OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

OS PERIGOS DA AMBIÇÃO (1ª PARTE)

"A ambição é um mal primário, mas em geral é considerada uma qualidade positiva. O homem ambicioso é admirado e seus superiores têm dele um bom conceito, porque faz o esforço necessário para obter uma promoção. Porém, do ponto de vista espiritual, a ambição é destrutiva e deve ser extirpada. Ela torna a pessoa insensível aos sentimentos e às necessidades dos outros. Toda a sua atenção está fixada no objetivo que deseja alcançar; essa concentração exclui tudo, até mesmo o sofrimento alheio. Por isso Mabel Collins aconselha, no livro Luz no Caminho (Ed. Teosófica): 'Mata a ambição.'

Embora compreendamos a natureza desse mal, não conseguimos reconhecê-lo em nós mesmos. Mas é verdade que as faltas que notamos nos outros provavelmente estão presentes, pelo menos em germe, em nós mesmos. 

O livro Luz no Caminho cita a ambição como 'a primeira maldição', e adverte que ela assume formas sutis no caminho oculto. Comumente pensamos que destruímos a ambição em nós mesmos, mas ela pode reaparecer com novas roupagens, pois podemos ambicionar muito, mesmo quando estamos trilhando o caminho espiritual. Podemos não nos preocupar com o elogio da 'massa ignara' descartando-o como algo sem valor, mas é bem provável que sejamos sutilmente presunçosos, embora pareçamos não nos preocupar com a apreciação dos outros. Podemos ainda estar imbuídos de vaidade e orgulhosos de nossas supostas habilidades e de nosso valor no caminho espiritual. 

Podemos, também, desejar estar à frente de outros que são devotados ao mesmo mestre, ou sentir que de algum modo demos um passo que eles não deram. Mesmo que os outros não saibam que demos um passo, o fato de pensarmos que demos é suficiente para que nos sintamos superiores e satisfeitos. Isso pode ser tão sutil que, a não ser que estejamos muito atentos a nossos pensamentos, sentimentos e motivações, será impossível evitá-lo. Podemos continuar meditando sobre a virtude da humildade que supostamente queremos possuir, e ao mesmo tempo estarmos repletos desse egoismo tão profundamente enraizado em todos nós. (...)"

(N. Sri Ram - Revista Sophia n° 37 - Ed. Teosófica, Brasília - p - 24)


O DESEJO DE “SER” DEVE SER ANULADO

"A reencarnação tem sido ensinada como parte da filosofia de diversas religiões, devido à sua explicação para o sofrimento da vida e a justiça, ou injustiça dos acontecimentos. A crença na reencarnação sem dúvida ajuda aqueles que se desesperam especialmente quando os dogmas religiosos insistem que se não houver progresso – segundo determinadas linhas – durante uma só curta vida, haverá uma condenação eterna. (...)

A razão é clara. Embora a vida e a consciência possam se manifestar sucessivamente em diversos veículos, esse fato tem pouca importância para os que buscam seriamente se libertar da ignorância e do sofrimento.

Essa libertação é a extinção do desejo e do apego. O apego à ideia de continuidade, sob quaisquer formas, como os outros tipos de apego, é um obstáculo à liberdade. Deve-se dar atenção especial a essa forma específica de apego, pois ela é extremamente sutil e se esconde nas áreas mais profundas da mente. Ao tentar entender o eu, o ‘desejo de ser’ deve ser procurado e anulado, antes de se poder dizer que o ‘ser’ foi entregue ao ‘não ser’. Extirpar o desejo de continuidade é muito mais importante do que investigar as vidas passadas ou especular sobre a existência futura."

(Radha Burnier - O Caminho do Autoconhecimento - Ed. Teosófica, Brasília, 2000 - p. 105/108)


quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O ESPÍRITO IMANENTE E TRANSCENDENTE

"(...) - Ao homem da ciência e intelecto aguçado, pode parecer difícil a simples ideia de que o substrato da matéria seja, apenas, amor, e que as leis regentes dos diferentes sistemas de mundo e colossais Universos sejam legisladas pelo maior de todos os monarcas, o Espírito ou Brahman.

- Não importam o nome que as diferentes tradições impõem ao Inominável. Aquele que a tudo emana, como dizem nossas escrituras, é Tadvanam, o Bem-Amado de todos, pois permeia com Sua energia Universos sem fim. (...)

- Com Seu imenso Espírito, Isham Idyam, o Adorável uno, Ele está nas flores, nos átomos, nas moléculas e nos pássaros, nas árvores, no murmúrio dos regatos silenciosos e nas estrelas distantes, unificando a vida como o fio de um cordão de pérolas. E apesar de estar em tudo, não está em coisa alguma, mas além de tudo. Sua imanência e Sua transcendência foram descritas nos sagrados Vedas.

- Ele é o Incriado imanifestado que manifesta mundos pela Eternidade. A evolução natural dos seres, dos reinos mineral, vegetal, animal e humano não ocorre por mero acaso, mas porque o Espírito permeia toda a existência modelando a forma com dedos de fadas.

- A evolução é um processo dirigido pela Inteligência cósmica de dentro para fora. Quanto mais a ciência ocidental investigar a natureza quântica, tanto mais perceberá que os Universos surgem de aparentes 'vazios' onde há Inteligência modeladora. Na realidade, não há vazio, mas informação, o amorfo em estado seminal. 

- Mas ele também está nas montanhas, nos alcantilados cumes, na brisa do mar, no soar do tambor, na luz generosa que desponta no horizonte, no orvalho da manhã, na beleza imarcescível das flores. Ele está no ribombar do trovão, na luz do relâmpago, e na delicadeza do vagalume. Nas alturas colossais, bem como nas profundezas insondáveis dos oceanos.  (...)

- É dito pelos grandes iluminados que Deus é o eterno amante da alma. Ele a aguarda, pacientemente, enquanto permanece nos devaneios da ilusão, até que desperte para a importância das bodas da autorrealização no Espírito.

- Se todos soubessem, tal como os santos, o que é amar a Deus (o Espírito), este mundo não seria um lugar de trevas, mas o imperecível reino da alegria, ananda (bem-aventurança) que nenhuma adversidade pode lancetar. (...)"

(Alexandre Campelo - O Encantador de Pessoas - Chiado Editora - p. 29/30)
www.chiadoeditora.com

AJA COM ENTUSIASMO E FÉ E O SUCESSO SERÁ SEU

"O mais direto método de sucesso espiritual é nishkama-karma, ou seja ação sem qualquer atenção ou apego aos frutos decorrentes. É ação como dever; ação como devotamento; ação como adoração. No entanto, a ação e seu fruto não são duas entidades distintas; o fruto é a ação mesma em seu estágio final, em seu clímax, em sua conclusão. A flor é o fruto. O fruto é a flor. Um é o início; o outro, o legítimo termo. A flor vira fruto. A ação torna-se consequência. O dever da gente é agir. Aja bem. Aja no temor de Deus. Aja dentro dos limites traçados pela moralidade. Aja com amor. Continue agindo. As consequências naturalmente sobrevêm, como o fruto sobrevém à flor. Ninguém precisa se preocupar ou exultar. Aja com entusiasmo e fé - o sucesso será seu. Foi assim que Arjuna¹ agiu. Nunca desanimou, uma vez que a Gita lhe fora ensinada. Ele soergueu os espíritos dos outros que estavam deprimidos. Engajou-se na batalha, tomando-a como sendo um yajna². No entanto, Karna, seu grande rival, tinha como boleeiro (do carro de guerra) uma pessoa de nome Salya. Enquanto o boleeiro de Arjuna (o próprio Senhor) o plenificou da mais alta sabedoria e da paz mais profunda, Salya encheu Karna de abatimento e dúvida. Salya significa dardo ou flecha. O boleeiro de Karna tornou-se-lhe um espinho no flanco, uma letal arma contra si mesmo. Assim, que você tenha o Senhor como condutor de seu carro (de sua vida). Só assim triunfará. Nunca aceite um Salya para seu guia e preceptor."

¹. Arjuna - o príncipe que é interlocutor de Krishna na Gita.
². Yajna - sacrifício a Deus; ação como oferenda. 

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, p. 63/64)


terça-feira, 3 de setembro de 2013

A PREPARAÇÃO PARA O CAMINHO: DESÂNIMO

"Nunca, nunca devemos ficar deprimidos. No começo não compreendemos como é grande o objetivo, como é longo o caminho, como é escuro no princípio. 'Lentamente a estrada serpenteia para cima através dos anos. Na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença, na prosperidade ou no revés, o esforço deve continuar. Ao cair a pessoa ergue-se e gradualmente adquire coragem, fé, a vontade de ter sucesso e a capacidade de amar... Inicialmente isso nos acarretará esforço, sacrifício e sofrimento, como qualquer disciplina destinada ao treinamento da mente, dos órgãos ou dos músculos. Mais tarde nos trará algo de inestimável valor, uma alegria peculiar e indefinível, que se deve sentir para compreender. Somente naqueles que lhe serviram fielmente toda a vida o espírito continua a elevar-se até o fim. (Alexis Carrel).

Santa Teresa de Lisieux tomou, por ocasião de sua primeira comunhão, uma resolução, que respeitou por toda a sua vida: 'Nunca me permitirei desanimar'. O desespero é outro lado do egoísmo, nosso inimigo no Caminho. 'Que ele erga o eu pelo Eu, e não permita que o eu seja deprimido. Na verdade o Eu é o amigo do eu, e também seu inimigo'. (O Bhagavad Gita).

O motivo certo e a cura da depressão são resumidos por um Instrutor, com estas palavras: 'Você deve viver para os outros e com eles, não para você ou com você mesmo'. (Um Adepto a W. Q. Judge).

Antes que você possa aproximar-se do primeiro portal, deve aprender a separar seu corpo de sua mente, a dissipar a sombra e viver no eterno. Para isto cumpre viver e respirar em tudo, como tudo que você percebe respira em você; cumpre sentir-se em todas as coisas e todas as coisas no Eu... Há muitos instrutores; a Alma-Mestra é uma, Alaya, a Alma Universal. Viva nesse Mestre como seu raio em você. Viva em seus semelhantes como eles vivem na Alma Universal... 'Sintonizou você seu coração e mente com a grande mente e coração de toda a humanidade? O coração daquele que entrar na corrente deve assim vibrar em respostas a todo suspiro e pensamento de todos os que vivem e respiram'. (A Voz do Silêncio)."

(Clara M. Codd - A Técnica da Vida Espiritual - Bibioteca Upasika - p. 12/13)