OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

PALCO DA VIDA


"O espaço entre nascer e morrer terá que ser preenchido com a representação de um drama, que traz como título ‘VIDA’.

Uns desempenham o papel de palhaços, mas como verdadeiros Artistas; outros, querendo ser Artistas, desempenham seus papéis como verdadeiros palhaços.

Na mesma exibição há mendigos que representam o papel de verdadeiros Reis, e há Reis que representam o papel como verdadeiros mendigos.

E assim continua o drama, cujos personagens vão mudando de tempos em tempos, mas a comédia, e suas variações dramáticas, é sempre a mesma. Os artistas desaparecem misteriosamente, um por vez, sendo que a última exibição de cada um é sempre a mesma – o encerramento das cortinas sobre a cena cujo nome é ‘MORTE’; algumas flores e um adeus de saudade.

A desconhecida sequência ficará na esperança oculta de enigmas misteriosos, que se processam na existência do Infinito.

E assim é o eterno drama da humanidade e dos séculos, que é exibido no ‘PALCO DA VIDA’."

(R. Stanganelli – A Essência do Otimismo – Ed. Martin Claret, São Paulo, 2002 – p. 108)


sábado, 18 de janeiro de 2014

O CERIMONIAL

"A linha do cerimonial é uma linha ao longo da qual chegam muitas pessoas, mas é preciso compreender, naturalmente, que nenhum cerimonial religioso, seja ele qual for, é, na verdade, essencial, e o homem que deseja ingressar no Caminho da Santidade precisa compreendê-lo em sua plenitude e lançar de si a crença na necessidade das cerimônias, como um dos grilhões que o retêm afastado do nirvana. Isso não quer dizer que as cerimônias não sejam, às vezes, eficazes para produzir os resultados que se pretendem, senão que nunca são realmente necessárias a nenhum deles, e que o candidato a um progresso mais elevado precisa aprender a dispensá-las. A linha do cerimonial é uma estrada fácil para determinado tipo de pessoas, para as quais se revela efetivamente útil e inspiradora; há, contudo, outro tipo de homens para os quais o cerimonial é sempre um obstáculo entre eles e as divindades que desejam alcançar. 

No Cristianismo, a linha do cerimonial é a designada pelo seu fundador, através da qual deve operar a sua magia. A consagração da hóstia, por exemplo, é um meio graças ao qual a força espiritual se derrama sobre as pessoas. Existe, frequentemente, vasta quantidade de sentimento devoto no momento da consagração, e a operação da magia é ajudade por ele, muito embora não dependa dele. Os devotos recebem indiscutivelmente mais porque trazem consigo mesmos uma faculdade adicional de recepção. Por outro lado, existe sempre a probabilidade de que a devoção ignorante degenere em superstição. (...) Devemos lembrar-nos também de que, na História, costumamos ouvir muitas alusões aos piores efeitos do entusiasmo religioso, ao mesmo tempo que o bom e firme progresso de muitos milhares de pessoas sob a sua influência causa escassa impressão."

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 79/80)

terça-feira, 19 de novembro de 2013

ESCUTA A CANÇÃO DA VIDA

"Procura-a e escuta-a primeiro em teu próprio coração. A princípio talvez digas: 'Não consigo encontrá-la; ao procurar, encontro apenas discórdia'. Procura mais fundo. Se ficares de novo desapontado, detém-te e busca mais fundo ainda. Existe uma melodia natural, uma fonte oculta em todo coração humano. Pode estar oculta e completamente escondida e silenciada - mas lá está. Na própria base da tua natureza encontrarás fé, esperança e amor. Aquele que escolhe o mal se recusa a olhar para dentro de si, fecha os ouvidos à melodia do seu coração, assim como tapa os olhos para a luz da sua alma. Ele procede assim porque acha mais fácil viver nos desejos. Porém, sob toda vida existe uma forte corrente que não pode ser detida; as grandes águas na realidade ali estão. Encontra-as e perceberás que ninguém, nem a mais maldosa das criaturas, deixa de ser parte dela, por maior que seja sua cegueira em relação a esse fato, e mesmo que tenha construído para si uma horripilante máscara externa. É neste sentido que eu te digo: todos os seres entre os quais tu lutas são fragmentos do Divino. Tão enganadora é a ilusão em que vives, que é difícil que prevejas onde pela primeira vez detectarás a doce voz no coração dos outros. Sabe, porém, que ela está certamente dentro de ti. Procura-a em ti e, uma vez que a tenhas ouvido, mais prontamente a reconhecerás ao redor de ti."

(Mabel Collins - Luz no Caminho - Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 78/81)


domingo, 20 de outubro de 2013

QUATRO MÉTODOS RELIGIOSOS FUNDAMENTAIS: O MÉTODO CIENTÍFICO OU YOGA (1ª PARTE)

"São Paulo afirmou: 'Eu morro diariamente'¹ Com isso ele quis dizer que conhecia o processo de controlar os órgãos internos e que podia, voluntariamente, libertar do corpo e da mente o seu Eu espiritual - uma experiência que as pessoas comuns, destreinadas, sentem apenas no momento final da morte, quando o Eu espiritual liberta-se do corpo esgotado.

Ora, é possível ter a experiência de que o Eu está separado do corpo, sem experimentar a morte definitiva, submetendo-se a um curso de treinamento prático e regular neste método científico.

Darei apenas uma ideia geral do processo e da verdadeira teoria científica em que ele está baseado. Apresentarei o assunto aqui nos termos de minha própria experiência. Verificar-se-á, afirmo, que é universalmente aplicável. E também posso dizer, com plena garantia, que a Bem-aventurança - que é, como indiquei, nosso objetivo final - é sentida em grau intenso durante a prática deste método. Sua prática é em si intensamente bem-aventurada - muito mais bem-aventurança pura do que o maior de todos os prazeres que qualquer dos nossos cincos sentidos ou a mente jamais poderão nos oferecer. 

Não desejo dar a ninguém outra prova de sua verdade que não seja a proporcionada por sua própria experiência. Quanto mais alguém a pratica com paciência e regularidade, tanto mais sente, de maneira intensa e duradoura, que está estabelecido na Bem-aventurança de Deus. (...)"

¹ Coríntios 15:31

(Paramahansa Yognanda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 68/70)


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

CORPO FÍSICO: VESTIMENTA TEMPORÁRIA DO HOMEM (1ª PARTE)

"O homem é essencialmente o Atma (que pode ser traduzido por Espírito). Não é o corpo, e nunca deve se identificar com o corpo por ser este simples vestimenta temporária. Mesmo os que concordam com esta verdade agem, na maioria das vezes, como se não fossem nada além do próprio corpo; por isso Sai Baba não cansa de martelar nesta verdade fundamental. 

Ele diz, por exemplo: 'Vocês são o Atma invencível, incólume aos altos e baixos da vida. A sombra que você projeta enquanto se desloca longe do caminho cai na sujeira e na poeira, na sarça e no mato, na pedra e na areia, mas você absolutamente não precisa se preocupar, pois caminha incólume. Assim também, como Atma, não há razão para se preocupar com o destino de sua sombra - o corpo.' (...)

O Atma em si não tem forma, mas cria as formas de que precisar. Criou os cinco envoltórios do homem. O mais grosseiro destes é o annamayakosha (revestimento do alimento). Mais sutil que este é o pranamayakosha (envoltório do alento vital). Estes dois são parte do corpo físico. Dois outros envoltórios formam o corpo sutil ou astral. São o manomayakosha (envoltório mental) e o vijanamayakosha (envoltório do intelecto ou da mente mais elevada). O quinto é o anandamayakosha (envoltório da bem-aventurança), que serve como o mais evoluído corpo do homem, o corpo causal, conhecido em sânscrito como karana sharira. Todos esses compartimentos e componentes servem ao senhor do castelo, o Jivatma (espírito individual). (...)"

(Howard Murphet - Sai Baba O homem dos milagres - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2006 - p. 329/330)


quarta-feira, 9 de outubro de 2013

AMOR INCONDICIONAL: APERFEIÇOAR OS RELACIONAMENTOS HUMANOS (1ª PARTE)

"O mundo, como um todo, tem esquecido o significado real da palavra amor. O amor tem sido tão maltratado e crucificado pelo homem, que muito poucas pessoas sabem o que é o verdadeiro amor. Assim como o azeite está presente em cada partícula da azeitona, o amor permeia cada partícula da criação. Definir o amor, porém, é muito difícil, pela mesma razão por que não se pode descrever completamente o sabor de uma laranja. Você tem que provar a fruta para conhecer seu sabor. Assim é com o amor.

No sentido universal, o amor é o poder divino de atração que, na criação, harmoniza, une, prende junto. (...) Aqueles que vivem em sintonia com a força atrativa do amor harmonizam-se com a natureza e com os seus semelhantes, e são atraídos para a união bem-aventurada com Deus.

'O amor comum é egoísta, sombriamente enraizado em desejos e satisfações' [dizia Sri Yukteswar]. 'O amor divino é incondicional, ilimitado, imutável. O fluxo do coração humano desaparece para sempre, ao toque extasiante do puro amor.' (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 146/147)


segunda-feira, 30 de setembro de 2013

SVADHYAYA (ESTUDO DO SER)

"Significa estudo do Ser e é remédio filosófico. Em livro tradicional da Índia fala-se que uma pessoa chegou a um quarto escuro e se horripilou ao ver uma cobra que o ameaçava. Depois que acendeu o candeeiro, constatou que era tão somente uma inofensiva corda.

Nossas reações de medo, ódio, cobiça, ciúme, apego, finalmente todas as emoções com que reagimos ao mundo são originadas por um normal estado de ilusão, pois não vemos a corda, vemos a cobra. Reagimos à cobra que, embora sendo falsa, tem o poder de afetar-nos. Não vemos a corda, embora real. 

A Realidade não conhecemos. Ela é o Uno sem um Segundo, é o Absoluto, é o Ser, a Consciência e a Bem-aventurança escondida atrás deste mundo cheio de contrariedades, diversidades, de opostos, feito de nascimentos e mortes. O estudo do Ser, isto é, svadhyaya, através da leitura de livros sagrados de todas as tradições religiosas, através de permanente observação das coisas de fora e de dentro de nós, através da meditação é que nos dá a coragem resultante de matar a ameaçadora cobra da ilusão. (...)

O estudo da filosofia é a chave que nos liberta da vinculação, dos sofrimentos, da cobiça, do medo e do ódio. Se é a ilusão que nos assusta ou prende, lé a desilusão que nos salva. Nunca se entristeça por desiludir-se de algo ou alguém. É uma libertação que merece ser comemorada com um sincero 'Graças a Deus'. A verdadeira e última desilusão abre o portal para Deus. 

Reflexão: Iluda-me pensando que o gelo era mais real que a água e esta mais real que o átomo. Hoje, a ciência liberta-me dessa ilusão, e sei que nem mesmo o átomo tem realidade a não ser uma realidade relativa. 

A Realidade que Eu Sou nem adoece, nem sofre, nem morre, nem se perturba. Intranquilo, andei desejando e buscando poder, fortuna e prazer. Hoje - desiludido - salvo-me. Andei temendo coisas que também são ilusões. Desiludo-me e deixo o medo para trás, para longe de mim.

A Realidade que Eu Sou não tem inimigos nem sofre ameaças. O sofrimento é ilusão. Ilusório é também o prazer. Somente a Paz tem Realidade. Somente a Bem-aventurança é Real."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 143/144)


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A META SUPREMA

"A humanidade está empenhada numa eterna busca daquele 'algo mais' que espera lhe trará a felicidade completa e sem fim. Para as almas individuais que procuraram e encontraram Deus, a busca terminou. Ele é esse Algo Mais.

Muitas pessoas talvez duvidem de que encontrar Deus seja a finalidade da vida, mas todos podem aceitar a ideia de que o propósito da vida seja encontrar a felicidade. Eu afirmo que Deus é a Felicidade. Ele é a Bem-aventurança. Ele é o Amor. Ele é a Alegria que nunca deixará sua alma. Então, por que você não tenta alcançar essa Felicidade? Ninguém mais pode dá-la a você. Você mesmo tem de cultivá-la, o tempo todo.

Mesmo que a vida lhe tenha dado, em certo momento, tudo o que você queria - riqueza, poder, amigos -, passado algum tempo você se torna de novo insatisfeito e necessita de algo mais. Uma coisa, porém, jamais se tornaria monótona para você: a própria alegria! A experiência interior que todos estão buscando é a felicidade que é deliciosamente variada, embora sua essência seja imutável. A alegria perene, sempre renovada, é Deus. Encontrando essa Alegria dentro de si, você A encontrará em tudo no mundo exterior. Em Deus, você terá acesso à fonte da perene, infindável bem-aventurança.

Imagine que esteja sofrendo uma punição que não lhe permita dormir numa hora em que você necessita, desesperadamente, descansar, e de repente alguém diz: 'Muito bem, agora já pode dormir'. Pense na alegria que sentiria no momento em que estivesse a ponto de cair no sono. Multiplique-a por um milhão! Nem isso descreveria a alegria sentida na comunhão com Deus. A alegria de Deus é ilimitada, incessante, sempre nova. Corpo, mente, nada poderá perturbá-lo quando estiver nesse estado de consciência - assim são a graça e a glória do Senhor. E Ele lhe explicará tudo o que você não tem sido capaz de entender, tudo o que você quer saber.

Quando você senta em silêncio na meditação profunda, a alegria borbulha internamente, sem ter sido despertada por qualquer estímulo externo. A alegria da meditação é avassaladora. Aqueles que ainda não alcançaram o silêncio da verdadeira meditação não sabem o que é a verdadeira alegria. Quando a mente e os sentimentos são interiorizados, você começa a sentir a alegria de Deus. Os prazeres dos sentidos não perduram, mas a alegria de Deus é sempiterna. É incomparável!"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship -  p. 175/177)


terça-feira, 19 de março de 2013

JNANA YOGA - OS DOIS PÁSSAROS (6ª PARTE)

"Uma alegoria nos Uppanishads - a dos "Dois Pássaros" - ajuda-nos a compreender esta cosmovisão vedantina, que fundamenta a Jnana Yoga. Vejamo-la na descrição de Swamiji Sivananda:

Há dois pássaros na mesma árvore. Um, num dos galhos mais altos, o outro, mais abaixo. O primeiro se encontra perfeitamente sereno, silente, majestoso para todo sempre. É totalmente bem aventurado. O outro, nos ramos inferiores, come umas vezes frutos doces, outras, amargos. Por vezes, dança alegre. Por vezes, se sente miserável. Rejubila-se agora e depois chora. Às vezes prova uma fruta extremamente amarga e é presa de desgosto. Olha para o alto e contempla o outro, o pássaro maravilhoso de áurea plumagem, sempre venturoso. Deseja fazer-se igual a ele, mas logo se esquece, e novamente volta a comer frutas doces e amargas. Novamente come uma daquelas mais amargas e volta a sentir-se miserável. Volta então a desejar tornar-se igual ao pássaro lá do alto. Gradualmente, vai deixando de comer as frutas e se tornando sereno e feliz como o outro. O pássaro mais alto é Deus ou Brahman. O de baixo é jiva ou alma individual que está comendo os frutos de seus karmas (as consequências agradáveis e desagradáveis de suas prévias ações), isto é, prazer e dor, atingindo altos e baixos na batalha da vida. Sobe, para depois cair novamente, na medida em que os sentidos o puxam para baixo. Gradualmente consegue desenvolver vairagya (despaixão) e viveka (discriminação), e, voltando-se para Deus, pratica meditação, para, finalmente, atingir a autorrealização (conhecimento de si mesmo) e só então desfruta a eterna bem aventurança de Brahman. (In All About Hinduism, p. 178)

Em verdade não são dois pássaros diferentes, mas um só. O de baixo, no entanto, presa da ilusão, desconhece que ele e o outro são o mesmo. Se conseguir aguaçar seu discernimento ao mesmo tempo desapegar-se das frutas, poderá vencer o permanente estresse resultante do incessante jogo dos opostos - alegrias e tristezas, prazeres e pesares. O ignorante pássaro de baixo é ahamkara, nosso falso ego pessoal, sempre entretido com frutas amargas e doces, ora chorando, ora sorrindo. Goza e sofre por não se ter dado conta de sua substancial unidade-identidade com o venturoso e sobranceiro pássaro de cima, que ele inveja. Sua libertação resultará, por um lado, da desidentificação com o irreal e simultânea identificação com o Real, e, por outro, depende de desapegar-se das frutas amargas ou doces. Este é mais uma forma de explicar Jnana Yoga. Sem viveka (discernimento) e vairagya (desapego), o cativeiro e a infelicidade continuam. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 108/109)


segunda-feira, 4 de março de 2013

EM DEUS NOSSAS ASPIRAÇÕES ESPIRITUAIS SE REALIZAM


"Deus não é uma pessoa, como nós somos em nossa estreiteza. Nosso ser, consciência, sentimentos, volição têm apenas um vestígio de semelhança com o Ser (Existência), Consciência e Bem aventurança de Deus. Ele é pessoa no sentido transcendental. Nosso ser, consciência e sentimento são limitados e empíricos; os de Deus são ilimitados e transcendentais. Ele tem um aspecto impessoal e absoluto, mas não devemos pensar que Ele esteja fora do alcance de todas as experiências – inclusive de nossa experiência interior.

Deus pode ser percebido por todas as pessoas no estado de tranquilidade. É na consciência de Bem aventurança que nós O experimentamos. Não pode haver qualquer outra prova direta da Sua existência. É Nele, como Bem aventurança que nossas esperanças e aspirações espirituais se realizam – nossa devoção e amor encontram Nele o seu propósito.

Não se exige a concepção de um ser pessoal, que vem a ser apenas uma ampliação de nós mesmos. Deus pode ser ou tornar-Se qualquer coisa: pessoal, impessoal, todo misericordioso, onipotente e assim por diante. Mas não temos que nos preocupar com esses qualificativos. A concepção de Deus como Bem aventurança atende precisamente aos nossos objetivos, esperanças, aspirações e à nossa perfeição. (...)

Na Bem aventurança, transcendemos as alegrias e mágoas do mundo, mas não transcendemos a necessidade de cumprir nossos legítimos deveres no mundo.

O homem de Autorrealização sabe que Deus é o Autor de todas as ações, todo poder de agir flui Dele para nós. Quem está centrado no Eu espiritual sente-se como o desapaixonado observador de todas as ações, esteja ele vendo, ouvindo, tocando, cheirando, saboreando ou passando por várias outras experiências no mundo. Imersos na Bem aventurança, tais homens vivem sua vida de acordo com a vontade de Deus.

Quando se cultiva o desapego, o estreito egoísmo desaparece. Sentimos que estamos representando os papéis que nos foram atribuídos no palco do mundo, sem sermos afetados intimamente pelas alegrias e mágoas, amores e ódios que a encenação envolve."

(Paramahansa Yogananda – A Ciência da Religião – Self-Realization Fellowship - p. 50/52)


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

SOMENTE A BEM-AVENTURANÇA DIVINA É ETERNA


"Todo coração humano anseia por amor. E todas as formas de amor humano – aquelas entre pais e filhos, marido e mulher, patrão e empregado, amigo e amigo, guru e discípulo – vêm do Amor Único, que é Deus.

Todo coração humano também está buscando a felicidade. É o objetivo da vida. (...) O desejo de ser feliz e o de amar e ser amado são as forças motivadoras por trás de todas as nossas atividades e ambições.

Os sábios da Índia têm dito que Deus é Bem aventurança sempre existente, sempre consciente, sempre nova. Eles nos dizem que a felicidade que procuramos, a alegria que perdurará para sempre e nunca envelhecerá deve ser encontrada em Deus. E onde Ele está? Sua imagem divina reside em cada ser humano, como alma. Não conhecemos a paz divina da percepção da alma porque voltamos nossa atenção e nossa busca para as coisas deste mundo. Devemos lembrar que a felicidade alcançável na Terra é condicional e efêmera. Só a bem aventurança divina é eterna.

Amor e alegria, em suas formas mais puras, só podem ser encontrados em Deus. Todavia, em vez disso, nós os procuramos em todos os outros lugares. É somente quando enfrentamos severas provações e muita dor que começamos realmente a pensar em Deus e dedicar um pouco de tempo à adoração – oração, puja ou a recitação de um mantram. Mas chega a hora em que tais observâncias externas não nos satisfazem. Se a mente estiver vagando aqui e ali, a oração é ineficaz, e a repetição de mantrams e a prática de japa deixam de trazer a resposta de Deus que a alma anseia."

(Sri Daya Mata – Só o Amor – Self-Realization Fellowship -  p. 173/174)


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

TODOS OS SERES RESPONDEM AO AMOR


"Esforce-se por sentir do mesmo modo que Deus sente por todos os Seus filhos. Podemos cultivar esse tipo de bondade e interesse se, em nosso relacionamento com o próximo, mantivermos em mente a oração silenciosa: "Senhor, deixa-me sentir Teu amor por essa alma". (...)

Todos os seres respondem ao amor. São Francisco estava tão imbuído de amor divino que até as criaturas de Deus mais tímidas e hostis perdiam o medo e a agressividade em sua presença. Aquele que é um canal do amor divino se torna espiritualmente magnético, irradiando um poder que harmoniza a discordância."

(Sri Daya Mata. - No Silêncio do Coração – Ed. Self-Realization Fellowship - p. 78)


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

IDENTIFICANDO-SE COM O PERSONAGEM



"O grande problema consiste em o homem representar um drama e não poder deixá-lo porque a máscara fez-se una com a face.


O personagem subjuga, frustra, enfraquece, vence, enlouquece e anula o grande ator. 

(Hermógenes - Mergulho na Paz - p. 191/192)

PAZ NO LAR


“Se seu marido ou esposa deixa-se tomar pela ira e desperta a sua raiva, dê um pequeno passeio e refresque a cabeça antes de responder-lhe. Se ele ou ela fala de maneira grosseira, não responda do mesmo modo. É melhor ficar calado até que a exasperação passe. (...) Jamais deixe que qualquer pessoa roube sua paz; e não roube a paz dos outros por meio do seu destempero verbal. (...)

Se sua mulher grita com você e você grita com ela, vocês sofrerão o dobro – primeiro pelas palavras ásperas dela e, depois, pelas suas. Antes de mais nada, você estará ferindo a si mesmo. Quando acabar essa troca de ultrajes, sentirá que você também se acabou. É por isso que há tantos divórcios.

Falando francamente, as pessoas não deveriam se casar até que aprendessem a ter algum controle de suas emoções. As escolas deveriam educar os jovens nessa arte e no modo de desenvolver a calma e a concentração. (...) Como podem viver juntas duas pessoas habituadas à atividade nervosa, sem quase destruírem uma à outra com seu nervosismo? No começo de um casamento, a noiva e o noivo se deixam levar pelas emoções da excitação e da paixão. Mas depois de algum tempo, quando essas emoções começam inevitavelmente a desaparecer, a verdadeira natureza do casal começa a surgir, e as brigas e os desapontamentos aparecem.

O coração exige o verdadeiro amor, a amizade e, acima de tudo, a paz. Quando a paz é destruída pela emoção, dá-se a profanação do templo corporal. Um sistema nervoso saudável é o que manterá em ordem todos os órgãos e sentimentos corporais. Para manter o sistema nervoso saudável, é importante permanecer livre de emoções arrasadoras como o temor, a ira, a cobiça e a inveja.

Esses cáusticos parasitas mentais devoram todas as fibras de nosso ser; eles consomem e destroem a paz interior – a maior riqueza da pessoa.”

(Paramahansa Yogananda – Paz Interior – p. 99/100)

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O PODER DA VONTADE


“As pessoas preguiçosas pensam que Deus vai ouvi-las e realizar os desejos delas apenas pela virtude da oração. É, porém, necessário exercitar o poder da vontade, empenhar-se em estar em sintonia com a vontade divina. Quando sua vontade gira o tempo todo em torno de um propósito definido, torna-se uma vontade dinâmica. Este foi o atributo do poder da vontade que tiveram Jesus e todos os outros grandes filhos de Deus.”

(Paramahansa Yogananda – No Santuário da Alma – p. 81)

sábado, 17 de novembro de 2012

CANÇÃO UNIVERSAL


“Cantar a Canção Universal exige muito, o que o ser vulgar não decide nem tem tido força para fazer.

Palavras como equanimidade soam bem, mas nada ou pouco significam para o homem incapaz de reduzir o ritmo com que procura adquirir as coisas do mundo.

Ecumenismo é também muito sonoro. Mas, quais os que realmente transcendem os fossos a separar credos, doutrinas, partidos, times, pigmentação, ideologias, paróquias, cercas, muros...?

Desapego, para você e para mim, para a imensa maioria é árduo, parecendo mesmo impraticável.

Renúncia, quem a ela está disposto?

Devoção a Deus, no serviço a nosso irmão, é outra coisa praticamente estranha, inexistente.

Como estamos desafinados para a Canção Universal.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – p. 24/25)