OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

SOFRIMENTO

"O Senhor Buda falou da percepção correta como o primeiro passo no Caminho Óctuplo. Ser capaz de ver as coisas como elas são, não através de algum tipo de lentes coloridas, é um dos problemas, talvez o mais importante, que nós enfrentamos. O Buda também disse que a primeira verdade que se deve perceber é a verdade do sofrimento.

Primeiro, a pessoa questiona o porquê de o sofrimento ser uma verdade. Nós sabemos que existe sofrimento por toda a parte, mas perceber o sofrimento da forma que Ele indicou não é fácil. Existe uma tremenda miséria no mundo: milhões de pessoas estão morrendo de fome, milhões perdem suas vidas, suas casas, membros dos seus corpos nas guerras em que tomam parte. Tensões, conflitos e ódio existem em toda parte do mundo: raça contra raça, nação contra nação, religião contra religião e assim por diante. Tudo isso é sofrimento. Quando lemos sobre isso nos jornais, nós podemos dizer: 'Que pena! Coisas horrendas estão acontecendo no mundo'. Mas nós não sabemos realmente o que é o sofrimento. Nós não o vemos com todo o nosso ser, porque nós só lhe damos um pensamento momentâneo e então deixamos tal pensamento de lado. Estando a milhares de quilômetros de nós, não ligamos realmente se essas pessoas estão na miséria absoluta em algum lugar. Nossa vida diária prossegue como de costume, nós usufruímos de nossos pequenos prazeres, temos nossas preocupações, nossos problemas particulares, e isso é tudo. 

Deixando de lado a tremenda miséria e o sofrimento que existe no mundo, dos quais nós sabemos superficialmente com uma parte de nossas mentes, há muito em nossas vidas e nas vidas das outras pessoas em nosso redor, que é da natureza do sofrimento, embora nós não nos apercebamos disso. Há inúmeras ansiedades, irritações, frustrações e os desejos que levam a decepções, os quais nós não chamamos de sofrimento. Mas se considerarmos a vida que levamos como um todo, ela não constitui aquela espécie de felicidade que pode ser chamada de verdadeira felicidade.

Os Budistas Mahayana dizem que a iluminação só vem quando existe uma profunda compaixão, um profundo sentimento pela miséria e sofrimento que existem no mundo. A iluminação não existe quando nós a queremos e dizemos: 'eu vou conseguir atingir um objetivo na vida espiritual'. O motivo para se encontrar a iluminação deve ser uma solidariedade altruísta para com todo aquele que sofre. Há um lindo provérbio que diz que a compaixão é a mãe de todos os Budas. Um Buda vem a existir quando ele vê o quanto as pessoas sofrem e quando ele sente uma grande ânsia de encontrar uma saída desse sofrimento. Então, ser capaz de perceber a futilidade, a miséria, a falta de sentido, e o sofrimento da vida é o primeiro passo. (...)" 

Extraído do livro "Não há Outro Caminho a Seguir", Ed. Teosófica, 2016, p. 85/88.
Imagem: Pinterest.

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

DESTINAÇÃO DA TERRA. CAUSA DAS MISÉRIAS TERRENAS.

"Muitos se admiram de que haja tanta maldade na Terra e tantas paixões grosseiras, tantas misérias e enfermidades de toda natureza, e daí concluem que a espécie humana é uma coisa muito triste. Esse julgamento provém do ponto de vista acanhado em que se colocam os que o emitem e que lhes dá uma falsa ideia do conjunto. Deve-se considerar que na Terra não está a Humanidade toda, mas apenas uma pequena fração. Com efeito, a espécie humana compreende todos os seres dotados de razão que povoam os inumeráveis mundos do Universo. Ora, que é a população da Terra, em face da população total desses mundos? Muito menos que a de um lugarejo em relação à de um grande império. A situação material e moral da Humanidade terrena nada tem que espante, desde que se leve em conta a destinação da Terra e a natureza dos seres que a habitam. 

Faria dos habitantes de uma grande cidade ideia completamente falsa quem os julgasse pela população de seus bairros mais ínfimos e sórdidos. Num hospital, só se veem doentes e estropiados; numa penitenciária, veem-se reunidas todas as torpezas, todos os vícios; nas regiões insalubres, a maioria dos habitantes são pálidos, franzinos e enfermiços. Pois bem: figure-se a Terra como um subúrbio, um hospital, uma penitenciária, uma região insalubre, pois ela é simultaneamente tudo isso, e compreender-se-á por que as aflições sobrepujam os prazeres, já que não se mandam para o hospital os que se acham com boa saúde nem para as casas de correção os que não praticaram mal algum, visto que nem os hospitais nem as casas de correção são lugares de delícias. 

Ora, assim como numa cidade, a população não se encontra toda nos hospitais ou nas prisões, também na Terra não está a Humanidade inteira. E, do mesmo modo que saímos do hospital quando estamos curados, e da prisão quando cumprimos a pena, o homem deixa a Terra por mundos mais felizes, quando está curado de suas enfermidades morais."

Texto extraído do livro "O Evangelho segundo o Espiritismo", de Allan Kardec, FEB, Brasília, p. 53/54.
Imagem: Pinterest.