OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 4 de outubro de 2017

ALMA E ESPÍRITO

"Platão define a alma (Buddhi) como 'o movimento capaz de mover a si próprio'. 'A alma, acrescenta (Leis, X), é a mais antiga das coisas e o princípio do movimento', chamando assim a Atma (Buddhi) de 'alma' e a Manas de 'Espírito', o que também é feito por nós. 

'A alma foi criada antes que o corpo e este é posterior e secundário, sendo, de acordo com natureza, governado pela alma. A alma que rege todas as coisas que se movem em todas as direções, rege igualmente os céus. A alma, consequentemente, governa as coisas no céu e na terra, bem como no mar, por seus movimentos cujos nomes são: querer, considerar, vigiar, consultar, opinar justa ou erroneamente, ter alegria, confiança, medo, ódio, amor, juntamente com todos os movimentos primitivos unidos a estes. Sendo uma deusa, tem sempre a Noûs, um deus, como aliado e ordena as coisas de forma correta e feliz; porém, quando se une a Annóia (negação de Noûs) trabalha sempre em sentido oposto nas coisas.' 

Nesta linguagem, bem como nos textos budistas considera-se o negativo como existência essencial. O aniquilamento é explicado de uma forma semelhante. O estado positivo é o ser essencial, porém não a manifestação como tal. Em linguagem budista quando o espírito entra no Nirvana perde a existência objetiva, porém conserva o ser subjetivo. 

Em sua dedução filosófica 'acerca dos sonhos', Aristóteles expõe com a maior clareza esta doutrina da alma dupla, ou seja, alma e espírito. 'É preciso que averiguemos em que porção da alma aparecem os sonhos', diz ele. Todos os antigos gregos acreditavam que no homem existia não uma alma dupla, mas sim tripla. E encontramos também a Homero designando por thumos à alma astral ou alma animal chamada 'espírito" por Draper e à divina: noûs, nome pelo qual também é denominado, por Platão, o espírito mais elevado. 

Os jainistas acreditam que a alma, à qual dão o nome de Jiva, tenha sido unida desde a eternidade a dois corpos etéreos e sublimados, um dos quais é invariável e formado dos poderes divinos da alma mais elevada; o outro variável e composto das mais grosseiras paixões do homem, de suas afecções sensuais e atributos terrestres. Quando a alma foi purificada depois da morte une-se a seu Vaycarica ou espírito divino e converte-se num deus. Os partidários dos Vedas, os sábios Brâmanes expõem a mesma doutrina nos Vedanta. A alma, segundo seus ensinamentos, como uma parte do divino espírito universal ou inteligência é capaz de se unir com a essência de sua Entidade mais elevada. 

Este ensinamento é explícito, os Vedanta afirmam que todo aquele que lograr conhecimento completo de seu deus se converte em deus, ainda que permaneça em seu corpo mortal, e adquire poder sobre todas coisas. Citando da teologia védica o verso que diz: 'Verdadeiramente existe apenas uma Divindade, o Espírito Supremo, ele é da mesma natureza que a alma do homem', Draper mostra como as doutrinas budistas chegaram à Europa Oriental através de Aristóteles. Consideramos esta afirmativa pouco digna de crédito, posto que Pitágoras e depois dele, Platão, ensinaram-nas muito anteriormente a Aristóteles. Se posteriormente os últimos platônicos admitiram em sua dialética os argumentos aristotélicos acerca da emanação foi unicamente porque suas opiniões coincidiam em alguns pontos com aquelas dos filósofos orientais."

(H. P. Blavatsky - A Doutrina Teosófica - Ed. Hemus, São Paulo - p. 49/51)


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