OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

SAMA BHAVA (1ª PARTE)

"Alguém que diga que não pode passar sem isso e que tem horror àquilo é um joguete das circunstâncias. Quando possui ou desfruta as coisas que 'adora', está feliz. Quando lhe faltam, fica triste e ansioso. Quando consegue estar distante e protegido contra aquelas coisas que 'detesta', se sente bem. Quando não, adoece. Uma pessoa assim, só conquistará sua mente e se sentirá realizado, quando desenvolver sama bhava (bhava, atitude psíquica; sama, igual). Só assim conhecerá satisfação, contentamento, equilíbiro e equidistância dos opostos da existência. É condição de maturidade. e, reciprocamente, gera maturidade. À medida que, por outros meios, a mente vai sendo conquistada, o homem vai deixando de ser um vinculado e um frágil, vai atingindo sama bhava ou equanimidade; vai triunfando sobre a dança das circunstâncias externas e ficando invulnerável, imperturbável, independente, incondicionado aos acontecimentos que lhe escapam ao controle.

O homem vulgar em sua imaturidade adoece dos nervos, porque é extremado tanto no sofrimento como no gozo. Quando as coisas são favoráveis, o sol brilha, o mundo sorri, os amigos o estimam, há aplausos, lucros, saúde, tudo vai de 'vento à feição', ele exulta, goza, festeja, dança, ri e chega até a ficar generoso e confiante.

Quando, no entanto, sobrevém o desfavor da sorte, quando há chuva miúda ou cerração escondendo o sol, se os amigos se afastam ou falham, quando recebe críticas e censuras e sabe de calúnias, se o filho vai mal na escola ou o movimento da bolsa é ruim, entrega-se ou ao abatimento ou à revolta; o desalento então cava-lhe rugas na testa e 'brechas na alma'. A personalidade imatura não  conhece meio-termo entre gargalhadas e lágrimas, desvarios de prazer e gemidos de dor, satisfações de orgasmo e pranto de desespero. Pessoas assim, levadas ao sabor das tempestades emocionais, precisam aprender a equanimidade dos sábios, que não se perturbam quando o destino lhes tira dos lábios a taça de mel e, em troca, dá uma de fel. O sábio sabe que na vida há noites frias e quentes, dias trágicos e venturosos, sins e nãos, saciedades e fomes, berços e esquifes, vitórias e derrotas, lucros e perdas, portas que fecham e portas que se abrem. O sábio não se deixa perturbar nem pelo dulçor nem pelo amargor dos frutos que lhe são dados. Não chora demais nem ri sem medidas. É sereno. É equânime. É igual. É invulnerável aos opostos. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 210/211)

terça-feira, 30 de setembro de 2014

DÊ TEMPO PARA AS TRANSFORMAÇÕES

"Uma criança precisa crescer de modo a transformar-se em um jovem bem proporcionado, mas esse crescimento leva tempo. Não acontece da noite para o dia. Da mesma forma, a transformação e o aperfeiçoamento da mente também levam tempo.

Hoje em dia há lugares em que se promove o crescimento acelerado de animais, como porcos, aves e bovinos, por meio de certos tipos de injeções. Depois, esses animais são mortos e consumidos. É uma prática negativa que, de certo modo, também afeta o ser humano.

Quando falamos de prática espiritual, é igualmente impossível injetar certas qualidades na mente para obter sua transformação imediata."

(Dalai-Lama - O Caminho da Tranquilidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 31)

O PODER DOS PENSAMENTOS (PARTE FINAL)

"(...) Pensamentos puros formam um escudo; como os pensamentos são entidades ativas, eles também estimulam o bem nos outros. Em algumas culturas antigas havia uma forte crença de que uma pessoa verdadeiramente espiritualizada não pode ser ferida internamente - e nem mesmo externamente. Aqueles que tentam ferir um ser sagrado apenas ferem a si mesmos, como o homem que tenta cuspir em outro que está acima e vê o cuspe cair sobre sua cabeça. 

Conta-se que, quando um criminoso violento se aproximou de Buda, a presença divina foi tão poderosa que suavizou e converteu o criminoso sem qualquer ação externa. O contrário também é verdade. Quando os pensamentos, os sentimentos, as fantasias e os desejos estão centrados em coisas negativas, e quando paixões como o orgulho, a inveja e o egoismo dominam a vida da pessoa, ela se abre a influências indesejáveis.

Como estamos continuamente povoando o ambiente com nossos pensamentos, e portanto afetando o mundo em que vivemos, temos uma grande responsabilidade. Quando fazemos parte de um grupo maior, como é o caso da Sociedade Teosófica, também temos a oportunidade de criar um núcleo de forte energia espiritual para auxiliar a humanidade a seguir em frente, rumo à virtude e à sabedoria. Uma parte importante do nosso trabalho é construir um depósito de força positiva que os grandes guardiões espirituais da humanidade possam usar para seus propósitos evolucionários. Ninguém é impotente para servir nos níveis mental e moral. 

Helena Petrovna Blavatsky assinala, em A Chave para a Teosofia (Ed. Teosófica), que a verdadeira oração é um mistério, um processo oculto através do qual pensamentos e desejos continuados sofrem uma transformação espiritual. A aspiração ao divino auxilia a refinar a mente e a elevá-la. A devoção pura, juntamente com a autoentrega, vertidas como oferecimento a uma imagem sagrada, harmoniza e purifica, mesmo quando essa imagem é criada pela mente. Poucas pessoas podem contemplar a deidade não manifesta em nosso atual estágio de evolução. As outras precisam começar a purificar e a refinar o conteúdo de suas mentes. A oração, a devoção pura e a meditação sobre o que quer que seja sublime e sagrado ajudam a transformar a consciência individual e, através dela, a consciência maior do mundo." 

(Radha Burnier - O poder dos pensamentos - Revista Sophia, Ano 12, nº 51 - p. 05/06)


segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O PÉ DE ACÁCIA

"SE EU FOSSE aquele pé de acácia,

 ali na encosta,

 exibindo o amarelo agressivo das minhas flores,

 contra o fundo verde da mata,

 sentir-me-ia cheio de prazer

 por oferecer abrigo aos ninhos,

 e néctar às abelhas diligentes...

Gozaria, por certo, com o roçar macio do vento,

a tirar sons em meus ramos.

Nem me incomodaria mesmo de acolher algum parasito.

Se eu fosse aquele pé de acácia,

teria gosto de dar sombra ao casal de namorados,

mas, sem dúvida, sofreria as dores impostas pelo machado,

e ficaria triste com os moleques a matar meus passarinhos...

Mas eu responderia com a nobre impassibilidade de uma árvore.

Se eu fosse aquele pé de acácia,

imóvel, confiante, sereno,

majestosamente sereno,

saberia aceitar o que viesse,

sem lamentar,

sem reclamar,

sem me abater...

Mesmo que o temporal destruísse meus ninhos,

mesmo que as borboletas deixassem de vir ao amanhecer,

e minha flores murchassem,

mesmo que o estio prolongado e forte viesse queimar-me,

e as abelhas, sem encontrar sustento, se fossem...

embora passível de gozar e sofrer,

continuaria uma acácia majestosamente serena

e conservaria sempre a nobreza ereta de uma árvore.

Se eu fosse aquele pé de acácia,

saberia aceitar as coisas como são,

não me rebelaria contra o inevitável.

Saberia que

até no malcheiroso esterco,

energia inefável se manifesta.

E seria minha nutrição.

Acataria os golpes da poda,

a necessária dor para crescer.

Acataria os golpes do lenhador

que viesse que viesse fazer de mim algo útil.

Renunciaria a ser a pincelada amarela a embelezar a paisagem,

e me deixaria transformar em acha de lenha,

E meu mistério se libertaria em forma de luz e calor,

ou viria a servia de esteio a um casebre,

e meu mistério se faria abrigo.

Quando chegarei a ter

a majestade daquela pé de acácia

dando vida, beleza, abrigo, amenidade e lição?!"

(Hermógenes - Viver em Deus - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 4ª edição - p. 109/111)


O PODER DOS PENSAMENTOS (1ª PARTE)

"O pensamento é uma força que molda a si mesma para se tornar uma entidade ativa. Ele sobrevive por um período mais longo ou mais curto, dependendo da intensidade do pensamento e da paixão que o animam. Se os pensamentos forem repetidos, uma energia renovada é adiconada à forma que havia sido criada. Como resultado, cada pessoa vive em meio a um mundo de entidades-pensamento autocriadas, um pequeno mundo de influências. Assim criamos um karma e nos tornamos responsáveis por muito mais do que nossas vidas pessoais. 

Lembre-se de que o pecado e a vergonha do mundo são o seu pecado e a sua vergonha. Você é parte do mundo; o seu karma está interligado ao grande karma

As pessoas sensitivas podem perceber a atmosfera de pensamentos ao redor de uma outra pessoa ou de uma localidade, e às vezes são atraídas ou perturbadas por aquilo com que entram em contato. Nas culturas onde a 'magia' não é considerada tolice nem fantasia, algumas pessoas buscam ajuda quando são perturbadas pelo que lhes parece ser uma 'força ruim' na vizinhança, ou pela sensação de uma ameaça distante. Elas não compreendem que o auxílio mais potente está na pureza de seus próprios pensamentos.

'Toma para ti toda a armadura de Deus; que possas ser capaz de ficar de pé quando o dia do malefício chegar' (Efes. 6.13). Aquele cuja armadura é a pureza e a luz não apenas está protegido contra as influências maléficas, mas também está equipado para dispersá-las, pois a armadura de Deus é a armadura da luz, e a luz dispersa as trevas pela sua simples presença. A maior proteção em qualquer situação e a qualquer tempo, contra qualquer dano à alma (não necessariamente ao corpo) é a atmosfera que cada pessoa cria por meio de intenções e pensamentos puros. (...)"

(Radha Burnier - O poder dos pensamentos - Revista Sophia, Ano 12, nº 51 - p. 05/06)