OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


Mostrando postagens com marcador mágoa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador mágoa. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 21 de junho de 2022

AFORISMOS SAGRADOS (1ª PARTE)

"1. “Ele me insultou, zombou de mim, ele me bateu.” Assim alguém poderá pensar, e, enquanto nutrir pensamentos dessa espécie, sua ira continuará. 

O ódio nunca desaparece, enquanto pensamentos de mágoa forem alimentados na mente. Ele desaparecerá tão logo esses pensamentos de mágoa forem esquecidos. 

Se o telhado for mal construído ou estiver em mau estado, a chuva entrará na casa; assim, a cobiça facilmente entra na mente, se ela é mal treinada ou fora de controle. 

A indolência nos conduz pelo breve caminho para a morte e a diligência nos leva pela longa estrada da vida; os tolos são indolentes e os sábios são diligentes. 

Um fabricante de flechas tenta fazê-las retas, da mesma forma um sábio tenta manter correta a sua mente.

Uma mente perturbada está sempre ativa, saltitando daqui para lá, sendo difícil de controlar; mas a mente disciplinada é tranquila; portanto, é bom ter sempre a mente sob controle. 

É a própria mente de um homem que o atrai aos maus caminhos e não os seus inimigos.  

Aquele que protege sua mente da cobiça, ira e da insensatez, desfruta da verdadeira e duradoura paz.

2. Proferir palavras agradáveis, sem a prática das boas ações, é como uma linda flor sem fragrância. 

A fragrância de uma flor não flutua contra o vento; mas a honra de um bom homem transparece mesmo na adversidade do mundo. 

Uma noite parece longa para um insone e uma jornada parece longa a um exausto viajante e da mesma forma, o tempo de ilusão e sofrimento parece longo a um homem que não conhece o correto ensinamento. 

Numa viagem, um homem deve andar com um companheiro que tenha a mente igual ou superior à sua; é melhor viajar sozinho do que em companhia de um tolo. 

Um amigo mentiroso e mau é mais temível que um animal selvagem, pois o último pode ferir-lhe o corpo, mas o mau amigo lhe ferirá a mente. 

Desde que um homem não controle sua própria mente, como pode ter satisfação em pensar coisas como 'Este é meu filho' ou 'Este é o meu tesouro', se elas não lhe pertencem? Um tolo sofre com tais pensamentos. 

Ser tolo e reconhecer que o é vale mais que ser tolo e imaginar que é um sábio.

Uma colher não pode provar o alimento que carrega. Assim, um tolo não pode entender a sabedoria de um sábio, mesmo que a ele se associe. 

O leite fresco demora em coalhar e desta mesma forma, os maus atos nem sempre trazem resultados imediatos. Estes atos são como brasas ocultas nas cinzas e que, latentes, continuam a arder até causar grandes labaredas. 

Um homem será tolo se alimentar desejos pelos privilégios, promoção, lucros ou pela honra, pois tais desejos nunca trazem felicidade, pelo contrário, apenas trazem sofrimentos. 

Um bom amigo que nos aponta os erros e as imperfeições e reprova o mal, deve ser respeitado como se nos tivesse revelado o segredo de um oculto tesouro. 

3. Um homem que se regozija ao receber boa instrução poderá dormir tranquilamente, pois terá a mente purificada com estes bons ensinamentos. 

Um carpinteiro procura fazer reta a viga; um fabricante de flechas procura faze-las bem balanceadas; um construtor de canais de irrigação procura faze-los de maneira que a água corra suavemente; assim, um sábio procura controlar a mente, de modo que funcione suave e verdadeiramente. 

Um rochedo não é abalado pelo vento do mesmo modo que a mente de um sábio não é perturbada pela honra ou pelo abuso. 

Dominar-se a si próprio é uma vitória maior do que vencer a milhares em uma batalha. 

Viver apenas um dia e ouvir um bom ensinamento são melhores do que viver um século, sem conhecer tal ensinamento. 

Aqueles que se respeitam e se amam a si mesmos devem estar sempre alerta, a fim de que não sejam vencidos pelos maus desejos. Pelo menos uma vez na vida, devem despertar a fé, quer durante a juventude, quer na maturidade, quer durante a velhice. 

O mundo está sempre ardendo, ardendo com os fogos da cobiça, da ira e da ignorância. Deve-se fugir de tais perigos o mais depressa possível. 

O mundo é como a espuma de uma fermentação, é como uma teia de aranha, é como a contaminação num jarro imundo e por isso deve-se proteger constantemente a pureza da mente." ... continua

(A Doutrina de Buda -  Bukkyo Dendo Kyokai (Fundação para propagação do Budismo), 3ª edição revista, 1982 - p. 183/186)
Imagem: Pinterest.


terça-feira, 12 de abril de 2022

O VALOR DO PERDÃO - (1ª PARTE)

"A primeira dificuldade para praticarmos o perdão é o fato de o ego estar sempre focado no passado. A culpa é o resultado de mantermos em nossa memória os 'pecados' do passado. Porém, só podemos amar no presente, sendo o perdão uma expressão de amor. O perdão neutraliza os dois venenos que nos prendem ao passado: culpa e mágoa. 

Se nossas lembranças de sofrimento nos prendem ao passado, como podemos nos livrar do tempo? Para isso temos que viver no Eterno Agora, que na verdade é o estado de consciência do Reino de Deus. O perdão não é necessário no Céu, pois 'ali' ninguém é culpado ou tem pecado. No 'Céu' tudo está bem, nada precisa ser mudado ou consertado. Para entrarmos na consciência do Reino do Céu, precisamos aceitar a vida como ela é, ou seja, perdoar todos os nossos julgamentos e pensamentos de crítica

O perdão é um atitude para com a vida, mesmo quando somos agredidos. Jesus nos ensinou abandonar a antiga tradição judaica de retaliação na famosa passagem: 'Ouviste que foi dito: Olho por olho e dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao mal; antes, àquele que te fere na face direita oferecer-lhe também a outra.' As pessoas geralmente acham o ensinamento de dar a outra face incompreensível. A razão para isso é que entendem essa passagem bíblica literalmente, quando ela é alegórica. Dar a outra face quando atacado é apresentar a atitude (ou face) espiritual de não revidar, não atacar. 

"Considerada sob o ponto de vista da visão comum, a retaliação de qualquer espécie é não só permissível, mas desejável. O contra-ataque é o melhor meio de defesa. As leis da vida espiritual indicam o contrário. Não só são aconselhadas a ausência de defesa e de retaliação, mas atendendo o princípio, parece como se fosse recomendada a repetição do ataque, convidada pela não ação. A disciplina da não-reação à pressão externa e a preservação, sob todas as circunstâncias, o equilíbrio interior é essencial, porque, então, é estabelecida a perfeita harmonia, e ela governa o pensamento e a conduta. O aspirante, portanto, permanece calmo, impassível e sem represália a cada assalto à cidadela de sua consciência interior."²⁰

A atitude defensiva de nossas posses e do que acreditamos serem nossos direitos pessoais foram desenvolvidas ao longo de centenas de vidas. Essa atitude é necessária para a vida em sociedade, para preserva nossa vida pessoal, nossas posses, nossa família. Mas, quando entramos no Caminho Espiritual, os valores do passado da personalidade precisam ser substituídos pelos valores do bem comum, geralmente expressos pelo ideal da harmonia. O erro tem de ser desfeito e corrigido, em vez de castigado. A raiz do erro é o medo, e todo medo é oriundo do passado. Só o amor dissipa o medo, mas o amor está no presente. 

Por incrível que pareça, perdoar a si mesmo pode ser, algumas vezes, mais difícil que perdoar o outro. Não existe ninguém tão duro conosco como nós mesmos. Porém, quando perdoamos nossos erros, após a devida reflexão e determinação de mudar, entendemos que os outros também erram por ignorância e fraqueza. o perdão dos outros passa a ser mais fácil, especialmente quando nos damos conta de que o processo do perdão está inteiramente sob nosso controle." ... contínua.

²⁰ HODSON, Geoffrey. A Vida de Cristo do Nascimento à Ascensão. Brasília, Ed. Teosófica, 1999, p. 141.

(Raul Branco - A Essência da Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2018 - p. 83/85)
Imagem: Pinterest.


quinta-feira, 9 de setembro de 2021

QUALIDADES DO DEVOTO QUE CATIVAM A DEUS (CAPÍTULO XII)

"Aquele que está livre de ódio a todas as criaturas, é amigável e benevolente para com todos, é desprovido de possessividade e da consciência do 'eu', é equânime no sofrimento e na alegria, tudo perdoa e está sempre contente, que pratica yoga com regularidade, buscando o tempo todo conhecer o Eu e unir-se ao Espírito por meio da yoga, que é dotado de firme determinação, com a mente e o discernimento entregues a Mim, esse é Meu devoto e Me é querido. 13-14

Aquele que não perturba o mundo e que não pode ser perturbado pelo mundo, que está livre de exultação, ciúme, receio e preocupação, ele também Me é querido. 15 

Aquele que está livre de expectativas mundanas, que é puro de corpo e mente, que está sempre pronto para agir, que permanece sem se tornar preocupado ou ser afligido pelas circunstâncias, que abandonou todos os empreendimentos motivados pelo desejo e originado no ego, esse é Meu devoto e Me é querido. 16

Aquele que não sente regozijo nem aversão em relação ao que é alegre ou triste (nos aspectos fenomênicos da vida), que está livre da mágoa e dos desejos, que expulsou a consciência relativa de bem e mal, e que é atentamente devotado, esse Me é querido. 17

Aquele que é igualmente sereno diante de amigos e adversários, em face da adoração e da ofensa e diante das experiências de calor e frio, prazer e sofrimento; que renunciou ao apego, e considera iguais a censura e o elogio; que é calmo e se contenta com facilidade, não é apegado à vida doméstica e tem disposição tranquila e piedosa, esse Me é querido. 18-19

Mas aqueles que se mantêm, com amor e veneração, nesta religião (dharma) imortal, revelada até aqui, impregnados de devoção, supremamente absortos em Mim, tais devotos Me são extremamente queridos." 20

(Paramahansa Yogananda - A Yoga do Bhagavad Gita - Self-Realization Fellowship - p. 140/141)

  

terça-feira, 10 de agosto de 2021

MÁGOA E FRUSTRAÇÃO

"Nossas atitudes mentais e emocionais diante das decepções podem assumir muitas formas. Mágoas ou ressentimentos profundos podem resultar em dissensão, doença ou divórcio. A perda de um ente querido pode ser seguida de neuroses e perca de amor-próprio. A insatisfação no trabalho pode dar origem a fadiga, dores de cabeça e crescente irritação. O fracasso em estar à altura de nossas expectativas ou de outros pode resultar numa culpa paralisadora ou num desejo de nos autopunir. 

No entanto, a dor de esperanças perdidas não precisa nos aleijar para sempre. Devemos reservar algum tempo para descobrir a causa de nosso desespero. Podemos deixar a tristeza nos dominar ou deixá-la trabalhar em nosso benefício, tomando consciência de que a dor é muitas vezes uma indicação de atitudes prejudiciais que precisam ser abandonadas ou modificadas, tornando-se mais saudáveis. 

Gibran Khalil Gibran, autor de O Profeta, descreve o uso construtivo do sofrimento da seguinte maneira: 'Grande parte do vosso sofrimento é por vós próprios escolhida. É a amarga poção com a qual o médico que está em vós cura o vosso Eu doente'.

Hoje deixe-me entender que sou responsável por grande parte dos desconfortos que sinto. Já que minhas atitudes ajudaram a criar o problema doloroso, também tenho dentro de mim as atitudes saudáveis para resolvê-lo. Trabalharei para vencer minha dor e para sanear os pensamentos que limitam e impedem que eu atinja minha plenitude."

(Por Liane Cordes - O Lago da Reflexão, Meditações para o autoconhecimento - Ed. Best Seller, 3ª Edição - p. 63)


sábado, 10 de março de 2018

VIAGEM PARA O CONHECIMENTO

"Um barco navegava por um mar encapelado e negro, sob violenta tempestade, em busca de um Porto desconhecido de um País Oculto, que apenas se sabe chamar-se CONHECIMENTO.

Seu casco é construído de Coragem, seu combustível chama-se Perseverança, sua bússola chama-se Decisão, seu leme chama-se Entusiasmo e seu mastro chama-se Esperança.

Seus passageiros são inúmeros, mas poucos os que permanecem firmes e enfrentam a dureza da viagem.

A corajosa tripulação, - desfalcada, faminta e arrasada -, com o barco avariado, prossegue, contudo, até que o primeiro clarão da Terra desconhecida e buscada brilhe, por fim, no horizonte.

Os que permaneceram - andrajosos, tendo perdido toda a bagagem -, exultam de alegria.
Acendem o Fogo do Reconhecimento e erguem a Prece da Gratidão. Encontraram, finalmente, o seu País.
Os que desistiram e abandonaram a luta pelo medo, incerteza, desconfiança, dúvida e preocupação de salvar a bagagem, continuam perambulando pelas orlas das praias desertas, chorando suas mágoas e lamentando que aqueles maus companheiros os tivessem deixado entregues ao abandono e ao desespero, clamando justiça aos céus."

(Maria de Lourdes Raphael - O Teosofista - Ano 69, nº 1, Janeiro-Março de 1980 - p. 33)


terça-feira, 14 de novembro de 2017

O AMOR NÃO É UMA IDEIA

"Você descobrirá que não fará com que o amor flua para o seu coração ou dali para o mundo apenas pensando na vontade que tem de que isso aconteça. Enquanto sua atenção se fixar na cabeça, você ignorará o coração. Em contrapartida, quanto mais se concentrar na área do coração e ignorar a do cérebro, mais amor sentirá.

O amor é um sentimento, não uma ideia. E, como tal, brota do coração, não da cabeça.

Talvez descubra sentimentos ruins ao voltar-se para o coração. Estamos sobrecarregados de velhas feridas de rejeição, desespero, desilusão e cólera nessa área: tais feridas não desaparecem num passe de mágica. Não podemos apagar nosso passado. Só nos é possível aceitar o que aconteceu conosco e parar de julgar isso inaceitável, imperdoável ou insuportável.

Você notará que o segredo de abrir novamente o coração para o amor consiste em aprender a aceitar toda a realidade do seu passado. Não enfrente, não rejeite, não negue sentimentos, quaisquer que sejam no momento. Ao contrário, procure aceitá-los completamente... e faça com que a luz do amor, que a tudo cura, brilhe sobre eles. Essa é a única maneira de transcender os males do coração: amar a si mesmo como se é e deixar que o afeto divino transforme a experiência interior. Esse é o amor de Jesus por seus discípulos e pela humanidade - amor incondicional que a tudo perdoa. 

Sempre, durante as meditações e mesmo ao longo do dia, lembre-se de dizer a si mesmo: 'Eu me amo assim como sou', permitindo que o potencial para o amor desperte em seu coração. Opte por aceitar-se... e, aos poucos, você aprenderá a olhar, sem julgamento, para a verdade profunda do seu ser. Nesse ato meditativo, você logo perceberá que é uma criação perfeita, a qual não precisa de mudança para estar repleta de amor - por você mesmo e pelo mundo ao seu redor."

(John Selby - Sete mestres, um caminho - Ed. Pensamento, São Paulo, 2004 - p. 121/122)


sexta-feira, 28 de julho de 2017

COMO SUPERAR O EGOCENTRISMO (1ª PARTE)

"Durante uma palestra, Krishnamurti observou que a plateia estava desatenta e perguntou: 'Em que vocês estão interessados?' A conclusão foi que cada pessoa estava interessada em si mesma. Com poucas excessões, todos tendem, consciente ou inconscientemente, a ser egocêntricos, ou seja, a imaginar-se no centro. Mesmo ao imaginar uma bela paisagem, nós a vemos a partir do nosso ponto de vista e nos colocamos no centro.

Podemos dizer que essa tendência é simplesmente humana. Mas uma criancinha ainda não tem um sentimento definido do 'eu'. Ela às vezes fala de si mesma na terceira pessoa: 'Ana está com sede.' Com o tempo ela desenvolve o sentimento do 'eu'. Será que aprende com os pais ou com o ambiente? Ou esse sentimento será inato?

De qualquer forma, podemos ver facilmente as razões psicológicas dessa tendência. Nós nos colocamos no centro para nos proteger e nos autoafirmar. Temos medo de ser magoados ou desaparecer no anonimato. Esse medo significa que percebemos as pessoas e coisas de acordo com a nossa imaginação; imaginamos que elas podem nos magoar ou nos ignorar. O medo surge da noção de que há pessoas que não são 'nós', que estão separadas de nós.

Certamente é o caso no nível físico. Temos um corpo físico definido e aparentemente sólido. Sabemos que ele continuamente troca partículas atômicas com o ambiente, mas como não vemos isso acontecer, não conseguimos realmente acreditar. Estamos sujeitos à ilusão que nos leva a cuidar do corpo, a providenciar alimento, teto etc, se tivermos que permanecer no plano físico. Fisicamente percebemos que somos entes separados do ambiente; somos obrigados a colocar nosso corpo no centro para cuidar dele.(...)"

(Mary Anderson - Como superar o egocentrismo - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 38)


domingo, 9 de agosto de 2015

A YOGA ENSINA O HOMEM A MUDAR A SI MESMO (1ª PARTE)

"(...) É preciso que o devoto que queira conhecer Deus aprenda a ser mais silencioso e a escutar a voz do Amor em seu íntimo. Deve aprender a viver o amor em sua vida, a praticá-lo primeiro dentro do coração, e depois expressá-lo externamente.

Quantas vezes na vida magoamos as pessoas com nossas palavras e ações. Isso é o que se chama crueldade mental; em muitos sentidos, é pior que a brutalidade física. Nunca diga nada sob a emoção da mesquinhez. É melhor 'passar um zíper na boca' se você não consegue falar com o coração livre da mesquinhez. O desejo de magoar alguém - filho, marido, pais - é brutal!

A ciência da Yoga ajuda a superar fraquezas. Ensina o indivíduo a mudar a si mesmo e a seus hábitos diários, de modo que se torne uma pessoa melhor, não apenas o que se chama de 'anjo na rua e demônio em casa' - o que fala magnificamente diante dos outros, mas não é esse tipo de pessoa em seu próprio lar. (...) 'O que sou? Sou mesquinho? Sinto prazer em magoar as pessoas, em falar mal dos outros? Se assim for, seria melhor eu aprender a vencer esses hábitos horríveis.' Isso é o que significa introspecção. 

O próprio primeiro sloka do Gita diz (simbolicamente): 'Reunidas no campo de batalha de minha consciência, estão minhas qualidades boas e minhas qualidades ruins. Que me sucedeu hoje? Quem venceu?' Mantive a tranquilidade no meio da agitação? Foram amáveis minhas palavras quando eu estava querendo dizer uma coisa maldosa para ferir alguém? Fui generoso ou fiquei com a melhor parte para mim?

Viva o amor internamente. Quando você quiser fazer ou dizer alguma coisa indelicada, pense no amor em seu coração. E depois expresse-o externamente, com algum ato ou ação amável. (...)"

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 166/168)


quinta-feira, 2 de abril de 2015

O AMOR E O PERDÃO (1ª PARTE)

"Jesus propunha a seus discípulos que perdoassem uns aos outros, que se libertassem dos seus sentimentos de culpa e que tivessem uma vida emocional suave e tranquila como só uma pessoa que ama os outros como a si mesma pode ter. A psicologia de Cristo era profunda, o amor e o perdão se entrelaçavam. Era de fato uma psicologia transformadora, e não reformadora e moralista. Ele dizia que tinha vindo para perdoar, para aliviar o peso da existência e tornar a vida mais complacente, tolerante e emocionalmente serena. Encorajava os seus discípulos a observarem sua vida e a tomá-la como modelo existencial. Por isso, dizia: 'Aprendei de mim, pois sou manso e humilde de coração' (Mateus 11:29).

Cristo desejava aliviar a emoção do peso das mágoas, dos rancores, dos complexos de inferioridade, dos sentimentos de culpa e de autopunição. Apesar de ter todos os motivos para ser rígido e até julgar as pessoas, nele só havia espaço para o perdão, que não é um sinal de fraqueza, mas de grandeza emocional. Perdoar é expressar a arte de amar. Na escola da existência de Cristo, perdoar uns aos outros é um princípio fundamental. Perdoar alivia tanto os sentimentos de culpa como as mágoas. O sentimento de culpa fere a emoção. A mágoa corrói a tranquilidade.

A proposta de Cristo do perdão é libertadora. A maior vingança contra um inimigo é perdoá-lo. Ao perdoá-lo nos livramos dele, pois ele deixa de ser nosso inimigo. O maior favor que fazemos a um inimigo é odiá-lo ou ficarmos magoados com ele. O ódio e a mágoa cultivam os inimigos dentro de nós.

Cristo viveu a arte do perdão. Perdoou quando rejeitado, quando ofendido, quando incompreendido, quando ferido, quando zombado, quando injustiçado; perdoou até quando estava morrendo na cruz. No ápice da sua dor, disse: 'Pai, perdoai-os, pois eles não sabem o que fazem...' (Lucas 23;34). Esse procedimento tornou a trajetória de Cristo livre e suave. (...)"

(Augusto Cury - O Mestre dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2012 - p. 142/143)


segunda-feira, 12 de maio de 2014

COMPAIXÃO

"Empatia e compaixão são palavras usadas muitas vezes como sinônimos, mas, na verdade, consistem em dois elementos diferentes da psique humana. É claro que, quando você entende os sentimentos do outro como se fossem seus e consegue se colocar no lugar dele, certamente vai sentir compaixão por essa pessoa. Mas você pode ter compaixão sem sentir empatia. Você pode ter compaixão por alguém, até por um animal, sem reconhecer os sentimentos dele em você mesmo.

A compaixão vem do coração e se manifesta na bondade e na benevolência em relação a tudo o que é vivo. Cristo era supremamente compassivo, assim como Mahatma Gandhi. Quando 'seu coração vai em direção ao outro', você está sentindo compaixão. Atos simples de bondade, como deixar alguém passar na sua frente numa fila de embarque, ceder seu assento no metrô para uma mulher grávida, dar comida para os que passam fome, são exemplos de comportamento compassivo se forem motivados por um impulso genuíno de bondade, e não porque você queria apenas 'fazer a coisa certa'.

A compaixão e a empatia se originam em lugares diferentes. Se você se colocar no lugar, digamos de um pai que o humilhou, você não precisa necessariamente ter compaixão por ele. Você pode pensar: 'Puxa, meu pai repetiu comigo o que o meu avô fez com ele. Sem refletir, ele transferiu para mim os comportamentos de que foi vítima. Vou me esforçar para ter empatia com o que ele sentiu, porque entendo esses sentimentos. Mas vou procurar não repassar esse comportamento para meus filhos.'

Á medida que você entende as razões que levaram seu pai a agir de determinada maneira, você pode começar a sentir compaixão por ele. Talvez seja difícil, até porque ele pode continuar sendo cruel com você. Mas, se perceber que ele é um ser humano tão ferido quanto você puder enxergar para além das mágoas, vai perceber que, quando a empatia e a compaixão se fundem, elas nos conduzem para o destino final de todas as lições que levam à imortalidade: o amor espiritual, o amor incondicional, o amor puro e eterno."

(Brian Weiss - Muitas Vidas, Uma Só Alma - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 71/72)
www.esextante.com.br


sábado, 27 de julho de 2013

KSHAM (1ª PARTE)

"Este é o nome de uma milagroso remédio. Significa perdão, misericórdia.

Quando menino, um dia  comi uns bagos de jaca e quase morri de indigestão. O alívio sobreveio quando vomitei o conteúdo maléfico do estômago. Em muitos casos de doenças psicossomática, o mesmo pode ocorrer. Basta que consigamos 'vomitar o conteúdo maléfico' que está na mente, danificando a vida, criando sintomas. Esse 'conteúdo maléfico que está na mente' é, muitas vezes, a mágoa ou o ressentimento. E consegue-se vomitá-lo com o ato de perdoar. Refiro-me a perdoar mesmo.

Diz Maxwel Maltz em Liberte sua personalidade que a personalidade 'tipo fracasso', quando procura uma desculpa ou bode expiatório para seu malogro, quase sempre culpa a sociedade, o 'regime', a vida, a sorte. Ele se ressente do êxito e da felicidade dos outros porque constituem para ele uma prova de que a vida o está 'defraudando'... Esse é o tipo de ressentimento, que lê em voz alta uma reclamação em cada página do livro da vida, que tem uma queixa a fazer contra cada um de seus semelhantes. Tive um aluno assim. Seu ressentimento era tão permanente e presente, que se tornava antipático a todos que o conheciam, os quais, como imagem refletida num espelho, tratavam-no também de maneira pouco simpática, tornando-o assim mais ressentido. Tal é a vida do 'zangado com os outros'. A todos mostra sua carranca magoada e, em troca, recebe também carranca, o que o faz ainda mais franzir a cara. Círculo vicioso completo.  

O ressentimento é geralmente portador de complexo de superioridade. Está sempre reclamando. Faz como se intimamente dissesse: 'Logo eu, tão bom, tão importante, é que sou tratado assim?!' As pessoas contra as quais tem queixa lhe são todas muito inferiores. No fundo, ressentimento é uma desculpa para um autofracasso em qualquer aspecto da vida. 

Enquanto alguém fizer de sua mente ou de seu coração um depósito de queixas, ressentimento ou ódio, estará sempre doente. Seus nervos sempre lhe serão tormento. É a mesma coisa que guardar veneno ou esconder dentro de si mau cheiro de carniça. Neste caso, só o perdão terapêutico resolve. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 247/248)


segunda-feira, 8 de abril de 2013

DESENVOLVER UMA PERSONALIDADE HARMONIOSA (1ª PARTE)

"Seja genuinamente amistoso quando estiver com os outros. Nunca seja "desmancha-prazeres". Você não precisa gargalhar como uma hiena, mas também não fique de cara fechada. Simplesmente sorria. Seja amável e gentil. Contudo, sorrir exteriormente quando, na verdade, sente raiva ou mágoa interiormente, é hipocrisia. Se quiser ser digno de estima, seja sincero. A sinceridade é uma qualidade da alma que Deus deu a todo ser humano, mas nem todos a manifestam. Acima de tudo, seja humilde. Mesmo que tenha admirável força interior, não oprima os demais com a força de sua natureza. Seja calmo e tenha consideração com eles. Essa é a maneira de desenvolver o magnetismo que fará com que gostem de você. 

Não tente dar-se bem com os outros adotando atitudes artificiais. Simplesmente seja afetuoso, sempre pronto para ajudar, e sature-se de comunhão divina. Logo você descobrirá que está se dando bem com todos em seu ambiente.

No seu relacionamento com os outros é extremamente necessário reconhecer e apreciar as características que eles esculpiram em si próprios. Se analisar as pessoas com a mente aberta, você as compreenderá melhor e terá mais facilidade em se dar bem com elas. Instantaneamente será capaz de dizer com que tipo de pessoa está tratando e saberá como lidar com ela. não converse sobre corridas de cavalo com um filósofo, nem de problemas domésticos com um cientista. Descubra o que interessa ao indivíduo, e converse com ele sobre isso, não sobre o que interessa a você, necessariamente. 

Quando conversar com alguém, não fale demais sobre você mesmo. Procure falar de um assunto que interessa à outra pessoa. E ouça. Esse é o modo de ser atraente. Você verá como a sua presença será solicitada. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 134/135)


domingo, 18 de novembro de 2012

AMOR E LIBERTAÇÃO



“Há um amor que amesquinha, magoa e faz chorar.

Há um que liberta, enriquece a vida, cria alegria, acende luzes e gera poesia.

No primeiro, reina o egoísmo.

No segundo, Deus.”

(Hermógenes – Mergulho na paz - 220)