OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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domingo, 9 de fevereiro de 2014

O PAPEL DO SER HUMANO

"Um ponto importante que sobressai em quase todas as referências ao plano divino para o progresso e perfeição da humanidade é a ênfase invariavelmente posta sobre a necessidade de nós, seres humanos, cooperarmos conscientemente com aquele plano e nos elevarmos acima do eu separativo com seus desejos autocentrados, e nos mover rumo a um amor mais amplo, de serviço e de dedicação ao bem da humanidade.

A evolução está unida à nossa busca consciente do bem-estar do restante da humanidade – deveras de toda a vida. No Baghavad Gita alguém na senda elevada do Yoga é visto como trabalhando para o bem estar de todo o mundo. O Cristo nos pede para amarmos os nossos irmãos como a nós mesmos. O Buda enfatizou a compaixão – amai toda a vida como uma mãe ama seu filho, seu único filho. O ensinamento budista vai ainda mais longe, pois se espera de um verdadeiro budista que cresça tanto em abnegação e amor pelo próximo que renuncie ao nirvana para si próprio, e que continue trabalhando, até que todos sejam capazes de atingir esse estado de bem-aventurança. (...)

A humanidade foi dotada de liberdade para pensar e agir, mas não de liberdade par desconsiderar ou frustrar a Grande Vontade que se move rumo ao bem. Tanto a mitologia quanto a história nos dizem que no final das contas o mal jamais triunfará e, portanto, as aberrações da humanidade em qualquer época, como as que observamos no mundo atualmente, são apenas nuvens passageiras num vasto céu, como redemoinhos, espumas sobre a superfície de um grande rio que continua a fluir inexoravelmente em direção ao seu destino – para unir-se ao grande oceano da bem-aventurança, do qual surgiu originalmente sob forma de nuvens de vapor.”

(Surendra Narayan - Reflexões sobre o plano divino - Revista Theosophia – Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil, Ano 99, Abr/Maio/Junho de 2010 - p. 35)
http://www.sociedadeteosofica.org.br/


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O PRAZER NASCE DA ILUSÃO

"D: Se o Ser é sempre prazeroso e se também o são os objetos dos sentidos no momento da apreciação, eles também devem ser considerados prazerosos.

 M: O deleite em qualquer objeto não é duradouro; o que agora é prazeroso logo cede seu lugar a outro objeto ainda mais prazeroso. Há graus de prazer e uma sequência dos objetos apreciados. O prazer nos objetos é apenas caprichoso, e não estável. Isto porque o prazer nasce de nossa própria ilusão, e não do valor intrínseco do objeto. Por exemplo: observe como o cão rói um osso seco e sem tutano até sair sangue das feridas em sua boca; ele acha que o gosto de seu próprio sangue é o do tutano do osso, e não quer largá-lo. Se encontrar outro osso parecido, deixa cair o que tem na boca e pega o outro. Da mesma forma, sobrepondo a sua própria natureza bem-aventurada aos detestáveis objetos de sua fantasia, o homem deleita-se neles por engano, pois a alegria não é a natureza dos objetos. Devido à ignorância humana, os objetos que, na verdade, são dolorosos por natureza, parecem ser prazerosos. Esse prazer aparente não permanece estável em um objeto; normalmente se desloca para outros objetos; é desenfreado, possui níveis e não é absoluto, ao passo que a Alegria do Ser não é caprichosa. Mesmo quando o corpo, etc., são abandonados, a alegria do Ser dura para sempre, e também é absoluta. Portanto, o Eu Real é a Suprema Bem-aventurança. Até aqui, a natureza Ser-Consciência-Beatitude do Eu Real foi estabelecida." 

 (Advaita Bodha Deepika - A Luz da Sabedoria Não Dualista - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 108/109)

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

RESTABELECER UM RELACIONAMENTO COM DEUS (PARTE FINAL)

"(...) Há pessoas que descrevem seu Criador como alguém que, autoritariamente, submete o homem à prova com a fumaça da ignorância e o fogo do castigo, e que julga os atos humanos com insensível severidade. Elas deturpam assim o verdadeiro conceito de Deus como Pai Celestial, afetuoso e compassivo, atribuindo-Lhe a falsa imagem de um tirano vingativo, inflexível, incapaz de perdoar. Mas os devotos que comungam com Deus sabem que é tolice concebê-Lo diferente de um Ser Compassivo, receptáculo infinito de todo amor e bondade.

Deus é Bem-aventurança Eterna. Seu ser é amor, sabedoria e alegria. Ele é tanto impessoal quanto pessoal e Se manifesta de qualquer modo que Ele queira. Aparece aos Seus santos na forma preferida por cada um deles; um cristão vê Cristo, um hindu vê Krishna ou a Mãe Divina, e assim por diante. Devotos que O adoram na forma impessoal tornam-se conscientes do Senhor como Luz infinita ou como o maravilhoso som de Om, o Verbo primordial, o Espírito Santo. A suprema experiência que o homem pode ter é sentir essa Bem-aventurança, na qual todos os outros aspectos da Divindade – amor, sabedoria e imortalidade – estão plenamente incluídos. Mas como poderia eu transmitir com palavras a natureza de Deus? Ele é inefável, indescritível. Só por meio da meditação profunda é que você conhecerá Sua singular essência."

(Paramahansa Yogananda – Onde Existe Luz – Self-Realization Fellowship – p. 187/188)


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

RESTABELECER UM RELACIONAMENTO COM DEUS (1ª PARTE)

"– Parece-me pouco prático pensar em Deus o tempo todo – observou um visitante. Paramahansaji respondeu:

- O mundo concorda com você, e por acaso o mundo é um lugar feliz? A verdadeira felicidade foge do homem que abandona a Deus, porque ele é a própria Bem-aventurança. Seus devotos na Terra vivem num paraíso interior de paz, mas aqueles que O esquecem passam seus dias num inferno de insegurança e decepção criado por eles próprios. ‘Fazer amizade’ com o Senhor é ser realmente prático!

Cultive o relacionamento com Ele. É possível conhecer Deus tão bem quanto você conhece seu amigo mais querido. Essa é a verdade.

Primeiro é preciso ter um conceito correto de Deus, uma ideia definida por meio da qual se possa estabelecer um relacionamento com Ele. E, em seguida, você tem de meditar e orar até que essa concepção mental se transforme numa percepção real. Então você O conhecerá. Se você persistir, o Senhor virá. (...)"

(Paramahansa Yogananda – Onde Existe Luz – Self-Realization Fellowship – p. 186/187)


terça-feira, 3 de dezembro de 2013

COMO CULTIVAR O AMOR DIVINO (PARTE FINAL)

"(...) No ser humano, a alegria origina-se no cérebro, no centro sutil de consciência divina que os iogues denominam sahasrara, ou lótus de mil pétalas. Entretanto, o genuíno sentimento de alegria não é experimentado na cabeça, e sim no coração. Da sede da consciência divina no cérebro, a alegria desce para o centro cardíaco,² e aí se manifesta. Essa alegria vem da bem-aventurança divina – o atributo essencial e supremo do Espírito.

Embora possa nascer em razão de certas condições externas, a alegria não está sujeita a condições; frequentemente, aparece sem nenhuma causa material. Às vezes, você acorda, ‘andando nas nuvens’ de tanta alegria, mas não sabe por quê. E quando está no silêncio da meditação profunda, a alegria borbulha de seu íntimo, sem ter sido despertada por estímulos externos. A alegria da meditação é extasiante. Quem nunca entrou no silêncio da verdadeira meditação não conhece a alegria pura. 

Ficamos muito felizes quando satisfazemos um desejo; contudo, quando somos jovens, muitas vezes sentimos uma felicidade, repentina, como se viesse do nada. A alegria se expressa sob certas condições, mas não é por elas criada. Assim, quando alguém ganha mil dólares e exclama ‘Que felicidade!’, a condição de receber mil dólares serviu apenas como o golpe de uma picareta para liberar uma fonte de alegria do reservatório oculto de bem-aventurança interior. Da mesma forma, na experiência humana, normalmente são necessários certos fatos para trazer o júbilo à tona, mas a alegria em si é o estado perene da alma. O amor também é inerente à alma, mas é secundário em relação à alegria; não poderia existir amor sem alegria. Você consegue imaginar isso? Não, porque a alegria vem junto com o amor. Quando falamos do sofrimento do amor não correspondido, estamos falando de um anseio não realizado. A verdadeira experiência de amar é sempre acompanhada da alegria."

² Chakra anahata, o centro dorsal sutil; sede dos sentimentos, centro do controle de vayu, o elemento vibratório do ar, uma das manifestações da vibração criadora de Om. A vida e a consciência do homem se perpetuam pela força e pela atividade na ‘árvore da vida’, cujo tronco são os sete centros sutis localizados na coluna vertebral e no cérebro. Daí vem o poder para desempenhar todas as funções e capacidades fisiológicas e psicológicas do ser humano. Devido ao seu centro comum de origem, algumas experiências espirituais e psicológicas estão ligadas a processos fisiológicos. Por exemplo, existe uma conexão definida entre a função fisiológica cardíaca e o centro espiritual sutil do sentimento, localizado no coração. Trabalhando juntos, eles expressam a grande emoção do amor, tanto humano quanto divino.

(Paramahansa Yogananda – O Romance com Deus – Self-Realization Fellowship – p. 04/05


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

COMO CULTIVAR O AMOR DIVINO (1ª PARTE)

"O mundo como um todo tem esquecido o verdadeiro significado da palavra amor. Este sentimento tem sido tão desvirtuado e crucificado pelo ser humano que pouquíssimas pessoas sabem o que é o verdadeiro amor. Assim como o óleo está presente em todas as partes da azeitona, também o amor permeia todas as partes da criação. Mas definir o amor é muito difícil, pela mesma razão que as palavras não podem descrever plenamente o gosto de uma laranja. Você precisa provar a fruta para sentir seu sabor. Assim é com o amor. Todos já provaram alguma forma de amor no coração; portanto, sabem um pouco como é, mas ainda não entenderam como desenvolvê-lo e purifica-lo, expandindo-o em amor divino. No início da vida, existe uma centelha do amor de Deus na maioria dos corações. Entretanto, esta centelha geralmente se perde, porque o homem não sabe como cultivá-la.

Muitas pessoas nem acham necessário analisar o amor. Reconhecem-no como o sentimento que têm por parentes, amigos ou outras pessoas por quem sintam forte atração. Mas há muito mais além disso. O único modo que encontro para descrever o amor é falar de seus efeitos. Se você pudesse sentir uma partícula mínima do amor divino, seria tão grande sua alegria – tão arrebatadora – que não conseguiria contê-la.

Pense bem no que estou dizendo. A satisfação do amor não está no sentimento em si, e sim na alegria que traz. O amor dá alegria. Amamos o amor porque nos dá essa felicidade tão inebriante. Assim, ele não é o ponto final: o final supremo é a bem-aventurança. Deus é Sat-Chit-Ananda, a Bem-aventurança sempre-existente, sempre-consciente e sempre-nova. Como almas, somos Sat-Chit-Ananda individualizada. ‘Da Alegria viemos na Alegria vivemos e temos nosso ser, e na sagrada Alegria um dia nos dissolveremos novamente.’¹ Todas as emoções divinas – amor, compaixão, coragem, autossacrifício, humildade – não teriam sentido sem a alegria. A Alegria significa júbilo, uma expressão da Bem-aventurança suprema. (...)"

¹ Taittirya Upanishad 3-6-1.

(Paramahansa Yogananda – O Romance com Deus – Self-Realization Fellowship – p. 03/04


sábado, 30 de novembro de 2013

ESCUTAR (SRÃVANA)

"(...) vimos que o yoga é adequado para o grau menos avançado de buscadores e a inquirição para os mais avançados. (...) consideremos o caminho da inquirição, que sem esforço conduz ao Conhecimento de Brahman.

D: O que é o caminho da inquirição?

M: Dos shãstras sabe-se bem que consiste de srãvana, manama, nidhidhyasana e samãdhi, isto é, escutar a Verdade, refletir, meditar e Paz Bem-aventurada. Os próprios Vedas declaram isso: ‘Meu caro, deve-se escutar o mestre falar a respeito do Ser; refletir e meditar sobre Ele.’ Em outro lugar, diz-se que o Eu Real tem de ser percebido na Paz Beatífica. Sri Shankaracharya repete a mesma ideia no Vakyavrtti, a saber: enquanto o significado do texto sagrado ‘eu sou Brahman’ não for percebido em toda a sua verdadeira importância, deve-se praticar srãvana, etc.

No Chitra Deepika, Sri Vidyaranyaswami diz que a inquirição é o meio para a sabedoria e que consiste em escutar a Verdade, refletir meditar; que somente o estado de bem-aventurada Paz da Pura Consciência, no qual apenas Brahman existe e nada mais, é a verdadeira ‘natureza’ da Sabedoria; que seu ‘efeito’ é a não renovação do nó do ego que desfila como ‘eu’, tendo sido este perdido de uma vez por todas; que seu ‘fim’ é manter-se sempre fixo no ‘Eu sou o Ser Supremo’ de modo tão forte, inequívoco e seguro quanto era a ignorante identificação anterior, ‘eu sou o corpo’; e que seu ‘fruto’ é a libertação. Disso segue-se que só o escutar, etc., é a inquirição no Ser.

Escutar a Verdade Suprema, refletir sobre ela, meditar nela e permanecer em Samãdhi formam, juntos, a inquirição no Ser. Isso tem como causa as quatro sadhãnas, a saber: discernimento, ausência de desejos, tranquilidade e desejo pela libertação. (...)"

(Advaita Bodha Deepika – A Luz da Sabedoria Não Dualista – Ed. Teosófica, Brasília, 2006 – p. 95/96)


terça-feira, 19 de novembro de 2013

KAIVALYAM

"Kaivalyam¹ é o estado no qual o Divino é experienciado como o Oniabarcante, como Vontade, como Atividade, como Ananda (Bem-aventurança), como Inteligência, como Existência. Você deve suprimir sua lerdeza (thamas), sublimar suas paixões (rajas) e cultivar pureza (sathva) tanto que se estabilize em kaivalyam. Você tem vindo através de thamas e rajas e agora está na região de sathwa, conforme simbolizado pelos dois portões, atravessando os quais você veio. Agora, você deve tomar a lição do símbolo da bandeira de Prasanthi para seu coração. Ela o instrui para ir além dos reinos da luxúria, do rancor e do ódio, para chegar a verdejante região do Amor. Fique sentado agora em prece meditativa e abra as pétalas do seu coração mediante Yoga, tanto que a Suprema Iluminação possa ser atingida."

¹ Kaivalyam - condição de isolamento. Acontece quando pairamos mentalmente longe e desidentificados com Prakritti  ou mundo material.

(Sathya Sai Baba - O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1989 - p. 205)


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

AS CONDIÇÕES INTERNAS DA FELICIDADE (1ª PARTE)

"Aprenda a levar em você todas as condições da felicidade, meditando e sintonizando sua consciência com a eterna, sempre consciente e sempre nova Alegria, que é Deus. Sua felicidade nunca deveria depender de quaisquer influências externas. Qualquer que seja seu ambiente, não permita que sua paz interior seja afetada por ele. 

Quando tem domínio sobre os seus sentimentos, você permanece em seu verdadeiro estado. O real estado do Eu, a alma, é bem-aventurança, sabedoria, amor, paz. É ser tão feliz que, não importa o que esteja fazendo, você sente prazer. Não é isso muito melhor do que passar aturdido pelo mundo como um demônio inquieto, incapaz de achar satisfação em qualquer coisa? Quando está centrado em seu verdadeiro ser, você executa todas as tarefas e aprecia todas as coisas boas com a alegria de Deus. Impregnado com a Sua inebriante bem-aventurança, você executa contente todas as ações. Na vida espiritual a pessoa se torna como uma criança - sem ressentimentos, sem apegos, cheia de vida e alegria.

A verdadeira felicidade é capaz de enfrentar os desafios de todas as experiências. Quando conseguir ser crucificado pelos atos errôneos de outrem contra você, e mesmo assim, retribuir com amor e perdão; e quando for capaz de manter intacta a divina paz interior, apesar das dolorosas agressões causadas pelas circunstâncias externas, então você conhecerá essa felicidade. 

Permaneça tranquilo e silencioso [em meditação] todas as noites, durante meia hora, no mínimo, e de preferência por mais tempo antes de deitar; e novamente pela manhã, antes de começar as atividades diárias. Isso produzirá um invencível e inquebrantável hábito interno de felicidade, que o tornará capaz de enfrentar todas as situações difíceis da luta diária pela vida. Com essa imutável felicidade interior, procure atender as exigências das suas necessidades diárias. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 125/126)


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A SUA DEVOÇÃO A DEUS É PARCIAL OU TOTAL?

"O homem quer para si mesmo paz, bem-estar e bem-aventurança, as quais ele pode conseguir mediante o pagamento de 'taxas', na forma de meditação para a paz, orações por felicidade e bem-aventurança e por diversos sadhanas (disciplinas espirituais) para obtenção de outras coisas boas semelhantes. 

Para conseguir o que deseja, você tem de pagar o preço. Se trabalha apenas parte do tempo, o pagamento será parcial. Hoje só demonstramos devoção parcial, no entanto desejamos a recompensa correspondente a uma devoção total. Como pode?! Dar somente parte de sua mente, enquanto deseja retribuição total da Graça de Deus, é como pretender receber remuneração integral por apenas uma fração do serviço. Se reconhece, com a plenitude de seu coração, que tudo quanto faz é pela Graça de Deus, então, seguramente, Deus lha dará o retorno total. Tente e conseguirá."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1989 - p. 50)


terça-feira, 22 de outubro de 2013

QUATRO MÉTODOS RELIGIOSOS FUNDAMENTAIS: O MÉTODO CIENTÍFICO OU YOGA (PARTE FINAL)

"(...)  Devemos recordar que o Eu espiritual tem estado no cativeiro do corpo por séculos e séculos que não sabemos. Não se pode libertá-lo em um dia, nem a prática curta ou inconstante deste método leva alguém ao supremo estado de Bem-aventurança ou lhe dá controle sobre os órgãos internos. Isso pode requerer uma prática paciente por muito, muito tempo.

Pode-se garantir, entretanto, que a observância deste processo trará a grande alegria da consciência pura da Bem-aventurança. Quanto mais o praticamos, mais rapidamente alcançamos essa Bem-aventurança. Desejo que vocês, como buscadores da Bem-aventurança - o que todos nós somos -, tentem experimentar por si mesmos a verdade universal que está em todos e pode ser por todos sentida. Este estado não é invenção. Já está dentro de nós. Temos apenas que descobri-lo.

Até que tenham tentado esta verdade, não considerem com indiferença o que estou escrevendo. Vocês podem estar cansados de ouvir muitas teorias, que até agora não tiveram influência direta em sua vida. O que lhes digo não é teoria, mas sim verdade comprovada. Estou tentando lhes dar uma ideia do que pode realmente ser experimentado.

Eu tive a felicidade de aprender esta verdade científica sagrada com um grande santo da Índia, há muitos anos. Vocês podem se perguntar por que os estimulo a praticar este método, por que procuro atrair sua atenção para esses fatores. Estarei acaso movido por algum interesse egoísta? A essa pergunta devo dar uma resposta afirmativa. Quero dar-lhes esta verdade com a esperança de receber em troca a alegria pura de tê-los ajudado a encontrar a felicidade por havê-la praticado e experimentado."

(Paramahansa Yognanda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 71/72)

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

QUATRO MÉTODOS RELIGIOSOS FUNDAMENTAIS: O MÉTODO CIENTÍFICO OU YOGA (2ª PARTE)

"(...) Devido a persistência de maus hábitos, a consciência da existência corporal, com todas as suas lembranças, revive ocasionalmente e combate essa tranquilidade. Se, porém, qualquer um praticar este método regularmente e por períodos prolongados, pode ter a certeza de que, em tempo, encontrar-se-á em elevado estado supramental de Bem-aventurança.

Não devemos, todavia, imaginar antecipadamente os resultados possíveis a que este processo conduz e, então, parar de praticá-lo após curta tentativa. Para fazer real progresso, são necessários os seguintes fatores: primeiro, dedicada atenção ao assunto que vai ser aprendido; segundo, o desejo de aprender e um espírito sério de investigação; terceiro, firmeza até o objetivo colimado ser alcançado.

Se apenas trabalharmos parcialmente e, após uma prática limitada, a interrompermos, o resultado almejado não virá. Um neófito em práticas espirituais, que tanta prejulgar a experiência dos peritos (os mestres e profetas de todos os tempos) assemelha-se à criança que procura imaginar como serão os cursos de graduação. É uma grande pena que os homens despendam seu tempo e seus melhores esforços em conseguir o que é necessário à sua existência no mundo ou em controvérsias intelectuais acerca de teorias. Parece que raramente pensam valer a pena perceber e pacientemente experimentar na vida as verdades que não só estimulam como também conferem significado à existência. Esforços mal orientados prendem a atenção dessas pessoas durante mais tempo do que as iniciativas bem conduzidas. (...)" 

(Paramahansa Yognanda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 70/71)

domingo, 20 de outubro de 2013

QUATRO MÉTODOS RELIGIOSOS FUNDAMENTAIS: O MÉTODO CIENTÍFICO OU YOGA (1ª PARTE)

"São Paulo afirmou: 'Eu morro diariamente'¹ Com isso ele quis dizer que conhecia o processo de controlar os órgãos internos e que podia, voluntariamente, libertar do corpo e da mente o seu Eu espiritual - uma experiência que as pessoas comuns, destreinadas, sentem apenas no momento final da morte, quando o Eu espiritual liberta-se do corpo esgotado.

Ora, é possível ter a experiência de que o Eu está separado do corpo, sem experimentar a morte definitiva, submetendo-se a um curso de treinamento prático e regular neste método científico.

Darei apenas uma ideia geral do processo e da verdadeira teoria científica em que ele está baseado. Apresentarei o assunto aqui nos termos de minha própria experiência. Verificar-se-á, afirmo, que é universalmente aplicável. E também posso dizer, com plena garantia, que a Bem-aventurança - que é, como indiquei, nosso objetivo final - é sentida em grau intenso durante a prática deste método. Sua prática é em si intensamente bem-aventurada - muito mais bem-aventurança pura do que o maior de todos os prazeres que qualquer dos nossos cincos sentidos ou a mente jamais poderão nos oferecer. 

Não desejo dar a ninguém outra prova de sua verdade que não seja a proporcionada por sua própria experiência. Quanto mais alguém a pratica com paciência e regularidade, tanto mais sente, de maneira intensa e duradoura, que está estabelecido na Bem-aventurança de Deus. (...)"

¹ Coríntios 15:31

(Paramahansa Yognanda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 68/70)


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

CORPO FÍSICO: VESTIMENTA TEMPORÁRIA DO HOMEM (1ª PARTE)

"O homem é essencialmente o Atma (que pode ser traduzido por Espírito). Não é o corpo, e nunca deve se identificar com o corpo por ser este simples vestimenta temporária. Mesmo os que concordam com esta verdade agem, na maioria das vezes, como se não fossem nada além do próprio corpo; por isso Sai Baba não cansa de martelar nesta verdade fundamental. 

Ele diz, por exemplo: 'Vocês são o Atma invencível, incólume aos altos e baixos da vida. A sombra que você projeta enquanto se desloca longe do caminho cai na sujeira e na poeira, na sarça e no mato, na pedra e na areia, mas você absolutamente não precisa se preocupar, pois caminha incólume. Assim também, como Atma, não há razão para se preocupar com o destino de sua sombra - o corpo.' (...)

O Atma em si não tem forma, mas cria as formas de que precisar. Criou os cinco envoltórios do homem. O mais grosseiro destes é o annamayakosha (revestimento do alimento). Mais sutil que este é o pranamayakosha (envoltório do alento vital). Estes dois são parte do corpo físico. Dois outros envoltórios formam o corpo sutil ou astral. São o manomayakosha (envoltório mental) e o vijanamayakosha (envoltório do intelecto ou da mente mais elevada). O quinto é o anandamayakosha (envoltório da bem-aventurança), que serve como o mais evoluído corpo do homem, o corpo causal, conhecido em sânscrito como karana sharira. Todos esses compartimentos e componentes servem ao senhor do castelo, o Jivatma (espírito individual). (...)"

(Howard Murphet - Sai Baba O homem dos milagres - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2006 - p. 329/330)


quarta-feira, 9 de outubro de 2013

AMOR INCONDICIONAL: APERFEIÇOAR OS RELACIONAMENTOS HUMANOS (1ª PARTE)

"O mundo, como um todo, tem esquecido o significado real da palavra amor. O amor tem sido tão maltratado e crucificado pelo homem, que muito poucas pessoas sabem o que é o verdadeiro amor. Assim como o azeite está presente em cada partícula da azeitona, o amor permeia cada partícula da criação. Definir o amor, porém, é muito difícil, pela mesma razão por que não se pode descrever completamente o sabor de uma laranja. Você tem que provar a fruta para conhecer seu sabor. Assim é com o amor.

No sentido universal, o amor é o poder divino de atração que, na criação, harmoniza, une, prende junto. (...) Aqueles que vivem em sintonia com a força atrativa do amor harmonizam-se com a natureza e com os seus semelhantes, e são atraídos para a união bem-aventurada com Deus.

'O amor comum é egoísta, sombriamente enraizado em desejos e satisfações' [dizia Sri Yukteswar]. 'O amor divino é incondicional, ilimitado, imutável. O fluxo do coração humano desaparece para sempre, ao toque extasiante do puro amor.' (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 146/147)


segunda-feira, 30 de setembro de 2013

SVADHYAYA (ESTUDO DO SER)

"Significa estudo do Ser e é remédio filosófico. Em livro tradicional da Índia fala-se que uma pessoa chegou a um quarto escuro e se horripilou ao ver uma cobra que o ameaçava. Depois que acendeu o candeeiro, constatou que era tão somente uma inofensiva corda.

Nossas reações de medo, ódio, cobiça, ciúme, apego, finalmente todas as emoções com que reagimos ao mundo são originadas por um normal estado de ilusão, pois não vemos a corda, vemos a cobra. Reagimos à cobra que, embora sendo falsa, tem o poder de afetar-nos. Não vemos a corda, embora real. 

A Realidade não conhecemos. Ela é o Uno sem um Segundo, é o Absoluto, é o Ser, a Consciência e a Bem-aventurança escondida atrás deste mundo cheio de contrariedades, diversidades, de opostos, feito de nascimentos e mortes. O estudo do Ser, isto é, svadhyaya, através da leitura de livros sagrados de todas as tradições religiosas, através de permanente observação das coisas de fora e de dentro de nós, através da meditação é que nos dá a coragem resultante de matar a ameaçadora cobra da ilusão. (...)

O estudo da filosofia é a chave que nos liberta da vinculação, dos sofrimentos, da cobiça, do medo e do ódio. Se é a ilusão que nos assusta ou prende, lé a desilusão que nos salva. Nunca se entristeça por desiludir-se de algo ou alguém. É uma libertação que merece ser comemorada com um sincero 'Graças a Deus'. A verdadeira e última desilusão abre o portal para Deus. 

Reflexão: Iluda-me pensando que o gelo era mais real que a água e esta mais real que o átomo. Hoje, a ciência liberta-me dessa ilusão, e sei que nem mesmo o átomo tem realidade a não ser uma realidade relativa. 

A Realidade que Eu Sou nem adoece, nem sofre, nem morre, nem se perturba. Intranquilo, andei desejando e buscando poder, fortuna e prazer. Hoje - desiludido - salvo-me. Andei temendo coisas que também são ilusões. Desiludo-me e deixo o medo para trás, para longe de mim.

A Realidade que Eu Sou não tem inimigos nem sofre ameaças. O sofrimento é ilusão. Ilusório é também o prazer. Somente a Paz tem Realidade. Somente a Bem-aventurança é Real."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 143/144)


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A META SUPREMA

"A humanidade está empenhada numa eterna busca daquele 'algo mais' que espera lhe trará a felicidade completa e sem fim. Para as almas individuais que procuraram e encontraram Deus, a busca terminou. Ele é esse Algo Mais.

Muitas pessoas talvez duvidem de que encontrar Deus seja a finalidade da vida, mas todos podem aceitar a ideia de que o propósito da vida seja encontrar a felicidade. Eu afirmo que Deus é a Felicidade. Ele é a Bem-aventurança. Ele é o Amor. Ele é a Alegria que nunca deixará sua alma. Então, por que você não tenta alcançar essa Felicidade? Ninguém mais pode dá-la a você. Você mesmo tem de cultivá-la, o tempo todo.

Mesmo que a vida lhe tenha dado, em certo momento, tudo o que você queria - riqueza, poder, amigos -, passado algum tempo você se torna de novo insatisfeito e necessita de algo mais. Uma coisa, porém, jamais se tornaria monótona para você: a própria alegria! A experiência interior que todos estão buscando é a felicidade que é deliciosamente variada, embora sua essência seja imutável. A alegria perene, sempre renovada, é Deus. Encontrando essa Alegria dentro de si, você A encontrará em tudo no mundo exterior. Em Deus, você terá acesso à fonte da perene, infindável bem-aventurança.

Imagine que esteja sofrendo uma punição que não lhe permita dormir numa hora em que você necessita, desesperadamente, descansar, e de repente alguém diz: 'Muito bem, agora já pode dormir'. Pense na alegria que sentiria no momento em que estivesse a ponto de cair no sono. Multiplique-a por um milhão! Nem isso descreveria a alegria sentida na comunhão com Deus. A alegria de Deus é ilimitada, incessante, sempre nova. Corpo, mente, nada poderá perturbá-lo quando estiver nesse estado de consciência - assim são a graça e a glória do Senhor. E Ele lhe explicará tudo o que você não tem sido capaz de entender, tudo o que você quer saber.

Quando você senta em silêncio na meditação profunda, a alegria borbulha internamente, sem ter sido despertada por qualquer estímulo externo. A alegria da meditação é avassaladora. Aqueles que ainda não alcançaram o silêncio da verdadeira meditação não sabem o que é a verdadeira alegria. Quando a mente e os sentimentos são interiorizados, você começa a sentir a alegria de Deus. Os prazeres dos sentidos não perduram, mas a alegria de Deus é sempiterna. É incomparável!"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship -  p. 175/177)


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

ATEUS E MATERIALISTAS (1ª PARTE)

"(...) A Graça de Deus é como o vento que sopra, mas que não impele o barco cujas velas estão enroladas. Por outro lado, o barco não sai se o vento não sopra, mesmo que suas velas estejam abertas. Isto é, sem a Graça Divina, o esforço humano é inoperante, rende pouco ou sai errado. (...)

Num programa de rádio escutei uma noite um advogado bendizer os anos em que viveu na sarjeta, mendigando para beber. Foi somente depois de arrastado na degradação que, recebendo assistência do movimento AA, aprendeu que deveria esperar de Deus sua salvação. Foi principalmente a fé que o recuperou para a vida. 'Hoje, dizia o entrevistado, sinto a Onipresença que eu sempre negara. Minha felicidade consiste em sentir-me filho de Deus. Bendigo tudo por que passei. Se não tivesse descido tanto, não teria sido recuperado para o Mais Alto.' 

Quem quer se libertar do alcoolismo, se libertará. Os ex-alcoólicos, curados pela ajuda de outros, depois de salvos, formam generoso exército de servos de Deus, oferecendo a mão, para tirar do abismo os que ainda lá se encontram. Nos AA tudo se faz em nome de Deus e tudo espera da graça de Deus. Todo vício, toda desgraça, inclusive o alcoolismo não resistem à Presença Divina.

Deixe Deus tomar conta de você e nenhum mal persistirá. Abra para Deus seu coração. Devote sua vida a Ele e todas as lágrimas secarão. Deus é muito mais poderoso do que qualquer sofrimento, qualquer inferioridade, qualquer distúrbio ou vício. Todos os angustiados, ansiosos, enfermos, amedrontados, mergulhados no que se costuma chamar pecado, precisam aprender a confiar em Deus. Não pode haver desespero, desânimo, derrota, insatisfação, tédio, tristeza, frustração, perplexidade, conflito, cegueira para quem se entrega a Ele.  

O 'normal' é ter fé em remédio e médico. Deus, no entanto, é o melhor dos remédios, o mais sábio de todos os médicos. Para sermos exatos, diríamos que Ele é o remédio, o único e o verdadeiro médico. Médicos e remédios são meios (médios), através dos quais Deus restaura seu Reino no corpo e na alma presas das doenças. Saúde é presença de Deus. Quando Deus reina, corpo e mente têm harmonia, potência, lei, plenitude e bem-aventurança divina. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 164/165)


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A LUZ DOS SORRISOS

"Acenderei a mecha dos sorrisos. Meu véu de tristeza desaparecerá. À luz de meus sorrisos, contemplarei minha alma, oculta pelas trevas acumuladas ao longo das eras. Encontrando a mim mesmo, correrei por todos os corações, com a tocha dos sorrisos de minha alma. Primeiro, sorrirá o meu coração; depois, os meus olhos e o meu rosto. Cada parte do meu corpo resplandecerá na luz dos sorrisos. 

Correrei por entre as moitas dos corações melancólicos e farei uma fogueira de todas as tristezas. Sou o irresistível fogo dos sorrisos. Avivado pela brisa da alegria de Deus, abrirei caminho pelas trevas de todas as mentes. Meus sorrisos transmitirão Seus sorrisos, e todo aquele que cruzar meu caminho capturará o aroma de minha divina alegria. Levarei tochas fragrantes e purificadoras de sorrisos a todos os corações. 

Ajudarei a sorrirem aqueles que choram, sorrindo eu próprio, mesmo nas dificuldades.

No regozijo de todos os corações, ouço o eco de Tua bem-aventurança. Na amizade de todos os corações sinceros, descubro Tua amizade. A prosperidade de meus irmãos me dá tanta alegria quanto minha própria prosperidade. Ajudando os outros a serem sábios, aumento a minha própria sabedoria. Na felicidade de todos, encontro minha própria felicidade.

Nada há de apagar meus sorrisos. A morte soturna, a enfermidade ou o fracasso não podem me amedrontar. As catástrofes são, na verdade, incapazes de me atingir, porque tenho em minha alma a invencível, imutável, sempre nova bem-aventurança de Deus. 

Ó Riso divino e silencioso, ocupa Teu trono sob o dossel de meu semblante e sorri através de minha alma.

Procurarei ser um bilionário de alegria, contando minha riqueza na moeda do Teu reino: a bem-aventurança sempre nova. Desse modo terei, ao mesmo tempo, a prosperidade material e espiritual de que necessito."

(Paramahansa Yogananda - Meditações Metafísicas - Self-Realization Fellowship - p. 93/95)


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

SOMOS DEUSES (1ª PARTE)

"É linguagem de um psicólogo ilustre. É bem igual à linguagem de um yogue.
'Cada alma é essencialmente divina.
O fim a alcançar é manifestar este íntimo divino, para controlar a natureza externa e interna.
Faça isso ou pelo trabalho ou pela adoração ou pelo controle psíquico ou filosófico ou por um ou mais ou todos esses caminhos, e se liberte.
Esse é papel da religião. Doutrinas ou dogmas, ou rituais, ou livros, ou templos, ou imagens, são somente detalhes secundários' (Vivekananda, Works).
Desde os anos de nossa infância aprendemos que somos todos 'filhos do pecado', que, 'degradados', somos frágeis, imperfeitos e indignos de olharmos para Deus. Supondo e pretendendo, com isto, em nós cultivar a virtude da humildade, piedosos instrutores religiosos nos encheram dessa funesta autodepreciação e, para mais acentuá-la, ensinaram-nos também ser Deus algo infinitamente diferente, distanciado e absolutamente fora de nosso alcance.

Colocar Deus tão alto, lá no inacessível e, simultaneamente, nós mesmos no mais tenebroso pélago da inferioridade, tem-nos feito tanto mal!... Por isso, Deus tem sido temido, mas não amado. Está tão longe, que não temos a audácia de pensar esteja ao alcance de nossa busca. E, não obstante enunciemos sua onipresença, vivemos na convicção do contrário. E, assim, nos sentimos desamparados. O desalento resultante da inacessibilidade à Bem-aventurança Suprema faz-nos ou ficar parados onde estamos ou mesmo regredir e tornar-nos ainda mais frágeis e pecadores. O que imaginamos ser, somos. 

Afirmar imperfeições e concentrar a consciência sobre inferioridades só têm conseguido conduzir ao padecimento, à falência. Ninguém desconhece o poder da autossugestão, seja para curar, melhorar, elevar, ou ao contrário, seja para enfermar, inferiorizar e piorar. Tudo depende de seu conteúdo ser positivo ou negativo. 

O ocidental, mercê de tão bem-intencionado, mas funesto, ensino religioso generalizado, tem enraizado no subconsciente a autossugestão eficaz que diz ser ele mísero padecente e pecador. Essa sugestão tem dado mais frutos: sofrimento, doença, vícios, ansiedades, complexo de inferioridade e até amoralismo patológico. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 161/162)