OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 26 de outubro de 2017

A CONQUISTA DA LIBERDADE (PARTE FINAL)

"(...) A vida é regida por certas leis. Quando sabemos o que fazer em uma circunstância, estamos livres da influência dela sobre nós. O poder da mente é maior que o poder dos desejos, das emoções e até mesmo das ideias. Entretanto, nós deixamos esse poder de lado, porque é difícil usá-lo; assim, nos tornamos cativos dos desejos, das emoções e ideias.

Ao entender que o poder da mente é maior que o de seu veículo, sairemos da batalha vitoriosos. As ideias são limitações da mente, tão limitadoras da liberdade quanto as emoções e os desejos. Por isso, devemos sempre lembrar que tudo o que tem forma é uma limitação que deve ser vencida, se quisermos ser livres. 

Podemos observar isso na natureza o tempo todo. Uma forma de vida perece para que outra possa viver. O sacrifício da flor pelo bem de sua semente é uma ato belo. A rosa teve o seu apogeu; suas pétalas ainda exalam perfume - uma retribuição à toda a natureza, em uma alegre oferenda de sua essência. No interior da semente reside a réplica de sua 'mãe', ou seja, o potencial da planta futura.

O mesmo se dá com a destruição do desejo. Cada desejo destruído deveria deixar como 'filho' um desejo maior e mais bonito, até que por fim compreendamos que o desejo de união com toda a natureza é o único que, longe de limitar os nossos poderes, torna-os universais. Em outras palavras, apenas no entendimento universal e no amor universal pode haver liberdade, porque a vida e o seu propósito são, por fim, compreendidos. Somente então a vida do mundo vibra através de nós, e nós nos unimos com a essência de todas as coisas.

O que podemos fazer para atingir esse estágio? Em primeiro lugar, parar de tentar atingir qualquer coisa. Tentar atingir implica um desejo de obter. A vida espiritual é doação, não obtenção. No tempo devido, temos que abrir mão até mesmo da nossa vontade individual para nos tornarmos unos com o desejo coletivo da natureza - no sentido em que ajudamos a natureza e trabalhos com suas leis."

(A Conquista da Liberdade - Revista Sophia, Ano 2, nº 6 - p. 24)


quarta-feira, 25 de outubro de 2017

A CONQUISTA DA LIBERDADE (1ª PARTE)

"Por que os homens querem ser livres? Como podem se tornar livres? O que os impede? O impulso do espírito no interior desse esquife de carne e osso que habitamos é se livrar do tamas (inércia) do corpo, do rajas (movimento do desejo) das emoções e até mesmo do sattva (ritmo) da mente; esses são os elos que o espírito interior gostaria de quebrar em pedaços. Eles são como nuvens que o espírito se esforça para penetrar e dissipar, porque escondem surya, o sol.

O mesmo espírito deve ser encontrado não apenas em todos os homens e mulheres, mas também no chão, no relâmpago e na tempestade, na erupção vulcânica e na paz da primavera. Por isso a vida interior está sempre forçando caminho através das formas para se unir à vida liberta de formas, pois não há mais que uma única vida. Isso é evolução.

Assim como a água desce morro abaixo para se juntar ao oceano, o espírito interior  de nosso corpo, em cada átomo e em toda a natureza está constantemente lutando para se libertar das formas que o limitam, seja da matéria, de emoções, desejos ou ideias. Isso é crescimento. 

O vegetal força seu caminho para fora da semente e da escuridão da terra, em direção à luz; continua forçando até os limites de sua natureza, para cumprir sua função cíclica de crescimento. A semente se sacrifica para se tornar um vegetal, o botão se sacrifica para se tornar uma flor e a flor se sacrifica para que a semente que carrega possa recomeçar um novo ciclo. Se seguirmos esse ciclo em nossa vida, seremos capazes de ver o que nos prende e o que é a liberdade. Entretanto, embora o impulso para ser livre esteja presente, muitos não sabem o que significa liberdade.

Estamos insatisfeitos com a vida, com nossas capacidades e nosso ambiente externo e interno. Centenas de 'cordas' de desejos nos prendem. Sentimos falta de algo distante e vivemos tentando superar obstáculos. Temos que compreender, lidando com a ideia e não só com as palavras, que o problema está na nossa mente. Podemos começar pensando sobre o que significa a liberdade e como ela pode ser obtida. (...)"

(A Conquista da Liberdade - Revista Sophia, Ano 2, nº 6 - p. 23/24)
www.revistasophia.com.br


terça-feira, 24 de outubro de 2017

UMA TOTAL RECEPTIVIDADE

"'O Tao jamais faz qualquer coisa. Todavia, através dele todas as coisas são feitas." Esse é o significado de Sidartha tornar-se uno com o rio e Santiago com o vento do deserto. Não ação não é inércia, mas uma total receptividade àquilo que jorra da fonte através do indivíduo. É um modo de vida, não procurando coisas ou viajando para onde quer que seja, mas tornando-se uno com o todo e permitindo que a vida se expresse através de nós. 

Ramana Maharshi disse que 'não há mistério maior do que este: ficamos buscando a realidade, mas somos nós a realidade'. É por isso que a procura pelo Graal nos manterá presos a uma miragem. O conselho de Eckhart Tolle para sair dessa armadilha é o seguinte: 'Não busque tornar-se livre do desejo, nem busque a iluminação. Torne-se presente. Esteja aqui e agora, seja um observador de sua mente. Não faça citações do Budha, seja o Budha.'

Em outras palavras, nós já somos aquilo que procuramos. Temos apenas que perceber isso." 

(Christine Lowe - A miragem do Graal - Revista Sophia, Ano 2, nº 6 - p. 14)


segunda-feira, 23 de outubro de 2017

CORAGEM: UMA QUALIDADE INATA DA ALMA

"Aquele que busca com sinceridade, na prática, ao contrário daquele que 'busca' na poltrona e desperdiça a vida ruminando teorias intelectuais, entusiasma-se ao pensar na dura tarefa que tem pela frente. O guerreiro autêntico, mesmo que sinta medo, atira-se corajosamente à batalha quando a força do braço se torna necessária. O alpinista de verdade, embora apreensivo diante da encosta íngreme que deverá escalar, prepara-se resolutamente para conquistá-la. E o homem sincero na busca da verdade diz a si mesmo: 'Sei que alcançar a perfeição é uma tarefa árdua, mas farei de tudo para alcançá-la. (...)' Meditando incansavelmente dia após dia, ele finalmente toma consciência do corpo e recupera a percepção da divina bênção interior, que há muito perdera.

Ânimo, devoto! Não importa quão árido, duro e ressequido tenha se tornado o solo de seu coração durante os anos de fome da indulgência sensual, do fracasso e do desapontamento, ele pode ser regado e fertilizado novamente pelas águas vivificantes da comunhão interior. Seu entusiasmo espiritual, há muito arrefecido, pode ganhar vida nova. Basta que você beba de novo o vinho antigo da comunhão com Deus. No campo do empreendimento espiritual fervoroso, lance novamente à terra macia das percepções renovadas da alma as sementes do sucesso espiritual e veja-as transformar-se numa seara de alegrias divinas. 

Em vez de se sentir vencido e desencorajado diante daquilo que supõe ser uma tribulação, agradeça a Deus a oportunidade de descobrir o que precisa aprender, e de juntar forças e sabedoria para enfrentar o desafio."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como Ter Coragem, Serenidade e Confiança - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 17/18


domingo, 22 de outubro de 2017

DUAS BOAS DEFINIÇÕES (KARMA)

"E. D. Walker, em sua obra Reencarnação,  nos oferece a seguinte explicação: 

"A doutrina de Karma explica que nós mesmos nos fizemos o que somos por atos anteriores e que formamos nossa eternidade futura com as ações presentes. Não existe outro destino além daquele que nós mesmos determinamos.  Não há salvação nem condenação alguma, exceto aquela originada por nós mesmos... Como Karma não oferece nenhum amparo aos gestos culpáveis e requer muito valor, não encontra entre as naturezas débeis tão boa acolhida como as fáceis doutrinas de remissão dos pecados, a intercessão, o perdão e as extremas-unções... No domínio da eterna justiça, a ofensa e o castigo estão unidos inseparavelmente como um único fato porque não existe real diferença entre a ação e sua consequência... Karma ou nossos antigos atos são os responsáveis pela nossa volta à vida terrestre. A residência do espírito muda segundo seu Karma que não permite uma larga permanência na mesma condição, uma vez que sempre está se modificando. Enquanto a ação for governada por motivos materiais e egoístas manifestará seus efeitos com renascimentos físicos; somente o homem perfeitamente desinteressado pode livrar-se do peso da vida material; poucos o conseguiram, mas esta é a meta à qual tende a Humanidade...". 

Outro ilustre escritor teosófico diz (Objeto da Teosofia, por A. P. Sinnett): 

"Cada indivíduo, com cada ato e pensamento diário, está criando bom ou mau Karma e está ao mesmo tempo esgotando nesta vida o Karma produzido pelos atos e desejos da anterior. Quando vemos pessoas atormentadas por sofrimentos naturais pode-se dizer que esse sofrimento são resultados inevitáveis de causas originadas pelas mesmas num nascimento anterior. Poderá alguém argumentar que pelo fato dessas aflições serem hereditárias nada têm a haver com uma encarnação passada, mas é preciso lembrar que o Ego, o homem real, a individualidade, não tem sua origem espiritual na parentela que o reencarna, mas que é atraído pelas afinidades que seu gênero de vida agrupou na corrente que o leva, quando chega a hora do renascimento, para a morada mais adequada para o desenvolvimento dessas tendências... A doutrina de Karma bem compreendida guia e ajuda àqueles que compreendem sua verdade, elevando e melhorando sua vida; porque não se deve esquecer que não apenas nossos atos, mas também nossos pensamentos atraem com certeza um acúmulo de circunstâncias determinantes no nosso futuro e o que é mais importante, ainda no futuro de nossos semelhantes. Se os pecados por omissão ou cometimento somente interessassem ao Karma do pecado, o fato teria menores consequências; porém, como cada pensamento e ato na vida acarreta uma influência correspondente, boa ou má, nos outros membros da família humana, o sentido estrito da justiça, moralidade e generosidade é necessário à felicidade ou progresso futuros. Nenhum arrependimento, por maior que seja, pode apagar os resultados de um crime já cometido ou os efeitos de um mal pensamento. O arrependimento se é sincero deterá o homem, impedindo-o de cometer novamente as mesmas faltas, porém não pode livrá-lo e aos demais dos efeitos já produzidos por aquelas que infalivelmente recairão sobre ele nesta vida ou no próximo renascer"."

(H. P. Blavatsky - A Doutrina Teosófica - Ed. Hemus, São Paulo - p. 78/80)