OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 29 de julho de 2013

AS LEIS DA VIDA ESPIRITUAL

"A prática da vida espiritual consiste em uma subordinação sistemática do pensamento, do sentimento e da ação às necessidades do desenvolvimento espiritual. Existem regras, mas são aquelas pertinentes à lei natural aplicadas à finalidade de se alcançar mais rapidamente o objetivo. O impulso para o desenvolvimento e a consecução do objetivo permanece inerente e ativo em toda a Natureza. Trata-se do resultado da pressão contínua e irresistível na direção da expansão e da plenitude do espírito enclausurado pela matéria. O homem espiritualmente desperto é consciente desse impulso em seu interior. (...)

As leis da vida espiritual são as leis da Natureza aplicadas ao homem em busca da rápida ascensão à super-humanidade. Elas são simples em sua essência e não muito numerosas. Uma lei subjaz a todas as leis. O ingresso em cada nova fase de crescimento é acompanhado, e tornado possível, por uma renúncia, uma morte figurada da proteção fornecida à vida durante a fase precedente.

É preciso que se quebre a casca do ovo antes que o pintinho possa sair. O tegumento da semente deve desaparecer antes de ela vir a tornar-se uma planta. Assim também o homem, cujo invólucro é o egocentrismo e a acentuada individualidade. Essas duas características devem ser removidas e substituídas por aquelas pertinentes à nova fase, a qual é de altruísmo e ausência de sentido de eu."

(Geoffrey Hodson - A Senda para a Perfeição - Ed. Teosófica, Brasíla - p. 31/32)


domingo, 28 de julho de 2013

KSHAM (PARTE FINAL)

"(...) O verdadeiro perdão - o terapêutico - é tão raro, que muitas pessoas a quem foi ensinado perdoar como quem toma remédio, acabam por dizer: 'Perdoei, mas não melhorei!' O perdão terapêutico não é tíbio, limitado ou parcial. Ao contrário, é generoso, bravo e total. Tão completo que quem perdoa esquece o ato ofensivo e nem mais se lembra que perdoou. Quem diz 'eu perdoei, mas não consigo esquecer o que fizeste' realmente não perdoou. Só há perdão quando já não se sabe mais o que foi perdoado. Também não perdoa aquele que diz: 'Não se esqueça de quanto fui bom ao te perdoar.'
O perdão que é lembrado, mantido no pensamento, infecciona de novo a ferida que pretendemos cauterizar. Se você se sente orgulhoso de seu perdão ou o relembra frequentemente, é porque com certeza acha que a outra pessoa lhe deve alguma coisa por você lhe ter perdoado. Você perdoa-lhe uma dívida, mas ao fazê-lo impõe outra, mais ou menos como acontece com as pequenas empresas de financiamento, que reformam uma promissória de duas em duas semanas (Maltz, opus cit.).
Perdoe também a si mesmo. Conheço entre meus alunos senhoras e senhores que levaram uma longa vida de austeridade e retidão, impolutos e honrados. Através de tremendos sacrifícios frequentes evitaram cometer os mínimos enganos ou pequenos deslizes. Lá um dia, por invigilância, ou por qualquer outro motivo próprio da natureza humana, erraram o passo, praticando um pequeno desvio do dever, e ai sentiram-se como que arruinados perante si mesmos, caíram em arrasador abatimento, do que resultou sofrimento moral e, consequentemente, distúrbios funcionais orgânicos.

Sem ombridade, sem honradez, sem retidão este mundo será um inferno. É preciso que existam aqueles em que se pode acreditar. A humanidade sem pessoas de caráter nobre viraria pântano de mau cheiro e traiçoeiro. Abençoados os honrados que dão estrutura e consistência à sociedade. Que a probidade deles, no entanto, não os atormente. Que a retidão não lhes peses como um sacrifício crucial. Que sua inflexibilidade não os arrisque à brusca implosão de seu elevado moral diante de um pequeno pecado. Que sua exagerada autosseveridade não lhes venha a ser prejudicial.   

Desde que somos seres humanos e vivemos num mundo muito humano (ou desumano?!), precisamos dosar nossa obsessão pelo dever com a prudência de não sermos demasiadamente rigorosos diante de nossas quase inevitáveis quedas. A linha de equilíbrio e da saúde corre, na vida, equidistante da autosseveridade dos probos e da autocomplacência dos canalhas. Para tanto, é preciso que o austero aprenda a necessidade de perdoar a si mesmo e não somente aos outros. Evite sentir-se culpado. Brandura aperfeiçoa qualquer julgamento. Remorso, sentimento de culpa ou autocondenação em demasia causam tanto mal como o mal que deveria ter sido evitado."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 248/249)


A VERDADEIRA RELIGIÃO SATISFAZ ÀS EXIGÊNCIAS DA ALMA

"Os religiosos dogmáticos estão convencidos de que se você não acreditar em certos pontos, estará condenado. A ciência não ensina assim; ela prova suas teses. E a verdadeira religião não satisfaz às exigências da alma com palavras e, sim, com provas. Eu jamais quis ser dogmático a ponto de deixar de usar minha razão e meu bom senso. Quando encontrei meu guru, Sri Yukteswar, ele disse: 'Muitos instrutores lhe dirão para crer; depois, fecharão seus olhos da razão e o ensinarão a seguir apenas a lógica deles. Mas quero que você mantenha os olhos da razão bem abertos; além disso, abrirei em você um outro olho, o olho da sabedoria.' Sri Yukteswarji deu-me um ensinamento cuja verdade pude comprovar pessoalmente. É por isso que segui este caminho. Ninguém me pode tirar dele.

 O liberal é o extremo oposto do dogmático. Ele segue tudo! Na crença de que tem a mente aberta, diz: 'Todos os caminhos espirituais são bons; assim, não me prenderei a nenhum.' Embora respeitando todos, é melhor aderir a um caminho do que ser uma borboleta religiosa, esvoaçando por toda parte. Evite tanto o falso liberalismo quanto o dogmatismo cego. Apegue-se à sabedoria como seu único dogma, e você encontrará Deus.

Deus notará todo esforço que alguém fizer por Ele. Contudo, se não seguirmos um caminho cientifico comprovado, o progresso é comparável a viajar em um velho carro de bois. Os buscadores sinceros alcançarão alguma realização, independentemente do caminho adotado; mas, tendo apenas fé cega e preces mecânicas, talvez levem muitas encarnações para chegar ao Senhor."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 113/114)


sábado, 27 de julho de 2013

KSHAM (1ª PARTE)

"Este é o nome de uma milagroso remédio. Significa perdão, misericórdia.

Quando menino, um dia  comi uns bagos de jaca e quase morri de indigestão. O alívio sobreveio quando vomitei o conteúdo maléfico do estômago. Em muitos casos de doenças psicossomática, o mesmo pode ocorrer. Basta que consigamos 'vomitar o conteúdo maléfico' que está na mente, danificando a vida, criando sintomas. Esse 'conteúdo maléfico que está na mente' é, muitas vezes, a mágoa ou o ressentimento. E consegue-se vomitá-lo com o ato de perdoar. Refiro-me a perdoar mesmo.

Diz Maxwel Maltz em Liberte sua personalidade que a personalidade 'tipo fracasso', quando procura uma desculpa ou bode expiatório para seu malogro, quase sempre culpa a sociedade, o 'regime', a vida, a sorte. Ele se ressente do êxito e da felicidade dos outros porque constituem para ele uma prova de que a vida o está 'defraudando'... Esse é o tipo de ressentimento, que lê em voz alta uma reclamação em cada página do livro da vida, que tem uma queixa a fazer contra cada um de seus semelhantes. Tive um aluno assim. Seu ressentimento era tão permanente e presente, que se tornava antipático a todos que o conheciam, os quais, como imagem refletida num espelho, tratavam-no também de maneira pouco simpática, tornando-o assim mais ressentido. Tal é a vida do 'zangado com os outros'. A todos mostra sua carranca magoada e, em troca, recebe também carranca, o que o faz ainda mais franzir a cara. Círculo vicioso completo.  

O ressentimento é geralmente portador de complexo de superioridade. Está sempre reclamando. Faz como se intimamente dissesse: 'Logo eu, tão bom, tão importante, é que sou tratado assim?!' As pessoas contra as quais tem queixa lhe são todas muito inferiores. No fundo, ressentimento é uma desculpa para um autofracasso em qualquer aspecto da vida. 

Enquanto alguém fizer de sua mente ou de seu coração um depósito de queixas, ressentimento ou ódio, estará sempre doente. Seus nervos sempre lhe serão tormento. É a mesma coisa que guardar veneno ou esconder dentro de si mau cheiro de carniça. Neste caso, só o perdão terapêutico resolve. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 247/248)


TEOSOFIA E ÉTICA

"Nos estágios mais iniciais da vida moral, o altruísmo terá de ser o objetivo que colocamos diante de nós. Deveríamos esforçar-nos para aprimorar o serviço prestado aos outros. Porém o altruísmo é mais um estágio de progresso do que um objetivo. Enquanto o serviço é realizado conscientemente na qualidade de serviço a outros que estão separados do nosso próprio eu, nossa ética ainda não estará completa; haverá alguma falta de espiritualidade em nossa alma.

Existe um belo poema persa no qual o amante, procurando a sua bem-amada, encontra fechada a porta do seu quarto. Ele bate, implorando ser admitido. Do quarto fechado ouve-se uma voz perguntando: ‘Quem pede ingresso?’ Acreditando em seu amor como a melhor justificativa para entrar, ele responde: ‘É o teu bem-amado que bate.’ Mas houve silêncio no quarto, e a porta permaneceu fechada.

"Ele foi pelo mundo afora e aprendeu lições mais profundas da vida e do amor. Retomando mais uma vez à porta fechada, ele ali bateu e pediu ingresso. Novamente ouviu-se uma voz: ‘Quem bate?’ Mas a resposta desta feita não mais foi ‘o teu bem-amado’. ‘És tu quem bate,’ ele disse. A porta abriu-se, e ele a atravessou.

Todo o verdadeiro amor tem a sua raiz na unidade, onde ele não é dois, porém um. Assim, na ética mais elevada, esta é a verdadeira característica que devemos atingir. Para aquele a quem amamos não existe algo como o serviço considerado altruísta, porque a alegria mais profunda e o prazer mais elevado surgem no serviço ao melhor eu de cada um. À medida que crescemos na vida espiritual e compreendemos a verdadeira unidade da humanidade, verificamos ser a própria humanidade aquela a quem mais amamos. Servimos ao nosso Eu Superior ao servi-la. E assim retornamos àquilo do qual nos originamos, ao Invisível, ao Uno e ao todo.

O altruísmo, glorioso como possa ser nos estágios inferiores de moralidade, perde-se na Unidade Suprema da alma humana, na indivisibilidade absoluta do Espírito. Enquanto ainda estamos conscientemente separados, o altruísmo pode ser considerado como a Lei da vida, baseada em nossa origem comum no Divino. Compartilhamos do treinamento comum na peregrinação que terá de ser cumprida em cada alma, experiência comum no aprendizado de cada lição, adquirindo todo o conhecimento, compartilhando as diferentes possibilidades da sorte humana e construindo um caráter sublime da matéria comum. O nosso destino é um: a perfeição de uma humanidade divina que é una na origem e una no treinamento. Que valor terá a separação de uma pessoa da outra, a construção de muros divisórios entre irmãos e irmãs?"

(Annie Besant - A Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília - p. 109/110).
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