OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A LIBERTAÇÃO DOS APEGOS

"O ilimitado poder criativo da consciência só pode operar quando não existem mais a limitação do apego, nem a identificação com os objetos. Com a libertação dos apegos, dá-se a descoberta de mais um dos valores eternos inerentes à consciência.

Devido ao fato de que quando não há liberdade interna os outros valores absolutos não podem florescer, no oriente, a libertação espiritual é considerada o objetivo fundamental da existência humana. A liberdade, como a felicidade, é buscada instintivamente pela vida confinada em quaisquer formas, o que indica que a liberdade é inerente à própria natureza do ser humano.  Quando está livre do apego às coisas finitas, a consciência recupera seu estado natural e original.

A liberdade tem sido descrita como o estado natural do ser humano em obras sobre ioga, pois no estado de liberdade se manifesta tudo o que é inerente à consciência, inclusive valores ainda não mencionados. Sabedoria, amor, harmonia, pureza e plenitude são alguns dons naturais da consciência – além de liberdade, bem-aventurança e inteligência."

(Radha Burnier - O Caminho do Autoconhecimento – Ed.Teosófica, 2ª Edição, p. 113/114)


sábado, 25 de janeiro de 2014

UPANIXADE KENA

"Os Upanixades representam uma investigação – uma profunda investigação - da mente humana sobre os problemas fundamentais da existência. Seguem o método do discurso e da discussão no qual o Instrutor e o estudante exploram juntos os temas da investigação. Em nenhum lugar dos Upanixades o Instrutor fala com um ar definitivo, ele encoraja seus alunos para que façam tantas perguntas quanto possível, e quando as respostas são completamente satisfatórias, os estudantes não deixam de fazer mais perguntas para clarear pontos de investigação. A menos que compreendamos esse íntimo relacionamento entre Instrutor e o estudante, não entraremos no espírito do ensinamento upanixádico. Um estado de investigação constitui uma condição saudável da mente humana. Mas aqui precisamos fazer uma distinção entre investigação e curiosidade. Não é preciso dizer que a curiosidade surge de uma mente superficial. A investigação, por outro lado, emerge das profundezas da consciência humana. Uma investigação profunda se ocupa fundamentalmente com três questões: Como, Porque e O quê. Toda investigação científica, seja cobrindo as ciências físicas ou ocultas, relaciona-se com a questão: Como. (...) A filosofia tem sua investigação voltada para uma direção diferente, pois está interessada em conhecer por que as coisas ocorrem de uma maneira particular. Mas o Misticismo ou a experiência religiosa não se satisfaz meramente com o Como e Porquê, ele quer descobrir O que está por trás de todos os padrões e motivações do comportamento. No Upanixade Kena, a principal pergunta em discussão é: O que impele e motiva os modos e padrões particulares da ação?"

(Rohit Mehta - O chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 33)


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

DE, EM, PARA

"Tudo vem do Infinito.

Tudo está no Infinito. 

Tudo volta para o Infinito.

Mas o mundo de voltar varia. Os seres infra-humanos voltam para o Infinito, donde vieram, dissolvendo-se nele e deixando de existir como indivíduos finitos; continuam a ser como Realidade Universal, mas dixam de existir como Indivíduos Realizados. O Real do seu ser coincide com o Irreal do seu existir.

Somente o homem, dentre as criaturas da terra, pode perpetuar a sua existência individual, o seu Eu existencial, quando regressa ao grande Todo Universal, donde veio e no qual está. O homem, graças à sua experiência espiritual, pode integrar-se no Infinito, em vez de dissolver o seu Finito no Infinito e deixar de existir como homem.

Tudo, quando morre, deixa de existir e continua a ser - somente o homem, quando morre, pode continuar a existir individualmente; não necessita de se diluir no oceano do Nirvana Universal.

De que depende essa perpetuação da existência individual?

Depende da experiência vital 'Eu e o Pai somos um.' Eu, o Finito, sou uma forma existencial da Essência Universal.

O que é essa experiência vital imortalizante, ninguém o sabe a não ser que a tenha vivido em toda a sua veemência e plenitude.

Saber é Ser. Quem não é aquilo que quer saber não o sabe.

sei realmente aquilo que sou.

Quando meu saber coincide com o meu ser, então eu sei realmente, e então o meu saber é uma força criadora irresistível.

Esse dinâmico ser-saber é um carisma, que não pode ser manufaturado pelo ego consciente, mas é recebido do Infitinto pelo Eu cosmosciente, suposto que o Eu seja idôeno para conceber essa prole divina. Em face do Infinito, a alma humana é essencialmente feminina, que não pode dar, antes de receber, ou conceber, o germe da Vida Divina, se permitir ao Pai Eterno que a fecunde com o poder da sua graça. 'Eis aqui a serva do Senhor - faça-se em mim segundo o teu Verbo' - somente esta atitude de humilde receptividade é que torna a alma idônea para conceber o Verbo - e então o Verbo se faz carne e habita a alma, cheio de graça e de verdade."

(Huberto Rohden - A Essência do Otimismo - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2002 - p. 57/58)
www.martinclaret.com.br


domingo, 17 de novembro de 2013

O SIGNIFICADO DA REENCARNAÇÃO

"Que vem a ser Reencarnação? Segundo a etimologia da palavra, pode significar o ingresso repetido num invólucro físico ou carnal. Implica desde logo a existência de qualquer coisa permanente. Mas a palavra nada nos diz acerca destes elementos permanentes e transitórios, a não ser que as habitações terrenas são de ‘carne’.

Uma outra palavra, também frequentemente usada como sinônimo de Reencarnação, que nos sugere outro aspecto do problema é a palavra ‘metempsicose’; esta não se refere à habitação, mas sim ao trânsito do elemento psíquico, do elemento relativamente permanente.

Amalgamando as duas palavras, temos a ideia completa do elemento psíquico, ou ‘Alma’ em ‘corpos’ sucessivos de carne; e embora a palavra ‘alma’ possa dar lugar a sérias objeções pelo seu sentido vago e pelas interpretações teológicas, aceitemo-la por enquanto, por representar para a maioria das pessoas uma forma de existência que sobrevive ao corpo físico ao qual estava unida durante a sua vida na terra.

No seu sentido geral e abstraindo de quaisquer ensinamentos especiais exotéricos ou esotéricos, a Reencarnação e a Metempsicose são palavras que determinam uma teoria da existência, segundo a qual uma forma de matéria visível é habitada por um princípio mais etéreo, que sobrevive ao seu invólucro físico, e que, logo a seguir à morte deste, ou após um pequeno intervalo, passa a habitar outro corpo."

(Annie Besant - Reencarnação - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p. 17/18)


sexta-feira, 8 de novembro de 2013

A VIAGEM DE VOLTA

"48 - As Escrituras¹ demonstram diretamente que shraddhã (fé), bhakti (devoção), dhyãna (meditação) e yoga (união) são as causas que trazem a emancipação da servidão da existência encarnada [a liberação das ligaduras do corpo, que são obra da magia de avidyã].

COMENTÁRIO - Observem a ordem mencionada. Em primeiro lugar está a fé. Entende-se por fé o percebimento de 'algo', a sensação de uma 'presença'. Não é a fé supersticiosa de algo que é aceito porque está contido em um livro considerado sagrado ou que foi escrito por alguém que, segundo a tradição, deve ser respeitado. Quando esse primeiro ponto de contato é estabelecido, segue-se a devoção, um sentimento interior que nos impele para a raiz das coisas. Então, estão lançadas as bases para o estabelecimento do processo da meditação que levará a um gradual aprofundamento em direção às raízes do Ser, nascendo a condição para que o próximo estágio, o yoga (união), se manifeste. A viagem de volta terá assim terminado, encerrando-se definitivamente o ciclo de vir-a-ser."

¹ Referência ao Kaivalya Upanishad, I, 2. (N. E.)

(Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria - Comentário de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, 2011 - p. 31)


domingo, 15 de setembro de 2013

O MURMÚRIO DA ALMA

"Todo o problema da vida do homem espiritual gira em torno de dois temas: a visão do todo e o exato ajustamento das partes. A luta diária do homem visa, com efeito, enquadrar no lugar próprio cada detalhe de sua existência. Isto é verdadeiramente o problema da escolha, o problema do bem e do mal. Porque aquilo que está em seu lugar próprio é o bem, e o que não está em seu lugar próprio é o mal. Mas como se pode saber o lugar próprio de alguma coisa, a não ser em função do todo? Sem a percepção do todo, o único método que o homem pode empregar para o ajustamento das partes é o método das experimentações. Mas isso é um processo infindável, especialmente porque a função psicológica do homem muda constantemente. O que está certo numa situação pode não estar numa situação modificada. Assim, na atmosfera psicológica não pode haver código estabelecido, nenhuma fórmula fixa, indicando de maneira absoluta o que está certo ou errado, isto é, de uma maneira aplicável a todas as circunstâncias. Deverá haver, assim, uma percepção constante do Todo. Em cada situação o todo tem que ser descoberto de novo."

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 39/40)


quarta-feira, 3 de julho de 2013

CARMA - CONSTRUÇÃO DO FUTURO INDIVIDUAL (PARTE FINAL)

"(...) De mais valor é a sabedoria. O homem comum não procura pensar na razão de ser de seus atos. Vive de maneira passiva, sem tentar corrigir uma série de defeitos simples, de atitudes poucos razoáveis. Não reflete que se deixa dirigir por preconceitos entorpecentes e estúpidos. Assim, ele mesmo prepara o terreno para sofrimentos e limitações nesta própria vida. Diz Annie Besant: "Numerosas pessoas não pensam. O que chamam "seu pensamento" não é senão o reflexo dos pensamentos dos outros ao qual sua consciência respondeu; seu intelecto é um espelho e não um organismo criador." É por tudo isso que diz Leadbeater: "Nove décimos dos sofrimentos do homem comum são resultantes, não de existências anteriores, mas da própria existência atual."

Procuremos o equilíbrio em nossos pensamentos, palavras e ações e cultivemos nosso caráter. Evitaremos, assim, os nove décimos de sofrimentos de uma encarnação, apontados por Leadbeter.

Há pessoas que se dizem nervosas, ou tímidas, ou impacientes ou coléricas e não procuram dominar-se alegando que assim nasceram e, por isto, assim devem morrer. Realmente, devido ao carma de vidas anteriores, nesta trazem a pesada carga de defeitos não superados. Mas no simples fato de tentarem seriamente combatê-los, embora sejam aparentemente irremovíveis, apesar dos numerosos fracassos, já deram um passo para a vitória, embora os resultados não sejam colhidos na vida presente.

Os cristãos não-reencarnacionistas e os materialistas que predominam no Ocidente, criaram a mentalidade imediatista de quem acredita só ter uma vida. Daí a pressa, a ânsia de conseguir logo tudo o que se quer. Ora, há muito tempo em nossa frente, embora este tempo deva ser sempre muito bem aproveitado. As pessoas cuja vida foi constante luta contra as inclinações más ou viciosas, não perderam seu tempo e seus esforços, mesmo que, aparentemente, tenham morrido como nasceram. 

Aliás, após a chamada morte, a luta pelo aperfeiçoamento do caráter continua. Em outra encarnação, a pessoa talvez já nasça expurgada dos defeitos da encarnação anterior, ou conseguirá dominá-los com muita facilidade. É o caso de indivíduos estouvados, violentos, na mocidade e que, repentinamente, se transformam, como Santo Agostinho, São Francisco de Assis e muitos outros.

O conhecimento das leis espirituais é confortador ao extremo, porque revela as capacidades latentes do indivíduo, dá-lhe visão mais otimista e construtiva da vida e confere-lhe ânimo e resignação para todos os obstáculos e sofrimentos que lhe sobrevêm na vida física."

(Alberto Lyra - O Ensino dos Mahatmas - IBRASA, São Paulo - p. 216/217)


segunda-feira, 13 de maio de 2013

LAYA YOGA - A SEDE DE VIVER (2ª PARTE)

"Por que e como saímos da gloriosa essência para a dolorosa existência? Que nos prende existindo neste mundo de samsara, padecendo nascimento e mortes? O hinduísmo e o budismo respondem: a causa é trisna. Tanha é outra palavra que o budismo usa. Trishna significa a "sede de viver", o anelo fundamental de continuar existindo, presente não só nos seres humanos, mas em todo vivente. É o que, nos animais, se tem chamado "instinto de conservação". Ora, ninguém "normalmente" anseia por sua própria extinção. Assinalo, no entanto, duas exceções: a desastrosa e impossível fuga por meio do suicídio; e o "instinto de morte", mencionado pelo criador da psicanálise. Mas estes dois casos são indiscutivelmente patológicos. Expressam a morbidez dos desesperados. 

É admissível alguém sadio aspirar pela autoextinção?! Parece que não. No entanto, um inteligente e sadio projeto de autoextinção é possível sim, mas somente em pessoas que já constataram, por experiência, a fugacidade de tudo, principalmente da própria existência; que já se deram conta, por outro lado, da eternidade e infinitude de si mesmas, isto é, da essência; que já sabem inequivocamente que serão despojadas para sempre de tudo que supõem ser e possuir; e principalmente preveem que, por tudo isto, estão condenados a sofrer. Só o sábio, por ter vencido a ilusão, se dispõe a trocar o gozo fugidio do existir (preya) pela bem-aventurança eterna do Ser (shreya). O sábio, no entanto, não aspira exatamente à simples e suicida extinção de sua existência. Aspira sim compreender cada vez mais profundamente "aquilo" que o algema à fugidia e falsa existência. "Aquilo" é a obsedante "sede de existir" (trishna ou tanha). Laya Yoga o ajuda nisto. Laya Yoga pode ser entendido como a extinção da vida mesquinha que sempre termina em morte para dar lugar à vastidão da Vida Una onde não há morrer. Laya Yoga é uma busca da "Água Viva" e do "Pão da Vida", mencionados por Jesus. 

O corpo é um condenado à morte - todos sabem. Mas a tradicional "sede de viver" tenta inutilmente opor-se a isto. Resultado: sofre por não poder evitar o fim. O corpo morre, mas a "sede" de voltar a viver persiste firme e forte, e é por isto que um novo corpo é engendrado e nasce, prolongando o exílio, o cativeiro em samsara. Trishna é a energia que, segundo Buddha, mantém girando a roda dos nascimentos e mortes. Eis por que estamos programados para renascer e, consequentemente, condenados a remorrer. Tal é a razão de nosso desterro no "reino da morte". É somente quando, graças a uma profunda evolução espiritual, conseguimos minimizar o ego (ahamkara), aquele que quer sempre gozar e nunca sofrer, conseguiremos também saciar o tipo de "sede" que obrigava a samaritana a sempre retornar ao "poço de Jacob" para dessedentar-se. É extinguindo trishna (a "sede"), que o ser humano alcança o ansiado acesso à Vida-sem-morte, à verdadeira Vida, à da Essência. O Cristo confirmou isto:
Quem ama sua vida [trishna] perdê-lo-á; mas quem aborrece a sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna. (Jo 12:25) 
Falando à mulher samaritana, à borda do "poço de Jacob", o Cristo prometeu-lhe a verdadeira Vida, oferecendo-se como a "Água Viva", isto é, aquele que dessedenta para sempre:
Quem beber da água que eu lhe der, não terá mais sede no futuro; mas a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água que mana para a vida imanente. (Jo 4:14). (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 115/116)


quarta-feira, 8 de maio de 2013

NOSSO DESTINO DIVINO

"O homem tem um destino divino a cumprir, mas são poucos os que conhecem a finalidade de sua existência e, menos ainda, os que sinceramente procuram alcançar esse objetivo. Passa-se a vida comum cuidando das carências do corpo, cumprindo as responsabilidades impostas pelas necessidades do momento. Dessa maneira, o homem médio vive e morre sem saber de onde veio, por que está aqui e para onde vai.

As grandes escrituras do mundo afirmam que o homem é a mais inspirada criação do Divino; que ele, de fato, é feito à imagem de seu Criador. Será a imagem de Deus um corpo de carne, propenso a doença e impotente contra a morte? Uma inteligência coberta por maya e sujeita a estados inconstantes de humor e emoções? Isso não pode ser a imagem do Grande Poder que concebeu e mantém as complexidades cósmicas do Universo! Onde está, pois, a imagem divina pela qual se supõe o homem seja feito?

O homem é um ser tríplice. Ele tem um corpo, mas não é esse corpo que reclama, sofre e morre. Ele tem uma mente, mas não é essa mente que é desvirtuada pelas artimanhas da ilusão cósmica. Sua natureza real é o atman imortal, a alma que habita, de forma invisível, o templo da carne mortal. Esse atman é a imagem de Deus dentro do homem - a imagem completamente perfeita, cujas qualidades divinas são amor, sabedoria, onipotência e alegria eterna.

Cego é o filho de Deus que permite a profanação dessa imagem divina dentro de si, turvando-a com as imperfeições da consciência material a ponto de ela não poder mais ser reconhecida. Ao fazer assim, o homem vive contra sua verdadeira natureza. Eis porque ele nunca está totalmente satisfeito, por que sempre existe algum anseio, bem no fundo, que o lança primeiro para um caminho, depois para outro, procurando a incógnita quantidade sempre evasiva.

O "algo mais" que o homem procura é Deus: o Ser Divino que palpita logo atrás das batidas do coração; o Amor que se filtra através de todas as formas de amor pela família, amigos e ser amado; a Alegria que acende todas as chamas de felicidade; a Sabedoria onisciente que está sentada logo atrás dos pensamentos da pequena mente humana. Mais próximo do que o mais próximo está o Poder Divino que deu vida ao homem e pode trazer sentido a realização à sua existência."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 24/25)


terça-feira, 16 de abril de 2013

RAJA YOGA - OS KLESHAS (1ª PARTE - I)

"A filosofia Samkhya, ensinada pelo Avatar Kapila, na opinião de quase todos os estudiosos, fornece base teórica à Raja Yoga. Mas, também é verdade que a própria Yoga em si já é uma luminosa filosofia autossuficiente. Seu texto básico é o clássico Yoga Sutra, escrito pelo sábio Patanjali. Nelo o problema do sofrimento, da limitação, da insegurança, fragilidade e conflitos que oprimem a existência humana é sabiamente equacionado a partir do estudo de suas causas primeiras, os kleshas. 

Para quem já conseguiu desenvolver o discernimento, tudo é miséria por causa das dores provocadas por mudanças, ansiedades e tendências, como também por conta dos conflitos entre as tendências naturais que o homem encontra em sua natureza, e os pensamentos e desejos predominantes em um particular período de tempo. (Yoga Sutra, II:15).

Lamentável é não termos espaço para analisar este aforismo tão sábio, tão profundo. Não podemos porém deixar de comentar a grave e preocupante afirmação de que, aos olhos do homem sábio (aquele que desenvolveu discernimento), "tudo é miséria" - o que parece deprimente e pessimista demais. Esta é também  a primeira "nobre verdade" (dukha) das quatro enunciadas por Budha no imortal "sermão de Benares", sua primeira pregação. Aos ouvidos ingênuos de otimistas apressados, a afirmação de que "tudo é miséria" soa como um alarme demasiadamente desalentador e derrotista, portanto, contestável e rechaçável. Não foi somente Patanjali e Budha que emitiram tal diagnóstico. Todos os "sábios" o fizeram, isto é, todos que têm "olhos de ver e ouvidos de ouvir".

Um médico, ao emitir um diagnóstico indesejado, é naturalmente visto como pessimista? De fato ele o seria, caso, imprudentemente e contra seu dever, se negasse a propor um procedimento terapêutico apropriado. Quando os grandes sábios diagnosticam a miséria humana não fazem terrorismo intelectual nem sugestão destruidora, e de forma alguma pretendem deprimir ou denegrir a natureza humana. Realmente o fazem os que falam do homem como "filho do pecado", "pecador".

Os sábios não são maus quando denunciam o mal. Eles o fazem por generosos que são. É mau diagnosticar um mal que efetivamente existe e que, ainda ignorado, cresce, aprofunda raízes e se complica? Os grandes médicos da alma e do corpo sabem que quanto mais cedo e precisamente o mal seja identificado, mais fácil, breve e eficaz será o tratamento. O nobre propósito de diagnóstico é indicar a terapia adequada. 

Ao emitir o diagnóstico acima, Patanjali chamou a atenção para o sofrimento humano, que os ingênuos e alienados procuram ignorar ou escamotear com as várias faces do prazer. Aceita a verdade, evidencia-se a necessidade de uma terapia, um caminho, uma solução. Genial terapeuta, Patanjali no sutra seguinte promete:

A dor que ainda não sobreveio, pode e deve ser evitada. (Yoga Sutra, II:16) (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 37/39)


terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A TROCA


“Chega à Verdade aquele que:

- dá o vazio de tudo que tem pela plenitude do Nada;

- troca o concreto do existir pelo abstrato do Ser;

- prefere o suposto irreal do Espírito à suposta realidade da matéria;

- deixa a liberdade do mundo pela servidão a Deus.”
Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro – p. 96)

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A EXISTÊNCIA QUE TENS É UM EMPRÉSTIMO


“És pó e ao pó voltarás”, ensinaram-me. E eu me deprimi.

“És Deus e esqueceste que és”, disseram-me. E eu me senti feliz.

Caí em dúvida: Então há em mim treva e luz?

Divino e humano?

Glória e miséria?

Infinitude e limitação?

Essência e existência?

Cósmico e telúrico?

Realidade e aparência?

Plenitude e vazio?

Eternidade e impermanência?

Pó e Deus?

Evidentemente que sou joio e trigo.

Céu e inferno.

Grandeza e mesquinhez.

Verdade e mentira.

Liberdade e servidão.

E agora?!...

“A existência que tens é um empréstimo. Aproveita-a para realizares a Essência” foi o que aprendi.

... e o pó deixará de ser.

... e Deus virá a ser.

(Hermógenes – Mergulho na paz - p. 194)


domingo, 18 de novembro de 2012

CONHECER DEUS



“A maior necessidade do homem é ter mais tempo para desfrutar da natureza, é simplificar a vida e suas necessidades imaginárias, é desfrutar das verdadeiras necessidades da existência, aprender a conhecer melhor seus filhos e amigos e, acima de tudo, conhecer-se e conhecer Deus, que o fez.”

(Paramahansa Yogananda – Paz interior - 60)