OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

A MORTE É UM INFORTÚNIO OU UMA BÊNÇÃO DISFARÇADA? (1ª PARTE)

"A morte é um fenômeno peculiar, que significa a cessação de todas as funções vitais do corpo, sem possibilidade de ressuscitação. É o fim da residência da alma naquela forma física. O próprio termo 'morte' suscita terror no coração dos seres humanos, por causa das seguintes associações:
a) o predomínio do pensamento aterrorizante de dor corporal muito intensa que supostamente acompanha a morte;
b) a dor psicológica de ter que enfrentar a separação da família e dos amigos, das alegrias da vida e das posses terrenas;
c) o medo de perder a existência individual.
Mas não há que se temer a morte natural. A alma residente é imortal. A morte natural é uma bênção, pois oferece à alma a oportunidade de trocar uma moradia já trôpega e dilapidada por um corpo novo e resistente. A alma requer os sucessivos instrumentos de organismos novos e melhores para uma expressão plena. Se o eu individualizado, envolto pela ilusão e enviado para evoluir e voltar a Deus, não tivesse a oportunidade de se expressar - para afirmar sua natureza - através de várias mudanças de corpo, ele teria que continuar num estado não corpóreo nascente ou latente. E imagine se a alma imortal tivesse que viver para sempre num corpo encurvado, pálido e enrugado! Não se imaginaria castigo maior para este grande ser, a alma, do que contemplar e se expressar para sempre por meio de um organismo decrépito. Em vez disso, o organismo habitado passa pela disciplina da alma à medida que esta faz experiências com ele. Quando a alma termina o trabalho numa forma específica, inicia-o em outra. (...)"

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 215)


terça-feira, 9 de dezembro de 2014

O PODER DO PENSAMENTO CRIADOR

"Realizados os poderes de amor e vontade, devemos agora descobrir o terceiro poder capital do Ego: o poder do pensamento criador ou Manas¹, como o denomina a Teosofia. O pensamento humano é a manifestação do Espírito Santo, assim como a vontade é a manifestação do Pai, e o amor, a do Filho. O Espírito Santo é o aspecto ou pessoa da criadora atividade de Deus, o Criador; e quando realizamos esse poder em nós, nos sentimos inspirados e possuídos da ilimitada qualidade criadora, do poder da ação. Em nós, só o pensamento atua, só o pensamento cria e executa os mandatos da vontade. Se a vontade é o rei, o pensamento é o primeiro-ministro, e a atividade de nosso pensamento criador deve ser dirigida sempre pela vontade.

O poder criador do pensamento parece ser ilimitado. E uma vez o tenhamos realizado, sabemos que como Egos podemos ‘fazer tudo’; sentimos em nosso interior uma ilimitada energia criadora para levar a cabo tudo quanto decretar a vontade. Somente quando esse terceiro poder, o pensamento criador ou imaginação, está em funcionamento é que a realização se dá em ação. Por essa razão esse poder é muito perigoso ao homem até que ele tenha compreendido que deve dirigi-lo conscientemente, pois, do contrário, é a sua natureza inferior que o fará; e o homem, assim, se tornará escravo dela."

¹. Manas: termo sânscrito que literalmente significa “a mente”, a faculdade mental, que faz do homem um ser inteligente e moral e o distingue dos seres brutos. 

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 51/52)


A ATITUDE TEOSÓFICA - A CURIOSIDADE (PARTE FINAL)

"(...) Nunca falemos sem saber e sem ter a mais absoluta certeza de que alguma coisa boa advirá do que dissermos. Antes de falar, perguntemos a nós mesmos a respeito do que vamos dizer: 'O que vou dizer é verdadeiro? É bondoso? É proveitoso?' E, a não ser que possamos responder afirmativamente às três perguntas, temos a obrigação de permanecer calados. Estou plenamente convicto de que, seguida à risca, essa regra reduziria a conversação do mundo em cerca de noventa por cento, o que seria uma vantagem indizível e faria o mundo progredir muito mais depressa.

Quando compreendemos a unidade que existe por baixo de tudo, não podemos deixar de ser prestativos, não podemos alhear-nos da tristeza do nosso irmão. É evidente em muitos casos ser impossível a ajuda física, mas, pelo menos, podemos acudir sempre com o auxílio da simpatia, da compaixão e do amor, e esta é, claramente, a nossa obrigação. Para o homem que compreende a Teosofia, a crueldade é inadmissível. Todo membro que proceder brutal ou cruelmente estará falhando na sua Teosofia, e faltando-lhe paciência, faltar-lhe-á compreensão. Compreender tudo é perdoar tudo, amar tudo. Todo homem tem o seu próprio ponto de vista, e o caminho curto para um homem não é, necessariamente, o melhor para outro. Todo homem tem direito de tomar nas mãos a própria evolução, à sua maneira, e fazer, no que respeita a ela, o que ele mesmo decidir, contanto que não cause sofrimento nem transtornos a quem quer que seja. Não nos compete tentar endireitar toda a gente, mas apenas zelar para que tudo esteja certo, do nosso lado, na nossa relação com os outros. Antes de empreendermos um esforço para obrigar alguém a enveredar pelo nosso caminho, melhor será examinar com cuidado o caminho dele, que talvez seja preferível para ele. Devemos estar sempre prontos a ajudar livremente em toda a extensão das nossas forças, mas nunca interferir."   

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 101/102)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

A CONQUISTA DO EGO

"Assim como somos, sem rumo, o nosso interesse egocêntrico não se harmoniza com o interesse de nosso eu mais profundo. Nós não buscamos primeiro o reino interno e somente depois o externo; ao contrário da verdadeira ordem, nós primeiro nos esforçamos pelo domínio do mundo. Se necessário, nós até mesmo negamos e sacrificamos o superior pelo inferior. Mas, ‘o que aproveitará o homem, se ganhar o mundo inteiro mas arruinar a sua vida?’¹ É o falso eu, o ego, que está obsecado com a conquista do mundo. É este ego que devemos sobrepujar a fim de ‘nascer de novo... do Espírito’.² A conquista do ego é na verdade a vitória sobre o mundo psíquico abstrato, construído por nós mesmos, o qual habitamos e nos mantém sobrecarregados e pesados. Aquele que sobrepujou o mundo é do alto e não deste mundo; uma tal pessoa vivendo no mundo não é impelida por desejos mundanos ou ambições. Ela faz o que lhe é exigido pelo alto, não para sua satisfação ou glória pessoal.

Os traços distintivos do egoísmo são o eu, separado do resto do Universo, e o meu. Estes são o seu próprio âmago e substância, e é através destes que um homem ‘prende-se a seu eu como um pássaro em uma armadilha’.³  Estes são os núcleos ao redor dos quais tudo no mundo revolve. Um homem do mundo diz: eu faço isto, eu tenho aquilo; ele é autocentrado mesmo quando faz boas obras no serviço a outros. Enquanto qualquer atividade – orar, meditar, dar esmolas – for controlada por nosso eu, ela será uma atividade egoísta."

¹ Mateus 16:26
² João 3:7-8
³ Maitri Upanishad 3:2

(Ravi Ravindra - Sussurros da Outra Margem - Ed. Teosófica, Brasília - p.33/34)


A ATITUDE TEOSÓFICA - A CURIOSIDADE (1ª PARTE)

"Concentremo-nos de tal maneira no nosso trabalho que não tenhamos tempo de achar defeitos no trabalho dos outros, ou de meter o bedelho na vida deles. Se todo homem se ocupasse unicamente dos próprios assuntos, o trabalho seria infinitamente mais feliz. 

Esse bisbilhotar nos negócios dos outros é causa de muito mal, e pode dizer-se que a pessoa que o faz sofre de uma doença. O homem que enreda, por costume, não o faz com o propósito de ajudar, mas simplesmente para satisfazer a curiosidade a respeito de alguma coisa que não lhe diz respeito, o que é sintomático da sua doença. Outro sintoma é o de ele não conseguir guardar para si a informação que tão infamemente adquiriu, mas sente necessidade de despejá-la nos ouvidos de outros, tão néscios quanto ele. Pois é imoral, sem dúvida, esse mexerico - uma das coisas mais imorais do mundo. Noventa e nove vezes em cem o que se diz é uma rematada invenção, mas produz enorme quantidade de mal. 

Não se trata apenas do prejuízo causado à reputação de outra pessoa; essa é a menor parte do mal. O bisbilhoteiro e seus amigos pestilentos estão sempre gerando formas de pensamento de alguma qualidade má que decidem atribuir à vítima e, a seguir, passam a jogá-las sobre ela numa torrente incessante. O efeito natural disso será despertar nela a qualidade má de que a acusam, se existir alguma coisa em sua natureza que corresponda aos perversos esforços dos detratores. Num caso em cem, em que haja alguma verdade na intriga maldosa, as suas formas de pensamento intensificam o mal, e destarte vão empilhando para si mesmos uma provisão do carma terrível, decorrente do fato de induzir um irmão a fazer o mal. Os teosofistas, sobretudo, deveriam fazer diligência para evitar esses males, porque muitos estão envidando esforços no sentido de desenvolver poderes psíquicos, e, se os usarem com o propósito de bisbilhotar nos negócios de outras pessoas ou de enviar-lhes maus pensamentos, o seu carma acabará sendo da natureza mais terrível. (...)"

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 101)