OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 17 de março de 2017

AS MODIFICAÇÕES DA DOUTRINA DO KARMA E ALGUMAS CRENÇAS LIGADAS A ELAS (PARTE FINAL)

"(...) Sempre podemos desejar transferir nossas boas ações e pensamentos para o bem de outros. Mas não irá isso interferir com o Karma desses outros? Não, se compreen­demos como se faz isso. Na verdade, é quase impossível, e fica além do nosso poder interferir no Karma alheio. Ninguém pode receber o bem indiscriminadamente e, ao mesmo tempo, não podemos dizer quem está em condi­ções de receber ajuda e quem não está. Façamos uma comparação para saber como ajudar outros. Suponhamos um homem caminhando por uma estrada cansativa e carregando uma carga pesada; suponhamos também um outro homem, cheio de compreensão, que se apro­xima dele, fala com ele, atrai o seu interesse, de forma que o tempo passa rapidamente e, quando menos se es­pera, a viagem chega ao fim e a carga ficou meio esque­cida pelo mútuo interesse. Bem, nesse caso, o homem levava a carga que ele próprio criara para si. Não obstan­te, embora fosse Karma seu carregar a sua carga, seu com­panheiro, no verdadeiro sentido da palavra, ajudou a tor­nar mais leve aquele peso.

É assim que aprendemos a ajudar-nos mutuamente a carregar nossas cargas. É aprendendo como usar o jugo do Cristo, que leva o Cristo a suportar as cargas dos que tomam o seu jugo, isto é, aprendendo a maneira pela qual Ele carrega o peso. E a Sua maneira é a da paciência, da humildade e do amor. Amor verdadeiro, solidariedade e compaixão para com os outros, ajuda-os a suportar suas cargas e encurtam a jornada para a Meta. Inversamente, os deprimidos e não solidários afetam as condições de todos os que entram em contato com eles. Aqueles, por exemplo, que, não satisfeitos em suportar seus desgos­tos, acham que devem expor desnecessariamente suas mágoas a todos os que os rodeiam, também os tornam desencorajados. Ainda assim, é bom, de vez em quando, 'chorar com os que choram', porque a solidariedade acalma, e são muitos os que não podem suportar sozinhos os desgostos e precisam de toda a compaixão que puder­mos ter.

Dessa forma é que os Salvadores, os Budas, os Nirmanakâyas, estão sempre auxiliando, 'fazendo parivarta' pela salvação de outros. é essa a sua divina tarefa, é essa a Sua natureza — abrandar os desgostos da vida, se ao menos andarmos a Seu lado! Como é simples, não obs­tante, como é difícil recordar isso, porque não temos Fé. Eles estão sempre nos procurando — esses Senhores e Mestres - não no sentido metafórico, mas real e verda­deiramente. Procuram-nos, e fazem isso com incansável amor e compaixão. Os Budas, isto é, os Iluminados de todos os tempos, estão sempre conosco. Desde o grande Céu Akanishtha, onde moram os Arhats, até o mais baixo dos Infernos, Avitchi, os Budas da Compaixão estão co­nosco, esperando que falemos com Eles. Quem sabe quan­tos desastres Eles têm evitado? Quem sabe, mesmo quan­do vêm os desastres, que Mão os abrandou? Não há, por acaso, uma profunda verdade na declaração de que os Mestres podem suportar nossos desgostos e sentir o peso das nossas iniquidades? Por isso é que entre os budistas Mahayâna os piedosos sempre rezam para que os Nirmanakâyas, ou Budas da Compaixão, jamais nos deixem, para que Aqueles Grandes, que, ao alcançarem o Nirva­na, renunciam, com grande sacrifício, a gozá-lo, possam permanecer espiritualmente presentes para ajudar o mun­do - e fisicamente presentes, se for necessário.

Nos comentários acima, a respeito do trabalho interoperativo do Karma, não há fuga quanto à responsabili­dade implícita da pessoa, com o correr do tempo. Se rece­bemos algum Bem ou algum Mal de outros, isso tem um propósito, e o Mal pode aliviar um tanto dos nossos pró­prios erros, enquanto o Bem exteriormente recebido aju­da-nos no gozo do nosso próprio Bem, ou no poder de auxiliar outros. E, embora seja impossível penetrar no ambiente labiríntico das operações Kármicas, devemos compreender que jamais será possível que se faça injus­tiça contra nós, e que estamos completamente seguros nas mãos do Grande Brahma. Assim, devemos também recordar que tal, como o homem, no exemplo que demos acima, foi realmente auxiliado pela presença de um companheiro solidário, também devemos, forçosamente, car­regar nossa própria carga, de forma que também possa­mos ter nossos encargos aliviados, se andarmos ao lado do Senhor e Mestre, conversando com Ele, ouvindo a Sua Voz, que fala onde som algum pode ser ouvido, na profundidade inefável das nossas Almas."

(Irmão Atisha - A Doutrina do Karma - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 37/38)

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