OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 13 de maio de 2025

A BUSCA ESPIRITUAL


"A luta para saber quem eu sou, em verdade e espírito, é a busca espiritual. O movimento em mim mesmo da máscara para a face, da personalidade para a pessoa, do ator que representa para o Rei da câmara interna, é a jornada espiritual. Viver, trabalhar e sofrer nesta margem com fidelidade aos sussurros da outra margem é a vida espiritual. Manter a chama do anseio espiritual viva é estar radicalmente aberto ao presente e recusar acomodar-se em confortáveis dogmas religiosos, certezas filosóficas e sanções sociais.

Quem sou eu? Sou Judas, sou Jesus? Por medo, por desejo, traio a mim mesmo. Sou quem eu não sou. Cubro minha face com muitas máscaras e até mesmo torno-me máscaras. Estou demasiado ocupado representando quem eu penso ser para conhecer quem realmente sou. Tenho medo: posso ser nada mais do que eu pareço ser; pode não haver face alguma por detrás da máscara. Eu decoro e protejo minha máscara, preferindo algo fantasioso a um nada real.

Apego-me ao rebanho por conforto. Juntos nós tecemos variadas vestimentas para cobrir nossa nudez. Guardamos o segredo de nosso nada com uma agilidade ansiosa para que não sejamos descobertos. 

Ocasionalmente, ouço uma voz pronunciada em algum recesso escuro de mim mesmo. Algumas vezes é o suave soluçar de uma criança solitária. Em outros momentos, é o grito angustiado de uma consciência que testemunha. Ainda em outras ocasiões é a ordem retumbante de um rei. Quem é você? Pergunto. EU SOU.

O que estou perguntando quando pergunto 'Quem sou eu'? Que tipo de resposta seria aceitável? Será que quero um relatório de minhas relações genealógicas e sociais? Uma lista de minhas características raciais e biológicas? Um catálogo de meus traços psicológicos meus gostos e aversões, desejos e medos? Estas são todas as coisas que moldam a minha personalidade. Mas de quem é esta personalidade? Quem usa esta máscara? Em resposta a uma pequena batida à porta de minha consciência, pergunto 'Quem é?' Nenhuma designação - filho de Deus, Eu, Ãtman, Krishna - é suficiente. O que eu busco é ver a face daquele que chama.

'Quem sou eu?' não pede por uma enumeração de fatos científicos: expressa uma certa inquietude, um tatear e uma exploração. É o começo de um movimento em direção à luz, em direção a ver as coisas claramente, como um todo. É a recusa de permanecer no escuro - fragmentado e na superfície de mim mesmo. É um estado de busca de significado, amplidão e profundidade. É o desejo de despertar.

Logo traio este impulso e sou levado a dormir novamente por afagos confortantes e contos de fada. Eu durmo, sonhando com grandes aventuras e procurando os tesouros ocultos. Muitas jornadas, muitos picos e os leões guardando as passagens da montanha. Por um momento acordo, para descobrir-me prisioneiro do que sei e do que sou. Mesmo encontrando a porta de minha pequena prisão aberta, eu permaneço nela, com medo de partir, contando e recontando minhas posses e demonstrações de apreço.

Eu compartilho muitos muros com outros. Com vigor e imaginação colaboro com outros na construção dos castelos da ciência, arte, filosofia e religião, nos quais podemos descansar em segurança, esquecidos de nossa ignorância acerca de quem somos, por que estamos aqui e por que fazemos o que fazemos. A testemunha silenciosa dentro de mim pergunta: O que você busca? "

Ravi Ravindra, Sussurros da Outra Margem, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 1991, p. 25/27.
Imagem: Pinterest


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