OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 8 de novembro de 2013

A VIAGEM DE VOLTA

"48 - As Escrituras¹ demonstram diretamente que shraddhã (fé), bhakti (devoção), dhyãna (meditação) e yoga (união) são as causas que trazem a emancipação da servidão da existência encarnada [a liberação das ligaduras do corpo, que são obra da magia de avidyã].

COMENTÁRIO - Observem a ordem mencionada. Em primeiro lugar está a fé. Entende-se por fé o percebimento de 'algo', a sensação de uma 'presença'. Não é a fé supersticiosa de algo que é aceito porque está contido em um livro considerado sagrado ou que foi escrito por alguém que, segundo a tradição, deve ser respeitado. Quando esse primeiro ponto de contato é estabelecido, segue-se a devoção, um sentimento interior que nos impele para a raiz das coisas. Então, estão lançadas as bases para o estabelecimento do processo da meditação que levará a um gradual aprofundamento em direção às raízes do Ser, nascendo a condição para que o próximo estágio, o yoga (união), se manifeste. A viagem de volta terá assim terminado, encerrando-se definitivamente o ciclo de vir-a-ser."

¹ Referência ao Kaivalya Upanishad, I, 2. (N. E.)

(Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria - Comentário de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, 2011 - p. 31)


O EQUILÍBRIO NO CAMINHO ESPIRITUAL (1ª PARTE)

“Quando chegamos ao ponto de estarmos cansados da vida, com todos os seus problemas, sofrimentos, frustrações e desilusões que parecem não ter fim, começamos a procurar uma saída; aí entram as religiões, filosofias de vida e caminhos espirituais. Então para nossa surpresa, descobrimos que a felicidade tem um preço e que temos que pagar com nosso próprio esforço a saída dessa condição infernal dos estados psicológicos caóticos, o que demanda uma série interminável de meditações, observações, mantras, disciplinas, reflexões, uma verdadeira ginástica.

É claro que isso não tem lógica; portanto, só há duas alternativas: ou as disciplinas espirituais estão erradas ou nós as estamos entendendo de forma equivocada. Tendo em vista que muitas pessoas atingiram a felicidade através de práticas espirituais, a segunda alternativa pode ser a correta, ou seja, nós não compreendemos a natureza do esforço necessário na jornada de autorrealização.

Temos a tendência de entender as coisas de acordo com os nossos condicionamentos. Cada pessoa reage à sua maneira à mera pronúncia de uma determinada palavra. Por exemplo, ao ouvir a palavra ‘esforço’, algumas pessoas podem sentir vontade de sentar no sofá; outras imediatamente tensionam os músculos, como se estivessem indo para a guerra; outras podem sentir uma espécie de culpa. As possibilidades de reação são tão amplas quanto o número de habitantes na Terra.

Quando ouvimos um ensinamento, a primeira coisa que deveríamos fazer é tentar compreender o que ele significa, independentemente das reações psicológicas que ele desperta – isto é, ouvir objetivamente. (...)”

(Cristiane Szynwelski - O Caminho do Equilíbrio Perfeito - Revista Sophia, Ano 3, nº 10, p. 30/32)


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A MULTIPLICIDADE NA VIDA

"A essência do amor se manifesta no cuidado de preservar a multiplicidade percebendo a maravilhosa interdependência das partes que constituem o todo, e cooperar harmoniosamente com sua evolução para uma mais magnífica expressão da Vida. Cuidar de quem é diferente de nós é altruísmo; é a essência do amor universal. De fato, cuidar apenas do que é semelhante a nós é demasiado fácil, e com frequência é a causa de injustiça em relação ao que é diferente, devido à falta de uma percepção mais abrangente e universal. Assim, a verdadeira essência do amor é ser capaz de perceber a unidade além da multiplicidade, é ser capaz de perceber a semelhança além das diferenças, ou como frequente dizia G. S. Arundale: ‘Juntos diferentemente’.

Portanto, para preservar a riqueza de nosso tesouro, que são as diversas cores de nosso arco-íris, nós precisamos descobrir esta percepção da unidade subjacente na multiplicidade, e esta unidade oculta é a essência do amor, conforme Annie Besant escreveu em inesquecíveis palavras inspiradas:

            ‘Oh Vida Oculta, que vibras em cada átomo;
            Oh Luz Oculta, que brilhas em cada criatura;
            Oh Amor Oculto, que tudo abranges na Unidade;
            Possa todo aquele que se sente uno Contigo,
            Saber que ele é, por isso mesmo, uno com todos os outros.’"

(Ricardo Lindemann - Muitas Cores Formam o Arco-Íris - Revista TheoSophia, ano 95, outubro/novembro/dezembro 2006, Sociedade Teosófica no Brasil)


REENCARNAÇÃO: O COMEÇO DE UMA VIDA FÍSICA

"Uma vez que, a princípio, os movimentos mais sutis não conseguem afetar a alma, ela tem que juntar ao seu redor vestimentas de matéria mais densa, através das quais possa fluir as vibrações mais pesadas, e assim ela toma sobre si sucessivamente o corpo mental, o corpo astral e o corpo físico. Isso é um renascimento ou reencarnação – o começo de uma vida física. Durante essa vida ocorrem diferentes tipos de experiências através do seu corpo físico; dessas experiências, ela deve aprender algumas lições e desenvolver algumas qualidades dentro de si mesma.

Após algum tempo ela começa novamente a se recolher para dentro de si mesma, e gradativamente vai se desfazendo das vestimentas que fez uso. A primeira delas a ser descartada é o corpo físico, e a sua retirada desse corpo é o que chamamos morte. Não é o fim de suas atividades, como tão impropriamente supomos; nada poderia estar mais distante da realidade. Ela está simplesmente se afastando de um esforço, levando com ele os resultados; após um certo período de comparativo repouso, fará novamente um novo esforço do mesmo tipo.

Assim, como dito, aquilo que geralmente chamamos de sua vida é apenas um dia na vida real e mais ampla – um dia na escola, durante o qual ela aprende certas lições. Mas visto que uma curta vida de setenta ou oitenta anos, no máximo, não é suficiente para lhe dar uma oportunidade de aprender todas as lições que esse belo e maravilhoso mundo tem a ensinar, e visto que Deus deseja que ela as aprenda no tempo que dispõe, é necessário que ela retorne muitas vezes e viva em diferentes classes e sob diferentes circunstâncias, até que todas as lições sejam incorporadas; e então o seu trabalho escolar mais inferior terminará e ela passará a algo mais elevado e mais glorioso – a verdadeira vida divina de trabalho, para qual toda essa vida escolar na Terra a está capacitando."

(C. W. Leadbeater - Introdução à Teosofia - Ed. Teosófica, Brasília, 2010 - p. 41/42)


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

O QUE O VEDÃNTA ENSINA?

"O Vedãnta ensina ao homem reconhecer que tudo está carregado de sofrimento, exceto Brahman não dual. Portanto, deve-se abandonar todos os desejos por prazeres; estar livre do amor e do ódio; cortar completamente o nó do ego que aparece como 'eu', 'tu', 'ele', 'isto', 'aquilo', 'meu' e 'seu'; livrar-se da noção de 'eu' e 'meu'; viver indiferente aos pares de opostos como frio e calor, prazer e dor, etc.; permanecer fixo no conhecimento perfeito da igualdade de tudo e não fazer distinções de nenhum tipo; nunca estar ciente de nada além de Brahman, e estar sempre vivenciando a Beatitude do Ser não dual. 

Embora o Vedãnta seja lido e bem compreendido, se o desapaixonamento não é praticado o desejo por prazeres não desaparece. Não existe aversão por coisas agradáveis, e o desejo por elas não sai da pessoa. Se o desejo não é controlado, não desaparecem o apego, a raiva, etc., o ego ou falso 'eu' no detestável corpo, o senso de posse representado por 'eu' ou 'meu' de coisas agradáveis ao corpo, os pares de opostos como prazer e dor e os falsos valores. Por mais instruída que a pessoa seja, se os ensinamentos não forem praticados, na verdade não se aprendeu nada. Como um papagaio, nada mais, a pessoa repetirá que só Brahman é real e que tudo mais é falso."

(Advaita Bodha Deepika (A Luz da Sabedoria Não Dualista) - Ed. Teosófica, Brasília, 2006 - p. 74)