OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 13 de abril de 2021

AS REGRAS DO JOGO (1ª PARTE)

"O plano para o universo em expansão está bem à nossa frente, mesmo que não consigamos vê-lo. Somos cegos para ele porque o plano somos nós. Ou, para torná-lo pessoal, você é o plano cósmico - ou plano divino, se preferir. Não existem regras fora de sua mente, nenhuma ação fora de seu corpo. Seja o que for que você escolha fazer, o plano se adapta. Quando você tem um novo desejo, o universo muda concomitantemente. Ele não tem escolha porque não existe propósito na criação além de você, exatamente aqui e agora.

Concordo que essa descrição soa como uma hipérbole. Por toda a sua vida você absorveu uma visão de mundo que o coloca sob um poder superior. Se não for o poder de Deus, é o poder de forças naturais. Se não for o poder de autoridades, é o poder da natureza humana e seus impulsos autodestrutivos. Nada disso é verdade - ou, para ser mais preciso, nada disso é verdade uma vez descoberto seu eu real. Em última análise, descobrir seu propósito o conduz à descoberta de quem você realmente é.

O plano cósmico que foi elaborado em seu interior segue certas diretrizes invisíveis:

1. Tudo está consciente. Não existem zonas mortas na criação. A consciência é uma atividade que permeia todo o universo, o que significa que quando você está consciente de alguma coisa, o universo está consciente com você. O que você vê e faz altera todo o esquema. 
2. Tudo se encaixa. Não existem partes frouxas para o universo, nada é postergado. A totalidade mantém cada parte em seu lugar e determina a cada uma sua função. Quando algo parece aleatório, você está testemunhando um padrão se transformando em outro.
3. O esquema todo é auto-organizado. Não é necessário um controlador externo. Uma vez que uma galáxia, uma borboleta, um coração ou uma espécie inteira esteja em movimento, seu funcionamento interno sabe o que fazer.
4. A evolução se desdobra por si mesma. Uma vez que alguma coisa cresce, ela procura a forma mais elevada de si mesma - a melhor estrela, dinossauro, feto ou samambaia. Quando esta se exaure, ela realiza uma transição para uma nova forma que seja mais criativa e interessante.
5. A liberdade é o objetivo final. Você não ganha por ter chegado ao fim, você ganha por encontrar um novo jogo no instante em que o velho acaba. Isso não é liberdade vazia. Você nunca se acha flutuando em um vácuo. Melhor dizendo, essa é a liberdade de possibilidades que nunca chegam ao fim. (...)" 

(Deepak Chopra - Reiventado o Corpo, Reanimando a Alma - Ed. Rocco Ltda., Rio de Janeiro, 2010 - p. 250/251)


quinta-feira, 8 de abril de 2021

POR QUE SOU IMPORTANTE?

"No passado, a vida ficava mais fácil sabendo-se o que Deus tinha reservado. Se você souber onde se encaixar no esquema divino, as dificuldades materiais da vida se tornam secundárias. Se você não entrar na linha, seu destino será amargo, mas nem por isso estático. Não sei de nenhuma cultura em que o destino de uma pessoa tenha sido deixado à deriva. Mesmo no judaísmo, em que uma interpretação (mas não todas) nega a existência de uma pós-vida, Deus afirma que esta vida, sendo a única, deveria ser vivida do modo mais devotado possível. A virtude de viver em Deus é que sua ínfima existência não fica dotada simplesmente de um propósito mais alto, e sim do mais alto de todos, como parte da criação de Deus.

Entretanto, por maior que seja a força de se viver para Deus, a religião esteve sempre atormentada por uma séria contradição. Todas as pessoas são consideradas preciosas para Deus, mas ninguém é realmente necessário. Vidas individuais são desperdiçadas aos milhares a cada ano nas guerras. Outras incontáveis são perdidas por causa de fome, de doenças ou mal conseguem sobreviver a um índice cruel de mortalidade infantil. Poucas pessoas falam acerca dessa contradição que tem um efeito oculto. Médicos precisam anunciar estados terminais a pacientes incuráveis. A notícia chega como um choque, mas vem demonstrando que a maioria dos pacientes terminais é abnegada. A razão pela qual não querem morrer é que suas famílias precisam delas. A grande questão 'Por que estou aqui?' é deixado para outras pessoas. O mesmo ocorre com o medo dominante expresso pelo idoso, um medo que não é o de morrer ou da dor crônica e incapacitante. Antes de tudo, o que eles mais temem é se tornarem um fardo para seus filhos.

É humano compreender que todos nós precisamos uns dos outros de codependência no pior sentido: eu só existo para ter necessidades e ser necessário. Lembro-me bem no começo de minha carreira, de um paciente que ao ser informado que sofria de um câncer incurável no fígado, ou pâncras, murmurou: 'Que grande perda para o mundo quando eu me for.' Não só uma perda para a família e os amigos, mas uma perda absoluta, algo que tornaria o mundo mais pobre. Certamente, todos nós vemos a passagem de gente eminente dessa forma. E também, pela perspectiva de sua alma, você é um complemento para o mundo tão importante quanto Mahatma Gandhi ou Madre Tereza. Subtraí-lo da equação cósmica seria uma perda tão grande quanto. A seda mais refinada permanece intacta se você puxar um fio, mas o rasgo aparecerá. 

Muitas pessoas resistem à ideia de possuir um valor absoluto no universo. Inconscientemente, estão adotando um comportamento conhecido como desamparo adquirido. Um exemplo típico vem de um experimento com cães realizado na década de 1950. Dois cães foram colocados em jaulas diferente e em cada um era aplicado um choque de baixa voltagem a intervalos aleatórios. O primeiro cão tinha à disposição um interruptor em que ele podia bater com a pata para estancar o choque, em em pouco tempo aprendeu a apertar o interruptor. Como os choques eram fracos, esse cão não demonstrou nenhum efeito adverso. O segundo cão recebia os choques no mesmo momento, mas não tinha nenhum interruptor para desligá-los. Sua experiência era bem diferente. Para aquele cão, a dor era uma ocorrência aleatório fora de seu controle.

Porém, foi a segunda parte da experiência que se mostrou mais reveladora. Os dois cães foram colocados em outras jaulas onde a metade do piso dava choque e a outra metade, não. Tudo o que o cão precisava fazer no momento do choque era saltar uma divisória de madeira para a parte neutra. O primeiro cão, o que aprendera a desligar o choque, não tinha mais o interruptor. Mas também não precisou de um. Rapidamente aprendeu a saltar para o lado seguro, O segundo cão, no entanto, desistiu de início. Ele se deitou e deixou que os choques acontecessem sem esboçar nenhuma reação para se livrar deles. Isso é o desamparo adquirido em ação. Quando aplicado à vida humana, as consequências são devastadoras. Inúmeras pessoas aceitam que a dor e o sofrimento apareçam aleatoriamente na vida. Nunca estiveram no controle dos choques por que passa cada existência, e assim não buscam saída, mesmo quando surge alguma.

Saber como as coisas funcionam é importante. Caso contrário, o desamparo adquirido aos poucos vai tomando conta de nós. O primeiro cão aprendeu que a vida faz sentido: se você atinge o interruptor, a dor passa. O segundo cão aprendeu que a vida não tem sentido: não importa o que faça, a dor virá de qualquer maneira, o que significa que não há nenhum responsável, ou, se houver, ele não se importa. O cérebro de um cão pode não chegar a pensar dessa forma, mas o nosso sim. Sem um senso de objetividade, nós ficamos desamparados, visto que ou Deus não está presente ou ele não se importa com o que acontece conosco. Para escapar de nosso desamparo adquirido, precisamos adquirir um sendo de que somos importantes no esquema mais amplo das coisas."

(Deepak Chopra - Reinventado o Corpo, Reanimando a Alma - Ed. Rocco Ltda., Rio de Janeiro, 2010 - p.245/247)


terça-feira, 6 de abril de 2021

O UNIVERSO EVOLUI ATRAVÉS DE VOCÊ

"(...) É preciso uma ruptura que revele o quão valioso você realmente é. Quase ninguém acredita ser absolutamente necessário no grande esquema do universo. Você, no entanto, sendo a vanguarda da evolução, é precioso para o universo de um modo singular porque só você tem a experiência que a vida representa. Pertence a um plano que não pode existir sem você, embora seja bastante diferente daquilo que imagina: o plano não tem diretrizes rígidas, limites fixos nem final previsível. É construído à medida que avança , e esse é o motivo pelo qual depende da participação de cada um. 

Certa vez, ouvi um famoso guru indiano falando a respeito do plano cósmico - ou plano divino, como chamou. Ele falou do plano com as palavras mais inspiradoras, projetando um futuro abençoado com indescritível fartura e total ausência de sofrimento. A plateia era grande, composta em sua maioria por ocidentais. No salão, pude sentir um cabo de guerra emocional - as pessoas queriam acreditar no que tinham ouvido, mas não se atreviam. Finalmente, um membro da plateia levantou-se e perguntou:

- Esse plano divino está em execução exatamente agora? O mundo está tão caótico e violento. Cada vez menos gente acredita em Deus.

Sem hesitar, o guru respondeu:

- Acreditar em Deus não importa. O plano é eterno, estará sempre em execução. Ele não pode ser parado. - Fazendo um círculo com o braço, acrescentou: - Todos aqui deveriam aderir. Não há maior propósito na vida, e se você se juntar agora, irá colher as primeiras recompensas.

O ouvinte franziu as sobrancelhas. 

- E se eu não aderir? - perguntou: - O que pode acontecer? O rosto do guru permaneceu austero.

- Deus não é dependente de ninguém. O plano divino não precisa de você para prosseguir - ele se debruçou mais perto do microfone - mas, se você virar as costas, não irá se manifestar através de você. 

Definitivamente, creio que está é a resposta certa. Se tirarmos o 'divino' da equação e falarmos em termos de um universo em constante evolução, você pode aderir ao fluxo evolucionário ou não. A escolha é sua. Seja como for, a evolução acontecerá, mas se você optar por permanecer fora, ela não se manifestará através de você."

(Deepak Chopra - Reinventado o Corpo, Reanimando a Alma - Ed. Rocco Ltda., Rio de Janeiro, 2010 - p.244/245)


quinta-feira, 1 de abril de 2021

O SIGNIFICADO DA DOR - 4a (PARTE FINAL)

"(...) Poucos têm a coragem, ainda que lentamente, de enfrentar a grande desolação que se encontra fora deles mesmos, e lá repousar, enquanto apegam-se à pessoa que representam, o 'eu' que para eles é o centro do mundo, a causa de toda a vida. Em seu anseio por um deus, eles encontram a razão da existência de um; no desejo por um corpo sensorial e um mundo para desfrutar, a causa do Universo existe para eles. Essas crenças podem estar ocultas muito abaixo da superfície e, de fato, de difícil acesso; mas a razão pela qual o ser humano se mantém em pé, está no fato de que as crenças lá se encontram. Ele é, para si mesmo, o infinito e o deus; sustenta o oceano em uma taça. Nesta ilusão ele nutre o egoísmo que torna a vida prazerosa e a dor agradável. Nesse profundo egoísmo está a causa e a fonte da existência do prazer e da dor, pois a menos que o indivíduo vacilasse entre estes dois, e incessantemente lembrasse a si mesmo, pela sensação, de que o egoísmo existe, ele o esqueceria. E, nesse fato, está toda a resposta à pergunta: 'Por que o homem cria dor para seu próprio desconforto?'

O fato estranho e misterioso permanece, até então, inexplicável; ao se iludir, o ser humano meramente interpreta a Natureza ao contrário e atribui a significação da vida às palavras de morte. Para aquele indivíduo que realmente segura o infinito dentro de si, e que o oceano realmente está na taça, é uma verdade incontestável; mas unicamente é assim, porque a taça é absolutamente inexistente. É meramente uma experiência do infinito, impermanente, sujeita a ser destroçada a qualquer instante.

É na reivindicação da realidade e da permanência dos quatro muros de sua personalidade que o ser humano comete o grande erro, mergulhando numa série prolongada de incidentes infelizes e intensificando continuamente a existência de suas formas favoritas de sensação. Prazer e dor se tornam para ele mais reais do que o grande oceano do qual ele faz parte e onde encontra seu lar; perpétua e dolorosamente bate contra esse muros, nos quais sente, e seu eu mesquinho oscila dentro de sua prisão escolhida." 

(Mabel Collins - Através dos Portais de Ouro - Ed. Teosófica, Brasília, 2019 - p. 102/104)
www.editorateosofica.com.br 


terça-feira, 30 de março de 2021

O SIGNIFICADO DA DOR - 4

"Uma lição definida aprendida por todos aqueles que sofrem intensamente será de grande utilidade para a nossa consideração. Na dor intensa atinge-se um ponto em que ela é indistinguível do seu oposto, o prazer. Isso é verdade, porém, poucos têm o heroísmo ou a força para sofrer até um grau tão extraordinário. É tão difícil alcançá-lo como é pelo outro caminho. Apenas uns poucos eleitos têm a gigantesca capacidade para o prazer, que lhes permitirá viajar para o seu oposto. A maioria somente tem força suficiente para desfrutar e se tornar escrava do prazer. No entanto, o indivíduo tem indubitavelmente dentro de si o heroísmo necessário para a grande jornada; porém, como é que os mártires sorriram em meio à tortura? Como é que o pecador profundo que vive por prazer pode, finalmente, sentir em si mesmo a inspiração divina?

Em ambos os casos, tem surgido a possibilidade de encontrar o caminho; mas muitas vezes essa possibilidade é eliminada pelo desequilíbrio da natureza sobressaltada. O mártir adquiriu uma paixão pela dor e vive com a ideia de um sofrimento heroico; o pecador se torna cego pela ideia da virtude e a adora como um fim, como um objeto, uma coisa divina em si mesma; visto que somente pode ser divina como uma parte desse todo infinito que inclui tanto o vício quanto a virtude. 

Como é possível dividir o infinito - aquilo que é um? É tão razoável conceder divindade a qualquer objeto, como tomar uma taça de água do oceano e declarar que nela está contido o oceano. Você não pode separá-lo; a água salgada faz parte do imenso mar e assim deve ser; mas mesmo assim você não segura o mar na sua mão. Os seres humanos desejam tão ansiosamente o poder pessoal, que estão prontos para colocar o infinito em uma taça, a ideia divina em uma fórmula - imaginando possuí-la. Estes são apenas aqueles que não podem se levantar e se aproximar dos Portais de Ouro, pois o grande sopro da vida os confunde; são golpeados pelo horror ao descobrir quão enormes são esses Portais. O adorador de um ídolo mantém, em seu coração, a imagem de seu ídolo e sempre queima uma vela diante do mesmo. É o seu ídolo e se compraz com esse pensamento, embora se incline reverentemente diante dele. Quantos seres humanos virtuosos e religiosos não se encontram nesse mesmo estado? Nos recessos da alma, a lâmpada está queimando diante de um deus doméstico - uma coisa possuída por seu adorador e sujeita a ele. Os indivíduos se apegam com desesperada tenacidade a estes dogmas, a estas leis morais, a estes princípios e modos de fé, que são seus deuses domésticos, seus ídolos pessoais. Peça-lhes que queimem a chama incessante em reverência apenas ao infinito, e eles se afastam de você. Seja qual for a maneira como eles desprezam o seu protesto, dentro deles mesmos deixam uma sensação de doloroso vazio. Pois a nobre alma dos seres humanos, aquele poderoso rei que está dentro de todos nós, sabe perfeitamente bem que esse ídolo doméstico pode, em qualquer momento, ser derrubado e destruído - que em si mesmo carece de toda finalidade, sem nenhuma vida real e absoluta. E ele se contentou em possuí-lo, esquecendo-se de que tudo que é possuído só pode ser mantido, temporariamente, pelas leis imutáveis da vida. Ele esqueceu que o infinito é seu único amigo; esqueceu que em sua glória está seu único lar - que somente ele pode ser seus deus. Lá ele se sente como se fosse desamparado; mas, entre os sacrifícios que oferece ao seu próprio e especial ídolo, ele encontra um breve local de descanso; e por isso se apega apaixonadamente ao ídolo. (...)" continua...

(Mabel Collins - Através dos Portais de Ouro - Ed. Teosófica, Brasília, 2019 - p. 99/102)
www.editorateosofica.com.br