OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 6 de julho de 2013

A VIDA: GRANDE PEÇA TEATRAL

"Na verdade, o mundo, em todos os seus aspectos, pode ser comparado a um palco. O diretor escolhe pessoas para ajudá-lo na encenação de certa peça teatral e atribui papéis específicos a determinados indivíduos. (...) A um, o diretor atribui o papel de rei, a outro o de ministro, a um, o de servidor, a outro o de herói, e assim por diante. Uma pessoa tem de representar um papel triste, outra, um papel alegre.

Se cada um representa sua parte de acordo com as instruções do diretor, então a peça, com todas as suas diversidades de papéis cômicos, sérios e tristes, torna-se um sucesso. Mesmo os papéis insignificantes são indispensáveis na representação.

O êxito da peça está na perfeita encenação de cada papel. Cada ator representa seu papel de tristeza ou prazer com realismo e, externamente, parece ser afetado por seu papel. Interiormente, porém, ele não é afetado pelo papel nem pelas paixões que retrata: amor, ódio, desejo, malícia, orgulho, humildade.

Se um ator, porém, ao encenar seu papel, se identificasse com determinada situação ou sentimento particular expressos na representação e perdesse sua própria individualidade, seria considerado um tolo, para dizer o mínimo. (...)

Nesse mundo complexo, nossas vidas não passam de peças teatrais. Mas – que pena! – identificamo-nos com a peça e, por isso, experimentamos dissabores, tristeza e prazer. Esquecemos a orientação e as instruções do Grande Diretor. No ato de viver a vida – desempenhando nossos papéis – sentimos como se fossem reais todas as nossas mágoas e prazeres, amores e ódios – numa palavra, tornamo-nos apegados, afetados.

Esta peça que é o mundo não tem começo nem fim. Todos devem representar o papel que lhes foi atribuído pelo Grande Diretor. (...) Devem expressar tristeza quando representarem um papel triste, ou prazer quando encenarem um papel prazeroso, porém nunca se identificar com a peça. Também não deve uma pessoa querer representar o papel de outra. Se todos neste mundo representassem o papel de rei, a peça perderia interesse e sentido.

Aquele que alcançou a consciência de Bem-aventurança sentirá que o mundo é um palco e representará seu papel da melhor maneira possível, lembrando-se de Deus, o Grande Diretor, assim como conhecendo e sentindo Seu plano e orientação."

(Paramahansa Yogananda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 53/55)


sexta-feira, 5 de julho de 2013

A ESTRADA PARA A LIBERDADE (PARTE FINAL)

"(...) Os verdadeiros instrutores, por outro lado, estão preocupados com o despertar da inteligência - o desabrochar da faculdade de discernimento (viveka), que começa com a compreensão do que fez com que a humanidade se entregasse à violência, à ganância, à agressão e assim por diante durante milênios, e também a percepção das manifestações desses condicionamentos em si próprio. A atenção, a reflexão e a percepção abrem a mente à possibilidade de se libertar da compulsão e da conformidade.

A crença, a obediência cega, a falta de vontade de prestar atenção aos fatores psicológicos dentro do indivíduo e da sociedade, assim como a tendência de fazer o que quer que seja conveniente no momento presente são sérios obstáculos ao despertar. Por isso Buda disse: "Não aceite o que eu digo, descubra o que é a verdade.".

Devemos ver por nós mesmos que os caminhos do mundo são dolorosos ao extremo, e que deve haver uma mudança; somente então se pode encontrar a energia para ouvir sem cair na crença, para investigar sem preconceitos e para descobrir a verdade diretamente.

Pouquíssimas pessoas gostam de ouvir uma mensagem que as tire de seu torpor; elas preferem permanecer estagnadas internamente e depender de outros para sua salvação. Fluir com a correnteza da mundanidade é muito mais fácil do que fazer o forte esforço necessário para emergir dessa correnteza e alcançar a praia. O oceano de samsâra está cheio de tubarões e outros animais perigosos, como descrevem os textos clássicos, mas as pessoas querem permanecer ali, talvez porque sintam vagamente que o mal conhecido é melhor que o desconhecido. 

Somente por meio da atenção pacientemente sustentada, do pensamento profundo e da contemplação sobre os principais problemas da vida, da purificação e do refinamento da faculdade de percepção é que a visão clara é desenvolvida. Não há alternativa para os indivíduos que estão empreendendo tal curso de autotreinamento, que pode ser longo ou curto, dependendo da seriedade que se aplicam. O mundo não pode mudar por si próprio. Os indivíduos constituem o mundo, e somente os indivíduos que se transformam podem transformar o mundo."

(Radha Burnier - Revista Sophia nº 36 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 24/25)


EMBARQUE NO TREM DA SABEDORIA QUE ELE O LEVARÁ AO SEU DESTINO

"Muitas pessoas pensam em Deus somente quando dominadas pela aflição. É bom que façam assim. É melhor que procurar ajuda naqueles que também são suscetíveis de se afligirem. Mas é infinitamente melhor pensar em Deus, tanto no sofrimento quanto na alegria, tanto na paz quanto na contenda; durante o tempo todo. A prova da chuva é a umidade do solo; a prova do bhaktha é a paz (santhi) que ele tem, aquela que o protege contra as arremetidas tanto da vitória como da derrota, tanto da fama como da desonra, tanto no lucro como da perda.

Bhakthi equivale ao Ganges; vairagya (desapego) ao rio Yamuna; jnana (sabedoria), o rio Saraswathi, neste triveni* espiritual. 

Jnanam (sabedoria) é o trem expresso. Embarque nele. Isto é bastante, pois levará você diretamente ao destino. Bhakthi (devoção) é o vagão cargueiro, e pode ser desligado de um trem e ligado em outro, mas se você nele permanecer, não precisa de preocupar; deixe-se ficar em seu lugar; ele está programado para o levar ao destino. Karma (ação) é o trem comum. Se nele embarcar, terá de desembarcar, descer e subir em cada conexão, carregando sua bagagem, e assim, terá de fazer uma boa dose de trabalho até onde queira chegar.

Bhakthi por si só é bastante, mesmo para a aquisição da sabedoria (jnana). Bhakthi conduz a samadrishti (visão equânime), e destrói o egoísmo. Jnana igualmente o faz. Uma vez, Narada** se ofereceu para ir ensinar às Gopis (iletradas pastorinhas devotas de Krishna) os princípios da Filosofia ou, conforme ele mesmo denominou, vijnanabodha. Krisha concordou. Elas porém lhe disseram: "Não estamos interessadas em seu ensino, em seu discurso. Nós vemos Krishna em todo lugar e em todas as coisas, e assim, não temos ahamkara***. Achamos que isto nos basta." Narada achou que elas estavam certas, e se foi, desconcertado."

* Triveni - ponto de confluência dos três rios sagrados: Ganges, Yamuna e Sarawathi.
** Narada - o grande devoto de Vishnu.
*** Ahamkara - egoísmo, aquilo que nos faz pensar "eu sou fulano". 

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 52/53)


quinta-feira, 4 de julho de 2013

A ESTRADA PARA A LIBERDADE (2ª PARTE)

"(...) A palavra samsâra, em sânscrito, significa andar em círculo, preso a um movimento involuntário. Krishnamurti usou a imagem de uma "correnteza de mundanidade" na qual as pessoas são levadas, indecisas. As duas imagens referem-se a compulsões psicológicas que impelem uma geração após a outra a não permitir que o mundo mude de rumo. 

Esse processo foi descrito no livro Carta dos Mahatmas para A.P. Sinnett (Ed. Teosófica) da seguinte maneira: "Quanto à natureza humana em geral, é a mesma agora como era há um milhão de anos: preconceito baseado em egoísmo; uma má vontade generalizada de desistir da ordem estabelecida das coisas por novos modos de vida e de pensamento (...); orgulho e teimosia; resistência à verdade, se esta simplesmente perturbar sua noção prévia das coisas."

O caminho da liberdade no verdadeiro ensinamento religioso é despertar as pessoas do condicionamento e do pensamento mecânico, para que elas deixem de imitar o que os outros sempre fizeram. Há uma forte tendência a se viver de maneira egoísta porque todo mundo é egoísta; ser agressivo por autofesa; sobrepujar os outros como se isso significasse ser esperto; aferrar-se às posses porque as atitudes mundanas e a propaganda encorajam isso; enfim, fazer tudo o que incorpora o indivíduo à estrutura da vida convencional.

Infelizmente as religiões estabelecidas, longe de promover o espírito religioso da investigação inteligente, fazem o oposto. Ao impor a crença, desencorajam as pessoas a pensar de maneira independente. O clero, que assume o papel de intermediário entre Deus e as pessoas, impede o desenvolvimento de um pleno senso de responsabilidade no indivíduo. A autoridade das escrituras e as palavras que devem ser aceitas sem questionamento ou investigação matam o intelecto. (...)"

(Radha Burnier - Revista Sophia nº 36 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 23/24)
www.revistasophia.com.br


BUSCAR DEUS EM PRIMEIRO LUGAR NÃO É RENUNCIAR AO MUNDO

"Todo ser humano quer ser livre. Uma vez que você se torne consciente de que é realmente um prisioneiro nesta vida, vai implorar a liberdade. Nasci com este anseio, e não deixava que nada se pusesse no meu caminho em busca da liberdade. Se não a conseguisse, sabia que não podia culpar ninguém. Agora, nada pode interferir em minha relação com Deus. As pessoas podem me tentar dissuadir, ou pensar que podem me influenciar a abandonar este caminho, mas nunca conseguirão fazer isso. Por quê? Porque sei o que quero. Nunca procuro me enganar, e não me iludo com anseios por nada deste mundo. Deus vem em primeiro lugar.

Quando o devoto tem essa consciência, sua vida se torna muito mais fácil. Torna-se segura e estável. Ele conhece e percebe seu verdadeiro relacionamento com outras pessoas, e tudo em sua vida converge para a perspectiva correta. 

Buscar Deus primeiro não implica termos que renunciar ao mundo. Abençoados os que podem fazer isso! Porém, onde quer que o devoto esteja, ele pode colocar o Senhor em primeiro lugar, e então todos os demais deveres e relacionamentos encaixar-se-ão no lugar certo. Afinal, há somente uma fonte de amor, não meia dúzia. Existe somente um Dínamo, não três ou quatro, do qual vêm a sabedoria, o amor e a alegria. Essa fonte única é Deus.

Quando o devoto se unifica mais profundamente com o Senhor, percebe que é apenas um instrumento, uma parte dessa grande Fonte. Ele vê tudo e cada ser humano como parte dessa Fonte comum. Em consequência, seus relacionamentos com outras pessoas tornam-se corretos. Ele já não sente necessidade de exigir qualquer coisa delas. Já não deseja se apossar do amor, da generosidade e da compreensão, ou lamentar-se deles, ou agarrá-los. Ao invés disso, ele quer dar. Ele conhece a lei divina segundo a qual o que você dá neste mundo receberá de volta. É uma ciência que nunca falha. (...)"

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 34/35)