OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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domingo, 23 de novembro de 2014

QUAL É A PROVA DA AUTORREALIZAÇÃO

"O que você imaginar com muita intensidade se tornará visível como uma alucinação, não tendo realidade intrínsica. Você deve compreender a diferença entre imaginação e Autorrealização. A prova essencial da Autorrealização - da consciência de Deus dentro de você - é ser verdadeira e incondionalmente feliz. Se você receber cada vez mais alegria na meditação, incessantemente, saiba que Deus está manifestando Sua presença em você. Se houver interrupção no fluxo da felicidade divina, há algo errado em sua consciência, algum nó que precisa ser desatado com o auxílio de seu guru. Pela comunhão assídua com ele, por meio da meditação diária e pela obediência a seus preceitos - o sadhana¹ que ele lhe deu - o guru desatará esse nó para você. 

Você não pode estar com o Senhor simplesmente pensando que é divinamente iluminado. Você precisa melhorar - deve se aperfeiçoar. Há uma enorme diferença entre a realização potencial e a verdadeira realização divina. Você jamais poderá conhecê-Lo, a não ser cultivando a humildade, a sabedoria e a devoção. O homem humilde é o que conhecerá a Deus.

Os que se aprofundam na superconsciência desenvolvem, automaticamente, poderes espirituais incomuns e controle sobre as forças naturais. Mas nenhum homem de autêntica percepção de Deus usa os poderes insensatamente, para exibição egoísta. Os sábios compreendem que o Senhor é o Único Autor e, humildemente, desenvolvem os dons extraordinários que ele lhes confiou. Não é tudo um milagre neste universo? Pelo simples fato de existir, não é o homem um milagre? Se os seres humanos não estão satisfeitos com todas as maravilhas que Deus criou, por que deveriam Seus santos realizar novos milagres? Eles nunca o fazem, a menos que - por alguma razão especial, muitas vezes insondável - o Senhor assim lhes ordene."

¹ O caminho de disciplina e instruções espirituais dada a alguém por seu guru.

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 161/162)

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

SETE DICAS PARA A FELICIDADE (2ª PARTE)

"Se queremos ser felizes, devemos, em primeiro lugar, ser nós mesmos. A espontaneidade é essencial. Enquanto estivermos lutando para ser algo que não manifestamos naturalmente, estaremos em conflito e, portanto, infelizes. 

Se precisamos forçar a nós mesmos, deixando de ser espontâneos, para mantermos uma relação ou posição, ficamos fadados à infelicidade, porque não encontramos o nosso lugar no universo. Talvez a felicidade seja encontrar o que foi planejado para nós pelo universo.

Nossa espontaneidade não pode chegar ao ponto de atropelar os outros. Tudo tem um limite, e, como já dizia um amigo, minha liberdade de mover o braço termina onde começa o nariz de quem está próximo.

A segunda dica para a felicidade consiste em aceitar de bom coração quando a vida diz sim e quando ela diz não. Se humildemente aceitamos o não, o que significa que determinado desejo não será realizado, acabamos descobrindo que a vida é muito mais sábia do que nós, e lá na frente encontramos uma realidade melhor do que a idealizada. Ela, a vida, sabe exatamente do que precisamos e nos reserva situações muito mais plenas e felizes quando aceitamos humildemente os seus desígnios. Quando insistimos em um desejo, contra tudo e contra todos, e o atingimos, na maioria das vezes acabamos descobrindo que não valia a pena. (...)"

(Marcos Resende - Sete dicas para a felicidade - Revista Sophia, Ano 11, nº 41 - p.5/7)

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

OS ILUMINADOS (3ª PARTE)

O Iluminado de Humildade

"São Francisco de Assis é o santo mais popular da Itália do século XIII (1182-1226). Filho de um rico comerciante de tecidos, surgiu-lhe, no decorrer de uma doença, a aspiração de uma vida mais elevada. A princípio foi atraído pela cavalaria, renunciando a essa carreira para dedicar-se á sua missão religiosa, misteriosamente recebida em 1206: ‘Vai, Francisco, conserta minha casa que desmonta’. Essa ‘casa’ era o Santuário de São Damião, e Francisco entregou-se à sua construção. Era também a própria igreja onde ele iria encarnar uma corrente de reforma submetida ao ideal evangélico, sob o signo de um ardente espírito de amor e pureza, e igualmente de submissão à ‘Senhora Pobreza’. A vida despojada por ele escolhida, sua caridade austera e ditosa, fizeram nascer as primeiras comunidades à sua volta: em 1209 e fundada a Ordem do Irmãos Menores e, em 1212, nasce a Ordem das Damas Pobres (mais tarde denominada Clarissas). Conta-se que Francisco de Assis chegava mesmo a pregar às aves, aos peixes, aos lobos, os quais ele teria ‘convertido’. Quase no fim de sua vida, retirou-se para o monte Alverno e, mais tarde, a São Damião, onde compôs a maior parte do Cânticos do irmão Sol e das criaturas.

Seu brilho ultrapassou as fronteiras do cristianismo. Certa ocasião Gandhi exaltou Francisco de Assis como um dos maiores sábios do mundo.

Grande sábio da Paz

Ramakrishna é talvez o santo hindu melhor conhecido nos tempos modernos. Ele nasceu na vila de Kamarpukur, Bengala, a 20 de fevereiro de 1836. Desde criança ele se sentia atraído pela vida dos heróis religiosos e teve sua primeira experiência de êxtase espiritual aos sete anos de idade. Para ele Kali era a Mãe Divina.

Ramakrishna dedicou-se, primeiro, à adoração de Rama e sentiu que este era o espírito do Universo. Mais tarde, ele adotou a adoração a Krishna e passou a praticar a forma de amor chamada vaishnava, na qual a alma humana ama a Deus como uma devotada esposa ama seu esposo.

No final de 1866 ele praticou a disciplina do Islã e em 1874 ele adotou os métodos do cristianismo. Assim ele tinha visões de Rama, Krishna, Shiva, Kali, Allah e Jesus. Ele disse: ‘Na oficina do oleiro há muitos utensílios diferentes: potes, jarros, pratos, pires... Mas tudo isso foi feito com o mesmo barro. Assim também Deus é um, embora seja adorado em diversos países e épocas diferentes sob nomes e aspectos variados.

Ramakrishna passou os últimos anos de sua vida educando espiritualmente seus discípulos. Ele morreu de câncer a 16 de agosto de 1886. Seu famoso discípulo Vivekananda disse sobre ele: ‘ele não trouxe novas verdades;ele trouxe à luz velhas verdades’."

(Equipe da Revista Planeta - Os iluminados - Planeta Extra Raja Ioga, março de 1984 - p. 51/58)


sexta-feira, 20 de junho de 2014

A VOZ INTERIOR

"A voz interior desafia a descrição. Contudo, algumas vezes realmente sentimos que recebemos uma inspiração de dentro de nós. O tempo em que eu aprendi a reconhecê-la pode ser chamado de meu tempo de prece e ocorreu por volta, digamos, de 1906. Lembro-me da ocasião. Fora isso nunca senti em momento nenhum da minha vida qualquer experiência nova. Assim como ocorre com os cabelos, meu crescimento espiritual também não foi percebido.

Que eu saiba, ninguém jamais questionou a possibilidade de a voz interior falar a alguns. E mesmo que esse tipo de afirmação pudesse ser atestada em uma única pessoa, isso já representaria um ganho para o mundo.

De fato, muitos podem fazer essa afirmação, mas nem todos serão capazes de substanciá-la. Todavia, ela não pode e não deve ser suprimida apenas para impedir falsos candidatos.

Não haveria nenhum perigo se muitas pessoas verdadeiramente retratassem sua voz interior. Infelizmente, porém, não há remédio contra a hipocrisia. A virtude não deve ser suprimida simplesmente porque muitos vão fingi-la. Em todo o mundo inúmeros homens já afirmaram ser capazes de externar a voz interior, mesmo assim, o planeta ainda não sofreu nenhum mal em decorrência dessas atividades efêmeras.

Antes que alguma pessoa seja capaz de ouvir essa voz ela precisa passar por um treinamento longo e rígido – quando é a voz interior que fala é simplesmente inconfundível. É impossível enganar o mundo inteiro de maneira bem-sucedida durante todo o tempo. Não se estabelece, portanto, nenhum perigo de anarquia se um homem humilde como eu não for suprimido e ousar afirmar a autoridade da voz interior quando ele acredita que a escutou.

O homem é um ser falível. Ele nunca tem certeza de seus passos. Aquilo que ele pode considerar como resposta para suas preces pode ser um eco do seu orgulho. Para ser guiado de maneira infalível o homem precisa possuir um coração perfeitamente inocente e incapaz de cometer maldades. Não posso fazer tal afirmação, pois minha alma é imperfeita e errante, e continua a lutar e a se esforçar para se aprimorar."

(Mahatma Gandhi - O Caminho da Paz - Ed. Gente, São Paulo, 2014 - p.86/87)


quinta-feira, 19 de junho de 2014

SABEDORIA E FORÇA INTERIOR PARA SER VITORIOSO NA VIDA

"Estas são as qualidades que nos capacitam a fazer escolhas acertadas quando as decisões da vida se apresentam diante de nós:
  • tranquilidade interior; o estado em que as nossas faculdades de intuição e discernimento podem despertar;
  • esforço para ser menos emotivo e mais objetivo, distanciando-se de apegos pessoais e preconceitos;
  • humildade para pedir orientação a Deus em vez de confiar na própria 'sabedoria'.
Ao meditarmos profundamente todos os dias, começamos a desenvolver e nutrir todas essas qualidades.

Como seria bom se Deus dissesse: 'Agora, meu filho, é só você se sentar que Eu lhe direi exatamente o que deve fazer, e quando. Basta seguir o que lhe digo e a sua vida será um mar de rosas!' Mas não é assim que funciona. Se Ele fizesse isso, não desenvolveríamos nossa natureza divina. Não poderíamos, pois é com esforço árduo e com o exercício do discernimento concedido por Deus que nossa divindade é revelada. Nós é que temos de trazer isso à tona. 

Enquanto não o fizermos, jamais perceberemos que realmente somos parte Dele. Intelectualmente talvez o compreendamos, mas isso tem pouco valor prático. Só quando percebemos a verdade diretamente - quando tivermos enfrentado todos os testes da vida e encontrado dentro de nós a orientação divina e a força para vencer - é que podemos dizer com convicção, como Cristo e todos os grandes seres: 'Eu e meu pai somos um; eu sei. Sou feito à Sua imagem invencível.'

Assim, desempenhamos o papel que nos cabe no lila do Senhor; no divino drama da vida, com a coragem, a fé e a sabedoria de um filho de Deus."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 28/29)


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

CONEXÃO INTERROMPIDA

"A Terra pode ser pequena, mas tem lugar para todos. Porém, no mundo que criamos, nós não damos espaço para os outros, para suas crenças, seu direito de viver com dignidade. Tentamos erradicar tudo aquilo que não parece conveniente para nós. Serão as nossas crenças tão importantes que preferimos matar os outros a lhes dar espaço?

Houve muita violência em cada estágio da história do homem. Mas os atos de violência do homem moderno têm consequências muito mais abrangentes, porque são perpetrados em massa.

O homem está se afastando da totalidade da vida. Partindo do pressuposto de que o ser humano tem mais direitos que as outras espécies, ele se desconectou do esquema das coisas. Uma vez que a conexão foi interrompida, suas ações não podem deixar de ser violentas para si mesmo e para o meio ambiente.

Nós conhecemos a arte de matar, mas não a arte de viver, de coexistir em harmonia e paz. Precisamos de uma ética global para não causar dor a qualquer ser vivo, para respeitar, conservar e cuidar da vida. Só podemos obter essa ética através da humildade, percebendo que somos apenas uma minúscula parte do movimento da vida – e que toda parte, por minúscula que seja, é tão importante quanto qualquer outra.

A violência surgiu porque o homem perdeu sua ligação com a vida. O modo não-violento de viver é aquele que encoraja a diversidade – cultural, biológica, de opiniões, de crenças e de modos de pensar. Em suma, é aquele no qual tudo coexiste."

(Sonal Murali - O modo de vida não-violento - Revista Sophia, Ano 1, nº 4, p. 7)


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

GRANDES HOMENS

"Quem faz jus ao título de ‘grande homem’?

            Não sei...

O homem inteligente?

Não basta ter inteligência para ser grande...

O homem poderoso?

Há também poderosos mesquinhos...

O homem religioso?

Não basta qualquer forma de religião... Podem todos esses homens possuir muita inteligência, muito poder, e certo espírito religioso – e nem por isso são grandes homens.

Pode ser que lhes falte certo vigor e largueza, certa profundidade e plenitude, indispensáveis à verdadeira grandeza.

Podem os inteligentes, os poderosos, os virtuosos não ter a necessária liberdade de espírito...

Pode ser que as suas boas qualidades não corram com essa vasta e leve espontaneidade que caracteriza todas as coisas grandes.

Pode ser que a sua perfeição venha mesclada com um quê de acanhado e tímido, com algo de teatral ou violento.

O grande homem é silenciosamente bom...

É genial – mas não exibe gênio...

É poderoso – mas não ostenta poder...

Socorre a todos – sem precipitação...

É puro – mas não vocifera contra os impuros...

Adora o que é sagrado – mas sem fanatismo...

Carrega fardos pesados – com leveza e sem gemido...

Domina – mas sem insolência...

É humilde – mas sem servilismo...

Fala a grandes distâncias – sem gritar...

Ama – sem se oferecer...

Faz bem a todos – antes que se perceba...

‘Não quebra a cana fendida, nem apaga a mecha fumegante – nem se ouve o seu clamor nas ruas...’
Rasga caminhos novos – sem esmagar ninguém...

Abre largos espaços – sem arrombar portas...

Entra no coração humano – sem saber como...

Tudo isto faz o grande homem, porque é como o sol – esse astro assaz poderoso para sustentar um sistema planetário, e assaz delicado para beijar uma pétala de flor...

Assim é, e assim age o homem verdadeiramente grande – porque é instrumento nas mãos de Deus...
Desse Deus de infinita potência – e de supremo amor...

Desse Deus cuja força governa a imensidade do cosmos – e cuja paciência tolera as fraquezas do homem...

O grande homem é, mais do que ninguém, imagem e semelhança de Deus..."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Fundação Alvorada, 8ª edição - p. 109)

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

AS DUAS SEMENTINHAS

"Duas sementinhas decidiram viver ao sol.

A primeira pediu ao lavrador:

-Amigo, por favor, tire-me deste depósito escuro e me ponha lá fora, no lugar mais alto, onde haja mais sol.

O homem advertiu-a:

- Posso fazer isto, mas é bom não esquecer que o verão está muito forte e, com seus ardores, poderá matar você. Não tem medo de morrer queimada?

- Não faz mal – respondeu ela. – Ponha-me, por favor, lá em cima da cumeeira. O sol não me faz medo. Ao contrário, o que mais desejo é viver ao sol.

O homem atendeu. Colocou-a no telhado da casa e foi trabalhar. Enquanto se entregava a seus afazeres, não escutou os pedidos de socorro da sementinha, que, dias depois, foi encontrada morta, esturricada.

A outra sementinha disse ao homem:

- Amigo, o que mais desejo é sair daqui e ir para o sol. Você pode me ajudar?

- Não sabe o que aconteceu à sua infeliz coleguinha? Também quer morrer torrada?

- Não, amigo. Eu quero chegar ao sol, mas de outra forma. Por favor, enterre-me em solo fértil, cubra-me de humo, e deixe que eu germine. Quando eu for planta...

- Parabéns, sementinha inteligente. Esta humildade é muito sábia! Você bem sabe que, virando planta, transformada em tronco, folha, flor e fruto, viverá ao sol na maior segurança, no maior esplendor, na maior felicidade... Deus a abençoe!

E assim aconteceu.

A sementinha humilde teve o sol que queria."

(Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2005 - ´. 156/157)


sábado, 1 de fevereiro de 2014

HUMILDADE

"No princípio era NADA. A necessidade de ser TUDO lançou-o como chispa divina; incolor, inovadora, insalubre, inócua, insossa. Sem passado, sem história. A lei da evolução, inclemente em seu dever, empurrou-o para baixo. Era o reino elementalmente superior, inferior e astral – e dele tudo aprendeu.

Foi ainda mais fundo. Adquiriu um corpo duro, áspero, resistente, moldado pelo fogo e esculpido pelo vento. Era uma rocha, que por um período incomensurável e de cima de sua imobilidade, assistiu ao tempo passar e a vida correr. Como tal, também tudo aprendeu. Da humildade do pó à magia do diamante. Aprendeu sobre luz, cor e formas. Não havia nada mais para fazer.

Era hora de seguir adiante. Esverdeou. De susto? Não! De clorofila. Já não era tão imóvel. Balançava-se ao vento e curvava-se sob as tempestades. Aprendeu alquimia. Alquimia? Alquimia, sim. Ao transformar luz solar, água e terra em nutrientes. Aprendeu a nascer e morrer. Aprendeu a sentir uma leve perturbação – eram os primórdios da emoção. Aprendeu a esconder os seus segredos numa semente pequenina. Aprendeu sobre a beleza. Da humildade do musgo ao esplendor do lírio. Aprendeu sobretudo a respeito de altruísmo – doando sombra, alimento, etc. Aprendeu tudo.

A lei continua a empurrá-lo. Vamos em frente, não podemos parar! E emergiu num outro reino. A princípio, timidamente. Tinha uma só célula. Depois foi ficando mais corajoso. Descobriu o ‘ir e vir’. A leve perturbação anterior ficou mais clara, mais forte, mais potente – eram o amor, o ódio, o medo. Precisou trabalhar para se relacionar. Não estava mais sozinho. Paria, caçava, amava. Desenvolveu uma sabedoria animal – o instinto. Enxergava, ouvia, saboreava, tocava e cheirava. Sua história havia transposto a fase da introdução. Estava ficando rica de experiências e de lições. Da humildade do verme à inteligência do cão. Aprendeu sobre o homem e foi a sua mais difícil lição. Por ele morreu e nele nasceu.

Pulando de reino, foi agraciado com uma mente. E sua primeira percepção foi a grande utilidade de todas as outras lições. Agora sob a ótica de uma consciência. Ganhou o privilégio da autonomia. Sua alma não era mais coletiva. Estava separado dos demais semelhantes. Apenas dele dependia sua viagem de volta a Casa. Isso era bom? Só o futuro lhe diria.

Mas o ‘pensar’ era maravilhoso, assim como o ‘criar’, o ‘descobrir’, o ‘aprender’ conscientemente. Nada havia em sua vida que o superasse. Era o maior, o melhor, o mais poderoso, o único em todo o universo que ele via.

Porém, alguma coisa o incomodava. Apesar de ser superior a tudo e todos, não tinha resposta para todas as perguntas. Neste ponto de sua viagem, fez sua mais importante descoberta. Havia algo superior que criara o próprio universo. Dele havia se originado e para Ele voltaria. Sua história seria a história Dele. Seu passado, presente e futuro seriam o passado, presente e futuro Dele. E, humildemente, reconheceu que todo o seu conhecimento, adquirido ao longo do caminho, lhe havia revelado que quase nada sabia e que havia muito a aprender."

(Ismênia Cavalcanti Azambuja – Humildade - Revista Sophia, Ano 1, nº 1 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 09)


sábado, 11 de janeiro de 2014

ONDE ESTÁ DEUS? (PARTE FINAL)

"Porém, a maioria das pessoas permanece temerosa e geralmente tenta reduzir o terror do desconhecido fingindo que ele é conhecido. Aqueles com ‘mente religiosa’ estão aptos a dar forma concreta a Deus e a inventar imagens com características humanas. De modo geral, a religião organizada tem explorado as pessoas e as mantido temerosas – da morte, da existência pós-morte e assim por diante. As autoridades da Igreja gostam que as pessoas sejam dependentes, em vez de encorajá-las a se transformar e a dar o salto da consciência finita para o oceano da infinitude.

O finito, o concreto, o conhecido e o cognoscível produzem segurança psicológica não apenas para aqueles que são temerosos porque são ignorantes, mas também para aqueles que acumulam conhecimento, inclusive cientistas e ateus que zombam daqueles que creem. Também eles se aferram à segurança familiar dos mapas por eles mesmos desenhados. Eles também são perturbados por qualquer desafio às suas certezas, vindo de especulações sutis ou não convencionais. (...)

A ciência tem, de fato, auxiliado o progresso da humanidade, liberando-a, até certo ponto, da influência repressora das crenças e superstições que compõem a religião convencional. Agora ela está começando também a ir além das posições rígidas do pensamento materialista, podendo, assim, ajudar as pessoas a se livrar das falsas metas que acompanham esse pensamento.(...)

As mentes que acreditam apenas na razão podem não estar na melhor condição para o conhecimento de Deus. A história religiosa mostra que as pessoas puras e simples podem muitas vezes perceber o sagrado e intuir a verdade mais facilmente que os mais bem dotados intelectualmente. Existe um modo de contato direto com o sagrado (isto é, com Deus) que é suprarracional. (...)

A verdade é acessível àquele que tem o coração puro e a mente aberta, não às mentes que buscam segurança no conhecido, seja um dogma religioso ou uma teoria científica. Quem deseja conhecer a verdade deve aprender a se livrar do medo e a olhar o mundo com profunda admiração e humildade. A beleza está em toda a parte à nossa volta, nas árvores floridas, na mudança das estações, no movimento incessante do oceano, na complexidade dos relacionamentos."

(Radha Burnier - Onde está Deus? - Revista Sophia, ano 7, nº 26 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 37)


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

BUSCA PELO SUPREMO

"Os Upanishads afirmam que a realização do Atman produz uma mudança em nossa vida, e que não é possível comparar essa nova vida à nossa vida atual. A glória, a felicidade e a paz não são palavras vazias e sem sentido; expressam o estado de uma pessoa que alcançou a experiência espiritual. (...)

Um homem sem equilíbrio, cheio de orgulho e apegado ao mundo, não pode alcançar a realização. É necessário um espírito humilde para aceitar os conselhos do mestre e querer purificar a mente. Muito raramente temos consciência de nossos próprios defeitos. É preciso encontrá-los e corrigi-los. A purificação da mente produz uma modificação importante, que transforma o nosso modo de pensar.

Seguir os conselhos de um guru e as disciplinas da yoga torna tudo isso possível. A partir desse momento, a busca pelo Senhor Supremo é realizado com todo amor. Ao praticar o autocontrole e a meditação descobrimos nosso verdadeiro ‘eu’. Um dia alcançaremos a Realidade Suprema e saberemos que o Ser Supremo, e apenas Ele, dirige o mundo em sua totalidade."

(Swami Ritajananda - A Prática da Meditação - Ed. Lótus do Saber, São Paulo,2006 - p. XXVII)
www.lotusdosaber.com


quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

AS BASES DO AUTOCONHECIMENTO

"Uma das coisas mais difíceis do mundo é olharmos qualquer coisa com simplicidade. Como nossa mente é muito complexa, perdemos a simplicidade. Não me refiro à simplicidade no vestir ou no comer, no usar apenas uma tanga ou bater um recorde de jejum, ou qualquer outra das absurdas infantilidades que os santos praticam; refiro-me àquela simplicidade que nos torna capazes de olhar as coisas diretamente e sem medo, capazes de olhar a nós mesmos sem nenhuma deformação, de dizer que mentimos quando mentimos e não esconder o fato ou dele fugir.

Outrossim, para compreendermos a nós mesmos, necessitamos de muita humildade. Se começais dizendo: "Eu me conheço" — já travastes o processo do auto-aprendizado; ou, se dizeis "Não há muito que aprender a meu respeito, porque sou apenas um feixe de memórias, ideias, experiências e tradições" — tereis também parado o processo de aprendizado a vosso próprio respeito. No momento em que alcançais qualquer alvo, perdeis o atributo da inocência e da humildade; no momento em que chegais a uma conclusão ou começais a examinar com base no conhecimento, está tudo acabado, porque então estais traduzindo tudo o que é vivo em termos do velho. Mas se, ao contrário, não tendes nenhum ponto de apoio, nenhuma certeza, nenhuma perfeição, estais em liberdade para olhar, e quando olhais uma coisa em liberdade, ela é sempre nova. Um homem seguro de si é um ente morto"

(J. Krishnamurti - Liberte-se do Passado - Ed. Cultrix, São Paulo - p. 13)

domingo, 29 de setembro de 2013

DEMOCRACIA

"Será possível para nós, em termos de educação, inculcar na criança a democracia como valor? Eu não quero dizer o tipo de democracia que existe no mundo, onde grupos de pressão estão competindo entre si pelo poder e por posição. Isso não é democracia. No sentido mais profundo, democracia significa que nenhum de nós sabe como organizar a sociedade, que leis criar, qual é a melhor maneira de fazer as coisas; mas queremos sentar juntos, inquirir e descobrir qual a coisa certa a ser feita. É isso que nosso parlamento deveria estar fazendo. É isso o que se supõe estejam fazendo os representantes eleitos – inquirindo quanto à maneira correta de organizar, de criar leis no país para a sociedade, de deliberar a respeito. Nem toda a compreensão, toda a inteligência ou todo o conhecimento repousa em uma única mente particular; mas se nos reunirmos coletivamente, se nos reunirmos num espírito de humildade, poderemos chegar a alguma coisa que todos nós, ou a maioria de nós considere o que deve ser feito – sem arrogância, porque estamos tentando experimentalmente; não temos certeza se é a coisa certa, estamos desejosos de reconsiderá-la no ano seguinte, conversar sobre ela, mudá-la. Esse é o verdadeiro espírito da democracia – não que eu forme meu grupo de pressão e compre votos, e você forme outro grupo para chegar ao poder. Mas é assim que a democracia está funcionando atualmente, porque o indivíduo não se imbuiu do verdadeiro espírito da democracia, que é um espírito de grande humildade, respeito e gentileza."

(P. Krishna - Educação, Ciência e Espiritualidade - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 56/57)


domingo, 15 de setembro de 2013

ALTRUÍSMO

"Só o orgulho e a resistência à verdade leva-nos a supor que podemos saber o que é bom para o outro. O verdadeiro altruísta não faz tal suposição. Delicadeza, humildade e sensibilidade profundas são marcas de maturidade necessária, antes que se possa ajudar os outros. ‘Seja humilde se quiser alcançar a Sabedoria’.¹

H. P. B. escreve que ‘o altruísmo é uma parte essencial do autodesenvolvimento’. Na medida em que a consciência de uma pessoa torna-se plena de sentimento altruísta, ela passa a ter as qualidades que mencionamos e, portanto, começa o seu desenvolvimento. Um dos paradoxos da vida interior é que se deve aprender a ajustar e a ser realmente útil mesmo sem se sentir qualificado para ajudar. O mais humilde é o mais sábio e o que está melhor qualificado para servir ao mundo. O altruísmo é uma mudança substancial na qualidade da mente, mais do que uma ação específica qualquer. Quando há o estado interior correto em nós, a ação correta ocorre automaticamente."

¹. H. P. Blavatsky, A Voz do Silêncio.

(Radha Burnier - O Caminho do Autoconhecimento - Ed. Teosófica, Brasília, 2000, p. 62/64)


sábado, 14 de setembro de 2013

UMA VISÃO SUPERCONSCIENTE

" - Não estamos sós. O Universo inteiro é governado por forças que muito nos amam. Apesar de tão pequeninos, nosso destino está além das estrelas, muito além de tudo o que somos capazes de sonhar.

- Ó meus amigos, quanto glória nos aguarda nos reinos do Espírito... Se souberes vencer o orgulho submergindo em oceanos de humildade, serão tão imensos em suas manifestações como os maiores filhos do Altíssimo. (...)

- Os sofrimentos físicos e astrais que passamos na Terra não são mais que um segundo para a alma, nosso Eu real. Submersos na alegria que a tudo vivifica, jamais recordaremos dos momentos ínfimos vividos aqui, pois a eternidade banhada de luz é como um dia que nunca se acaba. No não tempo da eternidade, não há passado, presente ou futuro, mas o eterno agora que é todo gozo e alegria sem fim.

- Paradoxalmente, o não tempo no Espírito é como submergir eternamento em gozo e alegria interminável, semelhante ao golfinho em oceanos de êxtase. Em nosso reino de dualidade existe um limite para a existência, um tempo para o nascer e outro para o morrer, porém, na eternidade, tal tempo não existe e, contudo, a alma se vê em expansão eterna em êxtase incontáveis sem jamais encontrar o poente de tais delícias. É o paradoxo do não tempo. Não queiram entendê-lo a partir deste Universo de Dualidade. O Zen budismo é muito prático nesse sentido com seus 'koans'.

- Digo-vos que submergir no Espírito significa deixar de lado todos os desprazeres e descortinar maravilhas nunca antes sonhadas. Ele é infinitamente criativo e belo. Quanto mais O conhecemos, tanto mais descobrimos que Suas invenções não tem fim. 

- Mas, queridos, é preciso 'mergulhar' na essência para descobrir os tesouros imorredouros 'ocultos' no íntimo do Ser. O ser humano de passagem pela Terra é um grande aventureiro, o filho pródigo que negou os maiores prazeres do Reino interior para desbravar terras sombrias, em diversões distantes do aconchego e proteção do lar existente em si mesmo.

- E, contudo, amados meus, apesar dos infortúnios ilusórios deste mundo, regozijemos, pois somos desbravadores. Filhos e filhas imortais do Espírito. Cedo ou tarde retornaremos ao abraço amoroso do Deus Pai/Mãe que, ansiosamente, nos aguarda com Seu imortal banquete de boas vindas. (...)"

(Alexandre Campelo - O Encantador de Pessoas - Chiado Editora - p. 60/61)
http://www.chiadoeditora.com


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

ONDE ESTÁ DEUS? (PARTE FINAL)

"(...) 'O universo é melhor compreendido quando visto não como uma máquina ou processo, mas como um obra de arte em evolução', como indica um outro pensador. Esse é um insight num reino de significado onde razão e percepção estética não estão dissociadas, mas fundidas, permitindo à consciência tornar-se perceptiva da ordem divina, na qual tanto a beleza quanto o deleite têm lugar intrínseco. A música e a matemática são complementares, como ensinou Pitágoras. A música do universo é sua matemática. Consequentemente, físicos como Dirac podem dizer: 'É mais provável que uma teoria de beleza matemática seja correta do que uma teoria feia que se adapte a alguns experimentos.'

As mentes que acreditam apenas na razão, excluindo respostas ao que é amável e bom, podem não estar preparadas para o conhecimento de Deus. A história religiosa mostra que pessoas puras e simples podem frequentemente se tornar perceptivas do sagrado e intuir a verdade com mais facilidade que os intelectualmente dotados. Existe um caminho de contato direto com o sagrado (isto é, com Deus), chamado o outro, o desconhecido e assim por diante, porque é suprarracional e inefável.

Todos nós já vimos pássaros engajados em construir ninhos que são extraordinárias obras de arte, e formigas trilhando o caminho de casa carregando um fardo. Quem lhes ensinou essas habilidades? O pássaro, a formiga e a flor selvagem, tanto quanto o vasto universo, contêm o mistério que é Deus, e ele só se revela àqueles que desejam se aproximar respeitosamente, com a mente humilde, nada querendo e consequentemente sem medo.

A verdade é acessível aos puros de coração e de mente aberta, não às mentes que estão buscando segurança no conhecido, seja sob a forma de dogma religioso ou teoria científica. Os buscadores da verdade devem aprender a deixar de lado o medo e a olhar com um profundo senso de admiração e humildade. A maravilha e a beleza cercam-nos no florescimento das árvores, na mudança das estações, no movimento incessante dos oceanos, na complexidade dos interrelacionamentos. Como escreveu um observador, 'a evidência de um plano divino está em tudo à nossa volta, na terra, no mar, no céu', e as escrituras declaram que céu e terra estão plenos da glória de Deus." 

(Radha Burnier - Revista Sophia nº 30 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 14)


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O VALOR DO ENTUSIASMO (1ª PARTE)

"Qualquer trabalho realizado com o espírito correto, traz a vitória sobre você mesmo. (...) O que conta é atitude com que você trabalha. A preguiça mental é o trabalho de má vontade estragam o indivíduo. Frequentemente as pessoas me perguntam: 'Como é que o senhor consegue fazer tantas coisas?' É porque faço tudo com o maior prazer e com o espírito de servir. Interiormente, estou com Deus o tempo todo. E, embora dormindo muito pouco, sempre me sinto bem porque cumpro meus deveres com a atitude correta: é um privilégio servir.

A falta de disposição mental para o trabalho vem acompanhada de apatia e falta de energia. Entusiasmo e boa vontade vão de mãos dadas com novos suprimentos de energia. Baseados nesses fatos, podemos entender a sutil relação existente entre vontade e energia. Quanto maior a vontade, mais inesgotável é a energia. 

Se o seu trabalho na vida é humilde, não fique pedindo desculpas por isso. Orgulhe-se, pois está cumprindo o dever que lhe foi designado pelo Pai. Ele precisa de você no lugar específico em que você está. As pessoas não podem todas desempenhar o mesmo papel. Enquanto trabalhar para agradar a Deus, todas as forças cósmicas virão harmoniosamente em seu auxílio. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 74/76)


sexta-feira, 26 de julho de 2013

PERDÃO

"O Deus de algumas escrituras é vingativo e sempre pronto a nos punir. Mas Jesus nos mostrou a verdadeira natureza de Deus (...) Ele não destruiu seus inimigos com "doze legiões de anjos", mas, em vez disso, superou o mal com o poder do amor divino. Sua ação demonstrou o supremo amor de Deus e o comportamento dos que são uns com Ele.

"Deve-se perdoar, qualquer que seja a ofensa", diz o Mahabharata. "Foi dito que a continuidade da espécie se deve à capacidade que o homem tem de perdoar. Perdão é santidade. Graças ao perdão, o universo se mantém coeso. O perdão é o poder do poderoso. O perdão é sacrifício. O perdão é a quietude da mente. O perdão e a gentileza são as qualidades de quem tem Autodomínio. Eles representam a virtude eterna."

"Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete! Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas, até setenta vezes sete." Orei profundamente para compreender esse conselho intransigente. "Senhor", protestei, "é isso possível?" Quando a Voz Divina finalmente respondeu, trouxe, numa torrente de luz, uma renovação de humildade: "Quantas vezes por dia, ó Homem, Eu perdoo a cada um de vocês?"

Assim como Deus está constantemente nos perdoando, mesmo conhecendo todos os nossos [maus] pensamentos, aqueles que se encontram em total sintonia com Ele sentem naturalmente o mesmo amor. Em seu coração precisa brotar uma simpatia que aplaca todas as dores dos corações alheios, aquela mesma simpatia que possibilitou a Jesus dizer: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem". Seu imenso amor abrangia tudo. Ele poderia ter destruído seus inimigos com um olhar. Entretanto, assim como Deus está nos perdoando ininterruptamente, embora conheça todos os nossos maus pensamentos, essas grandes almas que estão em sintonia com Ele também nos dão esse mesmo amor.

Se você quer desenvolver a Consciência Crística, aprenda a ser solidário. Quando um genuíno sentimento pelos outros entra em seu coração, você está começando a manifestar essa grande consciência. (...) O Senhor Krishna disse: "O mais elevado iogue é aquele que vê com igual atitude todos os homens". 

A ira e o ódio nada constroem. O amor traz recompensa. Você pode derrubar uma pessoa, mas quando ela se levantar novamente, tentará destruí-lo. Como então a conquistou? Você não a conquistou. A única maneira de conquistar é pelo amor. E quando não puder conquistar, apenas guarde silêncio, ou vá embora e reze pela pessoa. Esse é o modo como você tem de amar. Se colocar isso em prática na sua vida, você terá uma paz maior do que pode imaginar."

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 142/144)


terça-feira, 23 de julho de 2013

O MELHOR REMÉDIO PARA O MAL NÃO É A REPRESSÃO, MAS A ELIMINAÇÃO DO DESEJO

"Aprende que não há cura para o desejo, que não há cura para a busca de recompensa, que não há cura para o sofrimento de estar ansioso por algo, a não ser fixando a visão e a audição naquilo que é invisível e inaudível. O homem tem de acreditar na sua capacidade inata de progredir; não deve se atemorizar ao considerar a grandeza da sua natureza superior nem se deixar arrastar pelo seu eu inferior ou material.

Todo o passado nos mostra que as dificuldades não devem servir de desculpa para o desânimo, muito menos para o desespero, de outro modo o mundo não teria as muitas maravilhas da civilização. A força de vontade para seguir adiante é a primeira necessidade daquele que escolheu seu caminho. Onde pode ela ser encontrada? Olhando-se ao redor não é difícil ver onde outros homens encontram sua força. A sua fonte é a convicção profunda. Abstém-te porque é correto o abster-se – não para te conservares limpo. O homem que luta contra si mesmo e vence a batalha só pode fazê-lo quando sabe que naquela luta ele está fazendo aquilo que vale a pena ser feito.

“Não resistas ao mal”, isto é, não te queixes nem te irrites com as vicissitudes inevitáveis da vida. Esquece de ti mesmo (servindo aos outros). Se os homens maltratam, perseguem ou enganam os seus semelhantes, por que resistir? Na resistência criamos males ainda maiores.

O trabalho imediato, qualquer que seja, tem implícito o clamor do dever, e a sua relativa importância ou não importância não deve ser, em absoluto, considerada. O melhor remédio para o mal não é a repressão, mas a eliminação do desejo, e isso pode ser melhor alcançado mantendo-se a mente constantemente fixa em coisas divinas. O conhecimento do Eu Superior é solapado quando se deixa a mente comprazer-se com os objetos dos sentidos desgovernados.

Nossa própria natureza é tão vil, orgulhosa, ambiciosa, e tão cheia de seus próprios apetites, julgamentos e opiniões, que se as tentações não a dominassem, ela se deterioraria irremediavelmente; portanto somos tentados até o fim para que possamos conhecer a nós mesmos e ser humildes. Sabe que a maior das tentações é a de não ter tentação alguma, por esse motivo alegra-te quando elas te assaltarem, e com resignação, paz e constância, resiste a elas." 

(H. P. Blavatsky - Ocultismo Prático – Ed. Teosófica, Brasília - p. 34/40)


segunda-feira, 15 de julho de 2013

RENÚNCIA - A CHAVE MESTRA

"Existem na humanidade duas classes de almas: aquelas que se entregaram e aquelas que não o fizeram. O teste ácido é “Você renunciou?” A grande maioria das pessoas neste estágio ainda está no estado de acentuação da individualidade. Poucas disseram (simbolicamente) para o Mais Alto de Seus ministros, “Eu me entrego a Ti. Sou Teu. Minha vontade é a Tua vontade. Minha vida é Tua vida. Não peço mais nada para mim. Dou tudo o que tenho e sou para Ti.” Por isso, no Getsêmani, Jesus disse, “... não a minha vontade, mas a Tua, seja feita”. No entanto, esse Evangelho ainda é para poucos. Pois ele é o coração da vida oculta. Somente depois da entrega à Grande Lei, a Grande Vida passa a cuidar inteiramente de você e então você estará “salvo para sempre”. A espontaneidade torna-se então a característica da vida, “dar” a religião, “absoluta consciência de ausência de eu” a única aspiração. “Desapegue-se!” 

A pessoa deve estar pronta para o assentimento, mesmo ao que parece ser injustiças, inclinar-se a todos os superiores em total humildade. A renúncia é a chave mestra. “Bem-aventurados os mansos, pois eles herdarão a terra”. Depois da entrega, tudo está aberto." 

(Luz do Santuário - O Diário Oculto de Geoffrey Hodson - Compilado por Sandra Hodson e traduzido por Raul Branco - p. 65/66)