A humanidade aprende de duas maneiras com a instrução e a intuição, mas de fato o homem realmente só entende através da intuição. Por instrução queremos dizer o ensinamento exterior por meio da experiência. Mas os objetos no nosso campo de percepção não são compreendidos, não importa o quanto olhemos ou pensemos, até que haja um lampejo de intuição.
É comum as pessoas pensarem que sabem o que as coisas são porque as veem, mas esse não é o caso. Verdadeiramente as vemos, mas não sabemos o que elas são; a visão é sem sentido, a não ser que algo surja das profundezas da mente e diga: 'Ah, eu conheço você!' Esse processo é tão rápido com coisas familiares que a maioria das pessoas não o percebe. Imagine que você abra um livro em sânscrito ou japonês; verá inúmeros sinais sem significado, mesmo que vire a página de cabeça para baixo. Mas se você conhece a escrita, é diferente. Conhecemos a escrita de tábuas e cadeiras, árvores, montanhas e todas as coisas segundo nosso ponto de vista, e é assim que as coisas ganham significado.
Os grandes pensadores estão prontos a dar testemunho no conhecimento. Newton descobriu o princípio da gravitação assim. Ele viu uma maçã cair e se perguntou por que as coisas sempre caem. E então teve o lampejo de que as maçãs não caem realmente, embora pareçam fazê-lo. Ele compreendeu que matéria atrai matéria - a maçã e a terra corriam para se encontrar, embora a terra, com massa muito maior, efetue apenas uma parte pequena do aparente movimento. (...)"
(Ernest Wood - Instrução e intuição - Revista Sophia, Ano 9, nº 33 - p. 28)
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