OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 31 de julho de 2013

BEM-AVENTURADOS OS PUROS DE CORAÇÃO, PORQUE ELES VERÃO A DEUS (PARTE FINAL)

"(...) Deus é percebido com a visão da alma. Em seu estado natural, toda alma é onisciente, contemplando diretamente a Deus ou a Verdade por meio da intuição. Tanto a razão pura quanto o sentimento puro são intuitivos; quando, porém, a razão é restringida pela intelectualidade da mente limitada aos sentidos, e o sentimento degenera em emoção egoísta, esses instrumentos da alma produzem percepções distorcidas. 

O restabelecimento da perdida clareza da visão divina é o significado dessa Bem-aventurança. A beatitude conhecida por aquele que tem perfeita pureza de coração é a mesma a que se refere o Evangelho de São João: 'Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus'. A todo devoto que recebe e reflete a onipresente Luz Divina, ou a Consciência Crística, através da transparência purificada do coração e da mente, Deus confere o poder para reivindicar a bem-aventurança da filiação divina, assim como fez Jesus.

A transparência à Verdade é cultivada quando libertamos a consciência, o sentimento do coração e a razão da mente, das influências dualísticas de atração e aversão. A Realidade não pode refletir-se perfeitamente em uma consciência agitada pelo gostar e não gostar, com suas inquietas paixões e desejos e as emoções perturbadoras daí resultantes - ira, ciúme, ganância, suscetibilidade temperamental. Todavia, quando chitta - conhecimento e sentimento humano - se tranquiliza por meio da meditação, o ego comumente agitado dá lugar à abençoada tranquilidade da percepção espiritual.  

A pureza do intelecto nos concede o poder do raciocínio correto, mas a pureza do coração nos confere o contato com Deus. A intelectualidade é um atributo do poder da razão, e a sabedoria é uma qualidade libertadora da alma. Quando a razão é purificada por meio de um tranquilo discernimento, ela se transforma em sabedoria. A pura sabedoria e a divina compreensão de um coração puro são os dois aspectos de uma mesma faculdade. De fato, a pureza de coração, ou sentimento, referido por Jesus, depende de serem todas as ações guiadas pela sabedoria discernidora - o comportamento e as atitudes humanas ajustadas pelas sagradas qualidades da alma: amor, misericórdia, serviço, autocontrole, autodisciplina, consciência e intuição. A visão pura da sabedoria deve ser combinada com o sentimento imaculado do coração. A sabedoria revela o caminho correto, e o coração purificado deseja e preza trilhar tal caminho. Todas as qualidades da alma reveladas pela sabedoria precisam ser seguidas de todo o coração (não apenas teórica ou intelectualmente). 

A visão obstruída do homem comum percebe a aparência externa grosseira da matéria, mas é cega para o Espírito que tudo permeia. Pela perfeita harmonia entre o puro discernimento e o puro sentimento, abre-se o olho penetrante da intuição que tudo revela, e o devoto alcança a autêntica percepção de Deus como presente em sua própria alma e onipresente em todas as criaturas - o Morador Divino cuja natureza consiste em uma harmoniosa combinação de infinita sabedoria e infinito amor."

(Paramahansa Yogananda - A Yoga de Jesus - Self-Realization Fellowship - p. 90/91)


A UNIDADE FUNDAMENTAL DE TODAS AS RELIGIÕES (2ª PARTE)

(...) A segunda explicação da base comum das religiões humanas postula a existência de um ensinamento original, sob a custódia de uma Fraternidade de grandes Instrutores espirituais. Estes Mestres, frutos dos ciclos passados da evolução, tiveram por missão instruir e guiar a humanidade infantil em nosso planeta. Transmitiram às suas raças e nações, sucessivamente, as verdades fundamentais da religião, sob a forma mais adaptada às necessidades especiais daqueles que deviam recebê-las. Segundo esta opinião, os fundadores das grandes religiões são membros desta Fraternidade Una, e foram ajudados, em sua missão, por uma plêiade de outros membros menos elevados que eles, iniciados e discípulos de diversos graus, eminentes por sua intuição espiritual, por seu saber filosófico, ou pela pureza de sua sabedoria ética. Estes homens dirigiram as nações nascentes, guiando-as no caminho da civilização e dotando-as de leis; monarcas, eles as governaram; filósofos, eles as instruíram; sacerdotes, eles as guiaram. Todos os povos antigos têm reminiscências destes homens poderosos, heróis e semideuses, e a arquitetura, a literatura e a legislação desses povos antigos conservam de tais homens traços indeléveis.

Parece difícil negar a existência desses homens, diante da tradição universal, dos documentos escritos ainda existentes e dos vestígios pré-históricos, em ruínas em toda a parte, sem mencionar outras evidências que o ignorante recusaria. Os livros sagrados do Oriente são fiéis testemunhas da grandeza daqueles que os escreveram; pois quem, em dias posteriores, ou nos tempos modernos, pode mesmo aproximar-se da grandiosidade espiritual do pensamento religioso daqueles seres, do esplendor intelectual de sua filosofia, da amplitude e pureza de sua ética ? E quando percebemos o que estes livros encerram sobre Deus, o homem e o Universo, ensinamentos em substância idênticos, sob uma múltipla variedade de aparência exterior, não parece irracional relacioná-los a um único corpo fundamental de doutrina, ao qual damos o nome de Sabedoria Divina, ou sob a forma grega: Teosofia. (...)

(Annie Besant - A Sabedoria Antiga – Ed. Teosófica, Brasília – p. 11/14)


terça-feira, 30 de julho de 2013

BEM-VENTURADOS OS PUROS DE CORAÇÃO, PORQUE ELES VERÃO A DEUS (1ª PARTE)

"A suprema experiência religiosa é a percepção direta de Deus, para a qual é necessário tornar puro o coração. Nisso concordam todas as escrituras. Bhagavad Gita - escritura imortal da Índia a respeito da Yoga, a ciência da religião e da união com Deus - fala da bem-aventurança e da percepção divina daquele que alcançou essa purificação interior:
O iogue que, de maneira completa, tranquilizou a mente e controlou as paixões, livrando-as de toda a impureza, e que se unificou com o Espírito, ele verdadeiramente alcançou a suprema beatitude.

Com a alma unida ao Espírito pela yoga, tendo uma visão da igualdade para com todas as coisas, o iogue contempla seu Eu (unido ao Espírito) em todas as criaturas, e todas as criaturas no Espírito.
Aquele que Me percebe em toda parte e contempla todas as coisas em Mim nunca Me perde de vista, nem Eu jamais o perco de vista. (Bhagavad Gita VI:27, 29-30)
Desde um passado distante, os rishis da Índia investigaram o próprio cerne da verdade e descreveram sua relevância prática para o homem. Patânjali, renomado sábio da ciência iogue, inicia seus Yoga Sutras declarando: Yoga, chitta vritti nirodha - 'A yoga (união científica com Deus) é a neutralização das modificações de chitta (o 'coração' interno ou poder do sentimento; termo abrangente para o composto de substância mental que produz a consciência inteligente).' Tanto a razão quanto o sentimento derivam dessa faculdade interior da consciência inteligente. 

Meu venerado guru, Swami Sri Yukteswar, um dos primeiros, nos tempos modernos, a revelar a unidade entre os ensinamentos de Cristo e o Sanatana Dharma da Índia, descreveu com profundidade como a evolução espiritual do homem consiste em purificar o coração. Do estado em que a consciência se encontra completamente iludida por maya (o 'coração obscurecido'), o homem progride ao longo dos estados sucessivos de coração motivado, coração firme, coração devoto, e por fim atinge o coração puro, quando - escreve Sri Yukteswar - ele 'se torna capaz de compreender a Luz Espiritual, Brahma [o Espírito], a Substância Real no universo'. (...)"

(Paramahansa Yogananda - A Yoga de Jesus - Self-Realization Fellowship - p. 88/89)


A UNIDADE FUNDAMENTAL DE TODAS AS RELIGIÕES (1ª PARTE)

O pensamento correto é imprescindível à conduta correta, a compreensão correta é imprescindível ao correto viver. E a Sabedoria Antiga – quer se nos apresente sob seu antigo nome sânscrito de Brahma Vidya, ou sob a designação moderna Teosofia, extraída do grego Theosofhia, apresenta-se ao mundo ao mesmo tempo como uma filosofia adequada e uma religião e uma ética oniabarcantes. Um devoto sincero disse certa vez que nas Escrituras Cristãs havia baixios que uma criança poderia atravessar facilmente, e abismos onde um gigante seria obrigado a nadar. O mesmo pode ser dito da Teosofia, pois alguns de seus ensinamentos são tão simples e práticos, que qualquer pessoa de inteligência mediana pode compreender e aplicar, enquanto que outros são tão elevados e profundos, que o indivíduo mais competente exaure seu intelecto na tentativa de assimilá-los, quedando-se exausto com o esforço. (...)

Há um consenso de que um levantamento cuidadoso das grandes religiões do mundo mostra que elas têm muitas ideias religiosas, morais e filosóficas em comum. Embora o fato seja universalmente admitido, a explicação do fato e controversa. Muitos alegam que as religiões vicejaram sobre o solo da ignorância humana, cultivadas pela imaginação, e que foram gradualmente elaboradas, a partir das formas grosseiras do animismo e do fetichismo: as suas analogias são atribuídas aos fenômenos universais da Natureza, imperfeitamente observados e explicados de uma maneira caprichosa. Uma corrente de pensamento dá como chave universal o culto ao Sol e aos astros; para outra, a chave, não menos universal, é o culto fálico. O medo, o desejo, a ignorância e o assombro levaram o homem primitivo a personificar os poderes da Natureza e depois os sacerdotes exploraram os seus terrores e suas esperanças, suas imaginações obscuras e suas indagações desnorteadas; e os mitos foram se transformando em escrituras e os símbolos em fatos; e como a base deles era a mesma em toda a parte a semelhança dos resultados era inevitável. Assim falam os doutores da "mitologia comparada" e, sob a avalanche de provas, as pessoas simples são levadas ao silêncio, embora não convencidas. Elas não podem negar as analogias, mas não deixam de se interrogar com uma vaga inquietação: “as mais sublimes concepções do homem, suas mais caras esperanças são apenas o produto dos sonhos do selvagem e das dubiedades da ignorância? Todos os grandes condutores da humanidade viveram, trabalharam, sofreram, e morreram na ilusão, pela simples personificação de fatos astronômicos, ou pelas obscenidades dissimuladas dos bárbaros? (...).

(Annie Besant - A Sabedoria Antiga - Ed. Teosófica, Brasília - p. 11/14)


segunda-feira, 29 de julho de 2013

A VOZ DO SILÊNCIO

"Muka é a Voz do Silêncio. Quando você mergulha no abismo deste Silêncio, escuta a si mesmo, isto é, Pranava OM, o primevo, o cósmico, que emana do prana, isto é, da vibração vital que enche o Universo. Para ouvir tal som, a pessoa deve aproximar-se tão perto quanto possível da profundidade de seu Ser. Eis o porquê da denominação Upanishad. É preciso que você se aproxime, mergulhe profundamente rumo ao verdadeiro abismo do lago. Upa significa perto; nishad, sentar-se. Vá e sente-se perto, tanto que possa escutar o sussurro da Superalma dirigido à alma. 

OM sintetiza os Vedas e seus ensinos. Om That Sath diz a Gita (a Canção do Senhor). That (Aquilo), que é Sath, é OM o Uno. Tudo isto é Brahman, o Uno sem Um Segundo. Quando você reconhece que Tath (Aquilo) é Sath, Ele já não é mais um objeto longínquo, mas o próprio sujeito, e a fusão dos objetos com o sujeito se manifesta como OM.

Aguce o intelecto, e então a Unidade na natureza a ele se fará evidente. Nos Vedas, o mais reverenciado e mais popular dos mantras (uma prece vestida em fórmula ritual) é o Gayatri. Ele pede somente que a Graça da Fonte de todas as luzes venha nutrir nossa inteligência, e nada mais.

Yoga, segundo a definição de Patanjali, é o controle (nirodha) das agitações (vrittis) da consciência interna (chitta). Se a mente estiver parada e liberta de ondas produzidas pelo vendaval do desejo, o homem que o consiga se tornou um Yogi, e o Senhor é o mais elevado dos Yogis, porque Ele é o oceano, o qual não é afetado pelas vagas, que se agitam na superfície. O Yoga deste tipo é o melhor meio para se atingir Yogeswara (o Senhor do Yoga). Para tanto, indispensável é o controle dos sentidos, não o mero controle da respiração."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 136/137