OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 4 de maio de 2014

LIBERDADE DENTRO DA MENTE (1ª PARTE)

"O velho Mestre pediu ao discípulo - um jovem entristecido pelos reveses da vida - que colocasse uma mão cheia de sal em um copo de água e bebesse.

- Qual é o gosto? - perguntou o Mestre.

- Ruim - disse o aprendiz.

O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago. Os dois caminharam em silêncio, e o discípulo jogou o sal no lago. Então o velho disse:

- Beba um pouco dessa água! Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o Mestre perguntou:

- Qual é o gosto?

- Bom - disse o rapaz.

- Você sente o gosto do sal? - perguntou o Mestre.

- Não - disse o jovem.

Então, o Mestre sentou ao lado dele, pegou uma de suas mãos e disse:

- A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está à sua volta. É dar mais valor ao que você tem do que ao que você perdeu. Em outras palavras, é deixar de ser um copo para ser um lago.

Como realizar esse feito? Em um artigo sobre as particularidades do cérebro, publicado no Jornal da Ciência, Suzana Herculano-Houzel afirma: 'Não somos especialmente encefalizados: temos um cérebro apenas do tamanho esperado para um primata do nosso tamanho. Talvez tenhamos mais neurônios que os golfinhos, mas provalvemente menos que a baleia azul. Nossa maior distinção talvez esteja simplesmente em sermos primatas, e dos grandes, com um número gigantesco de neurônios (100 bilhões) concentrados em pouco espaço'.

Contudo, a principal distinção entre o homem e o animal não se baseia no cérebro físico, mas na mente que dirige esse cérebro, e no espírito que dirige essa mente.(...)"

(Walter S. Barbosa - Revista Sophia, ano 12, nº 47 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 18/19)
www.revistasophia.com.br


sábado, 3 de maio de 2014

RELACIONAMENTOS

"Com que rapidez formamos uma opinião e chegamos a uma conclusão sobre as pessoas! O 'eu' autocentrado gosta de avaliar os outros, dar-lhes uma identidade e rotulá-los.

Todo ser humano foi condicionado a pensar e agir de determinada forma - condicionado por sua herança genética, pelas experiências da infância e pelo ambiente cultural em que vive.

Tudo isso não mostra o que a pessoa é, mas como parece ser. Quando você julga alguém, confunde os modelos condicionados produzindos pela mente com o que a pessoa é. Nossos julgamentos também têm origem em padrões inconscientes e condicionados. Você dá aos outros uma identidade criada por esses padrões, e essa falsa identidade se transforma numa prisão tanto para aqueles que você julga quanto para você mesmo.

Deixar de julgar não significa deixar de ver o que as pessoas fazem. Significa que você reconhece seus comportamentos como uma forma de condicionamento que você vê e aceita tal como é. Não é a partir desses comportamentos que você constrói uma identidade para as pessoas. 

Deixar de julgar liberta tanto você quanto o outro de se identificar com o condicionamento, com a forma, com a mente. Não é mais o ego que conduz os relacionamentos."

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 56/57)
www.esextante.com.br


O DESAFIO DA IMPERMANÊNCIA - INSTRUMENTOS DE APRENDIZAGEM (PARTE FINAL)

"(...) Nas situações de prazer e de dor, o tempo parece de encurtar e se alongar, respectivamente. Quem já não viveu horas de amor que duraram um segundo ou uma dor de cabeça que durou um século?

‘Talvez seja difícil reconhecer que o tempo é a causa do nosso sofrimento e de nossos problemas. Acreditamos que eles são causados por situações específicas em nossas vidas, e, de um ponto de vista convencional, isso é uma verdade. Mas enquanto não lidarmos com a disfunção básica da mente – o apego ao passado e ao futuro e a negação do presente – os problemas apenas mudarão de figura’, ensina Tolle; ‘não há salvação dentro do tempo. Você não pode se libertar no futuro’. Então, de que maneira podemos nos libertar e deixar de sofrer em razão da impermanência? Percebendo que a única dimensão real do tempo é o agora. Na plenitude misteriosa desse espaço-tempo que não tem começo nem fim, que é imutável dentro da descontinuidade que nos cerca, a relação observador-observado deixa de existir, restando apenas a observação, um estado de totalidade com o fluxo da vida. Nessa totalidade deve reinar a consciência descrita por Cristo como ‘Eu e o Pai somos Um’.

O que nos impede de viver o agora neste momento, deixando de sofrer as agruras do tempo psicológico? Provavelmente nenhuma dor física. Contudo, quase nunca estamos ‘bem’ de verdade. Há um conjunto de sensações misturadas com lembranças desconfortáveis, fazendo nosso pensamento vaguear de um lado para outro. São as ‘flutuações da mente’, semelhantes às ondulações na superfície de um lago, que nos impedem de ver seu fundo. Nessa imagem, o fundo do lago é a nossa natureza real, que a instabilidade da mente encobre.

Por essa razão, no yoga a mente é estudada em profundidade. Yoga é definido como ‘a dissolução de todos os centros de reação da mente’, nos Yogas-sutras de Patanjali (Sutra número 2), conforme tradução e comentário de Mehta. (...)

Por meio da disciplina do yoga que inclui técnicas objetivas como auto-observação e a meditação, podemos inverter o jogo, reeducando a mente a fim de colocá-la a nosso serviço. Nem por isso a natureza cíclica do mundo mudará; isso está entre as coisas que não mudam. A diferença é que não estaremos mais vivendo inconscientemente esses ciclos; estaremos integrados neles, acompanhando com nossos batimentos cardíacos o ritmo do coração do mundo."

(Walter S. Barbosa - O desafio da impermanência - Revista Sophia, Ano 12, nº 48 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 26)


sexta-feira, 2 de maio de 2014

SILENCIE PARA OUVIR DEUS

"Quando seu anseio por Deus é sincero e total, sempre que você se interiorizar e pronunciar silenciosamente o nome do Amado Divino, seu coração transbordará de amor e alegria. Isso é o que todos nós queremos. Não há palavras que possam descrever essa alegria, esse amor irresistível. Entendo a facilidade com que os santos passam toda uma vida observando o voto de silêncio, por causa da bem-aventurada conversa interior que há entre Deus e Seus verdadeiros devotos! Os santos preferem não falar muito, para evitar que as explosivas bombas de suas palavras abafem a doce voz interior de Deus."

(Sri Daya Mata - No Silêncio do Coração - Self-Realization Fellowship - p. 70/71)

O DESAFIO DA IMPERMANÊNCIA - INSTRUMENTOS DE APRENDIZAGEM (3ª PARTE)

"(...) O apego é gerado quando tomamos as situações da vida como a própria vida. O apego não aceita que a vida siga o seu caminho no processo cíclico que gera, alimenta e destrói todas as formas, propiciando uma constante aprendizagem para o ser.

Qual é a base da auto-observação? A existência de entidades distintas dentro de nós – o observador e o observado. Somos feitos de espírito e matéria. Segundo Patanjali, a matéria fornece os veículos para a consciência, um campo onde ela pode obter ‘experiências e liberação’. Naturalmente, enquanto não praticamos a auto-observação não percebemos a existência dessas entidades em nossa própria natureza. Dominados pela matéria, pensamos que somos apenas corpo físico, emoções e mente.

Há 2.600 anos o filósofo indiano Patanjali afirmou: ‘O sofrimento que ainda não chegou pode e deve ser evitado’, sendo que ‘a causa daquilo que deve ser evitado (o sofrimento) é a união do vidente com o visto’. Em outras palavras, a causa do sofrimento é a escravização do vidente ao visto, do observador ao observado, do espírito à matéria.

A auto-observação é uma prática difícil, senão impossível, sem a mudança de alguns valores. Ela requer uma parada, ou pelo menos a desaceleração do rolo compressor que habita em nós, e que valoriza a ‘casca’ em detrimento da ‘essência’. Esse rolo é alimentado pelo tempo psicológico.

O tempo psicológico difere do tempo do relógio porque se alimenta de expectativas. É uma pressão que, por ambição ou ansiedade, nos projeta para o futuro, afastando-nos das pessoas e dos atos do momento presente, impedindo-nos de sentir, de desfrutar da companhia dessas pessoas, de viver integralmente. (...)"

(Walter S. Barbosa - O desafio da impermanência - Revista Sophia, Ano 12, nº 48 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 24)