OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O USO DA IMAGINAÇÃO CRIATIVA

"Uma razão pela qual os aspirantes podem não alcançar os resultados desejados da sua disciplina de ioga é a falta de persistência e fé, ou de imaginação. Com a melhor boa vontade do mundo, eles permitem que suas mentes se interponham entre eles e seu Ego. Pode ser útil tomar as frases de afirmação e descrever as ações apropriadas correspondentes, mental e supramental, para cada uma delas. Por exemplo, nas palavras 'mais brilhante do que o Sol interior', o centro de observação poderia ser colocado na imaginação do coração do sol e após uns instantes no coração do Sol espiritual e mantido ali. Isto por si só pode produzir a iluminação. 

A expressão 'mais branca que a neve virgem' refere-se ao puro e imaculável Atma, o Espírito branco puro e radiante do universo e do homem. 'Mais sutil que o Éter' refere-se ao Logos imanente, o Princípio e a Presença divina na Natureza e no homem, que tudo permeia e interpenetra. A afirmação final deveria ser repetida mentalmente diversas vezes e em seguida permitir que a mente fique silenciosa, para que a consciência superior possa sobrevir. 

É aconselhável uma atitude mental de expectativa e espera, mas não uma atividade. Mais uma vez, a falta de habilidade de imaginar e de entrar criativamente no significado dessas afirmações é a grande barreira para os aspirantes ocidentais. A imaginação positiva e criativa, em contraste com a mera fantasia, é um fator importante para ser bem-sucedido na ioga, especialmente nas fases preliminares."

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Yoga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 99)


terça-feira, 8 de setembro de 2015

A HARMONIA NASCE DO AMOR E DA SABEDORIA

"A harmonia nasce do amor e da sabedoria. Estes, por sua vez, são o produto de um coração puro e expansivo. Um coração puro resulta de pensamentos puros. A pureza mental decorre de um processo seletivo em que a mente faz a triagem dos pensamentos bons e maus, rejeitando os últimos e permanecendo sempre com os primeiros. Com a repetição e com o reforço dos pensamentos aplicados à ação, o discernimento passa a ser um hábito virtuoso. Quando cessa o conflito mental das divergências devido à eliminação dos pensamentos errados, surge na sua vida uma harmonia tanto externa quanto interna. Portanto, sempre que seus pensamentos se engalfinharem numa batalha já conhecida, use a sabedoria para mediar as diferenças e verá que os conflitos angustiantes não o perturbarão mais! É o testemunho e a experiência de todos os que praticam a yoga.

A mente é o incinerador da natureza, onde se pode reduzir a cinzas toda a escória mental que não vale a pena guardar: todo o lixo de pensamentos e desejos, de conceitos errôneos, rancores e discórdias nos relacionamentos. Não há um único relacionamento, por pior que seja, que você não possa consertar, desde que primeiro faça isto na mente. Não há um único problema na vida que você não possa resolver, desde que antes o resolva em seu mundo interior, o ponto de origem. Não se intimide pelas possíveis consequências, mesmo que sejam drásticas. Antes de agir, se você harmonizar a situação com a sabedoria do discernimento mental, o resultado cuidará de si mesmo. Uma mente harmonizada gera harmonia num mundo de aparente discórdia."

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a Autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 102/103)


terça-feira, 1 de setembro de 2015

SILENCIAR A MENTE

"D: Como levar a mente ao silêncio?

 M: Pelo desapaixonamento e pelo abandono de tudo que nos é caro, pode-se, por esforço próprio, realizar facilmente essa tarefa. Sem essa paz mental, a Libertação é impossível. Apenas quando todo o mundo objetivo é extinto pela mente desiludida, em consequência do conhecimento que discerne que tudo que não é Brahman é objetivo e irreal, é que resultará a Suprema Beatitude. Do contrário, se não há paz mental, por mais que um homem ignorante se esforce e se arraste pelo abismo profundo dos textos espirituais (shãstras), não conseguirá obter a Libertação.

Só pode ser considerada morta a mente que, pela prática do yoga, perdeu todas as suas tendências e tornou-se pura e imóvel como uma lâmpada bem protegida do vento por uma redoma. Essa morte da mente é a realização mais elevada. A conclusão final de todos os Vedas é que a Libertação nada mais é do que a mente silenciosa.

Para a Libertação apenas uma mente silenciosa tem valor; riqueza, parentes, amigos, karma resultante de movimentos dos membros, peregrinação a lugares santos, banhar-se em águas sagradas, vida em regiões celestiais, práticas austeras, por mais severas que sejam, ou qualquer outra coisa - nada disso serve. Da mesma forma, muitos livros sagrados ensinam que a Libertação consiste em abandonar a mente. Em várias passagens do Yoga Vasishta a mesma ideia se repete, de que a Bem-aventurança da Libertação só pode ser alcançada pela extinção da mente, que é a causa principal do samsãra e, portanto, de todo sofrimento. 

Assim, matar¹ a mente pelo conhecimento dos ensinamentos sagrados, pelo raciocínio e pela experiência pessoal é desfazer o samsãra. De que outra maneira pode ser parada a miserável roda de nascimentos e mortes? E como pode a liberdade resultar disso? Nunca. A não ser que o sonhador desperte, o sonho não termina, como não acaba o pavor de estar diante de um tigre, no sonho. Igualmente, se a mente não estiver desiludida, a agonia do samsãra não cessará. A única coisa é que a mente precisa ser silenciada. Esta é a realização da vida."

¹ Embora neste e em outros trechos dos ensinamentos verifica-se a utilização de termos como 'destruir', 'apagar' ou até mesmo 'matar' em relação aos pensamentos ou à mente, uma leitura ampla e aprofundada dos ensinamentos Advaita, em especial de Sri Ramana Maharshi, revela que o apontar é de que a mente em si é ilusória ou inexistente. Não se pode, assim, destruir algo que não existe - ou que existe apenas enquanto imaginação. Sabendo disso, talvez fosse melhor ler trechos como este como 'abandonar' ou 'transcender' a mente.
  
(Advaita Bodha Deepika - A Luz da Sabedoria Não Dualista - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 67/69)
www.editorateosofica.com.br/


quarta-feira, 12 de agosto de 2015

UMA LEI DA VIDA ESPIRITUAL

"Existe uma lei pouco conhecida da vida espiritual, todos que trilham a Senda devem levar outra pessoa com ele ao longo da estrada ascendente. O ideal é que esta pessoa seja a mais próxima nos vários relacionamentos humanos.

Trilhar a Senda é muito mais do que ser bem-sucedido nos exercícios e práticas da ioga. É um gradual enriquecimento e embelezamento de toda a natureza do aspirante, incluindo a autossensibilização com relação à presença da vida divina em todos os seres e na própria Natureza, ainda que somente nos níveis psíquico e intelectual no início.

O sucesso na ioga inclui a ampliação gradual e efetiva de toda a natureza intuitiva e intelectual do aspirante, para que ele comece a conhecer as grandes leis e princípios subjacentes à encarnação do Logos no universo, para que estes princípios possam começar a ser compartilhados com experiências em consciência, sendo isto parte do significado da palavra 'ioga'.

Na verdade, isto é ajudado pela meditação e sublimação e faz parte do seu valor na vida oculta. As qualidades de profunda compaixão e de uma grande suavidade são necessárias no desenvolvimento de uma natureza semelhante ao Cristo. Não se espera que ninguém faça mais em quaisquer destas direções do que está ao seu alcance; no entanto, estes são os ideais a serem lembrados."

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Ioga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 95/96)
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terça-feira, 11 de agosto de 2015

CALMA E DESAPEGO

"O iogue sábio procura uma indiferença interior aos acontecimento e às mudanças transitórias, assim como o capitão de um navio minimiza os desvios da verdadeira rota que, na ausência de sua atenção, poderiam ser causados pelo tempo, vento e pelas ondas. Existe uma clara distinção entre a atenção apropriada às pessoas e aos movimentos, e nosso relacionamento com ambos, bem como o reconhecimento interior da falta de importância relativa que têm para o desenvolvimento do Ego, exceto como orientações para a conduta futura.

A calma do lago tranquilo entre as montanhas num dia sem vento representa a condição ideal da natureza mental e emocional do iogue que deve ser submetido a crises sucessivas, nas quais deve viver, pois são inseparáveis da existência física fora do santuário. Quando possível, antes de ir dormir, restabeleça a natureza psíquica a este estado tranquilo, após ter observado devidamente e notado sem envolvimento passional os eventos do dia. A recitação da Palavra Sagrada antes de dormir é uma prática útil que beneficia todo o quaternário inferior.

Brisas suaves podem soprar sobre o lago tranquilo causando ondulações em sua superfície, que retorna imediatamente à tranquilidade após a sua passagem. Talvez com uma só exceção, as experiências de qualquer dia da vida terrena são comparáveis a estas brisas suaves. A exceção seria o erro pessoal, quer seja inadvertido ou deliberado. No primeiro caso, a completa calma deveria ser instantaneamente reassumida após cada experiência e toda a natureza pacificada antes de ir dormir. O erro deve ser corrigido e também reparado quando há outros envolvidos. Deve haver a determinação para não repetir o erro, e em seguida a restauração da calma - se necessário, entoando a Palavra Sagrada e elevando a consciência inteiramente acima do pessoal. Isso vai assegurar a entrada nos estudos e trabalhos noturnos, aparecimento diante dos Mestres e irmãos Iniciados, discípulos e aspirantes, e a percepção e recepção de decisões e ordens com uma mente calma e uma aura pacífica, livre de distorções e manchas.

O costume oriental de deixar atrás os calçados ao entrar num templo é um símbolo útil para deixarmos para trás as considerações mundanas antes de irmos dormir. É bem verdade que esta é uma orientação sutil para os aspirantes que são forçados a se submeter às condições de vida terrena entre pessoas de tipos diferentes e em vários graus de desenvolvimento. A ioga torna a pessoa cada vez mais sensível às condições externas e internas, apesar de conceder também mais calma e autocontrole. Este último deveria ser aumentado como um parte essencial da ioga. Calma mental imperturbável mesmo quando as emoções tiverem sido perturbadas - por outra pessoa, ou uma percepção intuitiva de um erro ou de uma desarmonia atual ou premente - este é o ideal."

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Ioga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 94/95)


quinta-feira, 6 de agosto de 2015

OS TIPOS DE NERVOSOS (PARTE FINAL)

"(...) Os psiquiatras vêm tratando seus pacientes com psicotrópicos, medicamentos (fármacos), que atuam sobre os nervos e sobre a mente. Aos abatidos prescrevem drogas, que produzam psicoanalepsia e neuroanalepsia, isto é, estimulantes da atividade mental (psicotônicos) e são neuroenergizantes ou antidepressivos e, assim, rajasificam os tamásicos. Aos agitados, ao contrário, tratam de levá-los à psicolepsia e nerolepsia, através de drogas calmantes, ataráxicas, tranquilizantes, hipnóticas, sedantes... conseguindo, destarte, reduzir a agitação rajásicas e relaxar tensões.

Com o mesmo critério, visando aos mesmos efeitos, a yogaterapia aplica suas técnicas psicolépticas ou psicanalépticas, isto é, tranquilizantes e estimulantes, respectivamente a nervosos rajásicos e nervosos tamásicos. 

Enquanto que as drogas acarretam efeitos colaterais indesejáveis, inclusive a 'dependência' ou vício e a intoxicação, as técnicas ensinadas neste livro, ao contrário, colaboram, sem quaisquer riscos ou prejuízos, para a libertação sattvizante do enfermo. 

Visando aos mesmos efeitos - tranquilizantes para o rajásico e antidepressivos para o tamásico -, a yogaterapia, em todos os aspectos da vida também prescreve: pensamentos, sentimentos, comportamentos, lazeres, música, esportes, alimentos, artes etc. Há sentimentos estimulantes. Também há os tranquilizantes. Certas músicas fazem dormir ou relaxar; outras atiçam, excitam. Alguns alimentos estimulam, outros acalmam.

Cada tipo de nervoso - rajásico ou tamásico - precisa optar sobre o que comer, qual a diversão, atividade, forma de artes, cores e emoções a evitar ou cultivar. (...)" 

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 100/101)


terça-feira, 4 de agosto de 2015

OS TIPOS DE NERVOSOS (2ª PARTE)

"(...) Cada ser, objeto e até mesmo cada fenômeno ou estado de ser resultam do jogo dos gunas. Há sempre um dominante, enquanto os dois outros são secundários e concomitantes. Quando numa pessoa sattva domina, ela é boa, feliz, sábia, sóbria, tranquila, harmoniosa, sã e santa, embora em todo santo reste ainda vestígios de intranquilidade ou de indolência, alguma coisa ainda não santa. Rajásico é o homem bruto, inquieto, conquistador, insatisfeito, lutador, agressivo, sem paz, sem pouso, ansioso, incalmo... No entanto, o mais rajásico dos ditadores é a custo que sufoca raros sátvicos impulsos de generosidade e, vez por outra, sente a tamásica necessidade de repouso e solicitações à indolência. Ninguém, de igual modo, é totalmente tamásico, isto é, inerte, indiferente, parado, amorfo, abatido e sem força. 

As pessoas são, assim, de três tipos, sattvicas, rajásicas e tamásicas. São normais quando sua fórmula triguna se mantém em razoável estabilidade. O equilíbrio do tamásico é de nível inferior. É um homem vencido, normalmente desanimado. O equilíbrio do combativo rajásico é uma oitava acima, mas é tenso, instável e sofrido. O homem sattvico é o próprio símbolo de maturidade, da calma e do equilíbrio.

As práticas de yoga aumentam a dimensão rajásica do tamásico, tirando-o do equilíbrio inferior, sacudindo-o para um viver menos estagnado, levando-o a produzir algo. No começo, isso acarreta sofrimento, pois nada mais doloroso para o indolente do que o toque do despertador a retirá-lo da inércia. Ele perde um pouco da cômoda negatividade, a fim de que possa caminhar para a frente. Ao sempre agitado homem rajásico, as práticas do yoga aumentam a dimensão sattvica, dando-lhe maior clareza e harmonia ao agir.

No sentido contrário ao do yoga, o viver inconsciente e desarvorado esvazia o homem de sua dose de satividade, comunicando-lhe agitação febril ou fazendo-o cair na inércia ou na depressão, e ele assim é apanhado pela desarmonia e pela enfermidade. O rajásico, de tanto exaurir-se na ação sem inteligência, por sua vez acaba se fatigando e adoece em tamas. (...)" 

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 98/99)

terça-feira, 30 de junho de 2015

A VIDA É CÍCLICA (PARTE FINAL)


"(...) O homem está passando da ideia do Deus Transcendental para a do Deus Imanente: Deus Imanente, acima de tudo, no mais profundo do coração do homem. Daí o rápido e extraordinário crescimento do interesse das pessoas pelo Misticismo, no Ocultismo, na Yoga e pela vida dos grandes Santos e Sábios. Há oitenta anos, um Mestre de Sabedoria fez notar que uma onda de misticismo estava varrendo a Europa. Agora ela está inundando o mundo inteiro e milhares de pessoas, voltando-se para dentro de si, tateiam em busca de Deus, procuram encontrá-Lo, buscam no seu interior o Reino dos Céus e a felicidade duradoura.

Esta é a verdadeira religião; como Dean Inge disse, o misticismo - o conhecimento direto de Deus - é a religião real, e sem seus grandes santos, conhecedores e amantes do Real, nenhum sistema religioso exotérico poderia durar. Mais e mais almas estão perscrutando seu próprio interior, tentando encontrar a realização divina. Isso nos leva a outro grande princípio da Natureza: tudo vem-a-ser. Dentro da bolota¹ está o futuro gigante da floresta; dentro da semente a adorável flor; e dentro da alma do homem, o futuro Deus, o Homem Perfeito. Está no destino do homem que um dia ele aprenda a mergulhar na misteriosa profundidade de seu glorioso ser, pois somente aí se encontra a verdadeira sabedoria e o verdadeiro poder de ajudar.

Essa necessidade humana está sendo preenchida hoje por numerosas escolas de pensamento oculto e místico, algumas sinceras e verdadeiras e outras menos sábias e não devidamente informadas.

(...) A Realidade é o fato puro e simples em toda parte, sem nome, sem rótulo, sem partido. Quando a Ela nos dirigimos, revestimo-la com roupas do pensamento, no qual fomos educados, ou estamos imersos. Mas a Realidade é Una, Simples e Bela. É o topo resplandecente da grande Montanha de Deus, e o homem minúsculo começa a ascendê-la, partindo de qualquer ponto em sua base e escolhe o caminho que melhor lhe parece. Mas, chega ao Cume Resplandecente, vê que todas as estradas se juntaram, e apenas resta aquilo que o nobre Plotino chamou ‘o voo do um para o Uno’."

¹ Bolota (acorn, no original) é o pequeno fruto do carvalho. (N.T.)

(Clara Codd - A Técnica da Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 11/12)
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sábado, 27 de junho de 2015

SAIBA OCUPAR-SE (PARTE FINAL)

"(...) O homem ocidental, atuado pela ansiedade, atraído pelo sucesso, esporeado por múltiplas ocupações, é infeliz e vulnerável. Ele precisa, para salvar-se de muitos problemas com os nervos, dar sabedoria a seu agir. Falando em linguagem yogue: substituir a rajacidade pela sattvidade.

Segundo o yoga, há um dinamismo intensíssimo no sábio, que, sentado, medita. Esse dinamismo não pode ser visualizado ou mesmo entendido pelo agitado homem pragmático do Ocidente. Um yoguin em ásana (postura) a meditar dá ao leigo a aparência de estar parado, improdutivo e perdendo tempo. No entanto, ele está num estado altamente dinâmico. Não é, como o homem vulgar o julga, preguiçoso, improdutivo e inoperante.

O preguiçoso é parado como as águas de um banhado. O nervoso homem de negócios é feito mar encapelado pela fúria da tempestade. O sábio que medita está parado, mas sua estática é vertical como a dos giroscópios. A estagnação horizontal do preguiçoso é doença. A agitação do negociante pode levá-lo à doença. A vertical estática na meditação do sábio o leva à santidade ou sanidade, que é a mesma coisa, e lhe descerra um tesouro de criatividade.

O homem superativo se gasta antes, durante e depois. Não se ocupa tão só com o que tem diante de si. Sofre por antecipação, pois se pré-ocupa. Ele sofre também com atraso, pois é presa de remorso, ressentimento ou tristeza pelo que fez, ele se pós-ocupa.

O sábio somente se ocupa. Não se pré-ocupa. Não se pós-ocupa. Não se consome no que está por vir. Não se empenha no que passou. Não sofre na espera. Não se martiriza rememorando. Ele segue o ensino bíblico, vivendo seu dia e deixando que o ontem ou o amanhã cuidem deles mesmos.

Não quer dizer que seja imprudente e irresponsável, mas acha que não é inteligente começar a dançar antes que a música toque nem continuar dançando depois que ela finda.

Sabe prever para prover e não para sofrer."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 193/194)
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sexta-feira, 26 de junho de 2015

SAIBA OCUPAR-SE (1ª PARTE)

"Chamamos ocupar-se o ato de empregar esforços e recursos para a realização de uma coisa qualquer, seja a solução de um problema, seja a criação de uma obra útil ou bonita, seja fazer qualquer coisa que, estando à nossa frente, não pode deixar de ser feita.

Ocupar-se com eficiência é obter o melhor resultado naquilo que se faz, usando para tal o mínimo de esforço. Ter eficiência é o ideal de todo aquele que trabalha. Depende de muitos fatores, desde a natureza da obra em que nos empenhamos, ao alcance dos meios materiais e instrumentos disponíveis, mas principalmente de concentração mental dirigida ao agir. Descobrir e usar o melhor método para aumentar o rendimento da ação constitui uma arte. É uma arte que deveríamos desenvolver. Yoga é definido por Krishna, no Gita como 'excelência na ação'. O que temos de fazer devemos fazer bem-feito, pois a ação ou obra imperfeita implica realmente numa dívida, a que ficamos vinculados ou presos. Só o perfeito agir ou fazer nos liberta, segundo a escola Suddha Dharma.

A PL (Perfeita Liberdade), moderna ordem religiosa do Japão, para a qual 'a vida é arte', ensina a seus fiéis agir com makoto: com perfeita integração e devoção no que está fazendo não importa a aparente humildade da obra. Aliás não existe obra humilde quando o agente realiza makoto. Quando o agente é mesquinho em si mesmo não importa administre um Estado, o que faz é mesquinho e imperfeito.

Yoga, diferente do que pensam erradamente muitos, não conduz à inação. É ao contrário uma filosofia da ação. É isso sim uma terapêutica contra a agitação. É muito comum confundir agitar-se com produzir. A ação inteligente é serena, mas firme. O homem criativo é sereno e não vive apressado, a sacudir-se aqui e ali, a correr trepidante de uma lado para outro, manejado pela afobação infecunda, fatigante e nervosa. (...)" 

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 192/193)
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sexta-feira, 10 de abril de 2015

ISHVARAPRANIDHANA (2ª PARTE)

"(...) A vida, de certa forma, parece com a crise de asma. Quando sobrevém, a vítima, sentindo-se meio afogada, desencadeia os maiores esforços no sentido de respirar mais fundo e, quanto mais se esforça, mais cresce a tensão e consequentemente a dificuldade de respirar, pois o esforço redobra desastrosamente a produção de secreção, além de acentuar a necessidade respiratória. Muita gente tem melhorado com um simples truque que tenho ensinado. Consiste em recostar-se frouxamente, imóvel e, sem medo, com a mais perfeita confiança, e mentalmente dizer: 'Deus tomará conta de mim.' Com isso, a crise vai-se reduzindo até cessar de todo.

Quem sabe fazer ishvarapranidhana não se perturba diante de nada. Como filho que confia no pai, acata a resposta que este lhe dá. Aceita o que lhe é concedido. Seja o que for.

O yogue procura afinar sua vontade com a de Deus, e nessa sintonia desconhece drama, angústia e desespero, vencendo todas as crises.

Aqui como em outras partes, uma apreciação viciosa poderá ver neste preceito um conselho à indolência, à indiferença, à irresponsabilidade. Seria realmente estúpida uma atitude de tal comodismo, um viver passivo e inútil, à espera (somente) de Deus. Tal forma de parasitismo não é ishvarapranidhana. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 239/240)
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quinta-feira, 9 de abril de 2015

ISHVARAPRANIDHANA (1ª PARTE)

"Fecundo preceito da moral terapêutica do yoga, ishvarapranidhana, considero o número um em capacidade de dar paz, saúde e equanimidade imediatas. Consiste em entregar-se definitiva e incondicionalmente a Deus. Milhões de pessoas dizem diariamente em oração 'seja feita a vossa vontade' e desses milhões raríssimos entendem e cumprem o que estão dizendo. O importante não é dizer, não é falar. O que realmente vale é viver. É aceitar a sábia vontade de Deus, que é Lei Universal. Não seja você como a imensa maioria que, ao mesmo tempo que diz que fará a viagem ou casará no dia tal, 'se Deus quiser', mentalmente diz 'se Ele não quiser eu me zango e fico decepcionado com Ele'.

Quem se arrependerá de entregar-se todo e entregar tudo ao Onipotente, Onipresente e Onisciente?!

Quase todos cometemos a infantilidade de entristecer-nos com o encontrar fechada a porta que desejávamos aberta. E no entanto, a porta que estava fechada poderia ser a porta de nossa perdição. Quase todos nós somos incapazes de dar 'graças a Deus', com autêntica alegria, por termos perdido o avião. Ao contrário, somos impulsionados a crispar os dedos amaldiçoando o tráfego que nos atrasou a chegada ao aeroporto.

Quem de nós é capaz de receber como graça de Deus a perda de uma propriedade, uma amizade, ou qualquer coisa a que damos muito valor? Sem relutância, no entanto, pagamos um pequena fortuna para o cirurgião amputar-nos uma perna gangrenada.

Deus - diz o verdadeiro cristão (yoguin) - sabe muito mais do que eu aquilo que convém. 'Eu não entendo por que, mas sei que a enchente que me estragou os móveis não é outra coisa que manifestação de Deus.' (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 238/239)


quarta-feira, 25 de março de 2015

DESCUBRA A VERDADE QUE BRILHA DENTRO DE VOCÊ

"A língua não deve falar mal. Os olhos não devem contemplar o mal. Os ouvidos não devem aspirar a ouvir o mal. A presença de Deus em cada ser santifica-o. Quando você pensa mal dos outros, equivale a pensar mal de Deus. Quando, obedecendo à convenção, se dirigir aos outros como 'irmãos e irmãs' (sodara sodarimanulaara), deve cultivar (também) o sentimento de que Deus é o Pai e que vocês realmente são irmãos e irmãs, cada um em relação aos demais. Esta fraternidade é mais real e profunda que a consanguínea, pois aqui a propriedade paterna, pela qual vocês se esforçam, pode ser partilhada sem que a parte de cada um seja diminuída de qualquer maneira. Quando a plenitude (purna) é subtraída da plenitude, o saldo ainda é a plenitude. 

Uma cabaça, quando verde, afunda na água, mas, estando seca flutua. Torne-se seco, descartando apegos, desejos, ansiedades e preocupações. Só assim flutuará incólume nas águas irrequietas. Até mesmo a água, ao tornar-se, vapor, ascendo ao céu. Torne-se leve. Perca peso, e flutue, tanto que possa subir cada vez mais alto. Yoga é definido como 'suspensão das agitações da substância mental' (chithitha vrithithi nirodha). Yoga, portanto, é a supressão dos impulsos que agitam a consciência interna do homem. Tais impulsos aumentam o lastro. Livre-se dos desejos que o atraem para baixo. Conserve somente a ânsia de encontrar-se face a face com a Verdade. Essa Verdade brilha dentro de você, aguardando ser descoberta. Como a lavadeira que está morrendo de sede, embora a água do rio lhe chegue aos joelhos, o homem sofre, não obstante tenha o remédio perfeito ao alcance da mão."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 153/154)


terça-feira, 30 de dezembro de 2014

A LUZ DO MUNDO

"É de supor-se que, no 'Sermão do Monte', quando Jesus Cristo proclamou 'vós sois a Luz do mundo', muitos ouvintes, se não todos, cada um, consciente de sua própria escuridão, provavelmente tenha refugado tal 'heresia' (!). Noutra ocasião declarou: 'Eu Sou a Luz do Mundo.' Com isto o Cristo teria afirmado: 'vocês são a mesma Luz que Eu Sou'. Os incrédulos ficariam ainda mais pasmados. E você?!

Acate esta verdade do Divino Mestre. Ele não engana e nem se engana. Confesso que, em mim mesmo, pelo que de meu ego irreal conheço, às vezes sinto dificuldade. Mas, venço a dúvida e aceito que Ele e eu somos um, tanto quanto Ele e o Pai também o são. Esta afirmação, mesmo sendo apenas uma crença, que ainda não se plenificou em vivência, tem-me feito um bem enorme. E tem ajudado àqueles que, instruídos por mim, passando a cultivar esta grandiosa crença, aos poucos vão conseguindo se libertar da autocondenação à condição de pecadores, frágeis, vencidos e infelizes.

Acredite: você, eu, todos somos Paramjyotir (a Luz Divina, a 'Luz do Mundo'). Aí você questiona: se é assim, por que ainda não resplandecemos: Com seu belo falar, Cristo sugere que a Luz que somos está escondida debaixo de um 'balde' emborcado. Disse-o no mesmo sermão, ao lembrar que 'ninguém acende uma vela e a coloca debaixo de um alqueire'. No mesmo discurso, avançando mais, exortou os presentes nestes termos: que a vossa luz brilhe diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus (Mt 5:16). Se removermos o balde, a Luz estará liberta para servir aos outros homens. Sai Baba igualmente declara que já somos Luz:
O coração do ser humano é como o Sol brilhando constantemente. Exatamente como o passar das nuvens obstruem temporariamente a visão do Sol, o apego ao mundo e as preocupações e problemas obstruirão o explendor do Ser Interno. Mas, uma vez que as nuvens clareiem, você percebe o Ser que brilha no âmago. (In Sanathana Sarathi, 5:93)
Para uma grande realização yóguica, não podemos dispensar a certeza de que já somos a Divina Luz. Somos a Luz do Mundo (Paramjyotir). Não temos de ainda acendê-la. Já somos! Já está acesa. O processo evolutivo consciente e voluntário conhecido como Yoga consiste em 'libertar' a Luz de todas as opacidades e obstáculos que a ocultam. Conforme ensina Sai Baba, se a manga do candeeiro estiver suja, precisamos remover-lhe a fuligem para que a luz brilhe. A remoção do 'balde' e a limpeza da fuligem é Yoga. As incessantes mudanças que se processam na substância mental (pensamentos, lembranças, imagens...) constituem uma compacta camada de fuligem que esconde a Luz que somos. A parada da mente é como remover o 'balde'. Nossa Luz brilhará para o mundo."

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1994 - p. 20/21)
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domingo, 21 de dezembro de 2014

ASANGA (1ª PARTE)

"Em muitos de seus versículos, a Gita alerta o aspirante ao yoga, o candidato à saúde e à integração psicossomática, que não se deixe dominar pelos objetos dos sentidos. Quem vive a gratificar os sentidos, cada vez mais, vai se tornando escravo do prazer e do desejo de maior prazer. Não pode haver libertação para aquele que se deixa dominar pela sede dos sentidos (indriyas), pela sensualidade. Quem aspira à conquista da mente, tem de manter-se alerta, a fim de não cair vítima da obsessão sensual. A psicologia e a higiene mental do Ocidente também recomendam que não se deve atender à sede de sensualidade, e mostram não ser sadio gratificar os sentidos. 

Sanga quer dizer o gozo dos prazeres sensuais ou a gratificação dos sentidos. O yogui pratica asanga, isto é, a negação de sanga. Asanga é liberdade. Sanga, servidão.

A maioria dos homens vulgares, tentando, de maneira vã, um alívio para seus dramas, buscando, sem resultado, um preenchimento para o vácuo de seu viver sem rumo, querendo um lenitivo para seu tédio e buscando uma felicidade mítica, persegue novos e mais excitantes prazeres sensuais. O que consegue é apenas perseguir miragens, disfarçar a infelicidade, com o consequente agravamento dessa infelicidade e maior desgaste de sua energia nervosa. Se ansiedades e frustrações são como fogueira a queimar, as concessões à sensualidade são como a tentativa de apagá-la jogando mais gasolina em cima. Os sentidos indiscutivelmente são insaciáveis. Nenhum prazer, por mais intenso e inusitado que seja, conseguirá satisfazê-los. Quem tenta provar o contrário - e são quase todos - comete imprudência e só consegue desengano. É um recomeçar desalentador... 

Se a mente é uma fogueira, asanga é negar-lhe o combustível. A dieta e o jejum dos sentidos, que a psiquiatria e a higiene mental de hoje recomendam, é este sábio procedimento aconselhado pela yoga há muitos milhares de anos. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 195/196)


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

SEXO E VIDA (PARTE FINAL)

"(...) Para terminar, eu diria que seu bem-estar e saúde psicossomática serão muito beneficiados se, sexualmente, você se comportar com pureza e castidade. Seja casto. Para isso, aprenda a amar integralmente, a partir do plano espiritual. Faça do ato sexual apenas uma parte do amor divinizado e divinizante. Seja natural. Atenda aos impulsos salutares e normais. Evite o artificial, o antinatural. Defenda-se contra a dissipação engendrada pela erotização industrializada de nosso tempo. Não caia na dependência erótica. (...)

Quando você e o ser amado se extasiarem mutuamente num olhar cheio de divina ternura e apenas com isso se sentirem plenamente satisfeitos, não pensem em impotência. Ao contrário, exultem, pois estão alcançando, na vida sexual, um plano inacessível aos animais e aos imaturos.

Sendo você um praticante de yoga, nem de leve receie impotência. A impotência ou frieza pode ter causa anatômica ou fisiológica. Quanto à primeira, às vezes só o trabalho cirúrgico. Quanto à segunda, o yoga resolve, quer se trate de anormalidade funcional, quer seja causada por desnutrição ou envelhecimento endócrino, quer seja de origem psíquica.

A prática do yoga proporciona muita energia sexual, mas, ao mesmo tempo, tranquilizando e reequilibrando a mente, vai corrigindo as causas psíquicas da genitomania.

O yoguim é rico em potencial, mas tem a tranquilidade sóbria de quem é soberano. A soberania nasce da equanimidade."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 236/237)
www.record.com.br


sábado, 1 de novembro de 2014

SEGURANÇA NUM MUNDO INCERTO (3ª PARTE)

"(...) A solidariedade ampla e o discernimento intuitivo, necessários para curar os males terrestres, não podem resultar de mera consideração intelectual da diversidade humana, mas sim do conhecimento da unidade profunda dos homens: seu parentesco com Deus. Para atingir o supremo ideal do mundo - paz por meio da fraternidade - possa a yoga, a ciência da comunhão pessoal com a Divinidade, espalhar-se com o tempo entre todos os homens, em todas as terras. A sombria marcha dos acontecimentos políticos no mundo aponta para a verdade inexorável de que, sem visão espiritual, os povos perecem. A ciência, se a religião não o fez, despertou na humanidade uma inquietante sensação da insegurança e, também, da insubstancialidade de todas as coisas materiais. Para onde pode o homem ir agora, com certeza, se não para a sua Fonte e Origem, o Espírito que nele habita?

A Era Atômica verá a mente dos homens tornar-se mais sensata e mais aberta pela verdade - agora cientificamente inegável - de que a matéria é, em realidade, uma concentração de energia. A mente humana pode e precisa liberar dentro de si mesma energias maiores do que as contidas nas pedras e nos metais, a fim de que o gigante atômico material, recentemente desencadeado, não se volte contra o mundo em insana destruição. Um benefício indireto da preocupação da humanidade com as bombas atômicas pode ser um maior interesse prático pela ciência Yoga, um verdadeiro 'abrigo à prova de bombas'. Neste mundo sempre haverá tumultos e dificuldades. Por que se preocupar? Dirija-se ao abrigo de Deus, para onde os Mestres têm ido e de onde estão observando e auxiliando o mundo. Você terá segurança para sempre, não apenas para você, mas também para todos os entes queridos que foram confiados aos seus cuidados, por nosso Senhor e Pai.

Felicidade verdadeira, felicidade duradoura só existe em Deus, 'Aquele a quem, quando se tem, nada que se venha a obter é maior'. Nele está a única segurança, o único abrigo, a única salvação para todos os nossos temores. Você não tem nenhuma outra segurança no mundo, nenhuma outra liberdade. A única liberdade verdadeira está em Deus. Portanto, esforce-se seriamente para estabelecer um contato com Ele na meditação, pela manhã e à noite, e também ao longo do dia, em todo trabalho e tarefa que você executar. A yoga ensina que onde Deus está, não há temor nem tristeza. O iogue bem-sucedido pode ficar sem ser abalado em meio ao choque de mundos em colisão. Ele está seguro, na compreensão de que : 'Senhor, onde eu estou, ali Tu tens de vir'. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 45/47)

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

OS ILUMINADOS (PARTE FINAL)

A Encarnação da Sabedoria

"Yukteswar foi mestre de Yogananda. Ele estava de passagem por Benares, em visita a sua mãe, quando Yogananda o encontrou. Seu eremitério principal era, então, em Serampore, a 20 km de Calcutá. No prefácio à edição norte americana do livro Autobiografia de um Iogue Contemporâneo, de Yogananda, um de seus discípulos assim descreve Yukteswar:

‘Sri Yukteswar dirigia um tranquilo ashram à beira-mar, em Pui, Orissa, Baía de Bengala, ocupando-se principalmente do treinamento espiritual de um grupo de jovens discípulos. Seu maior discípulo e emissário ao Ocidente, em 1920, foi Yogananda, a quem muito amava.

Era de semblante e voz suave, de presença agradável e digno da veneração que seus discípulos espontaneamente lhe tributavam. Sua figura era alta, ereta, ascética, envolta no hábito cor-de-açafrão dos que renunciaram às conquistas mundanas. Seu cabelo era longo e ligeiramente ondulado, e a barba lhe emoldurava o rosto. O corpo, de musculatura firme, era delgado e de proporções harmoniosas; seu passo, enérgico. (...) Foi em Pui, em 1936, que Sri Yukstewar fechou seus olhos mortais às cenas desse transitório estado do ser, com a consciência de que sua missão na Terra fora cumprida.’

O iluminado da Espiritualidade

Lahri Mahasaya foi mestre dos pais de Yogananda, a quem iniciou na prática espiritual da Kriya ioga, uma técnica iogue que acalma e silencia o tumulto sensorial, permitindo ao homem alcançar identidade crescente com a consciência cósmica. (...)

Lahri Mahasaya deixou este mundo pouco depois do nascimento de Yogananda (1893) e continuou a ser venerado pela família.

Sobre Lahri Mahasaya contam-se muitas curas milagorsas. É o próprio Yogananda quem conta, em seu livro Autobiografia de um Iogue Contemporâneo, ter-se curado milagrosamente de cólera asiático graças ao retrato de Lahry Mahasaya. Estava desenganado pelos médicos e sua mãe mandou-o então olhar fixamente o retrato do mestre: ‘Olhei fixamente a fotografia e contemplei uma luz cegadora que envolvia meu corpo e o quarto inteiro. Minha náusea e os outros sintomas incontroláveis desapareceram; eu estava curado.’"

(Equipe da Revista Planeta - Os iluminados - Planeta Extra Raja Ioga, março de 1984 - p. 51/58)

sábado, 9 de agosto de 2014

OS ILUMINADOS (5ª PARTE)

O Grande Reformulador

"Aurobindo, vidente hindu, filósofo, poeta e patriota, nasceu em Calcutá a 15 de agosto de 1872. Após estudos na Inglaterra, retornou à Índia em 1893, sendo um dos líderes revolucionários nacionalistas que lutaram pela independência. Nessa mesma época ele iniciou-se em ioga. Após ser julgado e absolvido em um caso de bomba em 1908, ele deixou a política e retirou-se para Pondicherry, onde viveu até a sua morte, a 5 de dezembro de 1950.

A vida política de Aurobindo foi inspirada em motivos espirituais, e depois dedicou-se à descoberta da maneira pela qual o Universo podia tornar-se divino. (...)

A mensagem filosófica de Aurobindo é de esperança, porque ele anuncia a salvação cósmica, na qual o homem e o universo estão destinados a se tornarem divinos. Isso é determinado pela lei da evolução. (...)

O Iluminado do Amor

Paramahansa Yogananda, também chamado de Supremo Cisne, nasceu a 5 de janeiro de 1893, em Gorakhpur, Nordeste da Índia, perto das montanhas do Himalaia. Após concluir o curso secundário decide ir para um eremitério em Benares, separando-se da família para entregar-se à disciplina espiritual de sua busca divina. É nessa época que Yogananda encontra-se pela primeira vez com o seu guru, Swami Sri Yukteswar Gíri, ‘a face divina que vira milhares de visões’, acontecimento que viria marcar profundamente a sua existência terrena. Yogananda atingiu alto grau de perfeição, chegando mesmo a realizar muitas curas físicas, e, mesmo após a sua morte material ocorrida a 7 de março de 1952, o seu corpo não apresentou nenhuma espécie de deterioração ou modificação durante os muitos dias que ficou exposto, conservando, inclusive, um grande brilho em sua pele. Deixou duas organizações não sectárias e não lucrativas: Self-Realization Fellowship (SRF), em Los Angeles, EUA, e Yogôda Satsanga (YSS), em Dakshinéswar, na Índia. O mestre declarava que, através dessas instituições, a mensagem liberadora de Krya ioga (a união com o infinito por meio de certa ação ou rito) seria difundida por todas as partes do mundo."

(Equipe da Revista Planeta - Os iluminados - Planeta Extra Raja Ioga, março de 1984 - p. 51/58)


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

OS ILUMINADOS (2ª PARTE)

O Iluminado de Nazaré

"Jesus Cristo (do hebraico ‘Jeová é a salvação’ e do grego Christos, ‘ungido’) nasceu numa aldeia da Judeia, Belém, a pouca distância de Jerusalém. Para os cristão representa a salvação, e, para o povo hebreu, é o eleito do Senhor, o Messias esperado durante séculos e anunciado pelos profetas do Antigo Testamento. Tendo se refugiado no Egito com a sua família, depois de um sonho premonitor de José, retornou a Nazaré, onde teria levado, até os 30 anos, uma vida obscura. Tal fato não é explicado nem mesmo pela própria Bíblia, o que levou alguns pesquisadores a levantar a hipótese de que o Nazareno teria realizado prováveis viagens ao Extremo Oriente. Anunciado por João Batista, reconhecido por este como o Messias, Jesus retirou-se para o deserto, onde permaneceu 40 dias em jejum e meditação. Depois disso iniciou sua predicação, donde surgiria uma nova visão religiosa, moral e social destinada a operar uma profunda transformação no mundo. Juntamente com os doze apóstolos, que ele próprio havia chamado para si e que continuariam a sua obra com a fundação das primeiras comunidades cristãs, Jesus andou pela Palestina, predicando às multidões e realizando milagres. Como filho de Deus, sua pessoa reúne duas naturezas, a humana e a divina, pelo que é considerado o Deus-homem que se encarnou e apareceu na Terra para anunciar o advento do reino de Deus.

O Grande Trabalhador

Ramatis nasceu por volta do século X, no ano de 993, na Indochina, onde fundou e dirigiu um grande templo iniciático. Portador de profundos conhecimentos esotéricos, alcançou através das práticas alto grau de perfeição espiritual. Ramatis tem laços indiretos com as estruturas da ioga. Foi um dos que em vida também obteve alto grau de perfeição, chegando em muitas citações serem evidenciadas suas qualidades e características de iluminado espiritual. Seu trabalho na Terra foi em grande parte a favor dos necessitados, material ou espiritualmente. Sua grande obra não foi esquecida e teve continuidade nas mais diversas regiões do mundo."

(Equipe da Revista Planeta - Os iluminados - Planeta Extra Raja Ioga, março de 1984 - p. 51/58)