OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 29 de junho de 2013

A "FORMA' E O "SEM FORMA"

"O corpo não é a verdade que lhe atribuímos. Um exemplo: por 30 anos um homem adora a mãe que lhe deu à luz. Ele massageia os seus pés, se prostra na frente dela, olha seus olhos com amor, ouve sua voz, sentindo-se aquecido e feliz com seu olhar afetuoso e amoroso. Aos 60 anos, a mãe falece. Imediatamente o filho grita: "Mamãe, mamãe, porque me deixaste?" Por que o homem gritou? O corpo que ele adorava aí estava; os pés que massageava diariamente também estavam ali; mas ele grita que sua mãe não está lá, que ela o deixou. Temos que concluir que ainda que o homem tenha, nos últimos 30 anos, visto o corpo e a mãe como um e o mesmo, quando a mãe faleceu ele instantaneamente soube que a mãe não era o corpo e que essa mãe havia partido, mesmo que o corpo permanecesse. Assim, que valor tem o corpo que nunca foi esta mãe, ainda que por um tempo ele tenha sido visto como "mãe"? Contemplando este mistério é visível que, se não fosse pelo corpo, a mãe não poderia ter sido conhecida. Foi somente por meio do corpo que o homem foi capaz de ter a experiência e, assim, conhecer a terna, amorosa, sublime qualidade do estado "mãe", que resultou em amor em seu coração. A sem forna e eterna qualidade da "mãe" pode ser conhecida e obtida somente através da forma impermanente."

(J. S. Hislop - Conversações com Sathya Sai Baba - Fundação Bhagavan Sri Satya Sai Baba do Brasil - p. 81)


sexta-feira, 28 de junho de 2013

AGARRE A VERDADE COM O INTELECTO; ABSORVA-A DENTRO DA ALMA

"Se quiser mudar a si mesmo, você primeiro terá que compreender intelectualmente certos pontos importantes e depois começar a absorvê-los profundamente em sua alma. Suponha que queira desenvolver a devoção. Escreva essa palavra num pedaço de papel, ou copie algum pensamento que desperte devoção em você, e pregue-o em sua porta ou em algum lugar visível, onde o veja com frequência. Toda vez que olhar para esse lembrete, procure não só entender intelectualmente o conceito de devoção, mas também sentir o que ela significa. Pondere sobre ela, deixando que influencie você com fervor urgente. O Mestre dizia: "Você tem que agitar o éter com seu amor por Deus, com seu anseio por Ele". Converse com Deus, sentindo que está agitando o éter com sua oração. 

Por exemplo, acabamos de cantar um dos cânticos de Guruji: "A porta do meu coração". Quando termino de cantar alto, para mim não é o fim. Deve-se prosseguir do canto em voz alta para o canto sussurrado e depois para o canto mental. Quando termino um cântico, minha atenção não para aí, de repente. Eu me aprofundo cada vez mais no pensamento que estive cantando: "Vem a mim, vem a mim, Senhor! Vem ao menos uma vez." Meu coração clama. Minha mente se interioriza e, como Guruji recomendou, "agito o éter" com esse pensamento. Em outras palavras, um cântico deve ser repetido inúmeras vezes, com sentimento sempre crescente, a fim de que o significado das palavras que você está repetindo transforme-se numa parte de sua consciência. E você só conseguirá fazer isso se sua atenção estiver cem por cento no que estiver fazendo. Se sua atenção estiver noventa e nove por cento em Deus, mas estiver pensando um pouco nas pessoas à sua volta, ou nutrindo um pensamento errante sobre seu trabalho, você não poderá ter êxito em atrair a resposta divina. 

Guruji nos dizia: "Deus não virá a você se não oferecer a Ele cem por cento de sua atenção". Se pensa que pode progredir só por sentar-se e praticar Kriya enquanto a mente corre de lá para cá, você se engana. Há algumas pessoas que pensam: "hoje pratiquei cem Kriyas: devo estar avançando rapidamente... esta semana pratiquei mil Kriyas: devo estar bem desenvolvido espiritualmente." Tolice! Esse devoto não tem a atitude correta. Ele é como a tia de Guruji: durante quarenta anos diariamente, ela fazia as suas orações com o rosário, mas a mente estava sempre em outro lugar. Não admira que, por fim, ela tenha se queixado de que não estava obtendo resposta! Você precisa empenhar-se para alcançar Deus nesta vida. Você pode ter êxito nessa aspiração; mas não sem o adequado grau de esforço." 

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 37/38)


BEM-AVENTURADOS OS QUE TÊM FOME E SEDE DE JUSTIÇA, PORQUE ELES SERÃO SACIADOS

"Qual é a justiça da qual o Cristo nos quer sedentos e famintos? Trata-se da justiça que em inúmeras passagens do Antigo Testamento é praticamente sinônimo de salvação - noutras palavras, libertação do mal e união com Deus. Esta justiça, portanto, nada tem a ver com o que comumente pensamos como virtudes morais ou boas qualidade, não se relaciona com o bem em oposição ao mal, nem com a virtude em oposição ao vício; trata-se da justiça absoluta, da bondade absoluta. O faminto e sedento de justiça de que fala o Cristo é o faminto e sedento do próprio Deus. 

Já se salientou que a maioria de nós não quer de fato Deus. Se nos analisarmos, descobriremos que nossos interesses relativos a Deus quase nada têm da força do nosso interesse por todo tipo de objetos materiais. Mas até mesmo um ligeiro desejo de conhecer a realidade divina é um começo que nos pode levar mais acima. Precisamos começar com um esforço próprio. Precisamos batalhar para desenvolver o amor ao Senhor, praticando a relembrança dele, rezando, adorando e meditando. A medida que praticarmos essas disciplinas espirituais, o nosso frágil desejo de compreendê-lo há de intensificar-se, até se converter em fome violenta, em sede ardente. 

Àqueles que lhe perguntavam como compreender Deus, Sri Ramakrishna dizia: "Gritem-lhe com um coração anelante, e então vocês o verão. Após a luz rósea da aurora, surge o Sol; do mesmo modo, ao anelo segue-se a visão de Deus. Ele se revelará a vocês se vocês o amarem com a força combinada destes três apegos: o apego do avaro à sua riqueza, o da mãe à criança recém-nascida e o da esposa virtuosa a seu marido. O anelo intenso é o caminho mais seguro para a visão de Deus."

Precisamos aprender a direcionar todos os nossos pensamento e toda a nossa energia, de forma consciente, para Deus. É preciso que se erga em nossa mente uma onda gigantesca de pensamento, envolvendo todos os desejos e paixões que nos desviam da meta espiritual. Quando a mente se torna focalizada e concentrada em Deus, então seremos locupletados de Justiça. (...)"

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 26/27)


quinta-feira, 27 de junho de 2013

CULTORES DA MEDIOCRIDADE

"Meu ignoto amigo. Se quiseres ser impenitente cultor da rotina e mediocridade, guia-te pelas normas seguintes: Antes de pensar, informa-te sempre do que deve ser pensado, a fim de não introduzir no mundo o contrabando de ideias novas.
Não penses nunca com o próprio cérebro - mas sempre com a cabeça dos outros.
Dize sempre sim quando os outros dizem sim - e não quando os outros dizem não.
Lê cada manhã, ao café, o teu jornal, para saberes o que deve ser pensado naquelas vinte e quatro horas. 
Quando vier alguém com ideias novas, evita-o como um perigo social e tem-no em conta da herege e demolidor.
Não te exponhas ao perigo de fazer o que o vizinho não faz - mas lembra-te da comprovada sapiência burguesa: o seguro morreu de velho.
Sê amigo dedicado da tua tépida poltrona - e não te exponhas a vertigens de vastos horizontes.
Prefere sempre as paredes maciças dum cárcere e as grades duma gaiola às incertezas dum voo estratosférico.
Não abras nunca portas fechadas - passa tão somente por portas abertas.
Não explores caminhos novos, como os bandeirantes - anda sempre por estradas batidas e sobre trilhos previamente alinhados.
Vai sempre com o grosso do rebanho, com os bons carneiros - e não procures caminho à margem da rotina geral.
Em suma, meu insigne cultor da mediocridade: deixa tudo como está para ver como fica.
Destarte, conservarás a saúde e a tranquilidade dos nervos e poderás tomar, cada dia, com sossego, o teu chope ou coquetel - e passar por homem de bem.
*      *      *
Se, porém, resolveres, um dia, sair da rotina tradicional e expor-te ao perigo mortífero dum ideal superior, então lê com atenção o que te diz um homem que conhece a vida:
Vai às margens do Ganges e pede ao mais robusto dos elefantes que te ceda a sua pele paquidérmica, para com ela revestires a tua alma.
Vai às margens do Nilo e arranca ao mais velho dos crocodilos a sua impenetrável couraça e faz dela o invólucro do teu coração.
E, depois de assim encouraçares a tua alma, sai por este mundo afora e dize aos homens da honesta mediocridade que vives por um ideal que não está no estômago nem nos nervos nem no sangue - e verás que eles te declararão guerra de morte.
Pois, deves saber, meu amigo, que o mundo não sacrifica um só ídolo por um ideal.
Desde que o mais arrojado idealista da história foi crucificado, morto e sepultado - são todos os idealistas crucificados pelos cultores da mediocridade.
Nada de grande acontece no mundo sem que o mundo se revolte.
Tudo que é belo e grande - agoniza fatalmente entre os braços da cruz.
É essa gloriosa tragédia dos homens superiores."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 125/126)


EGO E PERSONALIDADE

"A dualidade da natureza humana torna-se muito pronunciada e notória em momentos de grande estresse. A personalidade é constantemente influenciada por seu carma, passa por períodos de adversidade, estresse, provações e até mesmo erros, e períodos de sucesso e felicidade. Influências astrológicas se fazem sentir afetando-a. Os pensamentos e ações dos outros produzem seus efeitos. O dharma do indivíduo está sendo constantemente trabalhado por meio da luz e sombra da vida. Com isso, a personalidade vive em meio a mudanças perpétuas, oscila entre a luz e a sombra, entre provações, dificuldades, dor e sucesso, facilidade e felicidade. Em algumas ocasiões, a personalidade clama, “Por quanto tempo, Ó Senhor, por quanto tempo?” A estabilidade e a serenidade finalmente chegam.

A Alma, por outro lado, está livre de estados de espírito, de mudanças, dúvidas e incertezas; dos altos e baixos da vida. Ela permanece numa postura serena, não afetada por quaisquer eventos ou mudanças na personalidade a não ser aqueles de uma natureza extrema, tais como uma queda muito grave ou uma grande realização. Em ambos os casos ela permanece o centro desapegado de consciência divina, muito além das limitações do homem mortal. Um esplendor sempre crescente; um poder aumentando sempre firme e com ritmo; um aprofundamento da intensidade da existência sem a menor tensão; ampla percepção do plano evolutivo, posição e futuro, indo desde todas as vidas passadas e incluindo aquelas por vir; plenamente consciente de sua natureza divina e potencialidades infinitas; sem querer nada, possuindo tudo; além das limitações do tempo; sem espaço; enraizado no eterno – o Eu Superior do homem é um poderoso rei espiritual cujo domínio e poderes aumentam sempre, cuja bem aventurança cresce cada vez mais intensa, e cuja sabedoria coloca ordem em todas as coisas de forma poderosa e suave. Portanto, torne-se e viva como uma Alma."

(Luz do Santuário - Diário Oculto de Geoffrey Hodson - Compilado por Sandra Hodson e traduzido por Raul Branco - p. 65)