OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 5 de março de 2020

O PERCEBIMENTO DO PURO ÃTMAN

Resultado de imagem para ÃTMAN"397 - Enquanto um homem está apegado à sua forma cadavérica (corpo físico), ele é impuro devido aos seus inimigos¹⁰⁵ e há o sofrimento associado com o nascimento, morte e doença. É somente quando ele percebe o puro Ãtman, que é bem-aventurança e que é imóvel, que ele se torna livre deles - assim declaram os Vedas

COMENTÁRIO - O percebimento do puro Ãtman é a chave da libertação, do caminho que permite afastarmo-nos de todos os desejos e apegos. Os Vedas, os mais antigos textos sagrados do mundo, afirmam isso. E esta afirmação procede do testemunho dos Rishis, das almas santas, que a tramitiram aos homens, dando esperança aos escravos de um dia sairem da prisão.

¹⁰⁵ Os inimigos são as paixões: luxúria, raiva, ganância, engano, orgulho e crime. 

(Sankara - Viveka-Chudamani e Joia Suprema da Sabedoria - Comentários de Murilo N. de Azevedo - Ed. Teosífica, Brasília, 2011 - p. 150)


terça-feira, 3 de março de 2020

A RELAÇÃO ENTRE HOMENS E ANIMAIS (PARTE FINAL)

"(...) O homem por mais evoluído ou primitivo que seja, possui um corpo astral, um corpo mental e um corpo causal, com o espírito protegendo e vivificando tudo. Mas o animal possui um corpo astral, uma nuvem vaga representando um corpo mental embrionário e o espírito protetor; o corpo causal, aquilo que torna possível o 'eu' autoconsciente, está ausente. Aqui reside a diferença entre o homem e o animal, entre o mais nobre animal e o mais brutal ser humano.

Quando um animal se torna intensamente devotado a um ser humano, e se apega a esse humano com fidelidade apaixonada, a atividade da inteligência humana estimula o despertar da inteligência do animal e acelera o desabrochar de suas potencialidades. Finalmente, um lampejo, como uma centelha elétrica, salta sobre o abismo entre o espírito que cuida e a mente embrionária; uma ponte de luz se estende sobre o abismo, e uma alma individual nasce. Daí em diante aquele animal se separa de sua espécie, tendo completado o limite da evolução animal. Sua morte será seguida de um grande período de repouso e crescimento interior, e, após um longo tempo ele nascerá como ser humano, para começar outro longo curso de evolução.

Esses caso são, na verdade, raras exceções, mas todos os animais estão trilhando o caminho que leva à individualização espiritual, e seu progresso é acelerado ou retardado pelos seres humanos com os quais entram em contato. O cão, o gato e o cavalo são três espécies capazes de obter maior proveito da associação com o homem, e seu progresso no reino animal pode ser muito acelerado pelo treinamento sábio, firme e compassivo oferecido por seus irmãos mais velhos, os homens. Mesmo se não alcançarem o ponto de individualização, podem ser levados até muito perto dele; um elo se forma entre eles e o dono, elo que no futuro será uma fonte de benefícios e felicidade.

O homem deve aprender a se considerar o irmão mais velho do mundo animal e usar seus poderes para apoiar e auxiliar esses jovens companheiros, não para explorá-los e maltratá-los. Deve deixar de considerar que os animais existem para seu uso e conforto; deve tratá-los como irmãos mais novos na família divina, sabendo que para esses seres ele é o representante do divino, a quem deve responder pela responsabilidade colocada em suas mãos."

(Annie Besant - A relação entre homens e animais - Revista Sophia, Ano 11, nº 42 - p. 23)
www.revistasophia.com.br


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

A RELAÇÃO ENTRE HOMENS E ANIMAIS (1ª PARTE)

"A relação do homem com os animais é compreendida de maneira bastante incompleta, principalmente porque os animais normalmente são considerados seres 'sem alma', e por isso separados do homem por um abismo insuperável. Mesmo entre os que evitam cometer crueldades há uma ideia generalizada de que os animais são meros acessórios para o homem - 'Deus fez os animais para uso do homem', como muitas vezes se diz. Essa postura de considerar o animal somente à luz de sua utilidade faz com que as pessoas considerem sem sentido questões como o bem-estar e a evolução dos animais.

Mas tudo isso muda se eles forem vistos como criaturas em evolução - se o animal, tal como o homem, tiver uma 'alma'. Nos animais encontramos afeto fraternal, capacidade de amar, medo da dor, uma inteligência que está despertando, e em alguns vemos grande coragem, resignação, fidelidade e devoção ao dono. Por maiores que sejam as diferenças entre essas qualidades e as suas correspondente no homem, elas são diferenças em grau, não em espécie; é possível encontrar um melhor caráter moral num cachorro domesticado do que em alguns seres humanos.

Um cão valente, amoroso, fiel até a morte, merece mais a imortalidade espiritual do que um criminoso sanguinário e cruel. Contudo, a ortodoxia religiosa comum condena aquele à extinção e concede a este a imortalidade. É verdade que existe uma diferença importante entre o animal e o homem; ambos são vivificados por um espírito imortal, cujos poderes são desenvolvidos e ativos em maior ou menor grau, mas a ponte entre o espírito imortal e um corpo que perece, aquilo que às vezes é chamado de 'alma', o 'eu' inteligente, autoconsciente, está presente no homem, mesmo num homem brutal e normalmente está ausente no animal. 

Vejamos um rebanho de ovelhas, uma manada de bois, ou qualquer outro grupo de animais semelhantes, selvagens ou domesticados; observa-se entre eles características semelhantes de pensamento, sentimento e ação. São em grande parte guiados por instintos que compartilham, e comparativamente pouco guiados pelo raciocínio individual. É como se houvesse uma 'alma de grupo' guiando a todos.

Mas quando um animal entre em estreito contato com o homem - um animal como o gato ou o cão - uma mudança gradual torna-se visível ao observador criterioso. Se o animal for uma espécie apropriada, e se for fortemente devotado ao dono, gradualmente começará a demonstrar sinais de individualidade; desenvolverá preferências, seguirá caminhos próprios, manifestará crescente capacidade de raciocínio. (...)"

(Annie Besant - A relação entre homens e animais - Revista Sophia, Ano 11, nº 42 - p. 23)


terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

A TENACIDADE DOS HÁBITOS

Resultado de imagem para A TENACIDADE DOS HÁBITOS~"Posso dar uma ordem à minha mente e logo ela reagirá ou se comportará conforme o ordenado. A maioria das pessoas que decide parar de fumar ou de comer muitos doces continua a fazê-lo a despeito da decisão tomada. Elas não mudam porque têm a mente impregnada dos hábitos de pensamento, como um papel mata-borrão. Ter um hábito significa que a mente acredita que não pode se livrar de determinado pensamento.

Os hábitos são realmente tenazes. Depois que você age de determinada maneira, isso causa um efeito ou impressão na consciência. Como resultado desta influência, a probabilidade é que você repita a ação. Depois de várias repetições, a inclinação se fortaleceu de tal maneira que a ação se torna um hábito. Em algumas pessoas, basta um só ato para formar o hábito em razão de uma predisposição latente oriunda de vidas passadas. Talvez a mente lhe diga que você não vai conseguir se livrar de determinado hábito; mas os hábitos nada mais são do que repetições de seus próprios pensamentos, e estes você tem a capacidade de mudar.

É possível compreender a natureza de um hábito com a seguinte analogia: a argila pode ser moldada na forma de um vaso; enquanto a argila está mole, é fácil de mudar a forma do vaso quantas vezes se quiser. Entretanto, depois que o vaso vai para o forno, sua forma fica firmemente estabelecida. O mesmo ocorre com a consciência. Os pensamentos moldam os atos, e as convicções mentais derivadas da repetição dos atos são o fogo que solidifica os pensamentos em padrões inflexíveis.

Por que o rosto de cada pessoa é diferente? Porque cada mente é diferente. Os padrões habituais de pensamento moldam não apenas a mente, mas também o corpo. Você provavelmente já reparou que algumas pessoas magras podem fazer cinco refeições por dia sem engordar. E que algumas pessoas obesas comem pouquíssimo e mesmo assim ganham peso. Por quê? As primeiras, em alguma vida passada, estabeleceram na consciência o pensamento de que eram magras, trazendo esse pensamento e tendência para a vida presente independentemente do que façam, nunca ficam gordas. O mesmo ocorre com as pessoas obesas. Em vidas passadas, elas saíram deste mundo com a consciência de serem gordas e trouxeram a semente desse pensamento para a existência atual. A fisiologia do corpo responde às tendências cármicas. Se você quer mudar sua compleição física, tem de dizer: 'Sou eu quem construiu o pensamento de ser magro (ou gordo, ou doente). Agora quero ser robusto (ou o que você desejar).' Se você se livrar do pensamento que o tornou uma pessoa diferente de quem deseja ser, verá que o corpo mudará. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 19/20


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

ENTENDENDO O SOFRIMENTO

Resultado de imagem para ENTENDENDO O SOFRIMENTO"Por que somos insensíveis ao sofrimento do outro? Por que somos indiferentes ao trabalhador braçal que carrega algo pesado, à mulher que carrega um bebê? Por que somos tão insensíveis? Para entender isso, precisamos entender por que o sofrimento nos torna entorpecidos. Certamente, é o sofrimento que nos torna insensíveis. Porque é por não entender o sofrimento que nos tornamos indiferentes a ele. Se eu entendesse o sofrimento, então me tornaria sensível a ele, estaria alerta para tudo, não apenas para mim mesmo, mas para as pessoas à minha volta - meu cônjuge, meus filhos, um animal, um mendigo. Mas não queremos entender o sofrimento, e essa fuga nos torna entorpecidos, e, consequentemente, insensíveis. A questão é que esse sofrimento, quando não entendido, entorpece a mente e o coração. Não entendemos o sofrimento porque queremos fugir dele, por meio do guru, de um salvador, de mantras, de reencarnação, das ideias, da bebida e de qualquer outro tipo de vício - tudo para fugir do que existe...

O entendimento do sofrimento não está na descoberta da sua causa. Qualquer homem pode conhecer a causa do sofrimento - pode ser sua própria negligência, sua estupidez, sua limitação, sua brutalidade etc. Mas, se eu olhar para o sofrimento sem querer uma resposta, o que acontece? Como não estou fugindo, começo a entender o sofrimento. Minha mente está vivamente alerta, aguçada, o que significa que eu me torno sensível. Desse modo, me torno consciente do sofrimento das outras pessoas."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 220)