OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


Mostrando postagens com marcador meditar. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador meditar. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 3 de maio de 2022

PENSAMENTOS E EMOÇÕES: AS ONDAS E O OCEANO (1ª PARTE)

"Quando as pessoas começam a meditar, sempre dizem que seus pensamentos estão desenfreados e tornam-se mais agitados do que nunca. Mas eu as tranquilizo dizendo que esse é um bom sinal. Longe de significar que seus pensamentos estão muito agitados, isso mostra que você ficou mais tranquilo e está finalmente cônscio do quão ruidosos seus pensamentos sempre foram. Não se desencoraje ou desista. O que quer que surja, apenas mantenha-se presente e continue voltando-se para a sua respiração, mesmo no meio da maior confusão.

Nas antigas instruções de meditação, dizia-se que de início os pensamentos chegarão um sobre o outro, ininterruptos, como uma cascata na montanha escarpada. Aos poucos, à medida que se aperfeiçoa a meditação, eles se tornam como a água numa garganta estreita, depois como um grande rio correndo vagaroso para o mar, e por fim a mente se torna um oceano plácido e imóvel, agitado apenas pelo marulho ou onda ocasional. 

Às vezes as pessoas pensam que quando meditam não deveria haver pensamentos ou emoções de espécie alguma; e quando surgem pensamentos e emoções, elas se aborrecem e se exasperam consigo mesmas, achando que fracassaram. Nada pode estar mais distante da verdade. Há um ditado tibetano que diz: 'É querer demais pedir carne sem osso, e chá sem folhas'. Enquanto houver mente, haverá pensamentos e emoções. 

Tal como o oceano tem ondas e o sol tem raios, a radiância própria da mente são seus pensamentos e emoções. O oceano tem ondas, mas não é particularmente perturbado por elas. As ondas são a natureza mesma do oceano, As ondas aparecem, mas para onde vão? De volta ao oceano. E de onde vêm? Do oceano. Do mesmo modo, pensamentos e emoções são a radiância e a expressão da verdadeira natureza da mente. Eles surgem na mente, mas onde se dissolvem? Na própria mente. O que quer que apareça, não o encare como um problema particular, se você não reage de maneira impulsiva, se sabe ser apenas paciente, isso assentará novamente em sua natureza essencial. 

Quando você tiver essa compreensão, os pensamentos que emergem apenas intensificarão sua prática. Mas, quando você não compreende o que eles intrinsecamente são - a radiância da natureza de sua mente -, seus pensamentos se tornam sementes de confusão. Assim, tenha uma atitude aberta, ampla e compassiva em relação a seus pensamentos e emoções, porque de fato eles são sua família, a família da sua mente. Diante deles, pense no que costumava dizer Dudjom Rinpoche: 'Seja como um velho sábio vendo uma criança brincar'" ... continua.

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Palas Athena, São Paulo, 2000 - p. 106/107)
Imagem: Pinterest.


terça-feira, 24 de dezembro de 2019

QUE CRISTO TENHA UMA SEGUNDA VINDA EM VOCÊ

"Que Cristo tenha uma Segunda Vinda em sua consciência! Esta é a minha humilde oração de hoje para você. E concedo esta bênção especial a todos: se meditarem profundamente no período do Natal, sentirão a presença de Cristo. Perceber Cristo no coração é o maior presente que eu poderia dar. Mas estenda as mãos para recebê-lo - medite.

Nesta época, os anjos no éter celebram o Natal. Uma Luz Infinita brilhou na Terra no primeiro Natal, e a cada ano, neste período sagrado, o éter fica repleto dessa Luz. Homenagear Cristo na meditação é a verdadeira celebração. Que possamos iniciar uma nova era na Terra comemorando o Natal espiritual em todos os lugares! Onde quer que você esteja, diga aos seus amigos para passarem um dia meditando na época do Natal. Então o dia 25 de dezembro será um verdadeiro nascimento de Cristo no coração.

Cristo é a alegria da meditação. Esta é a percepção que você tem nas horas mais profundas de silêncio. E este é o meu voto para você: que possa trazer Cristo a seu coração todos os dias, todas as horas.(...)"

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a Autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 174/175)

segunda-feira, 12 de março de 2018

O CAMINHO DO MEIO (PARTE FINAL)

"(...) A yoga não diz que devemos nos tornar indiferentes aos objetos. Eles continuam a existir, os sentidos estão vivos, a mente percebe, mas não se move. Viajar sem mover-se é uma parte importante do aprendizado, porque o movimento origina-se no eu. Podemos nos colocar na posição de outro sem sairmos do lugar. Talvez precisemos meditar sobre isso e aprender a conhecer a natureza do movimento. O caminho do meio conduz a uma ordem superior que torna possível viver de maneira diferente. Também é chamado de senda do fio da navalha, porque o fio é tão afiado que precisamos aprender a andar por ele; depois fica fácil.

A escritura cristã diz 'apertado é o portão, estreito o caminho'. Esse é o caminho que devemos trilhar. Parece difícil quando visto pela personalidade, mas a austeridade chega por si mesma quando começamos a trilhar a senda. Vem naturalmente e não como algo que foi aprendido e exercitado. Muitos de nós somos autoindulgentes: vemos algo belo e logo o queremos. Podemos ter uma vida na qual não haja austeridade nem autoindulgência? Queremos comer ou ter algo que não é bom para nós. Certamente temos que cuidar do corpo, mantê-lo limpo e útil, mas não é bom dar-lhe demasiada atenção como fazem muitas pessoas.

Chegamos ao equilíbrio através da vigilância. A memória pode fazer muitos males aos seres humanos. Como a mente pode ficar tranquila? Ver que a mente trabalha apenas quando necessário é tornar-se cônscio e saber. O Mestre escreveu numa carta a Sinnett: 'Lembre que as expectativas ansiosas não são apenas sérias, mas perigosas. Todo movimento e vibração do coração desperta paixões. Quem busca o conhecimento não deve ser indulgente com as afeições'.

Às vezes as pessoas dizem que desejam chegar a tal ou qual estágio na vida espiritual, mas o querer nada tem a ver com isso. É melhor não desejar com muita paixão, muito seriamente aquilo que queremos atingir. O próprio desejo pode impedir essa possibilidade. Consideremos por nós mesmos qual é o caminho do meio, não por uma visão sectária ou budista, mas claramente de acordo com nosso julgamento atual. Uma coisa que o dificulta é a pressão que sofremos da sociedade, de nossas famílias e de nossos amigos. Pensam que devemos nos comportar como eles. Será que poderemos nos livrar interiormente, não ficarmos amarrados à religião ou às circunstâncias sociais em que nos encontramos?"

(Radha Burnier - O caminho do meio - TheoSophia, Ano 99, Janeiro/Fevereiro/Março de 2010 - Pub. da Sociedade Teosófica do Brasil - p. 10)


quarta-feira, 6 de setembro de 2017

DANDO UM TEMPO

"As pessoas perguntam sempre: 'Por quanto tempo devo meditar? E quando? Devo praticar vinte minutos pela manhã e à noite, ou é melhor fazer várias sessões curtas, ao longo do dia?' Sim, é bom meditar durante vinte minutos, mas isso não significa que vinte minutos é o limite. Nunca li nada sobre vinte minutos nas escrituras; acho que essa é uma noção que foi inventada no Ocidente, e costumo chamá-la de 'Tempo-Padrão Ocidental de Meditação'. A questão não é por quanto tempo você vai meditar, a questão é saber se a meditação de fato lhe traz certo estado de presença mental em que você está um pouco aberto e pode entrar em contato com a essência do seu coração. E cinco minutos de prática sentado, plenamente consciente, têm valor muito maior do que vinte minutos de cochilo!

Dudjom Rinpoch dizia que um iniciante devia praticar em sessões curtas. Praticar por quatro ou cinco minutos e então fazer uma pequena pausa de apenas um minuto. Durante a pausa deixar o método de lado, mas não abandonar o estado desperto de sua consciência. É curioso que às vezes, quando você está lutando para praticar corretamente, no exato momento em que descansa do método - se ainda está alerta e no presente - é que a meditação de fato acontece. Por isso a interrupção é parte tão importante da meditação quanto o sentar-se em si. Às vezes digo a alunos que estão tendo problemas com a prática para praticarem durante a interrupção e descansarem durante a meditação!

Sente-se por um curto período de tempo, então descanse, um pequeno descanso de cerca de trinta segundos ou um minuto. Mas mantenha-se consciente do que faz, e não perca sua presença e seu relaxamento natural. Então ponha-se desperto e sente-se outra vez. Se fizer muitas sessões curtas como essas, os intervalos frequentemente farão sua meditação mais real e mais inspiradora; elas podem livrar sua prática da rigidez, solenidade e artificialismo toscos e maçantes, trazendo mais concentração e leveza. De modo gradativo, através dessa ação recíproca do descanso e do sentar-se, a barreira entre a meditação e a vida cotidiana desmoronará, o contraste entre elas se dissolverá e você se encontrará cada vez mais em sua pura presença natural, sem distração. Então, como diz Dudjom Rinpoche, 'mesmo que o meditador deixe a meditação, a meditação não deixará o meditador'."

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 110/111


domingo, 8 de janeiro de 2017

AS TRÊS FERRAMENTAS DA SABEDORIA (1ª PARTE)

"O caminho para descobrir a liberdade da sabedoria da ausência do ego, segundo os mestres, passa pelos processos de ouvir e escutar, contemplar e refletir, e meditar. Eles nos aconselham a começar pelo ouvir repetidamente os ensinamentos espirituais. Ouvindo, eles nos recordarão uma e outra vez da nossa oculta natureza de sabedoria. É como se fôssemos aquela pessoa que pedi que imaginassem sofrendo de amnésia numa cama de hospital, e alguém que nos amasse e se importasse conosco estivesse nos sussurrando no ouvido o nosso verdadeiro nome, mostrando-nos fotografias de família e de velhos amigos, tentando trazer de volta o conhecimento da nossa identidade perdida. Gradualmente, ao ouvir os ensinamentos, certas passagens e visões interiores neles contidos farão vibrar um estranho acorde em nós, lembranças da nossa verdadeira natureza começarão a voltar pouco a pouco, despertando um profundo sentimento de alguma coisa despretensiosa e misteriosamente familiar. 

Ouvir é um processo muito mais difícil do que a maioria das pessoas imagina; ouvir realmente, da maneira que os mestres se referem, é abrir mão de si mesmo, de todas as informações, conceitos, ideias e preconceitos que enchem nossas cabeças. Se você de fato ouvir os ensinamentos, aqueles conceitos que são o verdadeiro obstáculo, a única coisa que se interpõe entre nós e nossa natureza real, podem lenta mas firmemente ser eliminados. (...)"

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 165)


domingo, 25 de dezembro de 2016

MUDANÇAS CONSTANTES (PARTE FINAL)

"(...) As crianças permanecem felizes mesmo em circunstâncias difíceis. Elas brincam, distraem-se  com qualquer coisa que haja em torno e continuam felizes. A questão de aceitar ou não as mudanças não surge no caso das crianças, porque para elas a vida é uma brincadeira; quando o brinquedo deixa de ser interessante, elas simplesmente o abandonam para fazer alguma outra coisa. Assim, quase como uma criança, podemos abrir mão de algo divertido ou belo. Mas não conseguimos fazê-lo quando a coisa permanece na memória; queremos experienciar o mesmo repetidamente, talvez com alguma pequena mudança que nos agrade. Portanto, o sentimento do 'eu' é criado por uma atitude que recusa aceitar o que não pode ser eterno.

Nenhum de nós é o tipo de indivíduo independente que pensamos ser. Faz parte do eu imaginar-se um indivíduo forte (se possível, mais forte do que qualquer outro). Mas se investigarmos em profundidade, descobriremos que, como qualquer outra pessoa, somos dependentes de muitas coisas diferentes para nossa existência, e que é enganoso o conceito de uma entidade permanentemente independente.

É útil não apenas pensar, mas também meditar a respeito disso. Não será de curta duração esse corpo e essa situação na qual nos encontramos? Podemos viver durante cem anos, mas o que são cem anos na história? Nada. Assim, as perguntas que temos de nos fazer são: 'O que vive realmente? O que é o sentimento de ego que surge em nós?' Devemos responder a essa pergunta por nós mesmos. Certamente existem filosofias que afirmam existir um Atman (espírito universal) permanente, a raiz de tudo que existe. Mesmo que seja assim, temos que entender o pequeno eu e as muitas coisas que experienciamos como ilusão."

(Radha Burnier - O caminho do desapego - Revista Sophia, Ano 10, nº 40 - p. 22)

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

A GRADUAL MUDANÇA NA ATITUDE (1ª PARTE)

"Fica assim claro que meditar é aproximar-se do Supremo que está no interior, e, devido a essa incursão o mundo interno cresce, fica mais vívido e real, enquanto o externo perde muito de sua influência e realidade. Isso fica bem evidente nos estágios mais avançados da meditação. 

Diz A Voz do Silêncio: 'Porque quando para si mesmo a sua própria forma parece irreal, como o parecem, ao acordar todas as formas vistas em sonhos. Quando deixar de ouvir os muitos, poderá perceber o uno - o som interior que mata o exterior'¹⁸. 

Santa Teresa d'Avila descreve um fenômeno similar: 'Olho para baixo, para o mundo, como se fora de uma grande altura e muito pouco me importa o que dizem ou sabem a meu respeito. Nosso Senhor tornou minha vida agora uma espécie de sonho, pois quase sempre o que vejo parece-me como um sonho, nem tenho grande sensação de prazer ou de dor'. 

Este é o começo da ida 'do irreal para o Real'. Nosso corpo nos parece real, nossas emoções nos parecem reais, nosso pensamento nos parece importante, porque ainda não percebemos a Divindade interior. O sábio Shankaracharia diz que assim como os sonhos parecem verdadeiros enquanto a pessoa não desperta, assim é a identificação de alguém com o corpo, etc. e a autenticidade das percepções sensoriais e de tudo mais pertencente ao estado de vigília continua, enquanto não houver o 'Autoconhecimento'. (...)"

¹⁸ Editora Teosófica, Brasília, 2012, pp. 89-90. (N.E.)

(Clara Codd - A Técnica da Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 69/70)
www.editorateosofica.com.br


sexta-feira, 10 de junho de 2016

VIDA ESPIRITUAL

"Nos primeiros passos na senda espiritual, o aspirante, já convencido da impossibilidade de ser feliz mediante o agir somente para si (e às vezes em detrimento do descanso, e sem pensar em Deus e no próximo), deseja libertar-se e, para tanto, se decide a administrar seu tempo e suas energias.

Passa a orar, a meditar... como que se dedicando a Deus. Mas, lá no fundo da alma, o que pretende é convencer Deus de lhe dar mais poder, mais alegrias, mais preenchimento, mais satisfação...

Passa a desenvolver atividade caridosa ostensiva... Mas, lá no fundo da alma, pensa assim: 'Com isto estou agradando a Deus, portanto,  Ele vai me dar isto e aquilo...'

Como é bom fazer uma autoanálise em nossas motivações!

Senhor, ajuda-me a desmascarar os truques com que meu eu se defende e me retém."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 37)


segunda-feira, 24 de agosto de 2015

VIDA ESPIRITUAL

"O homem verdadeiramente evoluído, isto é, o homem espiritual, embora reserve um quarto de seu tempo para si, outro para o próximo, outro para o descanso e outro para Deus, na verdade, vive somente para Deus.

Quando trabalha profissionalmente e ganha, quando se nutre, quando pratica ginástica, quando elimina os escreta, quando pratica sexo, quando se banha, finalmente, quando age, aparentemente para si, ele o faz em espírito de sacramento, isto é, como um 'sacrifício' a Deus. Quando repousa e quando se diverte, igualmente oferece a Deus o repouso e a curtição. Quando ajuda, quando serve, quando ampara, ajuda, serve e ampara o próprio Deus que se manifesta no próximo, que recebe seus benefícios, e o faz na convicção de que é apenas um instrumento de Deus em ação.

Orar, meditar, louvar, cultuar Deus estão implícitos - e com que eficácia! - em todo seu agir, falar, pensar, desejar...

Mas, diariamente, reserva sagrados momentos para o recolhimento, quando, 'tendo fechado a porta', ora em secreto ao Pai, e o Pai em secreto, dialoga com ele'.

Que minha vida seja um bem-aventurado sacramento ininterrupto."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 38)


sábado, 27 de junho de 2015

SAIBA OCUPAR-SE (PARTE FINAL)

"(...) O homem ocidental, atuado pela ansiedade, atraído pelo sucesso, esporeado por múltiplas ocupações, é infeliz e vulnerável. Ele precisa, para salvar-se de muitos problemas com os nervos, dar sabedoria a seu agir. Falando em linguagem yogue: substituir a rajacidade pela sattvidade.

Segundo o yoga, há um dinamismo intensíssimo no sábio, que, sentado, medita. Esse dinamismo não pode ser visualizado ou mesmo entendido pelo agitado homem pragmático do Ocidente. Um yoguin em ásana (postura) a meditar dá ao leigo a aparência de estar parado, improdutivo e perdendo tempo. No entanto, ele está num estado altamente dinâmico. Não é, como o homem vulgar o julga, preguiçoso, improdutivo e inoperante.

O preguiçoso é parado como as águas de um banhado. O nervoso homem de negócios é feito mar encapelado pela fúria da tempestade. O sábio que medita está parado, mas sua estática é vertical como a dos giroscópios. A estagnação horizontal do preguiçoso é doença. A agitação do negociante pode levá-lo à doença. A vertical estática na meditação do sábio o leva à santidade ou sanidade, que é a mesma coisa, e lhe descerra um tesouro de criatividade.

O homem superativo se gasta antes, durante e depois. Não se ocupa tão só com o que tem diante de si. Sofre por antecipação, pois se pré-ocupa. Ele sofre também com atraso, pois é presa de remorso, ressentimento ou tristeza pelo que fez, ele se pós-ocupa.

O sábio somente se ocupa. Não se pré-ocupa. Não se pós-ocupa. Não se consome no que está por vir. Não se empenha no que passou. Não sofre na espera. Não se martiriza rememorando. Ele segue o ensino bíblico, vivendo seu dia e deixando que o ontem ou o amanhã cuidem deles mesmos.

Não quer dizer que seja imprudente e irresponsável, mas acha que não é inteligente começar a dançar antes que a música toque nem continuar dançando depois que ela finda.

Sabe prever para prover e não para sofrer."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 193/194)
www.record.com.br


quarta-feira, 29 de abril de 2015

ORIENTAÇÃO PRÁTICA PARA TOMAR DECISÕES INTUITIVAS

"'Se temos que tomar uma decisão imediata e, aparentemente, não conseguimos o contato interior com Deus que nos dará orientação, como devemos fazer?'

Primeiro, pergunto-lhe: o que quer dizer com 'contato com Deus'? Você espera que Ele apareça numa visão e lhe dê instruções precisas sobre o que tem de fazer? Não é assim que crescemos espiritualmente.

Em vez de esperar demonstrações milagrosas, o verdadeiro devoto se esforça por sintonizar sua mente e sentimentos com Deus. As pessoas que meditam sabem como é o estado de sintonia: assim que a mente se interioriza, a gente sente a paz e a consciência da presença de Deus. Ele está sempre aí; nunca distante. Descobrimos isso com a meditação, e podemos nos manter nessa consciência durante nossas atividades ao praticar a Presença, ao tentar viver sempre conscientes de Deus em nossos pensamentos.

Se as circunstâncias permitirem, antes de tomar uma decisão importante, sente-se em silêncio por alguns momentos, orando profundamente por orientação para fazer a escolha certa. Não deixe que isso seja uma distraída viagem mental; fale com Deus ou com o Guru - e faça-o com sinceridade. Depois de meditar e orar sobre a decisão que tem a tomar, coloque sua consciência no sentimento do coração. Pergunte a si mesmo, e tente sentir, o curso que mais atrai o seu coração e o seu bom senso. E então aja - tome a decisão naquela hora."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 44/45)


sexta-feira, 31 de outubro de 2014

SEGURANÇA NUM MUNDO INCERTO (2ª PARTE)

"(...) A única coisa que ajudará a eliminar o sofrimento do mundo - mais do que dinheiro, habitações ou qualquer outro auxílio material - é meditar e transmitir aos outros a sublime consciência de Deus que sentirmos. Mil ditadores não poderiam  jamais destruir a Sua consciência para os outros. Procure compreender os planos de Deus para a humanidade - atrair todas as almas de volta a Ele - e trabalhe em harmonia com a Sua vontade.

Deus é Amor. Seu plano para a criação só pode estar enraizado no amor. Não oferece esse simples pensamento mais consolo ao coração humano do que os raciocínios eruditos? Todos os santos que penetraram o âmago da Realidade testemunharam que existe um plano universal divino e que ele é belo e pleno de alegria. Assim que aprendermos a amar Deus na meditação, amaremos toda a humanidade como amamos nossa família. Aqueles que encontraram Deus por meio da própria Autorrealização - os que tiveram realmente a experiência de Deus - só eles são capazes de amar como seus próprios irmãos de sangue, filhos do mesmo e único Pai.

Compreenda que o mesmo sangue vital circula nas veias de todas as raças. Como pode alguém se atrever a odiar qualquer outro ser humano, de qualquer raça que seja, quando Deus vive e respira em todos? Somos americanos, hindus ou de qualquer outra nacionalidade por apenas alguns anos, mas somos filhos de Deus para sempre. A alma não pode ser confinada em fronteiras criadas pelo homem. Sua nacionalidade é o Espírito, seu país é a Onipresença. Se entrar em contato com Deus dentro de você mesmo, saberá que Ele está em todos, que Ele se tornou nos filhos de todas as raças. Você não pode, então, ser inimigo de ninguém. Se o mundo inteiro fosse capaz de amar com esse amor universal, não haveria necessidade de que uns se armassem contra o outros. Por meio de nosso próprio exemplo, à maneira de Cristo, temos de promover a unidade entre todas as religiões, todas as nações e todas as raças.(...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 43/45)

quarta-feira, 23 de abril de 2014

A MENTE É UM FENÔMENO SOCIAL (3ª PARTE)

"(...) Como eu disse antes, este conceito linear de uma vida única cria ansiedade. Por isso, quando você fica em silêncio, sozinho, fica preocupado. Uma coisa é certa para você: o tempo está sendo desperdiçado. Você não está fazendo nada, está apenas sentado. Por que você está desperdiçando sua vida? E este tempo não pode ser recuperado, porque no Ocidente se ensina que 'tempo é dinheiro'. Isto está absolutamente errado, porque a riqueza é criada pela escassez e o tempo não é escasso. Toda a economia depende da escassez: se alguma coisa é escassa, ela se torna valiosa. Mas o tempo não é escasso, está sempre presente. Não é possível esgotá-lo, então o tempo não pode ser econômico e, portanto, não pode representar riqueza.

Ainda assim, continuam ensinando que o tempo é uma riqueza que não deve ser desperdiçada, pois não voltará. Então, você não pode ficar sozinho, apenas sentado, durante três anos. Nem três meses, nem mesmo três dias, pois você terá desperdiçado esse tempo. E o que você está fazendo? Surge um segundo problema, porque no Ocidente ser não é muito valioso, mas fazer é valioso. Pergunta-se sempre 'o que você tem feito?', pois o tempo serve para fazer algo. Dizem, no Ocidente, que uma mente vazia é a morada do demônio. Você sabe disso e sua mente sabe disso. Então, ao sentar-se, sozinho, você fica amedrontado. Está perdendo tempo, não está fazendo nada, você fica se perguntando: 'O que você está fazendo aqui? Está apenas sentado? Desperdiçando o seu tempo?' Como se ser, e apenas ser, fosse um desperdício! Você precisa fazer algo para provar que usou seu tempo. A diferença na forma de pensar está aí.

Na antiguidade, sobretudo no Oriente, ser era o bastante. Não havia necessidade de provar mais nada. Ninguém iria perguntar: 'O que você tem feito?' O seu ser já era suficiente e era aceito como tal. Caso você fosse uma pessoa silenciosa, cheia de paz, de contentamento, estava tudo bem. Por isso, no Oriente, jamais foi pedido aos sannyasins que trabalhassem. E sempre pensamos que os sannyasins, aqueles que deixaram de lado todo o trabalho, eram melhores do que aqueles que estavam ocupados trabalhando.

Isso jamais ocorreria no Ocidente. Se você não estiver trabalhando, é um vagabundo, um mendigo. Os hippies são um fenômeno recente, mas, de certa forma, o Oriente sempre teve uma mentalidade hippie. Criamos os maiores hippies do mundo! Buda e Maavira, sem qualquer ocupação, sentados, meditando, aproveitando seu ser, apenas extraíndo contentamento de seu jeito de ser, sem fazer nada. Mas nós os respeitávamos: eram os seres supremos, os mais elevados. Buda era um pedinte, mas até os reis ajoelhavam-se aos seus pés. (...)"

(Osho - Aprendendo a silenciar a mente - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2002 - p. 77/78)
www.esextante.com.br


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A TRANQUILIDADE É O ALENTO DA IMORTALIDADE


“Aqueles que meditam profundamente sentem um maravilhoso silêncio interior.

A tranquilidade é um dos atributos da imortalidade em você. (...) Quando você está preocupado, há uma estática no seu rádio mental. A canção de Deus é o cântico da tranquilidade. O nervosismo é a estática; a tranquilidade é a voz de Deus falando com você pelo rádio da alma.

O nervosismo é o servo da transformação e da morte. Quando você é tranquilo, nem mesmo a morte pode atemorizá-lo, porque você sabe que é um deus.

A tranquilidade é o alento vivo da imortalidade de Deus em você.

Quanto mais você sente paz na meditação, mais próximo está de Deus. Ele se chega a você, cada vez mais perto, à medida que você entra mais profundamente em meditação. A paz na meditação é a linguagem e o abraço confortador de Deus.

Aprenda a viver na eterna felicidade e paz que Deus é.”

(Paramahansa Yogananda – Paz Interior - Ed. Self-Realization Fellowship – p. 08/09)


sábado, 1 de dezembro de 2012

ORAÇÃO, ANTÍDOTO PRÁTICO PARA O MEDO E A ANSIEDADE

"Muitas pessoas me procuram para conversar sobre suas preocupações. Exorto-as a ficar em silêncio, meditar e orar; então, depois de estarem interiormente tranquilas, que pensem nas alternativas com que possam resolver ou eliminar o problema. Quando a mente está tranquila em Deus, e quando a fé em Deus é forte, elas encontram a solução. O fato de ignorar os problemas não os resolverá, mas preocupar-se com eles também não.

Medite até ficar tranquilo; então, focalize a mente no seu problema e ore profundamente pedindo a ajuda divina. Concentre-se no problema e encontrará uma solução, sem passar pela terrível angústia de estar preocupado.

Lembre-se: melhor do que raciocinar um milhão de vezes é sentar-se e meditar em Deus até ficar interiormente calmo. Então, diga ao Senhor: "Eu não poderia resolver este problema sozinho, mesmo que tivesse um número ilimitado de pensamentos diferentes; mas posso resolvê-lo colocando-o em Tuas mãos, pedindo primeiro a Tua orientação e, em seguida indo até o fim sem deixar-me desviar ou abater, analisando-o sob vários ângulos, buscando uma possível solução."

Deus realmente ajuda a quem se ajuda. Quando sua mente estiver tranquila e cheia de fé, após orar a Deus em meditação, você será capaz de ver várias respostas para os seus problemas; e porque sua mente se acalmou, você poderá escolher a melhor solução. Siga essa orientação e terá êxito. Isso é aplicar a ciência da religião na sua vida diária."

(Paramahansa Yogananda - Viva sem Medo - p. 14/15)