OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 26 de junho de 2013

SARVA YOGA - O YOGA DE SATHYA SAI BABA (PARTE FINAL)

"Hoje, em todos os países, incontáveis pessoas, filiadas a diversas tradições religiosas (cristãos, hindus, muçulmanos, budistas, zoroastrianos, sikhis, jainas etc.), tornaram-se devotos e discípulos de Sathya Sai Baba, reverenciando-o como o Avatar de nosso tempo, principalmente por sua mensagem absolutamente universal e inclusivista, que todos podem praticar pertençam a esta ou aquela religião. Sai Baba é o protótipo do sábio hindu que está conosco para ajudar o cristão a unir-se ao Cristo, objeto de sua busca e adoração; o muçulmano a chegar a Allah; o judeu, a Jehovah; finalmente, ajudar qualquer devoto de Deus, sob uma determinado Forma e um Nome particular, a unir-se a Ele.

Em vista das citações acima pode-se, erroneamente, supor que a disciplina espiritual (sadhana) ensinada por Baba se limite aos cânticos e à repetição do santo Nome. O que Ele preceitua é uma moderna e sábia Sarva Yoga, tendo por meta transcendente tornar aquilo que agora, iludidamente, supomos ser, isto é, manava (o homem), nAquilo que, em realidade e essência, nós somos Madhava (Deus). Tal sadhana não poderia deixar de ser apropriado à presente yuga. É por isto que tem por base o amor/devoção (bhakti), principalmente através dos cânticos devocionais. Mas Sai Baba, considerando a existência de algumas poucas almas - que, embora vivendo nestes tempos de trevas densas (era de Kali), já venceram as ditas trevas, estando aptas, portanto, a se engajar na pesquisa da Verdade última (jnana), na meditação e na generosa prestação de serviços isentos de ego (karma) -, propõe um sadhana que é um perfeito Sarva Yoga, composto pela cooperação e mútua fecundação dos seguintes aspectos:

(a) O devocional, assegurado pelos bhajans (cânticos de louvor) e namasmarana (repetição do Nome e imaginação da Forma que o devoto escolheu para adorar).
(b) A prestação de serviço (seva) aos carentes, como oferenda a Deus, portanto, sem quaisquer interesses egocêntricos, que assegura a melhor prática de Karma Yoga.
(c) A busca da Verdade através do "inquérito" sobre o Ser, mediante Atma vichara, que consiste no repetido autoquestioamento "Quem sou eu?", "Quem sou eu?"... Recomenda também a reflexão sobre as "grandes afirmações" ou mahavakyas. Destas, aquelas que melhor contribuem para o progresso do aspirante, tomadas como objeto de reflexão e principalmente de meditação são: So ham (Eu sou o Ser); o OM; e o Gayatri.
(d) A educação da mente fica por conta de dhyana ou meditação. São dois os processos de meditar: a repetição de So ham, associando a pronúncia (mental) do So com a inspiração e a de ham com a expiração; e o processo chamado "meditação sobre a luz".
(e) A observância de certos procedimentos altamente reeducativos e espiritualizantes como:
- satsang ou a companhia de pessoas santas e sãs;
- "teto aos desejos" a fim de poupar tempo, energia, comida e dinheiro, para serem investidos na ajuda aos necessitados;
- nunca denunciar falhas e defeitos dos outros, mas cuidar das próprias;
- cultivar equanimidade;
- ser fiel à sua religião e jamais desvalorizar ou agredir a dos outros, amando e adorando Deus sob qualquer de seus Nomes e Formas;
- temer somente o pecado, mas amar Deus e cumprir os deveres cívicos...

Impossível dar uma síntese eloquente e fiem do caminho disciplinar ensinado por Baba visando à unificação da humanidade por intermédio da autoeducação dos "Valores Humanos", que são:

(1) sathya (verdade e veracidade);
(2) dharma (retidão, justiça, dever);
(3) santhi (paz interna e externa);
(4) prema (amor divino);
(5) ahimsa (não violência).   

Que o leitor, com estas modestas informações, possa refletir sobre qual deve ser seu caminho e como deve ser seu caminhar em Yoga, nunca esquecendo de rogar a Deus, seu Supremo Guru, que lhe dê discernimento bastante e o guie na conquista, na compreensão e no sadhana que o reconduzirá à Suprema Realidade."

(José Hermógenes - Iniciação do Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 144/146)


terça-feira, 25 de junho de 2013

DEUS SUPREMO ATRAI A ALMA INDIVIDUAL PARA SI MESMO (PARTE FINAL)

" (...) O Kokil, quando visto, é perseguido pelo crows (corvos) que o tentam ferir. Os homens bons são alvos da malignidade dos mesquinhos. São sempre alvos de malícia, inveja, calúnia e insulto dos fracos. Desde o berço até o fim da existência, Krishna teve de enfrentar obstáculos. Despeito pessoal, calúnia, insultos infundados e difamações O seguiram a cada passo. Os demônios, que não podiam tolerar a Luz e o Amor que, em torno, Ele irradiava, conspiravam, visando a denegrir seu Nome e impedir Sua Missão. Tentaram amarrá-lo para frustrar Seus planos e perverter Seus instrumentos. Mas a Verdade triunfou, e a falsidade tornou-se conhecida e execrável. A Verdade pode ser anuviada pela bruma da calúnia, mas só por algum tempo. Segura é sua Vitória. As forças do ódio serão vencidas por suas próprias infâmias; afundam em seus próprios abismos; suas ações engendram reações ruinosas para elas mesmas. Pessoas que não podem tolerar a Glória dos Avatares, em cada era, têm dado guarida a vis campanhas. Não emprestem seus ouvidos nem concedam suas mentes aos fornecedores de escândalos ou mentiras. Procurem ver a Verdade que se acha encoberta por todos os contos e lendas que deslustram o sagrado Nome. 

O inimigo delicia-se em insultar você, e é dito nos Purunas que, como consequência, ele alivia e suprime de sua conta os deméritos que você, errando no passado, teria de pagar com sofrimento.

Quanto mais precipitada e infamante a ofensa, mais rápidas e melhores são suas futuras perspectivas luminosas. O inimigo absorve os pecados e as consequências deles, que cairiam sobre você.

Alguns de vocês se sentem desprezados por Swami na hora em que algum desapontamento ou problema sobrevém. Deem boas-vindas a tais atropelos, porque eles podem tornar mais firme sua fé. Quando você quer pendurar um quadro sobre um prego fincado na parede, sacode o prego e constata se ele está firme bastante para aguentar o peso do quadro. Não é? Da mesma forma, o prego que é o Nome de Deus, fincado na parede que é o coração, tem de ser sacudido mediante uma ou duas adversidades."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 84/85)


SARVA YOGA - O YOGA DA YUGA (6ª PARTE)

" (...) No capítulo anterior, sobre o Tantra, está dito que para cada yuga (era) foi determinada uma forma apropriada de Yoga. Para nossa era (kali yuga), tão infernizada pela maldade e maculado por perversões e injustiças, tão exuberante em hipocrisia, irretidão e choques conflitivos, cantar ou recitar devota e persistentemente o santo Nome de Deus é o sadhana mais indicado, mais ao alcance de todos. Sai Baba, em um de seus discursos, afirma:
Os Avatares nas quatro yugas encarnaram para ensinar o que era apropriado a cada uma: dhyana (meditação) para a krita yuga; tapas (penitência) para a tetra yuga; upasana (adoração) para a dvapara yuga. O amor ao Senhor é comum a todas elas. (in Sanathana Sarathi, vol. 34) 
A sagrada escritura Shrimad Bhagavatam já afirmara há cinco mil anos:
...não obstante seja a kali yuga um oceano de erros, há ainda uma boa qualidade nela: pelo simples cantar Hare Krishna (o maha mantra), pode-se alcançar a libertação do cativeiro deste mundo material a ser elevado ao Reino Transcendente. (Canto 12, 3:51) 
Esta verdade é universal, tanto que todas as formas de religiosidade, nestes últimos séculos, já a intuíram e a seguem. Os rosários a serem passados entre os dedos enquanto os devotos repetem preces curtas, mantras, ou somente o Nome preferido, fazem parte de várias religiões. Os cânticos devocionais assumem aspectos particulares de acordo com a cultura, mas há séculos estão sendo entoados em templos, sinagogas, igrejas e também nas ruas. Os cânticos são entoados, seja pelas assembleias (samkirtans) de devotos ou individualmente. Um devoto Hare Krishna, por exemplo, deve, ao longo do dia, repetir 16 vezes o japa mala, com 108 contas, isto é, recitar o Maha Mantra (Hare Krishna, Hare Krishna...) 1.728 vezes, além de tomar parte nos canos congregacionais. Os devotos de Sai Baba devem constantemente praticar namasmarana, que é a repetição do Nome, qualquer Nome (Jesus, Jehovah, Allah, Vishnu, Sathya Sai...). Devem também associar-se aos cantos devocionais coletivos (bhajans) entoados em qualquer idioma em adoração a qualquer uma das muitas Formas de Deus. Ele estimula:
Cantem bhajans com fé, entusiasmo. Que toda a cidade reverbere com a devoção que vocês põem em cada Nome que cantam. O Nome promove o companheirismo e estabelece a concórdia, aplaca todas as tempestades e outorga paz. (Discurso em Bangalore, em 10/07/59)
Hoje estamos levando a termo os Cantos Devocionais Contínuos. Isto é feito não para o bem de um indivíduo, de uma nação ou comunidade. Faz-se pelo bem-estar de toda a humanidade. Os cantos devocionais saturam o éter, na forma de ondas que enchem a atmosfera inteira. Desta maneira, todo o ambiente se pacifica. Ao respirar nesta atmosfera imaculada, nossos corações também se limpam... Cantar o Nome do Senhor deve converter-se num exercício de compartir mutuamente a felicidade e a santidade... (Prashantihi Nilayam, em 08/11/66). (...)"
(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 143/144)
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segunda-feira, 24 de junho de 2013

DEUS SUPREMO ATRAI A ALMA INDIVIDUAL PARA SI MESMO (1ª PARTE)

"Paramatma atrai jivatma, isto é, Deus Supremo atrai a alma individual para Si mesmo. A afinidade entre eles é da natureza de ambos, pois um é o outro. São como o ferro e o imã. Se o ferro, no entanto, estiver sujo, coberto com camadas de lama, o imã não o pode atrair. Remova o impedimento. Isto é tudo que você tem a fazer. Cintile em sua natureza real, e o Senhor o atrairá a Seu Seio. Crises e tribulações são os meios para conseguir tal limpeza.

Exatamente como a cana não pode dar o caldo a menos que seja esmagada, como o sândalo não dá a pasta fragrante a menos que seja triturado sobre a pedra, a bondade de uma pessoa não eclodirá, a menos que esta atravesse dificuldades e suporte os traumas do mundo. Da falta de paz (asanthi) você alcança Prasanthi (Paz Suprema); de Prasanthi alcança Prakanthi (Grande Luz); de Prakanthi alcança Paranjyothi (Eterno Esplendor). É como a alternância noite/dia, como a sucessão alegria/tristeza. Dê boas-vindas aos desapontamentos porque eles temperam e testam sua fortaleza. Os padecimentos o atraem para mais perto de Deus, pois fazem você clamar por Ele. 

Ame Deus, não obstante as tribulações que o possam alcançar. Ame-O embora recusado e criticado, porque é somente no crisol da tribulação que o metal é purificado e libertado de suas máculas. 

Os Santos Javadeva, Tukaram, Kabir, Gouranga, Ramakrishna e Ramadas tiveram todos que atravessar tribulações e tragédias para que pudessem ver Deus e n'Ele mergulhar. Conquistaram altares permanentes no templo da memória da humanidade. Vitupérios e elogios devem ser recebidos com alegre indiferença. Os próprios Avatares (encarnações divinas) não estiveram isentos de frágeis manobras de homens insignificantes. (...)"

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 83/84)


SARVA YOGA - KRISHNA ESCLARECE (5ª PARTE)

" (...) A maior autoridade para indicar qual o Yoga mais apropriado é sem dúvida Krishna, o "Eterno Condutor do carro de nossas vidas".
Fixe em Mim sua mente. Coloque em Mim seu intelecto. Então, daí por diante, portanto, você viverá, sem dúvida, somente em Mim. (in Bhagavad Gita, XI:8)
Você e qualquer ser humano comum poderá questionar: Como posso eu chegar a tal perfeição? Como unidirecionar minha mente e meu intelecto rebeldes, se eles estão sempre fluindo, fugindo? Isto é Yoga para quem pode. E eu ainda não "posso". Krishna, parecendo ler o pensamento do leitor, volta magnanimamente para ajudar e propõe:
Se você também é incapaz de fixar firmemente em Mim sua mente, então, pelo Yoga da constante prática, procure chegar a Mim... (XII:9)
Ora, o Yoga da constante prática (abhyasa) já não é tão difícil. Consiste em você tentar manter a mente no Divino, mesmo enquanto engajado em atividades profissionais e sociais, pois há momentos para lembrar-nos de Deus mesmo enquanto nos relacionamos com o mundo objetivo. Haverá, no entanto, ao longo do dia, alguns momentos em que possamos desconectar-nos do ambiente, isolarmo-nos num lugar e então tratarmos de manter-nos mentalmente ligados a Deus, embora a mente normalmente doidivanas, inquieta e obstinada, venha a criar dificuldade e distrações. Abhyasa consiste em insistirmos fazendo-nos permanentes fiscais dos movimentos dela (a mente), com o propósito de, sem esforços e brigas, impedi-la de divagar, desejando fixá-la em Deus. Quando notarmos que já anda longe de onde deveria estar, com muito amor e paciência, tratamos de trazê-la de volta ao Divino. Isto é abhyasa ou a "constante prática". Ao correr do tempo, algum dia você conseguirá fazê-la parar em Deus. Namasmarana ou constante repetição do Nome* é uma deliciosa forma de trazê-la para Deus. Numa demonstração de ilimitada misericórdia, Krishna mais uma vez insiste em nos ajudar:
Se você é incapaz mesmo de praticar Abhyasa Yoga, então pratique suas ações em Meu proveito. Mesmo pela prática de suas ações em Meu proveito, você atingirá a perfeição. (XII:10) 
De misericórdia em misericórdia, o Divino Senhor sugere outras formas de Yoga cada mais mais acessíveis aos aspirantes que, embora sinceros, ainda enfrentam impossibilidades:
Se você ainda é incapaz de fazer mesmo isto, então busque refúgio em Mim. Autocontrolado, renuncie aos frutos de todas as ações. O conhecimento é, deveras, melhor que a prática. A meditação é melhor que o conhecimento. A renúncia ao frutos da ação é melhor que a meditação. A paz imediatamente sucede à renúncia. (XII:11 e 12) 
O Divino Senhor deixou assim muito explícito que a renúncia aos frutos da ação e a abnegação produzem imediatamente a paz, não obstante ser tão simples, tão fácil e tão extravagante aos olhos de certas terapias modernas. (...)"

* Qual o nome? Aquele que o devoto preferir dentre os inumeráveis Nomes do Senhor: Cristo, Allah, Krishna, Jehovah, Vishnu, Baha'u'láh... O importante é, tendo optado por um deles, jamais o trocar por outro, num ato de deslealdade. 

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 141/142)