflito entre querer e dever, porque o homem não harmonizou ainda o seu ego externo com o seu Eu interno. Nem é possível esta harmonização, porque 'o ego é o pior inimigo do Eu', como diz a sabedoria milenar da Bhagavad Gita. Jamais o ego fará um tratado de paz com o Eu. Felizmente, porém, 'o Eu é o melhor amigo do ego' e pode fazer um tratado de paz com ele, harmonizando o ego com o Eu, o querer com o dever. E é precisamente nesta harmonização do querer do ego com o dever do Eu que consiste a verdadeira felicidade, que é o sentido da vida, a razão-de-ser da existência, a realização existencial do homem.

Mas esta harmonização do ego com o Eu só é possível no caso que o Eu realize a sua plenitude até que esta transborde beneficamente para o ego.

Este transbordamento da plenitude do Eu rumo ao ego torna possível que o querer do ego queira o dever do Eu – o que é perfeita felicidade. (...)"

(Huberto Rohdem - O Homem, sua Natureza, sua Origem e sua Evolução - p. 73)

terça-feira, 28 de novembro de 2017

AMA AO TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO

"Jesus lançou essa exortação em oito palavras ao mundo como se fosse uma bomba. Lembro-me da primeira vez que descobri uma de suas implicações: que, para amar a meu próximo, devo antes de tudo amar a mim mesmo. Notemos isto: quando nos ensinou a amar, Jesus quis dizer que o amor é uma qualidade interior, a qual alimentamos dentro do nosso coração para em seguida deixar fluir em direção aos que nos cercam. Se tentamos amar ao nosso semelhante, mas deixamos de fomentar o amor por nosso  próprio eu, estamos perdidos. O primeiro passo no aprendizado do amor consiste em estabelecer uma conexão íntima entre o nosso coração e a fonte absoluta do amor. 

A solução final e muito simples da polaridade egoísmo/desprendimento encontra-se na injunção de Jesus para amarmos nossos semelhantes tanto quanto amamos a nós mesmos. Ele não disse 'Ama ao teu próximo mais que a ti mesmo' porque sabia que isso é impossível. Quando, pois, não há amor em nosso coração, não há amor para darmos ao semelhante. Mas se aumentarmos o fluxo desse amor, aumentaremos o fluxo de amor disponível para fluir em direção ao próximo. A despeito de diversas críticas que consideram a prática meditativa inerentemente egoísta, não podemos fugir ao fato de que, para amar aos que nos cercam, nossa primeira responsabilidade cifra-se em voltarmo-nos para dentro de nós mesmos e tornarmo-nos mais amorosos com relação ao nosso próprio ser.

Na meditação tal qual a estamos aprendendo, reservamos um tempo diariamente para contemplar nossos pensamentos, avaliar até que ponto os negativos geram emoções negativas... e, nesse ato, optar por não nutrir ideias capazes de nos magoar.

Somos criaturas que gravitam rumo ao prazer e evitam a dor. Quando percebemos que certas ruminações críticas causam-nos sofrimento grave e duradouro, afastamo-nos delas. Esse é o poder de cura da meditação. Ao vislumbrar com clareza a verdade, nós mudamos. Ao conhecer a verdade de nossos hábitos mentalmente danosos, nós nos livramos deles."

(John Selby - Sete Mestres, Um Caminho - Ed. Pensamento, São Paulo, 2004 - p. 117/118)


segunda-feira, 27 de novembro de 2017

AMOR PELA HUMANIDADE (PARTE FINAL)


"(...) Não temos conhecimento de nossos poderes. A mente é potencialmente capaz de habilidades incríveis. No futuro distante, a mente usará a imaginação para moldar formas conscientes, e saberá disso. Quando pensarmos numa casa, outra pessoa verá como ela se parece. Isso pode ser acelerado atualmente com a prática correta. Assim que compreendermos isso, poderemos ajudar qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo exatamente agora, fazendo uso de pensamento ou de sentimento, ou de ambos conjuntamente. Conforme afirmou Blavatsky, 'a pessoa pode estar na prisão e ainda ser um trabalhador pela causa'.

Existem, no entanto, alguns passos primários que precisam ser entendidos. O primeiro é que 'o que quer que venha a nós teve origem em nós'. Logo que isso é compreendido em profundidade, requerendo contemplação e possivelmente algum estudo para verdadeiramente apreender, podemos parar de buscar do lado de fora as respostas para nossos problemas, e começar a buscar internamente. Uma das ilusões da vida é pensar que nossos problemas provêm de outras pessoas, situações ou acontecimentos, embora tenhamos posto em ação forças que, exatamente agora, estão repercutindo sobre nós. Logo que entendemos isso, percebemos não apenas que o problema é na verdade uma bênção, mas também uma resposta. Conseguir isso leva tempo, paciência e amor pelo nosso eu e pelo mundo no qual vivemos. Para encontrar esse tesouro perdido, devemos buscar no lugar certo.

Aprendemos a sentir, pensar e perceber: esse é o trabalho de uma vida, e também um trabalho ao qual retornaremos na próxima vida. O progresso que fazemos nesta vida retorna facilmente a nós na próxima, o que explica a criança prodígio e o gênio. Dizem que nascimento e morte são incidentes recorrentes numa vida infinita. A viagem da vida é aprender. Se não aprendemos, sofremos. Se aprendemos, há alegria e expansão de consciência.

Dito simplesmente, há uma evolução da consciência através da forma. A vida nos guia lentamente para a realização, e isso leva eras. Por meio do esforço autodeterminado, aceleramos nossa jornada e a suavizamos com amor e sabedoria, que é verdadeiramente o tesouro oculto, o tesouro que a natureza promove lentamente. Então, auxiliamos os seres humanos e a natureza, através de um imenso amor pela humanidade como um todo, pois ela é a grande órfã, a única deserdada sobre a Terra, e é dever de cada pessoa fazer alguma coisa, por menor que seja, pelo seu bem-estar."

(Barry Bowden - Sabedoria: o tesouro oculto - Revista Sophia, Ano 13, nº 58 - p. 42/43)
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