OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 8 de julho de 2021

CONHECIMENTO ESPIRITUAL

"H.P.B. diz que o conhecimento espiritual é inatingível por métodos intelectuais comuns, tais como autoanálise. Penso que temos aqui a chave para compreender alguma coisa que Krishnamurti diz. Ele fala frequentemente da atenção aos nossos processo de pensamento e sentimento, sem escolha e sem personalização. Esta observação absolutamente impessoal do eu pessoal pelo superior é uma forma elevada de Ioga. Lentamente todo o processo da mente e das emoções são observadas e compreendidas, camada após camada, desde a consciência superficial do dia-a-dia até o nível mais profundo da 'subconsciência.' Isto não é a autoanálise comum. O motivo é inteiramente diferente. Na autoanálise comum, o eu comum está julgando o eu comum, no ponto de vista de elogio ou condenação, lucro ou perda. A autoconscientização de Krishnamurti, sinto, é a compreensão de toda a vida até que a vida, Ela mesma, seja alcançada.  

Obter esse conhecimento é a maior das realizações, diz H.P.B., maior, muito maior e mais nobre do que as assim chamadas, 'artes ocultas.' 'Poucos há que a encontram,' disse o Senhor Cristo.

Assim o primeiro passo para encontrar o verdadeiro Eu é encarar nosso corpo como não sendo nós próprios, como a casa em que vivemos temporariamente, ou as roupas que vestimos, ou, como diz o Mestre K.H. em Aos Pés do Mestre, 'o cavalo em que montamos.' Este último é a melhor expressão de todas, pois nosso corpo é uma coisa viva com uma obscura vida elemental própria separada da nossa. Suponha que só pudéssemos ir a qualquer lugar cavalgando; então cuidaríamos desse cavalo, o trataríamos e o exercitaríamos devidamente. Assim também devemos tratar nossos corpos, que são valiosos, mas não identificar nossa consciência com eles. Um efeito indesejável dessa identificação comum, tremendamente próxima, é seu efeito sobre a radiação psíquica interpenetrante que, infalivelmente, segue o pensamento e o sentimento. Pensar que somos este corpo atrai a radiação da 'aura' e concentra demasiada matéria psíquica ou astral sob a periferia da pele, causando congestão psíquica e ligeira tensão nervosa. Muita gente tem radiação suficiente. 

O 'Caminho' é sempre o mesmo, a descoberta do verdadeiro homem interior. Tudo o mais deriva daí. Viveka é, assim, discernimento inteligente e percepção espiritual, e seu corolário, Vairagya, é a consequente firmeza diante dos 'pares dos opostos.' O objetivo de Viveka é aquilo que está na prece do Rei Salomão: 'Dai, portanto, ao vosso servo um coração compreensivo.' Quando começamos a compreender a nós mesmos e aos outros, sem elogio ou reprimenda, talvez comecemos a ouvir a doce voz que tanto desejamos ouvir. Através do pensamento, da aspiração, da meditação, da determinação, lentamente o mundo divino e suas qualidades começarão a tornar-se visíveis. Mas não há metáforas que possam descrever essa visão interior. Está além da imaginação humana, pois nunca a mente humana conheceu alguma coisa semelhante, sua beleza gloriosa, certeza e verdade.

'Não sou este corpo que pertence ao mundo das trevas; não sou os desejos que o afetam; não sou os pensamentos que enchem a minha mente; não sou a própria mente. Sou a Chama Divina em meu coração, eterna, imortal, invisível. Mais radiante que o sol, mais puro que a neve, mais sutil que o éter é o Ser, o espírito dentro do meu coração.'"

(Clara Codd - As Escolas de Mistérios - Ed. Teosófica, Brasília, 1998 - p. 183/185)


terça-feira, 6 de julho de 2021

A LIÇÃO DO SOFRIMENTO

"O Sofrimento nada mais é do que o outro lado do prazer.

Segundo Buda, a primeira das quatro grandes verdades é: 'a vida é sofrimento.' Esta afirmação nos ajuda a entender que a dor não é exclusividade nossa, mas parte da vida de todos. Por vezes aprendemos sobre ela da maneira mais dolorosa. Importante, porém, é não ficarmos passivos frente ao sofrimento e buscar a lição e o aprendizado que ele nos pode oferecer.

A morte é presença permanente na vida de todos nós. Quando acompanhamos o enterro de alguém de quem gostamos, levando tristeza no coração, convém nos lembrarmos de que quanto maior for o número de pessoas que amamos, mais ocasiões como essas iremos viver durante nossa vida. Se conquistarmos a felicidade de ter muitos amigos, muitas vezes iremos comparecer a um cemitério para deles nos despedirmos. Mas, por outro lado, muitas vezes participaremos de festas e comemorações e nascimentos e aniversários; e alegrias e tristezas, junto com as pessoas que amamos, são as maiores riquezas que podemos usufruir. O sofrimento nada mais é do que o outro lado do prazer.

Não ficar passivo frente ao sofrimento significa superar dores e aflições e ajudar os outros a também fazê-lo. Certamente o futuro ainda nos reservará festas e comemorações. Mas alguns acontecimentos estão acima de nosso entendimento. Devemos aceitar com serenidade o que não pode ser mudado e usar nossa energia para melhorar o que estiver ao nosso alcance. O tempo alivia o sofrimento."

(Luiz Alberto Py - Olhar Acima do Horizonte - Ed. Rocco Ltda., Rio de Janeiro, 2002 - p. 83/84)


quinta-feira, 1 de julho de 2021

DESCOBRE A DEUS DENTRO DE TI!

"Será esta a mais gloriosa aventura da tua vida: descobrir a Deus dentro de ti.

Vives na ilusão tradicional de que Deus habita no céu, palavra com que entendes infantilmente alguma região longínqua do universo, e que esse Deus deva ser procurado em longas e incertas odisséias centrífugas.

Disseram-te que em alguns lugares da nossa terra está Deus mais presente do que em outras - e por isto empreendeste árduas peregrinações e romarias a zonas distantes do globo terráqueo, a fim de te aproximares um pouco mais do Deus ausente.

Tão grande é a distância entre ti e Deus, disseram-te, que ninguém sabe se tem forças suficientes para chegar ao termo da jornada.

Mais ainda, essa jornada nem parece ser tarefa da vida presente, mas algum acontecimento post-mortem; Deus parece estar oculto por detrás do espesso véu de carne corpórea, como a efígie de Ísis por detrás do pesado véu do templo de Saís - uma vez destruído esse véu de carne e osso, Deus aparecerá visível, pensas tu...

Grande será a tua ilusão, meu pobre viajor! Maior que a do jovem do santuário da Saís, que levantou o misterioso véu para ver a divindade - e contemplou o vácuo...

Deus, é verdade, está em toda parte, mas tu só podes ter com ele um ponto de contato consciente no ponto de confluência entre a tua consciência individual e a Consciência Universal, lá onde o pequeno arroio da tua pernosalidade deságua no oceano imenso da Divindade, donde surgiu, fechando o vasto ciclo.

Pois, do Oceano divino vieste, qual tênue vapor, condensado, depois, em branca nuvem, que os ventos levaram por todas as latitudes e longitudes do mundo - até descer em forma de chuva benéfica - ou talvez de granizo destruidor? - sobre a vida terrestre, demandando o leito de um regato, de um rio, de uma torrente - e acabaste novamente no seio profundo do Pélago donde surgiras...

Depois que descobrires a Deus dentro de ti, é fácil descobri-lo por toda a parte - não projetando-o ficticiamente para dentro das coisas, mas descobrindo-o verazmente em todos os seres, onde ele está de fato; pois, do contrário, esses seres não teriam o ser, não seriam algos, mas nadas, uma vez que fora de 
Deus não há realidade autônoma, original, senão apenas pseudorrealidade heterônoma, derivada...

Descobre a Deus em ti - e te verás em Deus...

E em Deus verás teus semelhantes e o mundo inteiro..."

(Huberto Rohden - Imperativos da Vida - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 1983 - p. 79/80


terça-feira, 29 de junho de 2021

DEIXA DE SER BONECO DE ENGONÇOS!

"O mundo em derredor é um mundo de efeitos visíveis - cuja causa é invisível. Por detrás dessa vasta tela multicor de fenômenos transitórios atua a misteriosa causa incolor, o eterno e imutável Númeno - Deus.

O homem profano é constantemente impelido pelo mundo externo; não é ele que decide - é o mundo fenomenal que determina o que esse homem deve fazer ou deixar de fazer.

O homem profano é antes um objeto atuado do que um sujeito atuante.

É escravo dos seus sentimentos e pensamentos, que lhe tolhem a liberdade de ser ele mesmo, seu verdadeiro Eu divino.

Está à mercê das paixões do egoísmo, da cobiça, da sensualidade, do medo, do ódio, da aversão - vítima passiva de todos os impactos vindos da periferia da sua personalidade.

É um 'caniço agitado pelo vento' - e não um baluarte firmado em rochedos eternos.

Qual boneco de engonços manobrado por cordéis invisíveis, assim move o profano mãos e pés, mente e coração, ao sabor de agentes alheios.

O profano não se guia - é guiado.

Mas, quando o homem ultrapassa a fronteira do mundo fenomenal das aparências e entra na zona da grande realidade; quando, de vítima dos efeitos heterônomos, passa a ser senhor da causa autônoma, das creaturas ao Creador, das aparências à essência, do temporal ao eterno - então deixa de ser escravo das ilusões e se torna senhor da verdade.

'Conhecereis a verdade - e a verdade vos libertará'...

Abandona o movediço areal do mundo periférico e alicerça sua casa sobre o rochedo central da realidade divina.

Proclama a sua verdadeira liberdade - 'a gloriosa liberdade dos filhos de Deus'.

E das excelsas e sólidas alturas do seu Himalaia espiritual contempla esse homem, com jubilosa serenidade, todas as rampas e baixadas da vida humana e do mundo em derredor.

Não com o sobranceiro desdém do orgulhoso - mas com a humilde benevolência do sábio.

Que tudo compreende desconhece desprezo, orgulho e ódio - abrange todas as coisas com a potente suavidade e a suave potência de um amor universal.

No coração desse homem têm lar e querência segura todos os seres do universo de Deus.

Porque o iniciado sabe por experiência íntima que todos os filhos de Deus são seus irmãos e suas irmãs, membros da grande família do Pai celeste.

Verdade é liberdade.

Liberdade é compreensão.

Deixa, pois, meu amigo, de ser fantoche de compulsão externa - e torna-te senhor do impulso interno.

Senhor da tua vida.

Senhor do teu destino..."

(Huberto Rohden - Imperativos da Vida - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 1983 - p. 143/145)



 

quinta-feira, 24 de junho de 2021

AMIZADE

"A concórdia, a harmonia, a amizade e a paz são tesouros que não podemos perder.

Que faria você se uma rajada de vento lhe arrancasse das mãos um cheque de grande valor?

Sairia correndo atrás. Se ele enganchasse num galho de árvore, você subiria até lá para alcançá-lo, finalmente, faria todo o possível para reavê-lo. Não é?

É exatamente isto que temos que fazer quando uma discórdia, um desentendimento, uma desarmonia, um conflito nos atira contra um outro, e ameaça uma velha amizade, que tem se evidenciado preciosa.

Trate de conservar as boas amizades. Mantenha a concórdia. Quando o cheque de grande valor de uma amizade escapar, vá atrás, procure recompor as boas relações.

Para isto é que existe o pedir desculpas e propor reconciliação.

Mas se certifique de que é uma amizade preciosa

Meu amigo é Deus junto de mim."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1985 - p. 137/138)