OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 13 de julho de 2013

INTROSPECÇÃO

"De duas coisas tem horror o homem moderno - de Deus e de si mesmo.
Para fugir de Deus professa ateísmo - para fugir de si mesmo inventa barulhos sem conta.
Se não tem razão, ao menos é lógico - pois quem foge de Deus deve também fugir do próprio Eu...
Um Eu sem Deus é um Eu infernal - e quem pode habitar no inferno? 
Para voltares ao Eu - terás de voltar a Deus, ó homem moderno!
Procuras fugir de ti mesmo, enchendo de enorme estardalhaço a tua vida. 
Povoas de ruídos a tua solidão interior - com mil vacuidades queres encher o vácuo de ti mesmo.
Não sabes que vácuos não se enchem com vacuidade - mas com plenitude?
Por que evitas saber o que vai por dentro - e só te interessas pelo que vai lá fora?...
Por que és amigo de todas as periferias - e inimigo do próprio centro?
Adoras o barulho das ruas...
Delicia-te o deserto sonoro de praias e clubes, de salões elegantes, de rádio e televisão.
De delírios te enchem loucuras de carnaval e jogos profanos...
E quando vives longe do barulho querido, não sabes o que fazer de ti mesmo.
Estás sobrando em toda parte - e acabas frustrado e neurótico.
Um vácuo em face de outro vácuo...
Venha o jornal, venha o romance, venha o rádio, a televisão, um socorro ao pobre náufrago de si mesmo!
Canalizem ao menos uma parte do profano ruído para a insuportável solidão interior!
Apanha o náufrago a tábua salvadora - e julga escapar de se afogar no oceano do vácuo interno.
Pobre homem! Que será de ti após o carnaval desta vida?...
Quando amanhecer a quarta-feira de cinzas?...
O dia que a cinzas reduz as máscaras da vida?...
O dia em que da face arranca todas as fantasias - e a própria pele?...
O dia em que a matéria volta à matéria - e o espírito voltará ao Espírito?...
Constrói, ó homem, a tua vida interna - arquiteta o teu mundo eterno!
Enche de valores eternos os espaços da alma!...
Segue-se ao estonteante carnaval a silenciosa quaresma - segue-se à Semana Santa a Páscoa jubilosa...
Faze da tua vida uma Semana Santa de trabalho, estudo e meditação - e um domingo de Páscoa verás despontar...
Segue-se ao miserere de hoje - o aleluia de amanhã...
Teu mundo interno é eterno...
Imortal...
És tu mesmo..."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 143/144)


A TEOSOFIA NO LAR (PARTE FINAL)

"(...) Os animais domésticos que vivem em nosso lar não são criaturas tão insignificantes, como as pessoas geralmente acham. A Vida Divina, que se encontra no homem, está igualmente no animal, mas nele se encontra num estado mais primitivo e, por conseguinte, menos evoluída. Esta vida deve acelerar o seu desenvolvimento pelo contato com o homem. 

O dever do homem para com seus animais domésticos é o de suavizar a sua natureza selvagem e implantar neles os atributos humanos do pensamento, do afeto e da dedicação. Portanto, enquanto o animal nos dá sua força, trabalhando para nós, devemos usar essa força com a finalidade de humanizá-lo, porque há de chegar o dia em que conseguirá ser um homem. Ao treinarmos um cão para desenvolver sua inteligência, não devemos fazê-lo de modo a reforçar seus instintos animais, como quando treinamos nossos cães para a caça. Um gato doméstico pode ser "um bom caçador de ratos", mas não foi por essa razão que Deus o guiou para a família onde vive. Quando treinamos cavalos, não deveríamos procurar apenas desenvolver a velocidade para participarem de corridas; os serviços que eles nos prestam deveriam ser recompensados, pela tentativa de desenvolver neles as qualidades que contribuirão mais para sua evolução em direção à humanidade do que a velocidade.

O princípio geral referente a nossas relações com os animais domésticos é que eles foram realmente enviados para junto de nós a fim de que, na medida do possível, os seus atributos animais de selvageria fossem substituídos por atributos humanos, porque o que hoje é um animal, algum dia será um homem, assim como no futuro o homem de hoje tornar-se-á um Deus. Aquele que contribui para que a Vida Divina progrida mais rapidamente pelo caminho ascendente, esse ajuda, com maior eficiência, a sua própria evolução."

(C. Jinarajadasa - Teosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília - p. 22/23)


sexta-feira, 12 de julho de 2013

DESENVOLVIMENTO DO CARÁTER

"(...) O caráter de um determinado indivíduo, podemos ver agora, é a soma total de todos os modos diferentes da manifestação de sua consciência através de seus veículos - físico, astral, mental e espiritual. Esta soma total não é senão uma pequena fração de totalidade dos modos possíveis de manifestação da consciência divina operando através do indivíduo. À medida que o indivíduo evolui todas as possibilidades encerradas no fragmento da Divindade passam, uma a uma, de latenta à atuante e o caráter torna-se um instrumento mais rico e mais eficiente da Vida Divina operando através dele. 

A ciência moderna fornece uma bela analogia para o gradual aparecimento das qualidades que estão em estado latentes. Se um sólido, como por exemplo uma peça de metal, é aquecido progressivamente, começa a revelar vibrações de frequências diferentes. Quando o corpo torna-se incandescente as vibrações podem ser analisadas por um espectroscópio e verifica-se um espectro que nos mostra claramente quais as vibrações que são ativas no corpo incandescente. À medida que a temperatura do corpo é elevada, grau a grau, mais linhas aparecem e o espectro do corpo incandescente vai aproximando-se do espectro do Sol, no qual são representadas todas as vibrações possíveis. As faixas ou linhas pretas no espectro representam a ausência de vibrações das frequências correspondentes. O número destas faixas ou linhas pretas diminui à medida que a temperatura do corpo cresce e a escala de vibrações torna-se mais e mais completa.  

É evidente a analogia desse fenômeno com a evolução humana e o aparecimento progressivo de toda espécie de faculdades e poderes. Todos os atributos da Vida Divina estão presentes em forma latente em qualquer fragmento individual da Divindade representada por um Jivatma. À medida que o Jivatma evolui esses atributos são trazidos à manifestação um após outro e, aos poucos, o indivíduo aproxima-se da condição de perfeição relativa na qual todos os atributos estão em completa manifestação. Assim o caráter de um indivíduo é realmente o espectro incompleto das qualidades divinas que lhe mostrem seu estágio particular de desenvolvimento; a luz da consciência manifestando-se através de veículos imperfeitos produz o espectro parcial. O caráter de um Ser perfeito, mostrando o espectro completo das qualidades divinas, é semelhante ao espectro do Sol, enquanto que um indivíduo, imperfeito, comum, só pode ser semelhante ao espectro de um corpo sólido incandescente, mostrando algumas linhas brilhantes de qualidades desenvolvidas separadas por linhas negras por qualidades não desenvolvidas. O Ocultismo não reconhece a existência de qualidades positivamente más. Estas são linhas ou faixas negras do espectro do caráter que estão fadadas a desaparecer no decorrer do tempo, à medida que o indivíduo evolui e desenvolve as qualidades positivas correspondentes. (...)"

(I. K. Taimni - Autocultura à Luz do Ocultismo - Ed. Teosófica, Brasília - p. 45/46)


A TEOSOFIA NO LAR (5ª PARTE)

"(...) Quando alguém compreende que esse elevado objetivo espiritual existe na vida familiar, as responsabilidades e os privilégios que essa vida nos concede aparecem-nos debaixo de uma nova luz, porque através dos pequenos deveres do lar vislumbramos a luz da Eternidade. O nascimento de crianças ou a sua morte, as preocupações e os cuidados que são necessários para criá-los e educá-los, as satisfações e as dores que eles nos proporcionam, são outras tantas experiências que nos conduzem à grande Descoberta. O lar não é somente um ponto de reunião em que os viajantes se encontram, vivem juntos durante alguns anos e separam-se em seguida para sempre. Podemos comparar melhor o lar com um teatro ou com uma sala de concertos, onde se ensaia um drama ou uma sinfonia, para que todos os indivíduos aprendam a executar seu papel com dignidade e beleza, para a alegria dos homens e de Deus. 

No lar há também diferença na relação entre o patrão e o empregado. Geralmente quando existe essa relação, o empregado é menos instruído do que o patrão; ele, por conseguinte, aparece na família para que possa ser ajudado a crescer por uma pessoa mais velha. Podemos contratar um empregado, mas a sua vinda até nós não é por acaso; podemos pagar-lhe um salário, mas nosso "vínculo kármico" não cessa com o dinheiro que lhe damos. O criado é uma alma irmã do patrão; ele geralmente é o irmão mais moço, mas o contrato financeiro entre eles nunca pode tornar menos real o importante fato de que são irmãos.

Os empregados vêm até nós para que lhes mostremos um ideal de vida mais elevado do que aquele que eles normalmente teriam percebido se não tivessem tido contato com seus tutores. A limpeza, o espírito metódico, a conscientização, a generosidade, a cortesia, as boas maneiras e a cultura são exemplos de comportamento que o dono da casa deve colocar diante dos olhos de seu irmão menor, o empregado. Mas ao apresentar-lhe nosso exemplo, não podemos exigir que atinja o mesmo padrão de comportamento, por se tratar de nosso irmão mais moço. É nossa obrigação de patrões, sermos pacientes e compreensivos, enquanto procurarmos despertar o melhor do potencial de nossos criados, através de um espírito de cooperação voluntária. Um indivíduo, na sua situação de servidor, pode assimilar muitas virtudes que numa futura encarnação, em que suas possibilidades serão maiores, deverão capacitá-lo para executar atos nobres; ao passo que o patrão de hoje, se não tiver ainda adquirido essas virtudes, terá que voltar à Terra como empregado para aprendê-las. 
Quem sofreu como escravo poderá voltar como príncipe,
Por suas gentis virtudes e méritos adquiridos;
Quem mandou como Rei, pode errar pelo mundo andrajoso,
Por suas indignas ações e deveres não cumpridos. (...)"
(C. Jinarajadasa - Teoosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília - p. 19/22)


quinta-feira, 11 de julho de 2013

BUDDHA - A TERCEIRA VIGÍLIA

"(...) Estando a terra silenciosa, as legiões infernais fugiram,
Um ar macio soprando da lua que se punha,
Nosso Senhor atingiu Samma-sambuddh (a perfeita iluminação),
Ele viu, através da luz que brilha. Além do nosso horizonte mortal,
A linha de todas as suas vidas em todos os mundos, 
Recuada e mais recuada e mais recuada ainda.
Quinhentas e cinquenta vidas. Tal como alguém,
Descansando no topo da montanha,
Observa a senda por ele seguida, a profundidade dos precipícios e penhascos
Através de pântanos de um verde enganador,

Descendo até os vales onde trabalhou à exaustão;
Sobre picos atordoantes
Onde seus pés quase escorregaram;
Além da relva iluminada pela luz do sol,
A catarata, a caverna e a lagoa,
De volta àqueles baixios sombrios de onde saiu
Para alcançar o céu - assim Buddha contemplou
Os passos ascendentes da vida, há muito unidos,
Desde os níveis inferiores, onde a respiração é pesada, Até as inclinações superiores e além,
Sobre as quais as dez grandes Virtudes esperam para levar 
Aquele que escala em direção ao céu.

O Buddha viu, também,
Como a nova vida colhe o que a antiga vida semeou;
Como, onde a marcha da vida é interrompida, aí ela recomeça;
Retendo o proveito adquirido e respondendo pela perda anterior;
E como em cada vida o bem produz mais bem,
O mal cria novo mal; a Morte apenas calculando
Débito e crédito, após o que a conta
Em méritos ou deméritos fica estampada
Por um aritmética infalível - a soma dos méritos e deméritos
Imprime-se, por si mesma,
Exata e justa, sobre alguma vida que está para surgir,
Na qual estão acumulados e levados em conta
As ações e pensamentos passados,
Esforços e triunfos, memórias e marcas de vidas prévias. (...)"

(Edwin Arnold - A Luz da Ásia - Ed. Teosófica, Brasília - p. 109/110)