OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

O PODER DE ESCOLHER

"Uma escolha sugere uma consciência, um alto grau de consciência. Sem ela, não há escolha. A escolha começa no instante em que nos desidentificamos da mente e de seus padrões condicionados, o instante em que nos tornamos presentes.  

Até alcançar este ponto, você está inconsciente, espiritualmente falando. Significa que você foi obrigado a pensar, sentir e agir de determinadas maneiras, de acordo com o condicionamento da sua mente.

Ninguém escolhe o problema, a briga, o sofrimento. Ninguém escolhe a doença. Eles acontecem porque não existe presença suficiente para dissolver o passado, ou luz suficiente para dispersar a escuridão. Você não está aqui por inteiro. Você ainda não acordou. Nesse meio tempo, a mente condicionada está governando a sua vida. 

Do mesmo modo, se você é uma das inúmeras pessoas que têm assuntos mal resolvidos com os pais, se ainda guarda, ressentimentos por alguma coisa que eles fizeram ou deixaram de fazer, então você ainda acredita que eles tiveram uma escolha e poderiam ter agido diferentemente. Sempre parece que as pessoas fizeram uma escolha, mas isso é ilusão. Enquanto a sua mente, com os seus padrões de condicionamento, dirigir a sua vida, enquanto você for a sua mente, que escolhas você tem? Nenhuma. Você não está nem ligando. O estado identificado com a mente é altamente defeituoso. É uma forma de insanidade. 

Quase todas as pessoas estão sofrendo dessa doença em vários graus. No momento em que você perceber isso, não haverá mais ressentimento. Como você pode se ressentir com a doença de alguém? A única resposta adequada é compaixão. 

Se você é governado pela mente, embora não tenha escolha, vai sofrer as consequências da sua inconsciência e criar mais sofrimento. Você vai carregar o fardo do medo, das disputas, dos problemas e do sofrimento. Até que o sofrimento force você, no final, a sair do seu estado de insconsciência."

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2016 - p.132/133)


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

A CONVERSAÇÃO

"É de todo conveniente lembrar que a conversação deve primar pela veracidade. A exatidão na conversa é qualidade que raramente se mostra nos dias atuais, e lamentavelmente é comum o exagero descuidado. A tal ponto muita gente incorre nessa falta que as palavras chegam a perder toda a significação; é comum dizer-se 'terrivelmente' quando se quer dizer 'muito', ou descrever-se alguma coisa como 'gozado' quando se está tentando exprimir a ideia de que agrada e diverte. 

O ocultista não se deve levar pelo costume nesta matéria, sendo antes meticulosamente exato em tudo o que diz. Há pessoas que consideram a coisa mais natural contar uma falsidade por meio do que chamam uma 'piada', a fim de enganar alguém e depois rir de sua credulidade – uma credulidade da qual a vítima seguramente não é culpada se acreditou simplesmente que o narrador fosse suficientemente sincero e cavalheiro para falar a verdade! Necessito duramente dizer que tal coisa é absolutamente inadmissível. Em circunstância alguma pode existir algo divertido em se contar uma mentira ou iludir o próximo. Tão perversa será a palavra quanto a ação, e não há fins que justifiquem uma ou outra. 

O sábio não discute. Todo ser humano é dotado de certa quantidade de força, cabendo-lhe a responsabilidade por usá-la com o máximo de proveito possível. Uma das maneiras fúteis de a desperdiçar é gastá-la em discutir. Por vezes, algumas pessoas vêm a mim pretendendo questionar Teosofia: eu invariavelmente me eximo. Conto-lhes que estou de posse de certas informações que lhes poderei oferecer a respeito do que eu próprio tenho visto e experimentado. Se esse testemunho lhes for de valia, serão mais que bem-vindos, e terei satisfação em pô-lo ao seu dispor, tal como o tenho feito repetidas vezes neste e em outros livros. Mas não me sobeja tempo para discutir o assunto com pessoas que não acreditam em mim. Cabe-lhes todo o direito à sua própria opinião, e têm plena liberdade de crer ou não crer naquilo que elegerem. Não discuto com os que não podem aceitar o meu testemunho; mas também não tenho tempo a perder com eles, porque o meu tempo pode ser muito mais útil aos que se acham preparados para aceitar a mensagem que tenho a dar. 

A Whistler atribui-se o haver uma vez observado durante conversação sobre arte: 'Não estou discutindo convosco; estou expondo-vos fatos'. Parece-me que é a posição mais avisada para o teósofo. Vimos estudando certas coisas; até onde temos ido, sabemos que são verdadeiras, e desejamos explicá-las; se os outros estão ou não preparados para aceitá-las, é assunto que lhes diz exclusivamente respeito, e fazemos votos por que tenham bom resultado na linha de investigação que desejam seguir. A discussão conduz frequentemente a sentimentos inflamados e até mesmo de hostilidade – o que deve a todo custo evitar-se. Quando se fizer necessário discutir algum assunto, com vistas a decidir sobre um modo de proceder, que se faça sempre com serenidade e lhaneza; deixemos a cada um expor seu próprio caso deliberada e cortesmente, e ouçamos com polidez e deferência as opiniões alheias."

(C. W. Leadbeater - O Lado Oculto das Coisas - Ed. Teosófica, Brasília -  p. 276/276)


terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

UMA EXPERIÊNCIA PRÁTICA EM RELIGIÃO

"Pratique religião todos os dias de sua vida. Aos domingos, você aprende a lei divina do perdão: se for golpeado na face esquerda, deve oferecer também a face direita. Mas você pratica isso na vida diária? Ou acha que é bobagem? Experimente. Quando você revida dando um tapa na outra pessoa, sente-se muito mal; é uma ação tão má quanto a do agressor. Raiva e amargura afetam não só a mente, como também o corpo físico. Você sente intenso calor no cérebro, o que desiquilibra o sistema nervoso. Por que se deixar contagiar pelo ódio de quem o golpeou? Por que perturbar sua paz mental? É melhor poder dizer: 'Estou feliz comigo mesmo porque, apesar de seu gesto violento, não lhe fiz nenhum mal e lhe desejo o bem'. Embora seja mais fácil pagar a bofetada com outra, lembre que os efeitos colaterais dessa reação - perda da paz de espírito e distúrbios fisiológicos - não valem a momentânea satisfação de vingança. Quando você evita a retaliação, descobre que também consegue acalmar o inimigo, ao passo que, se devolver o golpe, só exaltará mais os ânimos.

Portanto, estar no comando das emoções é importante para a felicidade. Deste modo, ninguém poderá deixá-lo zangado nem tirá-lo do sério. Nesse estado de consciência, ninguém consegue desafiá-lo. Você está seguro. Já fez experiências com seus pensamentos e conhece o tesouro de paz que existe em seu interior." 

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship, 2013 - p. 40/41
www.omnisciencia.com.br/livros-yogananda/romance-com-deus.html


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

MORTE

"O nosso nascimento também dá origem aos sofrimentos da morte. Se, durante a nossa vida, tivermos trabalhado arduamente para adquirir posses, e se tivermos nos tornado muito apegados a elas, experienciaremos grande sofrimento na hora da morte, pensando: 'Agora, tenho de deixar todas as minhas preciosas posses para trás'. Mesmo agora, achamos difícil emprestar algum dos nossos mais preciosos bens, quanto mais dá-lo! Não é de surpreender que fiquemos tão infelizes quando nos damos conta de que, nas mãos da morte, temos de abandonar tudo. 

Quando morremos, temos de nos separar até mesmo dos nossos amigos mais próximos.Temos de deixar nosso companheiro ainda que tenhamos estado juntos durante anos, sem passar sequer um dia separados. Se formos muito apegados aos nossos amigos, experienciaremos grande sofrimento na hora da morte, mas tudo o que poderemos fazer será segurar suas mãos. Não seremos capazes de parar o processo da morte, mesmo se eles implorarem para que não morramos. Geralmente, quando somos muito apegados a alguém, sentimos ciúme caso ele (ou ela) nos deixe sozinhos e passe o seu tempo com outra pessoa; mas, quando morrermos, teremos de deixar nossos amigos com os outros para sempre. Teremos de deixar todos, incluindo nossa família e todas as pessoas que nos ajudaram nesta vida. 

Quando morrermos, este corpo que temos apreciado e cuidado de tantas e variadas maneiras terá de ser deixado para trás. Ele irá se tornar insensível como uma pedra e será sepultado sob a terra ou cremado. Se não tivermos a proteção interior da experiência espiritual, na hora da morte experienciaremos medo e angústia, assim como dor física. 

Quando a nossa consciência deixar nosso corpo na hora da morte, todas as potencialidades que acumulamos em nossa mente, por meio das ações virtuosas e não virtuosas que fizemos, irão conosco. Não poderemos levar nada deste mundo além disso. Todas as outras coisas irão nos decepcionar. A morte interrompe todas as nossas atividades – as nossas conversas, a nossa refeição, o nosso encontro com amigos, o nosso sono. Tudo chega ao fim no dia da nossa morte e temos de deixar todas as coisas para trás, até mesmo os anéis em nossos dedos. No Tibete, os mendigos carregam consigo um bastão para se defenderem dos cachorros. Para compreender a completa privação provocada pela morte devemos lembrar de que, na hora da morte, os mendigos têm de deixar até esse velho bastão, a mais insignificante das posses humanas. Ao redor do mundo, podemos ver que os nomes esculpidos em pedra são a única posse dos mortos."

(Geshe Kelsang Gyatso - Budismo Moderno - Ed. Tharpa Brasil, 3ª edição, 2015 - p. 53/54)


terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

O QUE A NOSSA MORTE SIGNIFICA?

"A nossa morte é a separação permanente entre o nosso corpo e a nossa mente. Podemos experienciar muitas separações temporárias do nosso corpo e mente, mas elas não são a nossa morte. Por exemplo, quando aqueles que concluíram seu treino na prática conhecida como 'transferência de consciência' entram em meditação, a mente deles se separa do corpo. O corpo desses meditadores permanece onde estão meditando, mas a mente vai para uma Terra Pura e, então, retorna para o corpo deles. À noite, durante os sonhos, nosso corpo permanece na cama, mas a nossa mente vai para diversos lugares do mundo do sonho e, então, retorna para o nosso corpo. Essas separações de nosso corpo e mente não são a nossa morte, porque essas separações são apenas temporárias. 

Na morte, nossa mente separa-se permanentemente do nosso corpo. O nosso corpo permanece no local de sua vida, mas a nossa mente vai para os diversos lugares das nossas vidas futuras, como um pássaro deixando um ninho e voando para outro. Isso mostra claramente a existência das nossas incontáveis vidas futuras e que a natureza e a função do nosso corpo e da nossa mente são muito diferentes. Nosso corpo é uma forma visual que possui cor e formato, mas nossa mente é um continuum sem forma que sempre carece de cor e formato. A natureza da nossa mente é um vazio semelhante ao espaço, e ela atua percebendo ou entendendo objetos – essa é a sua função. Por meio disso, podemos compreender que o nosso cérebro não é a nossa mente. O cérebro é simplesmente uma parte do nosso corpo que, por exemplo, pode ser fotografado, ao passo que não podemos fazer o mesmo com a nossa mente. 

Podemos não ficar felizes ao ouvir sobre a nossa morte, mas contemplar e meditar sobre a morte é muito importante para a efetividade da nossa prática de Dharma. O motivo é que contemplar e meditar sobre a morte impede o principal obstáculo à nossa prática de Dharma – a preguiça do apego às coisas desta vida – e nos encoraja a praticar o puro Dharma agora. Se fizermos isso, realizaremos o verdadeiro sentido da vida humana antes da nossa morte." 

(Geshe Kelsang Gyatso - Budismo Moderno - Ed. Tharpa Brasil, 3ª edição, 2015 - p. 32/33