OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 1 de outubro de 2019

COMPAIXÃO: A BASE PARA A PAZ (PARTE FINAL)

"(...) Quando há compaixão no coração a Terra parece um lugar de mais beleza e riqueza. Há uma mudança externa, e as qualidades da paz e da compreensão começam a se disseminar. Sem o crescimento da compaixão  no coração e na mente de uma pessoa, o impacto não será sentido pelas outras pessoas que entram em contato com sua fonte. Elas veem apenas o ser humano comum, talvez mostrando algumas diferenças no nível externo. Quando a compaixão chega ao ponto onde seu impacto transparece no exterior, é sinal de que existe uma riqueza interior que cresce e se torna manifesta em forma de paz e compreensão.

A compreensão é resultado de uma atitude compassiva: refere-se à resposta normal de uma pessoa em que a paz é predominante. Pode haver paz mesmo quando uma outra pessoa incide em erro. Aquele que possui compreensão responde pacificamente a tudo, mesmo às afirmações ou às ações de alguém que não tenha as qualidades que geraram a paz. Isso porque ela sabe que, em longo prazo, mesmo aqueles que não sabem o que fazem no presente um dia aprenderão.

A histório de Buda, ao se defrontar com a violência de Angulimala, é um exemplo que serve para mostrar isso. Angulimala era um homem que costumava roubar as pessoas e matá-las sempre que tinha vontade. Ele se aproximou de Buda com essa atitude, fazendo com que todos à sua volta fugissem. Buda era tão digno e compassivo que a violência em Angulimala arrefeceu e as tendências criminosas converteram-se em atitudes de devoção, em vontade de aprender com o mestre. Essa história, como tantas outras, não deve ser considerada literalmente, mas simbolicamente.

Com o tempo, até mesmo o terror, a incerteza e as más inteções desaparecem quando defrontadas com a compaixão e as qualidades gentis de uma pessoa espiritualizada. O bem é eterno, enquanto o mal é efêmero. O bem triunfará sempre, e as pessoas que são verdadeiramente compassivas sabem disto. Esse é um dos importantes ensinamentos transmitidos por Buda de várias maneiras.

Tanto a compreensão quanto o sentimento de paz se tornarão parte de qualquer civilização onde as pessoas se empenhem no processo de assimilar os ensinamentos da compaixão como uma virtude fundamental. Ela deve ser considerada como uma base sólida para todas as coisas que precisam ser feitas durante nossa trajetória no mundo físico. A compaixão não é tema apenas para pessoas religiosas, nem para ser praticada quando alguém está se sentindo mais compreensivo com relação a uma outra pessoa. É uma qualidade a ser praticada o tempo inteiro, com a plena certeza de que o resultado será o progresso na direção da perfeição de todos os homens e mulheres."

(Radha Burnier - Compaixão: a base para a paz - Revista Sophia, Ano 12, nº 48 - p. 22/23)


quinta-feira, 26 de setembro de 2019

COMPAIXÃO: A BASE PARA A PAZ (1ª PARTE)

"A compaixão é a base para se viver como um verdadeiro ser humano. O que geralmente consideramos viver é apenas uma parte mecânica da vida, que deve ser entendida como um terreno onde a compaixão nasça, é nutrida e floresce, levando o ser humano à plenitude de seu potencial.

A palavra compaixão sugere um sentimento apaixonado por aquilo com que se entra em contato. Mas o que quer dizer um sentimento apaixonado? Ele sugere a unidade de que falamos ao contemplar a Teosofia. Essa unidade não é apenas mental, nem apenas sentimental, por mais profunda que possa parecer. É, na verdade, uma percepção que inclui tudo, que faz a pessoa compreender as necessidades do outro, mesmo que o outro não compreenda a sua própria vida. É uma paixão, não simplesmente um sentimento. Os sentimentos podem ser superficiais e mudar de tempos em tempos: essa é a sua natureza. Mas a paixão que trabalha por todas as pessoas e coisas, e através delas, é algo que nunca muda. Ela busca o progresso e a perfeição de todos os seres.

Progresso e perfeição têm a ver não apenas com o lado físico e mecânico de um indivíduo, mas com o senso de unidade que surge das profundezas e exige que todos desfrutem de felicidade e beatitude. Portanto, a compaixão busca não apenas a satisfação das necessidades físicas, emocionais e intelectuais, mas exige uma visão ampla e clara do crescimento de cada pessoa. Em conformidade com essa visão, cada indivíduo crescerá e florescerá segundo sua própria natureza, mas em unidade com a natureza dos outros. Certamente isso torna o todo muito maior do que suas partes. O todo é imaginavelmente belo, mostrando diferentes facetas em diferentes momentos. O atingimento dessa unidade é parte do destino humano. Quando ela é alcançada, do ponto de vista da evolução, o homem verdadeiramente se torna o que deve ser.

Antes de chegar a esse ponto, temos que aprender muito. O processo ocorre lentamente. São necessárias muitas encarnações antes que cada pessoa passe por experiências suficientes e finalmente chegue ao conhecimento interior que começa a lançar luz sobre as experiências. Esse processo, visto por olhos ignorantes, parece não existir, ou essa experiência não parece ocorrer como imaginada, e cada encarnação parece não ter sentido. Mas mesmo então, a alma - um termo que usamos por falta de outro melhor - reconhece alguns aspectos da verdade, sem conhecê-la no nível externo.

O valor de uma encarnação após uma longa jornada é que a pessoa chega ao ponto onde começa a compreender o que tem que aprender. Ela então aprende muitas coisas a respeito da vida do plano físico. Entende que tem que aprender, mesmo quando não sabe o que é realmente importante no aprendizado.

Uma das coisas que ela começa a aprender é a compaixão, através de sofrimentos de vários tipos. Ela compreende que, quando a atitude da pessoa não tem a qualidade compassiva, é provável que venha o sofrimento. Quando está presente, a compaixão planta as sementes da paz e da compreensão, e permite que elas cresçam. Esse processo leva muito tempo. As sementes ficam sob o solo e não são vistas. Elas podem ter que passar um período sob a terra inculta antes de germinar, brotando do solo do desconhecido. Da mesma forma, o resultado de se praticar a compaixão pode permanecer oculto, para um dia emergir do desconhecido e se tornar visível. A pessoa compreende que esse é o único caminho para a verdadeira paz entre as pessoas de características diferentes. Podem dizer que esse é o início de um novo padrão. (...)"

(Radha Burnier - Compaixão: a base para a paz - Revista Sophia, Ano 12, nº 48 - p. 21/22)


terça-feira, 24 de setembro de 2019

DEUS NÃO É INJUSTO

"Se, para achar os seus defeitos, vocês fazem metade do esforço que comumente despendem achando os defeitos dos outros, vocês verão a ligação com a lei de causa e efeito e só isso os libertará, mostrando a vocês mesmos que não existe injustiça.  Só isso lhes será a prova de que não é Deus, nem o destino, tampouco uma ordem injusta no mundo em que vocês tem de sofrer as consequências das limitações das outras pessoas, mas a ignorância, o medo, o orgulho e o egoísmo de vocês que direta ou indiretamente causarão aquilo que pareceu, até aqui, entrar no caminho de vocês sem que vocês nada fizessem para tanto. Descubram esse elo oculto e verão a verdade. Então compreenderão que vocês não são vítimas das circunstâncias nem da imperfeição dos outros, mas são realmente os que criaram a própria vida. As emoções são forças criativas de grande efeito, porque o inconsciente de vocês afeta o da outra pessoa. Essa verdade talvez seja a mais importante para a descoberta  de como vocês provocam os acontecimentos, quer bons, quer maus, favoráveis ou desfavoráveis da vida. 

Depois que vocês passam por essa experiência, podem acabar com a imagem que têm de Deus independentemente de vocês terem medo de Deus, porque acreditam que vivem num mundo de injustiça e receiam tornar-se vítima das circunstâncias sobre as quais não têm controle, ou de rejeitarem a responsabilidade e ficarem à espera de um Deus flexível que os mime, que lhes oriente a vida, tome decisões por vocês, os poupem de dificuldades que vocês mesmos criam. A compreensão de como vocês são a causa dos efeitos da vida de vocês acabará com essas imagens de Deus. Isso constitui um dos momentos decisivos na vida de vocês. 

Só esse momento lhes facultará o reconhecimento de que vocês não são vítimas; de que têm poder sobre a vida; de que são livres e de que essas leis de Deus são infinitamente boas, sábias, amáveis e seguras! Elas não visam transformá-los em fantoches, mas fazer de vocês pessoas totalmente livres e independentes."

(Eva Pierrakos/Donovan Thesenga - Entrega ao Deus Interior - Ed. Cultrix, São Paulo, 1997 - p,54/55)


quinta-feira, 19 de setembro de 2019

A ILUSÃO É PASSAGEIRA

"O homem pode usar equivocadamente seu livre-arbítrio por algum tempo, considerando-se mortal, mas essa ilusão passageira nunca conseguirá apagar em seu íntimo a marca da imortalidade e a imagem divina da perfeição. A morte prematura de uma criança talvez não lhe haja permitido usar seu livre-arbítrio para a virtude ou para o vício. Mas a Natureza trará sua alma de volta à Terra, dando-lhe a oportunidade de usar o livre-arbítrio a fim de redimir o karma passado, que a fez morrer tão jovem, e praticar as boas ações que propiciam a libertação.

Se uma alma imortal não conseguiu, ao longo de uma existência, eliminar as ilusões que a subjugam, precisa de mais períodos de aprendizado para tomar conhecimento de sua imortalidade inata. Só então poderá retornar ao estado de consciência cósmica. As almas comuns reencarnam compelidas por seus desejos mundanos; as almas superiores, ao contrário, apenas em parte vêm à Terra para cumprir o karma, pois seu principal objetivo é atuar como filhos nobres de Deus e apontar às criaturas perdidas o caminho para a morada celeste do Pai."

(Paramhansa Yogananda - Karma e Reencarnação - Ed. Pensamento, São Paulo, 2009 - p. 16)


terça-feira, 17 de setembro de 2019

A MENTE DESPRENDIDA

"A transformação do mundo é provocada pela transformação de si mesmo, porque o self é o produto e uma parte do processo total da existência humana. Para haver transformação, o autoconhecimento é essencial; sem saber o que você é não há base para um pensamento correto, e sem conhecer a si mesmo não pode haver transformação. O indivíduo precisa se conhecer como ele é, não como deseja ser, pois é meramente um ideal e, por isso, fictício, irreal; só esse o que pode ser transformado, não aquele que você deseja ser.

Conhecer-se como se é requer uma mente extraordinariamente alerta, porque o que está constantemente sofrendo transformações, mudanças: e para segui-lo depressa a mente não deve estar presa a nenhum dogma ou crença particular; a nenhum padrão de ação. Se você quiser seguir qualquer coisa, não é bom estar preso. Para conhecer a si mesmo é necessário ter consciência, uma extraordinária atividade da mente em que há a liberdade de todas as crenças, de toda idealização, porque as crenças e os ideais só lhe proporcionam uma cor, pervertendo a  verdadeira percepção. Se quiser saber o que você é, não pode imaginar ou acreditar em algo que você não é. Se eu sou ganancioso, invejoso, violento, o simples fato de ter um ideal de não violência, de não ganância, é de pouco valor... O entendimento do que você é - seja feio ou bonito, malvado ou maligno -, sem distorção, é o início da virtude. A virtude é essencial, pois ela proporciona liberdade."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil, São Paulo, 2016 - p. 37)