OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 14 de setembro de 2017

O GUIA SÁBIO (PARTE FINAL)

"(...) Tertön Sogyal, o místico tibetano, disse que não se impressionava com alguém que pudesse dar uma volta pelo teto, ou que acendesse fogo na água. Milagre de verdade, dizia ela, era alguém se libertar de uma emoção negativa.

Mais e mais, então, em lugar da tagarelice estridente e fragmentada que o ego tem murmurado junto a você ao longo da sua vida, você se verá ouvindo em sua mente a clara orientação dos ensinamentos, que inspiram, advertem, guiam e dirigem você a cada instante. Quanto mais ouvir, mais orientação receberá. Se seguir a voz do seu guia sábio, a voz da sua sabedoria discriminativa, e deixar o ego em silêncio, você experimentará a presença da sabedoria, da alegria e da felicidade que você realmente tem. Começa em você uma vida nova, profundamente diferente daquela em que se mascarava com seu ego. E quando a morte vier, já terá aprendido em vida como controlar aquelas emoções e pensamentos que nos estados da morte, os bardos, tornar-se-iam uma realidade esmagadora.

Quando sua amnésia sobre sua identidade começar a ser curada, entenderá afinal que o dak dzin - apego ao eu - é a causa-raiz de todo seu sofrimento. Você entenderá, finalmente, quanto mal ela fez a você a os outros e perceberá que a coisa mais nobre e mais sábia a fazer é proteger e acarinhar os demais, em vez de a si próprio. Isso trará cura ao seu coração, cura para sua mente e cura para seu espírito.

É importante lembrar sempre que o princípio da ausência de ego não quer dizer que havia um ego no começo e os budistas o afugentaram. Ao contrário, isso de fato significa que não havia ego algum desde o começo. Compreender isso é o que se chama 'ausência de ego'."

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 164

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

O GUIA SÁBIO (1ª PARTE)

"Duas pessoas conviveram dentro de você durante toda sua vida. Uma é o ego, tagarela, exigente, histérico, calculista; a outra é o ser espiritual oculto, cuja voz sábia e serena você raramente ouviu e, se o fez, não a atendeu. À medida que ouve mais e mais os ensinamentos, que os contempla e integra em sua vida, essa voz interior, sua sabedoria inata do discernimento, chamada no budismo de 'sabedoria discriminativa', é despertada e fortalecida, e você começa a distinguir sua orientação das diferentes vozes clamorosas e sedutoras do ego. A lembrança da sua real natureza, com todo seu esplendor e confiança, começa a retornar para você.

Você descobrirá, de fato, que revelou em si mesmo o seu guia sábio. Já que ele ou ela o conhece por dentro e por fora, uma vez que é você mesmo, seu guia pode ajudá-lo, com clareza e disposição de espírito cada vez maiores, a vencer todas as dificuldades dos seus pensamentos e emoções. Seu guia pode também ser uma presença contínua, jovial, terna, às vezes provocante e brincalhona, que sabe sempre o que é melhor para você e o auxiliará e encontrar mais e mais caminhos para sair da sua obsessão com as reações habituais e emoções confusas. À medida que a voz da sua sabedoria discriminativa se torna mais forte e clara, você começará a distinguir entre a verdade que ela traz e as várias imposturas do ego, e será capaz de ouvi-la com discernimento e confiança.

Quanto mais ouvir esse guia sábio, mais facilmente você mesmo estará preparado para mudar seus maus-humores, ver através deles e até rir-se deles pelos absurdos dramas e ridículas ilusões que criam. Gradualmente se descobrirá capaz de libertar-se mais depressa das emoções negativas que governaram sua vida, e essa habilidade é o maior de todos os milagres. (...)"

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 163/164


terça-feira, 12 de setembro de 2017

INOFENDIBILIDADE

"A melhor forma de se evitar a ira é ser não ofendível.

Ofendível é a pessoa que se esquenta com frequência, e por motivos sem grande importância.

Nossa ofendibilidade é do tamanho do amor ou adoração que temos por nós mesmos como pessoas.

'Ninguém é bastante homem para ofender-me, para me desrespeitar, para me humilhar...' - diz o egoísta orgulhoso.

Ora, o mundo não se sente na obrigação de sempre respeitar e acariciar a gente.

Assim, a cada hora, estamos precisando brigar para defender e homenagear nosso ego.

Isto é vida, que valha a pena viver?

Que grande estupidez é a suscetibilidade aguçada!"

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 79)


segunda-feira, 11 de setembro de 2017

SEGUINDO O IMPULSO DA ALMA (PARTE FINAL)

"(...) É muito importante para o discípulo entender que tudo o que ele recebe por meio de instruções ou conselhos deve ser encarado com responsabilidade, para beneficiar a humanidade e os outros seres vivos. Assim como recebemos, devemos dar. Não podemos esperar até estarmos plenamente iluminados para compartilhar. Devemos compartilhar qualquer coisa que temos agora. Como todo ensinamento verdadeiro é destinado a todo mundo, não há lugar para orgulho ou presunção na senda espiritual.

A afinidade com um instrutor que não tem favoritos, que representa o amor ilimitado, exige algo desse mesmo espírito no discípulo. Ele deve buscar a verdade por si mesma, não porque ela veio do 'seu mestre', como afirmou um adepto: 'Aprenda a ser leal à ideia, não ao meu pobre eu.' O único objetivo pelo qual devemos nos esforçar é melhorar as condições humanas por meio da propagação da verdade.

Como alguém pode começar o treinamento para se tornar um discípulo? A raiva, a cobiça e a ilusão são os três grandes venenos que devem ser eliminados. Um adepto aconselhou: 'Guarde-se do espírito impiedoso, porque ele surgirá como um lobo faminto em seu caminho, e devorará as melhores qualidades de sua natureza.' Não devemos buscar o que é errado nas outras pessoas, nem ter maus sentimentos mesmo contra alguém que nos prejudicou. Não devemos julgar os outros. Os padrões do mundo espiritual são diferentes dos mundanos. 'Um engraxate honesto é tão bom quanto um rei honesto.' Uma pessoa espiritual trata todos os seres com afeição e boa vontade.

Devemos dar pouco valor à aparência externa. O que importa é a pureza interna. 'Um faxineiro imoral é muito melhor e mais desculpável do que um imperador imoral', porque o humilde faxineiro pode não ter tido oportunidade de aprender. A vida do discípulo deve naturalmente ser de estrita moralidade, uma conquista diária do eu. O egoísmo, que toma a forma de cobiça e se evidencia pela raiva, é o impedimento mais sério à compreensão da verdade, e deve ser arrancado pela raiz. Quem domina o eu é maior do que aquele que, na guerra, vence milhares. O adepto dominou o eu; o discípulo deve se empenhar na mesma tarefa."

(Radha Burnier - O adepto e o discípulo - Revista Sophia, Ano 2, nº 7 - p. 38/39)

domingo, 10 de setembro de 2017

SEGUINDO O IMPULSO DA ALMA (1ª PARTE)

"Como um adepto se torna sábio? Não por sorte, porque nem a boa nem a má sorte existem nas leis imutáveis do universo. O adepto é o raro resultado de gerações de investigadores. Vida após vida, ele se dedicou a buscar o propósito e a natureza da existência. A vida de Buda indica que em muitas encarnações ele se esforçou para encontrar a verdade, sacrificou até a própria vida, e depois recebeu a iluminação. O espírito investigador - não a imitação ou a repetição - é que é importante. Por isso Buda disse: 'Seja uma lâmpada para si mesmo.'

Quem deseja se iluminar deve estar preparado para abandonar as 'considerações prudentes do mundo' e seguir o impulo interno da alma. Por ter trabalhado com afinco, um adepto chega a ver, sentir e viver a própria origem de todas as verdades fundamentais. Sua consciência é una com toda a vida; portanto, ele entende todas as coisas em sua essência e não precisa se esforçar para distinguir entre o real e o irreal. Por isso, um verdadeiro instrutor nunca encoraja seus discípulos a prosseguirem com seus desejos mundanos, nem promete recompensas. Da mesma forma, o adepto nunca mantém o outro sob seu domínio.

Todo o rio da vida flui em uma direção, que Krishnamurti chamou de o 'despertar da inteligência'. A evolução representa o desenvolvimento do organismo físico para que as faculdades da consciência possam florescer. O adepto, completamente cônscio desse propósito, em nenhum momento tenta controlar a consciência do discípulo, nem exige dele uma obediência cega. Ele guia, mas espera que cada pessoa aja como pensa que é certo, por que é responsável por si mesma e aprende até mesmo com seus erros.

Dessa maneira, a inteligência do discípulo se desenvolve, e sua capacidade de discernimento cresce. Ele deixa de ser dependente. Nos primeiros tempos da Sociedade Teosófica, um adepto disse: 'Nós aconselhamos, nunca ordenamos.' Todos os que entendem a natureza do progresso espiritual seguem esse exemplo: eles discute, indicam, mas nunca dizem o que o outro deve ou não fazer. Um deles escreveu: 'Os aprendizes, por uma ideia errada sobre o nosso sistema, muitas vezes esperam e aguardam ordens, desperdiçando um tempo precioso.' (...)"

(Radha Burnier - O adepto e o discípulo - Revista Sophia, Ano 2, nº 7 - p. 38)