OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

HARMONIA NA DIVERSIDADE

“Meu amigo, deixa a cada ave o seu voo!

Deixa a cada planta a sua forma!

Deixa a cada flor o seu colorido!

Deixa a cada essência o seu perfume!

Deixa a cada homem o seu gênio!

Deixa a cada alma o seu caminho às alturas!

Não penses que só o teu trilho seja bom!

Muitos são os caminhos que levam a Deus...

Onde quer que exista uma reta vontade – existe uma ponte para o Infinito...

Procura preservar de falsos caminhos os homens – mas não tenhas por falsos todos os caminhos fora do teu!

Deus é Deus da Plenitude – e não do vácuo...

Deus é o Deus da variedade – e não da monotonia...

Deus é amigo da evolução – e não da estagnação...

Quão tedioso seria o cenário da flora se todas as flores fossem rosas, lírios ou cravos! (...)

Quão monótono seria o mundo mineral se todas as pedras preciosas fossem safiras, rubis, esmeraldas, diamantes ou topázios? (...)

Quão desgracioso seria o firmamento noturno se todas as estrelas tivessem o mesmo tamanho e fossem dispostas simetricamente como um tabuleiro de xadrez?

Não queiras, ó homem, corrigir as obras de Deus...

Sabes tu por que vivem no mundo homens de todas as índoles? Caracteres múltiplos, gênios versicolores? (...)

Deixa a cada um o caráter que Deus lhe deu – e o caminho que Deus lhe traçou!

Respeita nos outros a liberdade que reclamas para ti mesmo!

Estima o que é teu – tolera o que é dos outros!

Sê, no grande mosaico, a pedrinha que és – e deixa que os outros sejam também as pedrinhas que são!

Se todos fossem como tu, se tu fosses como os outros – morreria toda a beleza...

Beleza só existe onde reina harmonia na diversidade... (...)"

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Editora alvorada, 8ª edição - p. 95)


CARÁTER

"Cada ação que praticamos, cada movimento do corpo, cada pensamento que pensamos deixa uma impressão mental. Ainda que essas impressões não sejam óbvias, são suficientemente fortes para atuarem sob a superfície, no subconsciente. O que somos a cada momento é determinado pela soma dessas impressões da mente. Sou, neste momento, o efeito da soma de todas as impressões de minha vida passada.

A isso dá-se o nome de caráter. O caráter de cada ser humano é determinado pela totalidade dessas impressões. Se as boas impressões prevalecem, o caráter torna-se bom; caso contrário, torna-se mau. Se um homem ouve más palavras constantemente, tem maus pensamentos e comete ações más, sua mente ficará repleta de más impressões, que influenciarão seu pensamento e suas ações sem que ele se dê conta. Na realidade, a influência das más impressões é contínua e seu resultado será, necessariamente, maléfico. Um homem assim se tornará mau, sem que possa evitá-lo. A totalidade dessas impressões criará uma poderosa motivação para que ele realize más ações. Será como um robô sujeito às suas impressões, que o forçarão a praticar o mal. Por outro lado, se um homem tem bons pensamentos e pratica o bem, a soma dessas impressões será boa e, de maneira similar, irão forçá-lo a fazer o bem, a despeito de si mesmo."

(Swami Vivekananda - O que é Religião – Ed. Lótus do Saber, Rio de Janeiro, 2004 - p. 208/209)


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A ANULAÇÃO DO DESEJO

"Dizem-nos com frequência que precisamos matar o desejo; cumpre lembrar, no entanto, que o processo é gradual. Os desejos mais baixos e grosseiros, indicados pela palavra sânscrita karma, devem ser extirpados inteiramente antes de se poder realizar algum tipo de avanço, mas, na acepção inglesa da palavra, todos ainda temos alguns desejos, e, provavelmente, os teremos durante um longuíssimo tempo por vir. Desejamos intensamente, por exemplo, servir o Mestre; tornar-nos seus discípulos; ajudar a humanidade. Esses também são desejos, mas não devem ser mortos. O necessário é matar o inferior e alcançar o superior, vale dizer, purificar os desejos e transmudá-los em aspirações. 

Mais adiante, outra transmutação ocorrerá. Por exemplo, agora queremos progredir; mas tempo virá em que estaremos tão seguros disso que deixaremos de desejar, porque sabemos que durante o tempo todo o desejo estará prosseguindo, tão depressa quanto nos é possível, e porque queremos que prossiga. O desejo, então, transmuda-se em resolução. Neste ponto já não pode haver arrependimento de nada; fazemos o melhor que nos é possível e sabemos que, em resposta a isso, o melhor terá de vir. Algumas pessoas desejam intensamente ganhar esta ou aquela qualidade; não desperdicemos a nossa força desejando ou ansiando por alguma coisa, senão querendo-a.  

Do mesmo modo se diz que devemos matar a 'forma lunar', o que quer dizer, o corpo astral. Mas isso não significa que o corpo astral deve ser destruído, nem que devemos ser despojados de sentimentos e emoções. Se tudo fosse assim, não teríamos simpatia nem compreensão pelos outros. O que se pretende dizer é que deveríamos conservá-los completamente sob controle, que deveríaos ter a faculdade de 'matar a forma lunar' à vontade. Embora necessária, a pureza não sigifica apenas a abstenção de defeitos específicos, senão o absoluto despojamento do eu. A ambição por exemplo, é uma forma comuníssima de desejo, mas nela há sempre um pensamento do eu. O adepto não pode ser ambicioso. Sua vontade identifica-se com a vontade do LOGOS, e ele quer a evolução. Somos todos parte do LOGOS, e nossas vontades são parte da Sua vontade. Somente quando não o compreendemos, criamos desejos em nossas linhas separadas."

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 -  p. 112/113


O BUDISMO E A MEDICINA (PARTE FINAL)

"(...) Para o Budismo, o que obscurece e impede a perfeição da mente humana são os kleshas, os ‘obscurecimentos’ mentais produzidos por emoções aflitivas, corrupções, distorções mentais, emoções negativas e conceitos perturbadores. Pode-se definir os kleshas como fatores que produzem confusão psíquica e descontrole. Esses fatores estão associados a hábitos reativos e emotivos complexos e são considerados a raiz psíquica das enfermidades.

Segundo a tradição existem milhares de kleshas, mas todos eles podem ser condensados nos chamados ‘três venenos’: confusão, apego e aversão, que são fruto da ignorância e do não percebimento da realidade. Esses três venenos nascem da falsa noção do dualismo sujeito-objeto e do conceito de um eu permanentemente separado do todo. Essa falsa noção é vista como a ignorância fundamental, origem de todas as demais.

Quando Buda ensinou as quatro Nobres Verdades, ele mostrou que a causa das moléstias é a ignorância, que produz o desejo e o ódio. Todas as 84.000 corrupções específicas descritas por Buda podem ser resumidas nos ‘três venenos’. O remédio para esses venenos é o triplo adestramento que leva ao caminho do dharma. A moral cura o desejo, a cobiça e a luxúria, e utiliza como meio de tratamento a meditação sobre a fealdade e a repulsa do objeto de atração. A concentração cura a raiva, o ódio e a aversão, utilizando a meditação regular sobre a compaixão. A sabedoria cura a ignorância por meio da meditação sobre a interdependência de todas as coisas e de todos os seres.

De todas essas, o mais importante é desenvolver a sabedoria (prajna), capaz de atacar o veneno radical da ignorância, do qual derivam todos os outros venenos. Por isso se afirma que a sabedoria é o remédio final que cura todas as doenças e todas as dores. (...)"

(Marcio Bontempo - O Budismo e a Medicina - Revista Sophia, Ano 7, nº 27, p. 11/12)


domingo, 12 de janeiro de 2014

A TEOSOFIA NA CIÊNCIA

"A Teosofia, que estuda sem cessar os fatos do Universo, não é outra coisa que a continuação da ciência. Entretanto, a diferença entre uma e outra é que a Teosofia dispõe de um maior número de fatos em que se basear, e mostra também como o indivíduo pode descobrir por ele mesmo a diagonal da vida, que é a verdadeira filosofia da conduta. Os fatos da Teosofia foram recolhidos exatamente do mesmo modo como o geólogo ou o físico reúne os seus, isto é, por meio de uma faculdade de observação cuidadosamente formada, que leva à indução e à dedução, comprovados repetidamente em cada novo fato observado. A Teosofia possui a tradição de uma antiga Sabedoria cuidadosamente construída, de acordo com o método já citado, por grandes Inteligências científicas, denominadas Mestres de Sabedoria; e são justamente seus conhecimentos científicos os proclamados pela Teosofia Moderna. O ponto principal, que distingue esta ciência antiga da moderna, é a conclusão, deduzida dos fatos observados pelos antigos cientistas, de que o processo evolutivo consiste num duplo desenvolvimento de vida e forma. Cada objeto, além da forma que aparece ter, está animado de uma vida que mantém a matéria nessa forma, mas é capaz de ter uma existência independente, uma vez ocorrida a dissolução da matéria. Esta vida pode apenas aparentar as características da vida, tal como um pedaço de mineral ou pode mostrar os primeiros germes do que chamamos vida, como um fungo. Assim como a ciência nos mostra uma magnífica escada na evolução da forma, a Teosofia nos mostra que existe uma escada semelhante na evolução da vida e da consciência, que principia no átomo e atinge o Criador do Universo. Os Mestres de Sabedoria opuseram ao alcance da observação científica os mundos invisíveis, cujos limites alguns cientistas modernos estão agora começando a atingir, em várias de suas experiências."

(C. Jinarajadasa - Teosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 62/64)