OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 19 de outubro de 2013

QUATRO MÉTODOS RELIGIOSOS FUNDAMENTAIS: O MÉTODO DA MEDITAÇÃO

"Este e o método seguinte são puramente científicos, envolvendo um curso prático de treinamento, e são prescritos pelos grandes sábios que experimentaram pessoalmente a verdade em sua própria vida. Eu mesmo aprendi com um desses sábios.

Nada existe de misterioso ou potencialmente nocivo nesses métodos: tão logo a pessoa se familiarize com eles de maneira apropriada, são de fácil aplicação. Descobrir-se-á que são universalmente aplicáveis. A melhor prova de sua eficácia e utilidade reside no conhecimento experimentado na prática. Praticando regularmente os métodos de meditação até que se tornem um hábito, podemos produzir para nós próprios o estado de 'sono consciente'. Geralmente experimentamos esse estado de tranquilidade e agradável serenidade justamente quando caímos em sono profundo e nos aproximamos do estado de inconsciência, ou quando dele saímos e nos acercamos da consciência.

No estado de sono consciente tornamo-nos livres de todos os pensamento e das sensações externas do corpo, e o Eu tem a oportunidade de pensar em si mesmo. Chega-se a esse estado de bem-aventurança de vez em quando, de acordo com a profundidade e da frequência da prática da meditação. Nesse estado, esquecemos e nos libertamos, temporariamente, de todas as perturbações da mente e do corpo que costumam distrair a atenção do Eu. Por esse processo de meditação, os órgãos externos ou sensoriais são controlados quando se acalmam os nervos voluntários, como acontece no sono.

Esse estado de meditação é apenas a primeira e não a última etapa da verdadeira meditação. No sono consciente aprendemos a controlar apenas os órgãos externos ou sensoriais, sendo a única diferença que, no sono comum, os órgãos sensoriais são automaticamente controlados, enquanto que na meditação os órgãos sensoriais são controlados voluntariamente. No entanto, nesse primeiro estágio de meditação o Eu espiritual ainda está sujeito a ser perturbado pelos órgãos internos ou involuntários, tais como os pulmões, o coração e outras partes do corpo que erradamente supomos estarem fora de nosso controle.

Precisamos então procurar um método melhor do que a meditação. Pois enquanto não for capaz de voluntariamente desconectar-se de todas as sensações do corpo - até mesmo as sensações internas, que acarretam o brotar dos pensamentos - mas continuar vulnerável a essas perturbações, o Eu espiritual não poderá ter qualquer esperança de controle nem de tempo ou oportunidade para conhecer a si mesmo."

(Paramahansa Yogananda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 66/68)


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

APRENDER A CONHECER-SE

"Se considerais importante conhecerdes a vós mesmo só porque eu ou outro disse que é importante, receio então que esteja terminada toda comunicação entre nós. Mas, se concordamos ser de vital importância compreendermos a nós mesmos, totalmente, torna-se então diferente a relação entre vós e mim e poderemos explorar juntos, fazer com agrado uma investigação cuidadosa e inteligente. 
Eu não vos exijo fé; não me estou arvorando em autoridade. Nada tenho para ensinar-vos - nenhuma filosofia nova, nenhum sistema novo, nenhum caminho novo para a realidade; não há caminho para a realidade, como não o há para a verdade. Toda autoridade, de qualquer espécie que seja, sobretudo no campo do pensamento e da compreensão, é a coisa mais destrutiva e danosa que existe. Os guias destroem os seguidores, e os seguidores destroem os guias. Tendes de ser vosso próprio instrutor e vosso próprio discípulo. Tendes de questionar tudo o que o homem aceitou como valioso e necessário. 
Se não seguis alguém, vos sentis muito solitário. Ficai solitário, pois. Porque tendes medo de ficar só? Porque vos defrontais com vós mesmos, tal como sois, e descobris que sois vazio, embotado, estúpido, repulsivo, pecador, ansioso - uma entidade insignificante, sem originalidade. Enfrentai o fato; olhai-o e não fujais dele. Tão logo começais a fugir, começa a existir o medo. Ao investigar-nos não nos estamos isolando do resto do mundo. Não se trata de um processo mórbido. O homem, em todo o mundo, se vê enredado nos mesmos problemas diários, tal como nós, e, assim, investigando a nós mesmos, não estamos de modo nenhum procedendo como neuróticos, porque não há diferença entre o individual e o coletivo. Este é um fato real. Criei o mundo tal como sou. Portanto, não nos desorientemos nesta batalha entre a parte e o todo."
(J. Krishinamurti - Liberte-se do Passado


QUATRO MÉTODOS RELIGIOSOS FUNDAMENTAIS: O MÉTODO DA DEVOÇÃO

"Este método consiste na tentativa de fixar nossa atenção em um objeto de pensamento, em vez de fixá-la em diferentes séries de pensamentos ou em vários objetos (como no método do intelecto). No método da devoção estão incluídas todas as formas de culto, como por exemplo a oração (em cuja prática devemos eliminar todos os pensamentos relacionados com objetos mundanos). O Eu espiritual deve fixar a atenção de maneira profunda e reverente naquilo que escolheu como foco de sua concentração - seja a ideia de um Deus pessoal, seja a de uma Onipresença impessoal. O ponto-chave é que o devoto se concentre, com suficiente sinceridade, em um único pensamento devocional.

Por este processo o Eu espiritual torna-se gradualmente liberto do tumulto de numerosos pensamentos - a segunda série de perturbações - e consegue tempo e oportunidade para pensar em si mesmo. Quando oramos fervorosamente, esquecemos todas as sensações corporais e expulsamos todos os pensamentos intrusos que tentam ocupar nossa atenção.

Quanto mais profunda é nossa oração, mais intensa é a satisfação que sentimos, e essa satisfação torna-se o critério com que medimos até que ponto nos aproximamos da Bem-aventurança ou Deus. À medida que as sensações do corpo são deixadas para trás e os pensamentos errantes são controlados, a superioridade do método da devoção sobre o intelectual se evidencia.

No entanto, o método da devoção apresenta certos defeitos e dificuldades. Devido ao arraigado hábito que leva o Eu espiritual a manter-se apegado e escravizado ao corpo, ele se esforça em vão para desviar a atenção da esfera das sensações corporais e mentais. Todavia, por mais que a pessoa deseje orar ou unir-se de todo o coração a qualquer forma de culto, a atenção é invadida impiedosamente pelo ataque de sensações corporais e pensamentos velozes trazidos pela memória. Frequentemente, quando oramos, ficamos completamente absorvidos em dar atenção às circunstâncias que são favoráveis à oração, ou sucumbimos facilmente à tentação de buscar alívio ao menos desconforto físico que apareça durante ela. 

Apesar de todos os nossos esforços conscientes, nosso mau hábito de inquietude - que já se tornou para nós uma segunda natureza - predomina sobre os desejos do Eu. A despeito do desejo de nos concentrarmos, a mente se torna inquieta e, parafraseando, poderíamos dizer: 'Onde estiver a nossa mente, ali estará também o nosso coração'. Dizem-nos para orar a Deus de todo o coração. Em vez disso, geralmente nossas mentes e corações são distraídos por impressões sensoriais e pensamentos errantes durante a oração. (...)"

(Paramahansa Yogananda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 64/66)


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

CULTURA DA MENTE

"O ocultista sabe o valor do conhecimento, mas ele acredita no emprego do discernimento na aquisição do conhecimento relacionado com o lado fenomenal da Natureza. Em primeiro lugar, ele sabe que todo conhecimento obtido através da mente inferior é relativo e, por conseguinte, não lhe dá a importância que assume aos olhos do homem comum do mundo. O ocultista adquire o conhecimento que lhe é necessário e útil em seu trabalho, mas não sobrecarrega a mente com conhecimentos detalhados que não lhe são úteis no momento. Ele não encara o conhecimento como uma espécie de ornamento ou passatempo como fazem alguns letrados e cientistas. Em segundo lugar, ele sabe da possibilidade de desenvolver faculdades superfísicas que o habilitam a adquirir, sem muita dificuldade, qualquer espécie de conhecimento que possa necessitar. O desenvolvimento do corpo causal e do veículo Buddhico, com as faculdades que lhe são próprias, torna desnecessário o acúmulo de conhecimentos detalhados na mente inferior, à vista da facilidade de obtenção de tal conhecimento a qualquer momento, e sua maior credibilidade quando adquirido dessa maneira.

Não quer isto dizer, é claro, que o aspirante à Sabedoria Divina deva desprezar o conhecimento relacionado ao lado fenomenal da vida, ou que possa negligenciar a cultura da mente inferior. Há uma poucos pessoas aptas a desenvolver suas faculdades superfísicas no presente imediato, e por muitas vidas vindouras a grande maioria dos candidatos, trilhando o caminho da Autorrealização, terá que operar em seus corpos mentais inferiores e através deles."

(I.K. Taimni - Autocultura à Luz do Ocultismo - Ed. Teosófica, 1997 - p. 103/103)


QUATRO MÉTODOS RELIGIOSOS FUNDAMENTAIS: O MÉTODO DO INTELECTO (PARTE FINAL)

"(...) é natural que o homem se desenvolva por meio do pensamento e do raciocínio, pelo estudo profundo de livros, pelo engenhoso trabalho de pesquisa e pelas laboriosas investigações das causas e dos efeitos no mundo natural. Quanto mais profundamente o homem se ocupa de processos de pensamento, pode-se dizer que mais ele utiliza o 'método' pelo qual ele se tornou o que é no curso da evolução do mundo (quer dizer, o método pelo qual a consciência se desenvolveu até tornar-se Autoconsciência) e mais ele se aproxima, consciente ou inconscientemente, do Eu - pois pelo pensamento nós nos colocamos acima do corpo.

Seguindo-se deliberadamente esse método, obter-se-ão resultados seguros. O exercício do pensamento por meio do estudo, com o objetivo de adquirir conhecimento em determinado campo, até certo ponto aprimora a Autoconsciência, mas não é tão eficaz nesse sentido quanto o processo intelectivo que tem como único objetivo transcender o corpo e perceber a verdade.

Na Índia, o método do intelecto em sua forma mais elevada é chamado Jnana Yoga: o alcance da verdadeira sabedoria por meio da reminiscência e do discernimento, como por exemplo recordar-se constantemente: 'Eu não sou o corpo. Meu verdadeiro Eu não pode ser afetado pelo espetáculo passageiro da criação. Eu sou Espírito.'

Um dos defeitos deste método intelectual é ser um processo muito vagaroso. Pode demorar muito tempo para que o Eu espiritual possa, dessa maneira, perceber a si mesmo. Enquanto o Eu espiritual começa a perceber a Autoconsciência por esse método, está ainda comprometido com uma série de pensamentos passageiros com os quais não tem qualquer relação.

A tranquilidade do Espírito é algo que está para além do pensamento e da sensação corporal; todavia, uma vez alcançada, ela transborda e os inunda."

(Paramahansa Yogananda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 62/64)