OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 15 de abril de 2018

A IMPORTÂNCIA DA MUDANÇA SOCIAL (1ª PARTE)

"Enquanto as pessoas no mundo inteiro creem que a eficiência está aumentando, ou que deve aumentar, o lugar da ética na vida está sendo empurrado para baixo. As crianças estão sendo educadas para conseguir bons empregos, e tornar o esforço um sucesso independentemente de se o que fazem é certo ou errado. A questão do que é certo, ou do que é muito diferente do que é certo, pouco importa. Num artigo sobre o assunto impresso no Guardian Weekly, falam-nos de algumas perguntas que são feitas a alunos da oitava série. As crianças viam as questões em grande parte em termos de como conseguir um emprego, que é a verdadeira razão por que sentem que devem adquirir habilidades sociais. Quando se perguntou se era esse o único pormenor, a maioria disse: 'Sim, o que mais existe?'. Se essa é a atitude de pessoas supostamente educadas, o que podemos esperar das pessoas como um todo? Num outro artigo, o autor diz que o altruísmo pode ter sido um mecanismo importante para nossos ancestrais num estágio particular de sua evolução, e pode também ser uma chave para nossa sobrevivência hoje. Assim, isto é o que pensamos do altruísmo - um meio para um fim egoísta.

A ética obteve um lugar importante no estudo da filosofia, mas se tornou meramente teórica. Existe cada vez menos preocupação por uma percepção ética do que acontece no ambiente imediato de alguém, ou no mundo como um todo. A ética, aliás, é considerada sem importância como prática, embora possa ainda ter um lugar no estudo da filosofia.

Na Grécia e na Índia, talvez também em algumas outras civilizações, a ética tinha um lugar diferente. Sem dúvida era parte de um pano de fundo filosófico, porém, mais do que qualquer outra coisa, era a base de se viver de um modo que faz os seres humanos merecer o nome de 'humanos'. Certamente que os animais não precisam praticar a ética, eles têm um código de ética próprio. Mas o ser humano, que possui a habilidade de pensar, tem o direito e o dever de decidir como quer viver; e as filosofias de alguns países, inclusiva aqueles citados acima, mostraram compreensão com referência à questão. (...)"

(Radha Burnier - A importância da mudança social - TheoSophia, Ano 100, Julho/Agosto/Setembro de 2011 - Pub. da Sociedade Teosófica do Brasil - p. 8)


sábado, 14 de abril de 2018

APEGO

"Apego é um fator mental que percebe um objeto, considera-o bonito ou agradável, deseja obtê-lo, tocá-lo e possui-lo e não quer se separar dele. O apego funciona de duas maneiras interligadas: desejando obter um objeto atraente que ainda não possui e desejando nunca se separar dele depois de possui-lo. A relação de um casal pode ilustrar esses dois tipos de apego. No começo, os dois parceiros desejam estar juntos - esse é o primeito tipo de apego. Depois, surge o desejo de nunca se separarem um do outro - que é o segundo tipo de apego. O apego também pode surgir em relação a objetos materiais. Sob a influência dessa delusão, nossa mente fica absorta no objeto de desejo do mesmo modo que o óleo fica impregnado num tecido. Assim como é muito difícil separar o óleo do tecido que ele manchou, também é difícil separar a mente do objeto de apego no qual ela ficou absorta.

É por causa do nosso apego que continuamos a vagar no samsara, passando por infinito sofrimento. O pré-requisito para alcançar a libertação ou a plena iluminação ou mesmo para receber uma ordenação como monge ou monja é a mente de renúncia. O apego aos prazeres passageiros deste mundo impede o surgimento dessa mente.

Desde tempos sem-início, temos sido incapazes de nos libertar da prisão do samsara. Apego é o que nos mantém presos nesse cárcere. Se tivermos o desejo sincero de praticar Darma, devemos renunciar ao samsara como um todo, e só poderemos fazer isso reduzindo nosso apego deludido.

Tendo reconhecido nosso apego, haverá duas maneiras de abendoná-lo. Essa delusão pode ser superada temporariamente meditando-se na repugnância e impureza do objeto de desejo e, depois, considerando-se as inúmeras falhas da delusão em si. Se praticarmos continuamente desse modo, com certeza poderemos reduzir nosso apego. (...)

Tal método é apenas um antídoto temporário ao nosso apego. Se quisermos removê-lo por completo, teremos de destruir a causa subjacente do apego e também de todas as outras delusões: o autoagarramento. Só seremos capazes de eliminar definitivamente o autoagarramento se meditarmos na vacuidade (shunyata, em sânscrito). Para alcançar a libertação total do sofrimento, precisamos desenvolver não apenas uma realização da vacuidade, mas também da renúncia, do tranquilo permanecer e da visão superior. (...)"

(Geshe Kelsang Gyatso - Contemplações Significativas - Ed. Tharpa Brasil, São Paulo, 2009 - p. 163/164)


sexta-feira, 13 de abril de 2018

ENQUANTO POSSUIRMOS, JAMAIS AMAREMOS

"Conhecemos o amor como sensação, não é? Quando dizemos que amamos, conhecemos o ciúme, o medo, a ansiedade. Quando você diz que ama alguém, tudo isso está implícito: a inveja, o desejo de possuir, de ser dono, de dominar, o medo da perda e assim por diante. Tudo isso, nós chamamos de amor. E não conhecemos o amor sem medo, inveja, possessão; simplesmente verbalizamos esse estado de amor que existe sem medo, o chamamos de impessoal, puro, divino ou sabe lá Deus o que mais. O fato, no entanto, é que somos ciumentos, dominadores, possessivos. Só conheceremos esse estado de amor quando o ciúme, a inveja, a possessividade, a dominação tiverem um fim, e enquanto possuirmos, jamais amaremos...

Em que momento você pensa na pessoa amada? Você pensa nela quando ela parte, quando está distante, quando deixou você... Então, você sente falta da pessoa a quem diz amar só quando está perturbado, sofrendo. Ou seja, enquanto você possui essa pessoa, não tem de pensar nela, porque na posse não há perturbação...

O pensamento surge quando estamos perturbados - e estamos propensos a ficar perturbados enquanto nosso pensamento for aquilo que chamamos de amor. Certamente, o amor não é uma coisa da mente; e, como as coisas da mente encheram nossos corações, não temos amor. As coisas da mente são o ciúme, a inveja, a ambição, o desejo de ser alguém, conseguir sucesso. Essas coisas da mente enchem o coração, e então dizemos estar amando. Mas como podemos amar quando há todos esses elementos confusos dentro da gente? Se há fumaça, como pode haver uma chama pura?"

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 125)


quinta-feira, 12 de abril de 2018

SEIS REGRAS PARA O AUTOCONTROLE (PARTE FINAL)

"(...) 4. Descubra a verdadeira causa de sua raiva e trabalhe-a. Talvez o seu verdadeiro motivo tenha ficado muito para trás. Quando você era criança, a sua mãe pode ter, por exemplo, lhe obrigado a usar capa de chuva, e toda turma riu. Hoje você nem se lembra disso, mas se aborrece quando sua esposa insiste em que você se proteja da chuva.
   Quando você era pequeno, gritava e esperneava. Naquele momento seus pais viam que vinha gente chegando, e assim faziam o que você queria. Existem inúmeras maneiras adultas de se jogar no chão sem gritar ou espernear de maneira visível. Talvez você ainda esteja tentando, com um toque infantil, conseguir o que deseja.
  Feliz é o homem que sabe de onde vêm seus problemas. A autocompreensão é um passo rumo ao autontrole.

5. Não reprima sua raiva. Libere-a. Descubra um meio saudável de livrar-se de sua fúria. Quando tiver esperado e estudado a si mesmo, aja! Vá cavar o jardim, lavar o carro, dar uma caminhada.
   Você pode até mesmo tentar o tratamento de minha mãe. Sempre que sentia que estava para ter um ataque de nervos, ela ia à copa e pegava uma xícara ou um pires velho (guardados para esses momentos). Depois ia pra trás do celeiro, empolgava-se, como uma grande torcedora, e lançava a coisa longe. O barulho da louça quebrando e a visão dos cacos voando eram um bálsamo para ela. Vá em frente, só uma vez! Funciona.
   Conversar é outro excelente relaxante. Um casamento é bom quando marido e mulher podem dizer, serenamente: 'Fiquei com raiva de você, e a razão é...' Se você esconde seus ressentimentos, algum dia alguém risca um fósforo e as coisas explodem. Elimine esse perigo de maneira saudável.

6. Afine-se com o Autor do equilíbrio e da paz. Num santuário sossegado, próximo a um córrego, no pomar, no jardim, a sós num aposento escuro, procure se aquietar e abrir o seu coração à tranquilidade que preenche o universo. A melhor maneira de se acalmar é perder-se em Deus."

(Charlie W. Shedd - Seis regras para o autocontrole - Revista Sophia, Ano 7, nº 25 - p. 45)
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quarta-feira, 11 de abril de 2018

SEIS REGRAS PARA O AUTOCONTROLE (1ª PARTE)

"Revisitando as colinas do tempo, quase todos nós podemos ver uma sepultura aqui ou ali, onde enterramos uma boa parte de nós mesmos, após uma erupção vulcânica. E quando afastamos o capinzal, lá está o epitáfio: 'Morreu de um ataque de raiva; foi levado por seu próprio temperamento.' Para que isso não mais nos aconteça, aqui estão seis regras para manter o autocontrole.

1. Aquele que perde a calma sempre perde. Você sempre perde mais do que ganha quando se aborrece. Três minutos de raiva minam suas forças mais do que oito horas de trabalho. É uma enorme tensão sobre seu corpo. Quando você se aborrece, o sangue é impelido para os principais músculos dos braços e das pernas. Assim, você tem mais força física, mas o cérebro, por falta do pleno suprimento de sangue, tem sua eficácia diminuída. É por isso que você diz e faz coisas bizarras. De modo semelhante, você perde o respeito daqueles que testemunham a explosão. A gentileza é uma vencedora, e é aliada da paz no mundo.

2. Conheça seus sinais de perigo. Geralmente existem nuvens no seu céu particular para anunciar a tempestade que se aproxima. Estude-se para descobrir que estados de humor e que momentos são críticos para você.
   Talvez essas tendências andem em círculos. Há pessoas, por exemplo, que passam por um período de mau-humor a cada vinte dias, com rigorosa pontualidade. Tomando cuidados especiais, desviando os pensamentos ou viajando, elas conseguem evitá-los.
   Os momentos mais perigosos podem ser aqueles que se seguem a algum período excitante ou romântico. Outros ficam nervosos quando estão cansados. Mas, mesmo que a sua raiva não siga padrão algum, ela geralmente agita uma bandeira antes de chegar.

3. Reserve um momento para se acalmar. Lembre-se de que os grandes são grandes porque esperam mais cinco minutos. Certo dia íamos de carro em uma avenida onde as pessoas se zangam se você for lento. O motorista, um amigo meu, estava passando por um período difícil. Um bobo alegre, desses que gostam de voar no trânsito, estava a não mais de dez centímetros atrás de nós durante uma subida, guiando um caminhão velho. Ele fazia esforços visíveis para ultrapassar. Finalmente, buzinando a pleno vapor, ele nos ultrapassou tão próximo que por pouco não nos levou a lateral.
    Para piorar as coisas, o jovem pôs a cabeça para fora e gritou algo impublicável. Eu sei o que eu teria feito. Você também, talvez. Mas o meu amigo, cuidadosamente, parou o veículo junto ao meio-fio e permeneceu sentado. Depois de três minutos, virou-se para mim e disse: 'Quando fico aborrecido assim, simplesmente paro o que estou fazendo e espero até passar.' Isso é o que mamãe queria dizer com 'consulte o travesseiro, filho'... (...)"

(Charlie W. Shedd - Seis regras para o autocontrole - Revista Sophia, Ano 7, nº 25 - p. 45)