OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 6 de junho de 2013

SOMBRA E LUZ (1ª PARTE - II)

" (...) Além da necessidade de modéstia, enfatiza-se a importância, o poder e a glória de cada ser humano individual: "O homem é a medida de todas as coisas". Diz um Upanishad: "Isso sou eu dentro do coração, maior do que a Terra, maior do que a atmosfera, maior do que o céu, maior do que esses mundos."

Esses aspectos que nos reduzem à total insignificância e que ao mesmo tempo proclamam nossa grandeza não são contraditórios entre si. Referem-se a dois lados - à sombra em nossa veste e à luz interior que ainda deve brilhar. Somos nós que bloqueamos a luz e depois reclamamos da escuridão. Várias escrituras fazem referência a isso. A Bíblia diz que "a luz brilha nas trevas e as trevas não a compreendem". O Vedanta compara isso ao eclipse solar ou ao sol oculto por trás das nuvens. Nós, na Terra, vemos as trevas ou a sombra, mas na verdade o sol continua a brilhar com o mesmo esplendor de sempre. 

O caminho espiritual leva da sombra para a luz. Nós o trilhamos mudando o centro de nossa consciência de uma mente que é separativa, possessiva e dominada pelo desejo e a paixão, para uma que é compassiva, pacífica, intuitiva e que pensa e sente em termos de uma vida maior. Neste sentido, a humildade não é a morte dos sentidos e da mente, mas sua iluminação, o que leva a um crescente refinamento das percepções - uma mudança da vida egoica e da dualidade para a unidade consciente. Isso pode ser visto como uma mudança do movimento centrípeto para o centrífugo. Começa com a indiferença aos desejos e anseios dos corpos, mas não negligência esses corpos. Cresce pela dissolução da estreita esfera de nossos pensamentos limitantes, autoprotetores e que se autoprojetam.

Se uma folha cai num pequeno córrego ou num rio, num lugar sagrado ou numa rua, que efeito benéfico ou maléfico isso causa à árvore? O que se aplica à árvore e às suas folhas deve começar a ser aplicado ao elogio e à recriminação, aos chutes e às carícias que recebemos em nossa vida diária. Rumi, o famoso poeta e místico sufi do século III, escreveu: "As lamparinas são diferentes, mas a luz é a mesma; ela vem do além. Porém, se continuas olhando para a lamparina, estás perdido, pois então surge a aparência de número e pluralidade. Fixa teu olhar na luz, e serás retirado do dualismo inerente ao corpo finito. (...)"

(Surendra Narayan - Revista Sophia - Ed. Teosófica, Brasília - p. 32/33)
www.revistasophia.com.br


sábado, 1 de junho de 2013

A ENERGIA DO AMOR É A CHAVE PARA A NATUREZA DE DEUS

"Só o amor é real. O amor é uma energia de poder e força inacreditáveis. Somos todos feitos desta energia, e esta energia é a chave para a natureza de Deus. (...) O amor é absoluto. O amor nunca termina, nunca para. A forma mais pura é o amor incondicional, dar amor sem esperar nada em troca. Ao distribuir amor sem restrições, você se torna um milionário espiritual.

Deus é muito real e está em todos os lugares e em cada um de nós. Deus não é um velho nos julgando, sentado numa nuvem, ou qualquer das imagens criadas pelos homens. É impossível descrever Deus através de palavras, mas a ideia de uma energia sábia, que ama a tudo e sabe de tudo, possuindo uma sabedoria e um perdão inacreditáveis, chega um pouco mais perto da verdade. Em certo nível, todas as nossas almas refletem a natureza de Deus. 

A reencarnação é real. Você pode não acreditar ainda, porque não se lembra ou porque não teve suas próprias experiências, mas a sua crença não afeta a verdade. O crescimento espiritual relaciona-se mais com o coração do que com a cabeça. Às vezes, o intelecto pode até bloquear o progresso espiritual, porque o intelecto frequentemente é influenciado pelo medo. O coração é influenciado pelo amor. 

O medo pode erguer muralhas em volta do coração. O trabalho de quem cura (médico, terapeuta, enfermeira, pastor, pessoa amada) consiste em dissolver esse muro com a energia do amor. Deixar a luz do coração bilhar, o chakra (centro de energia) do coração abrir, reconhecer a divindade dentro de nós.

Se você encontrar um líder espiritual ou religioso que não seja simples e humilde, saia correndo. Essa pessoa ainda não reconheceu que somos todos instrumentos ou veículos para a energia amorosa e curativa que o espírito envia através de nós para ajudar os outros. Esta energia não se origina no intelecto de um determinado líder. Por isso, se ele ou ela for arrogante, fuja ainda mais depressa.

Ouça seu coração, suas intuições e tente não deixar que seus medos dominem os murmúrios suaves e gentis de seu lindo coração. Sinta a liberdade de amar sem restrições, sem reservas, sem condições.

Pois sua vida neste plano é limitada. Você só está na escola. Esta não é sua casa, que é espírito. Quando você volta para casa, leva apenas seus pensamentos, seus atos e seu amor com você. 

Neste momento, quero apenas deixá-los com este pensamento: amem livre e completamente. Não tenham medo. Somos espíritos imortais e eternos e sempre somos amados. Na verdade, nós somos amor."

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, São Paulo - p. 210/211)


quinta-feira, 30 de maio de 2013

BEM-AVENTURADOS OS POBRES EM ESPÍRITO, PORQUE DELES É O REINO DOS CÉUS

"Nesta primeira bem-aventurança, Cristo fala da principal característica que o discípulo precisa possuir, antes que esteja pronto para receber o que o mestre iluminado tem para lhe dar. Ele precisa ser pobre em espírito: noutras palavras, precisa ser humilde. Se uma pessoa orgulha-se do que sabe, da riqueza, da beleza ou da linhagem; se tem ideias preconcebidas do que seja a vida espiritual e de como deveria ser ensinada - então sua mente não está receptiva aos ensinamentos mais elevados. Lemos no Bhagavad Guita, o evangelho dos hindus:

"As almas iluminadas que perceberam a verdade hão de instruir-te no conhecimento de Brahma (o aspecto transcendental de Deus), se tu te prostrares diante delas, as interrogares e as servires como um discípulo." 

Segundo um conto indiano, certo homem procurou um mestre e pediu-lhe para ser seu discípulo. Com intuição espiritual, percebeu o mestre que o homem não estava ainda preparado para ser instruído. Por isso lhe perguntou:
- Você sabe o que precisa fazer para ser meu discípulo?
O homem respondeu que não e pediu ao mestre que lho dissesse.
- Bem, disse o mestre, você precisa ir buscar água, apanhar lenha, cozinhar e trabalhar muitas horas em serviços pesados. Precisa também estudar. Está disposto a fazer tudo isto?
O homem respondeu:
- Sei agora o que o discípulo precisa fazer. Diga-me, por favor: e o mestre, o que ele faz?
- Ah, o mestre fica sentado, e em sua maneira recolhida dá as instruções espirituais.
- Entendi, disse o homem. - Nesse caso, não quero ser discípulo. Por que você não faz de mim um mestre?
Todos nós desejamos ser mestres. É preciso, porém, que antes de nos tornarmos mestres, aprendamos a ser discípulos. Precisamos aprender a humildade."

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 21/22)


quarta-feira, 24 de abril de 2013

O GRANDE E O PEQUENO (PARTE FINAL)

"(...) Outra lição é que mesmo o mais humilde, em termos de aprendizado ou de posição na vida, não deve sentir qualquer inferioridade ou desânimo a respeito de sua condição, uma vez que esse sentimento surge de uma percepção estreita, e portanto errada, do quadro maior da vida. Como observou o esquilo, "tudo está bem e no lugar certo". A correta atitude é compreender com otimismo e autoconfiança. Cada um, mesmo no degrau inferior da escada, tem um papel a desempenhar. O funcionário que simplesmente recebe e despacha as cartas e que mantém o registro da correspondência também executa uma função significativa em qualquer grande organização.

Numa comunidade, a cozinheira, o carpinteiro e o varredor são tão relevantes quanto o prefeito. Numa organização digna, da mesma forma, um colaborador idoso que vem regularmente para manter os livros contábeis atualizados e em ordem nas prateleiras executa uma parte importante do trabalho - tão importante quanto, por exemplo, a de um conceituado palestrante. Quando alguém que estava tentando trilhar o caminho da santidade sentiu que seu tempo estava sendo desperdiçado em pequenos afazeres familiares, o mestre interpôs a perspectiva correta e observou: "Que causa melhor para recompensa, que melhor disciplina do que a execução diária do dever? (...) Que senda melhor para a iluminação (...) do que a conquista diária do eu?"

Não é o tamanho do trabalho nem da oferenda que importam, mas a devoção e o espírito altruísta de que se está imbuído. Como explicou Cristo: "Esta pobre viúva contribui mais do que todos aqueles que contribuíram para o tesouro: pois tudo com o que contribuíram é o que têm em excesso; mas ela, por vontade própria, contribui com tudo que possuía, até mesmo o que tinha para seu sustento." Krishna disse a mesma coisa: "Aquele que com devoção me oferece uma folha ou uma flor, um fruto, água, isso eu aceito do eu diligente, oferecido como foi com devoção."

Em última análise, o que parece ser importante quando se está trilhando o caminho para a paz é a constância do eu. Isso abrange uma diminuição do sentido de autoimportância, por um lado, e da própria insignificância, por outro - pois essas atitudes têm origem no eu. Cada qual é um deus em formação, qualquer que seja sua situação atual. 

Quando o eu em nós diminui, começamos a entender e a respeitar a relevância e o lugar de cada expressão de vida no esquema do universo. Também começamos a sentir nossa proximidade, cuidado e reverência pra com toda a vida."

(Surendra Narayan - Revista Sophia 42 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 06/07)


terça-feira, 23 de abril de 2013

O GRANDE E O PEQUENO (1ª PARTE)

"Ralph Waldo Emerson escreveu um poema intitulado Fábula, que, embora contendo uma ponta de humor, intencionalmente faz lembrar que tudo que existe na natureza tem seu lugar e relevância. O poema faz referência a uma discussão entre uma montanha alta e poderosa e um pequeno esquilo, alojado numa fenda embaixo de uma árvore. Termina com as seguintes palavras do esquilo: "Se não sou tão grande quanto você,/Você não é tão pequena quanto eu,/Nem tem a metade da minha esperteza./Os talentos diferem; tudo está bem e no lugar certo:/Se não posso transportar florestas nas costas,/Tampouco você consegue quebrar uma noz."

Foi noticiado recentemente que o pólen de certas ervas daninhas é usado pela indústria farmacêutica para diagnosticar e tratar alergias. Isso mostra que tudo e todos têm um papel a desempenhar no esquema das coisas - a montanha e o esquilo; as nuvens no véu e a poeira no chão; as grandes árvores e as pequenas folhas de capim. O mesmo se dá com a humanidade: homens e mulheres diferentes possuem capacidades diferentes, necessárias e úteis em seus locais respectivos e em suas posições na vida. 

Além disso, a beleza do mundo está na variedade e na diversidade. Acharíamos bonito se houvesse apenas árvores e nenhuma grama; montanhas nevadas sem rios nem lagos nas planícies; tigres e nenhum cervo? Ou se houvesse apenas homens e mulheres parecidos, com os mesmos traços, temperamentos e qualidades? Sabe-se que a natureza economiza; nela nada existe que seja redundante ou supérfluo. Cada um de nós tem seu próprio gênio e oportunidade. Façamos uso deles. Temos que tentar contribuir o melhor possível para o bem-estar comum. 

O poema de Emerson também traz outras lições. Primeiramente que não devemos ter orgulho de nossa posição na vida, dos talentos que possuímos ou da natureza do trabalho que desempenhamos, pois "quando o orgulho se estabelece, então surge a vergonha;/mas, com a humildade, é a sabedoria que surge."

Mesmo entre homens e mulheres religiosos surge às vezes um sutil orgulho de sua erudição, do domínio da literatura, da filosofia e da metafísica antiga e moderna, da habilidade para compreender e apresentar os ensinamentos mais difíceis e profundos dos grandes sábios e instrutores. Mas, como adverte Shankaracharya, no livro Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria (Ed. Teosófica), a boa pronúncia, o domínio da linguagem, a habilidade e a erudição exegéticas são para o deleite dos instruídos e não para se obter a libertação. (...)"

(Surendra Narayan - Revista Sophia nº 42 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 05/06)


sexta-feira, 29 de março de 2013

FÉ, HUMILDADE E APREENSÃO SÃO SINAIS DE DEVOÇÃO A DEUS

"Bhakti ou devoção a Deus não é para ser medida por rosários, velas, marcas desenhadas na testa ou no cabelo emaranhado, nem por guizos nos tornozelos. Pureza de motivação e objetivos é essencial para que prema (Amor), que é um dos componentes de bhakti, não deserte do coração. Sinais ostensivos de bhakti são fé, humildade e apreensão. Fé em que a vitória última é da Verdade e do Amor; humildade perante os mais idosos e mais sábios; apreensão na presença do mal, ou seja, o medo de misturar-se com más companhias, de entrar em maus desígnios, e de agir contrariamente aos lampejos da consciência. 

Bhakti não pode vir de fora para dentro. Tem de crescer do íntimo, por um esforço para purificar a mente, para conhecer a natureza e origem do homem e do universo, para entender as relações do homem com todos os objetos externos que atualmente o fascinam e frustram." 

(Sathya Sai Baba - Sadhana o Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 51)


quinta-feira, 14 de março de 2013

REQUISITOS PARA A CAMINHADA NA ESPIRITUALIDADE

"O primeiro requisito no caminho espiritual é o anseio sincero por Deus. Sem esse anseio é impossível conhecê-Lo. Em qualquer atividade é preciso haver um esforço constante para se ter êxito. Se quiser conhecer o Divino, é preciso haver, de maneira semelhante, um anseio persistente por Ele.

Entretanto, mesmo o anseio por si só é insuficiente; precisamos ir mais longe. Uma vez que o anseio por Deus aumenta, ele precisa ser alimentado por lealdade e dedicação; primeiro a Deus, e depois ao caminho e ao mestre que Deus envia. Quando o devoto começa a buscar Deus com empenho, encontra o caminho e o guru que o inspira ao longo desse caminho. Assim, o segundo ponto importante é a lealdade e a dedicação a Deus e ao guru cujo caminho escolhemos.

Agora, a terceira condição é vital: à medida que prosseguimos no caminho espiritual, devemos fazer um esforço para ter uma conduta tal que inspire os outros que sejam fracos, em vez de contribuir para seu negativismo ou desestímulo. Não significa que devamos ficar ansiosos por chamar a atenção alheia para nós mesmos. Devemos, sim, manifestar em nossa vida, de um modo consciente, as qualidades espirituais que começamos a sentir em nossos corações; ao fazermos isso, seremos capazes de estimular os outros no caminho para Deus.

O quarto ponto é que o devoto precisa se esforçar constantemente para ser humilde, porque a humildade é como um vale onde as águas da graça divina podem se juntar. A presunção, a consciência do eu, eu, eu o tempo todo, é como um árido e deserto cimo de montanha; nenhuma água consegue se acumular nesse pico. Ela se amontoa nos vales profundos. De modo semelhante, as águas da misericórdia, da graça e da bênção juntam-se apenas no vale da humildade, onde o devoto coloca Deus em primeiro lugar e a si mesmo em último. Então, como diz o provérbio hindu: "Quando morrer este 'eu', então saberei quem sou Eu".

O quinto requisito para o devoto é reservar um tempo, todos os dias, para a meditação. Você está enganando a si mesmo - e pode pensar que está enganando a Deus, mas não está - se de algum modo julga que seu trabalho é mais urgente do que seus esforços diários na meditação. Esse equívoco é um dos grandes testes defrontados pelo devoto. No início, talvez não sintamos nenhum resultado tangível na meditação, e assim somos inclinados a considerar primeiro as exigências de nosso trabalho ou deste mundo. É apenas quando se apresentam a nós experiências amargas, revezes e sofrimento físico, mental ou espiritual que, de forma súbita, começamos a ver que cometemos um erro ao deixar de colocar Deus em primeiro lugar em nossa vida."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 28/29)


terça-feira, 5 de março de 2013

COMPREENDER UM AO OUTRO


"Sempre devemos nos comportar de acordo com nossa verdadeira natureza como filhos de Deus. Não importa o que os outros façam para nos ferir, deveríamos retribuir com perdão e compaixão. Se praticamos isso, temos o poder de mudar os sentimentos dos outros em relação a nós. Com profunda sinceridade, deve-se oferecer a mão do amor e da amizade a todos. Se a mão é esbofeteada, ou sempre que for esbofeteada, deve ser oferecida de novo. Se essa pessoa continuar a rejeitar você, afaste-se por algum tempo; mas continue a enviar-lhe, em silêncio, pensamentos de amor. Esteja sempre pronto a estender-lhe a mão da amizade outra vez, quando surgir a oportunidade.

Receba elogio ou reprovação sem se alvoroçar com qualquer um dos dois. Embora às vezes possa ser difícil aguentar pessoas que nos criticam, não devemos ignorar o que elas dizem, se for construtivo. Às vezes está certo tentar nos explicarmos, fazendo todo o esforço para chegar a um entendimento. Mas geralmente é perda de tempo entrar em longas explicações, que podem soar apenas como justificativas. Em tais situações, seremos mais sensatos aceitando simplesmente, em silêncio.

A melhor atitude é a humildade divina, mencionada por São Francisco de Assis quando disse: “Aceita a censura, a crítica e a acusação, silenciosamente e sem retaliação, ainda que inverídicas e injustificadas”. Mesmo sendo falso o que dizem de nós, mesmo achando-o injustificado, somos espiritualmente enobrecidos quando o aceitamos sem discussão e sem retaliação. Deixe o julgamento para Deus. Aquele que quer conhecer Deus precisa esforçar-se primeiro em agradar-Lhe, não ao homem.

O momento para explicar e o momento para ficar calado dependem das circunstâncias. Jamais existe, porém, momento para retaliar, sob nenhuma circunstância. Sempre deixe que Deus seja o juiz. Suas leis são justas; portanto, no mais alto sentido, nunca precisamos nos defender."

(Sri Daya Mata – Só o Amor – Self-Realization Fellowship - p. 44/45)


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

A HUMILDADE É A PERPÉTUA QUIETUDE DO CORAÇÃO


“Durante muitos anos mantive esta inspiradora citação em minha mesa: 

"A humildade é a perpétua quietude do coração. É não ter aflições. É nunca estar ansioso, aborrecido, irritado, ofendido ou desapontado. 

É nada esperar, não me surpreender com qualquer coisa que me seja feita. É sentir que nada é feito contra mim. É estar sossegado quando ninguém me elogia, e também quando me culpam e desprezam. 

É ter em mim mesmo um lar abençoado, para onde possa ir, fechar a porta e me ajoelhar em segredo diante de meu Pai, e estar em paz como num grande mar de tranqüilidade, quando tudo ao meu redor está agitado."

Essa segurança e paz podem ser obtidas se mantivermos a mente fixa em Deus."

(Sri Daya Mata -No Silêncio do Coração – Ed. Self-Realization Fellowship - p. 81/82).


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

ADEUS, ALMA QUERIDA


“Se, no caminho do teu Saara, encontrares uma alma que te queira bem, aceita em silêncio o suave ardor da sua benquerença – mas não lhe peças coisa alguma, não exijas, não reclames nada do ente querido.

Recebe com amor o que com amor te é dado – e continua a servir com perfeita humildade e despretensão.

Quanto mais querida te for uma alma, tanto menos a explores, tanto mais lhe serve, sem nada esperar em retribuição.

No dia e na hora em que uma alma impuser a outra alma um dever, uma obrigação, começa a agonia do amor, da amizade.

Só num clima de absoluta espontaneidade pode viver esta plantinha delicada.

E quando então essa alma que te foi querida se afastar de ti – não a retenhas.

Deixa que se vá em perfeita liberdade.

Faze acompanhá-la dos anjos tutelares de tuas preces e saudades, para que em níveas asas a envolvam e de todo mal a defendam – mas não lhe peças que fique contigo.

Mais amiga te será ela, em espontânea liberdade, longe de ti – do que em forçada escravidão, perto de ti.

Deixe que ela siga os seus caminhos – ainda que esses caminhos a conduzam aos confins do universo, à mais extrema distância do teu habitáculo corpóreo.

Se entre essa alma e a tua existir afinidade espiritual, não há distância, não há em todo o universo espaço bastante grande que de ti possa alhear essa alma.

Ainda que ela erguesse voo e fixasse o seu tabernáculo para além das últimas praias do Sírio, para além das derradeiras fosforescências da Via-Láctea, para além das mais longínquas nebulosas de mundos em formação – contigo estaria essa alma querida...

Mas, se não vigorar afinidade espiritual entre ti e ela, poderá essa alma viver contigo sob o mesmo teto e contigo sentar-se à mesma mesa – não será tua, nem haverá entre vós verdadeira união e felicidade.

Para o espírito a proximidade espiritual é tudo – a distância material não é nada.

Compreende, ó homem – e vai para onde quiseres!

Ama – e estarás sempre perto do ente amado...

Em todo o universo...

Dentro de ti mesmo...”

(Huberto Rohden - De Alma para Alma – Ed. Martin Claret, São Paulo – p. 185/186)


GRANDES HOMENS

Quem faz jus ao título de "grande homem"?

Não sei...

O homem inteligente?

Não basta ser inteligente para ser grande...

O homem poderoso?

Há também poderosos mesquinhos...

O homem religioso?

Não basta qualquer forma de religião... Podem todos esses homens possuir muita inteligência, muito poder e certo espírito religioso - e nem por isso são grandes homens. 

Pode ser que lhes falte certo vigor e largueza, certa profundidade e plenitude, indispensáveis à verdadeira grandeza.

Podem os inteligentes, os poderosos, os virtuosos não ter a necessária liberdade de espírito...

Pode ser que as suas boas qualidades não tenham essa vasta e leve espontaneidade que caracteriza todas as coisas grandes. 

Pode ser que a sua perfeição venha mesclada com um quê de acanhado e tímido, com algo de teatral ou violento.

O grande homem é silenciosamente bom...

É genial - mas não exibe gênio...

É poderoso - mas não ostenta poder...

Socorre a todos - sem precipitação...

É puro - mas não vocifera contra os impuros...

Adora o que é sagrado - mas sem fanatismo...

Carrega fardos pesados - com leveza e sem gemido...

Domina - mas sem insolência...

É humilde - mas sem servilismo...

Fala a grandes distâncias - sem gritar...

Ama - sem se oferecer...

Faz bem a todos - sem que se perceba...

"Não quebra a cana fendida, nem apaga a mecha fumegante - nem se ouve o seu clamor nas ruas..."

Rasga caminhos novos - sem esmagar ninguém...

Abre largos espaços - sem arrombar portas...

Entra no coração humano - sem saber como...

Tudo isso faz o grande homem, porque é como o Sol - esse astro assaz poderoso para sustentar um sistema planetário, e assaz delicado para beijar uma pétala de flor...

Assim é e assim age o homem verdadeiramente grande - porque é instrumento nas mãos de Deus...

Desse Deus de infinita potência - e de supremo amor...

Desse Deus cuja força governa a imensidade do cosmos - e cuja paciência tolera as fraquezas do homem...

O grande homem é, mais do que ninguém, imagem e semelhança de Deus...

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo- p. 111/112)


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

BEM-AVENTURADOS OS MANSOS, PORQUE ELES HERDARÃO A TERRA


“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra” (Mateus 5:5)

“A humildade e a mansidão criam no homem uma receptividade ilimitada para conter a Verdade. Como diz o provérbio “pedra que rola não cria limo”, um indivíduo orgulhoso e irascível rola encosta abaixo a montanha da ignorância e não retém nenhum “limo” de sabedoria, enquanto as almas mansas, permanecendo em paz no vale da vívida boa vontade mental, acumulam as águas da sabedoria que flui de fontes humanas e divinas, para nutrir seu florescente vale de qualidades espirituais.

O arrogante egotista irrita-se com facilidade, mantém na defensiva e é ressentidamente agressivo, rejeitando os emissários da sabedoria que tentam entrar no castelo de sua vida; mas os que são mansos e humildemente receptivos atraem o invisível auxílio dos anjos beneficentes das forças cósmicas, que lhes concedem bem-estar material, mental e espiritual. Assim, os mansos de espírito realmente herdam não apenas toda a sabedoria, mas, juntamente com ela, também a terra – isto é, a felicidade terrena.”

(Paramahansa Yogananda – A Yoga de Jesus- P. 85/86)


terça-feira, 20 de novembro de 2012

IGNORÂNCIA




“Um verme humilde para um colega arrogante e vaidoso:

- Não discutas com a águia sobre coisas do céu. Nós mal entendemos o que se passa aqui onde estamos.”

(Hermógenes – Mergulho na paz - 155)

domingo, 18 de novembro de 2012

A FONTE


“Pretensão infantil me levou a filosofar com a fonte. Desejei estimulá-la, e disse-lhe:

- Hoje, minha amiga, és humilde e ainda muito longe estás de tua imersão no Mar. Nada de impaciência. Tem fé e persistência. Algum dia chegarás ao Mar e herdará sua imensidão.

E a fontezinha do grotão, de voz de cristal gelado, falando bonito, me disse:

- Não vês? Eu estou vindo do Mar, embora pareça nascer do fundo da pedra. Já sou o Mar. Nunca deixei de ser o Mar.”

(Hermógenes – Mergulho na paz - 147)

INSTRUMENTOS DE DEUS


"As pessoas verdadeiramente espirituais jamais planejam: “Vou fazer isto, vou fazer aquilo.” Tendo submetido o ego a Deus, seu primeiro pensamento é: “Se for a vontade do Senhor...” Sua humildade resulta da constatação de que Deus e seu poder operam através de nós – de que Deus é o autor e nós seus instrumentos (...). “Não eu, não eu, mas tu, Senhor!” Quanto mais nos firmamos nesta ideia tanto mais renunciamos ao pensamento do próprio eu, maior será a nossa conquista de paz.”

(Swami Prabhavananda – O Sermão da Montanha segundo o Vedanta - 61)

HUMILDADE


“É muito normal o orgulho de ser humilde.

Eu mesmo comecei um poema sobre a humildade.

Fui lendo e gostando.

Gostava e imaginava o quanto iam gostar. Envaideci-me... Então... parei de escrever.”


(Hermógenes – Mergulho na paz - 190)