OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 9 de maio de 2014

CONHECENDO O VEGETARIANISMO (1ª PARTE)

"A palavra vegetarianismo vem do latim ‘vegetus’, significando aquilo que é vivo, fresco, saudável. O vegetarianismo tem suas raízes na Índia, alicerçado na tradição dos Vedas e praticado intensamente pelo hindus, jainistas e budistas, e chega ao ocidente através do filósofo grego Pitágoras que proclamava uma vida pura e livre de alimentos cárneos. A ética pitagórica prevaleceu na época, séc. VI a.C., como uma base moral de abstenção de matar animais para se alimentar e todos os que o seguiam e se alimentavam de uma dieta livre de carnes eram chamados de ‘pitagóricos’ e só em 1847 nasce no ocidente a Sociedade Vegetariana do Reino Unido, sendo a palavra vegetarianismo cunhada pela primeira vez no ocidente. Porém, muitos séculos antes, o vegetarianismo era proclamado na Índia como a forma mais adequada para se alimentar, sustentado no princípio de ‘Ahimsa’.

A definição de Ahimsa (não-violência) abrange todo o ato de compaixão por todas as formas de vida. E a ética do Hinduísmo, Janaísmo e Budismo que estabelece o respeito pela vida. Ahimsa é praticada como uma restrição que consiste em não gerar sofrimento e dor a outros seres, tanto física como emocionalmente, e também, como uma prática ativa de benevolência e compaixão por todas as criaturas viventes. Ahimsa não é só evitar causar sofrimento e dor como também buscar positivamente meios para aliviar o sofrimento.

O vegetarianismo foi apoiado pelas diferentes tradições religiosas e filosóficas ao longo das eras como um meio de purificação e sutlização do corpo para promover a elevação da mente e assim, atingir o equilíbrio necessário para se atingir um estado mais em sintonia com a vida interna. (...)"

(Maria Laura Garcia Packer - Viver Vegetariano - Nova Letra Gráfica & Editora, Blumenaus/SC, 2010 - p. 14)

quinta-feira, 8 de maio de 2014

O GRANDE HOMEM

"Mantém o seu modo de pensar independentemente da opinião pública.

É tranquilo, calmo, paciente, não grita nem desespera.

Pensa com clareza, fala com inteligência, vive com simplicidade.

É do futuro, e não do passado.

Sempre tem tempo.

Não despreza nenhum ser humano.

Causa-lhe a impressão os vastos silêncios da Natureza: o Céu.

Não é vaidoso.

Como não anda à cata de aplausos, jamais se ofende.

Possui sempre mais do que julga merecer.

Está sempre disposto a aprender, mesmo das crianças.

Vive dentro de seu próprio isolamento espiritual, aonde não chega nem o louvor nem a censura.

Não obstante, seu isolamento não é frio: ama, sofre, pensa, compreende.

O que você possui: dinheiro, ou posição social, nada significa para ele. Só lhe importa o que você é.

Despreza a opinião própria, tão depressa verifica o seu erro.

Não respeita usos estabelecidos e venerados por espíritos tacanhos.

Respeita somente a verdade.

Tem mente de homem e coração de menino.

Conhece-se a si mesmo, tal qual é, e conhece a Deus."

(Paulo Lotufo - A Essência do Otimismo - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2002 -  p.100/101)
www.martinclaret.com.br


VICHARA (PARTE FINAL)

"(...) Pratica vichara a pessoa que toma sábia iniciativa de (com isenção, sem medo, sem pena de si mesmo, sem alvoroço e mesmo sem ânsia de curar-se) assistir ao desenvolvimento de um defeito ou ao desenrolar de uma crise, procurando, acima de tudo, perceber-lhe os motivos ocultos, sem pretender sustar, sem condenar, sem procurar explicar as coisas com racionalizações confortadoras. (...)

Eis um exemplo de racionalização. Uma pessoa não resiste à bebida, e mesmo após ter ensaiado uma resistência, fraqueja e bebe. Para não ficar mal perante a si mesma, manipula uma explicação, com a qual se engoda. Diz então que o álcool é um vasodilatador que dá energia, que protege contra o frio, que estimula...

Como se vê, a racionalização é o oposto de vichara. Enquanto vichara desilude, libertando, a racionalização escraviza, por esconder a verdade. Quem quiser conhecer-se a si mesmo, fique alerta contra tal cilada da mente, que é a racionalização.

Da próxima vez que começar a sentir as primeiras emoções de uma crise, em vez de amedrontar-se e correr para as bolinhas, faça o oposto. Sente-se relaxado, sereno, corajoso, calmo, sem luta, e comece a tomar consciência de tudo que for acontecendo. Procure conhecer as causas. Nada de pânico. Nada de apiedar-se de si mesmo. Nada de esforços para resistir e vencer. Faça ishwarapranidhana ou seja, entregue-se confiante a Deus e se comporte como um tranquilo observador, sem qualquer participação. Faz de conta que a 'coisa' se passa do outro lado de uma vitrina.

Isso o ajudará a descobrir que a cobra ameaçadora é somente uma inofensiva corda. Isso lhe dará confiança e domínio sobre o inimigo que até então parecia invencível. Faça o mesmo com todo o comportamento, impulso, compulsão, atitude, e verá que irá se tornando cada vez menos vulnerável e cada vez mais senhor de si."

Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 150/151)


quarta-feira, 7 de maio de 2014

RECUSAR - ABUSAR - USAR

"Recusar é uma atitude preliminar necessária para poder usar corretamente, sem abusar.

O homem profano abusa.

O homem virtuoso recusa.

O homem sábio usa.

O celibato de Gandhi, diz Tagore, é antes budismo que brahmanismo, é mais virtude que sabedoria.

O homem sábio deve ser capaz de usar tudo, sem recusar nada e sem abusar de nada.

Mas...é melhor recusar do que abusar. E quem não é assaz forte para usar sem abusar, faz bem em recusar.

Muitos abusam.

Alguns recusam.

Poucos usam."

(Huberto Rohden - A Essência do Otimismo - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2002 - p. 93)
www.martinclaret.com.br


VICHARA (2ª PARTE)

"(...) O Verdadeiro Eu está escondido daqueles que, pessimistas, negativistas, se consideram inferiores, imperfeitos, fracos e degradados, e filhos do pecado. Está também fora do alcance do orgulhoso, que se considera o maior do mundo. Está iludido quem se julga arrasado e perdido. Também o está quem se analisa, mas imbuido de vaidade. Tanto o sentimento de inferioridade como seu oposto são produtos do egoísmo. São a 'cobra' e não a 'corda'. 

Os obstáculos que mais dificultam o julgamento de nós mesmos são: autocomplacência, autopiedade, autosseveridade. Pelo primeiro, o indivíduo, desejando uma agradável visão de si mesmo, obscurece os defeitos e enfatiza tudo o que considera perfeição. Pelo segundo, desejando sentir-se um coitado, uma vítima, um perseguido, exagera tudo o que o faça sofrer mais um pouco. O terceiro obstáculo é o oposto do primeiro. Por ele, o perfeccionista de si mesmo se fixa sobre o que precisa ser corrigido em seu caráter, temperamento ou personalidade, e não se interessa por saber o que ele tem de positivo e de bom.

Qualquer dessas três atitudes é fonte de egoísmo, e do egoísmo nasce. Qualquer delas impede o autoconhecimento, além de servirem como amplificadores das emoções e, consequentemente, do estresse.

Vichara requer uma atitude de isenção. Quem quer chegar à conclusão de que é uma peste de ruim, ou, ao contrário, uma santa criatura, ou um infeliz esquecido de Deus, está cometendo o absurdo de iniciar a pesquisa já procurando confirmar um diagnóstico prévio e, assim, não chega a saber quem realmente é. Quem teme descobrir suas próprias inferioridades e mesmo anormalidades, bem como quem deseja cada vez mais orgulhar-se do perfeito que é, não realiza vichara. É preciso serena coragem e perfeita isenção para conseguir tirar proveito da desilusão, que lhe permite conhecer-se. 

Somente quando serena e corajosamente, sem temor ou vergonha, sem severidade ou piedade, descobrimos que somos mentirosos, mentirosos deixamos de ser. Mentirosos continuamos a ser enquanto só nos outros vemos a mentira. A condição de curar-se da vaidade é chegar, com isenção, ao diagnóstico da própria vaidade. Na opinião de algumas escolas de pensamento, nos libertamos da insegurança assim que nos reconhecemos inseguros. Até mesmo comportamentos obsessivos, tiques nervosos, hábitos errados e vícios não são vencidos sem a conscientização dos mesmos. (...)"  

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 149/150)