OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A MEDITAÇÃO DESENVOLVE O PODER DA INTUIÇÃO

"O sexto sentido não consegue funcionar até que acalmemos o corpo e a mente. Sendo assim, o primeiro passo para desenvolver a intuição é a meditação, isto é, entrar num estado de tranquilidade interior. Quanto mais profundamente você meditar e depois focalizar a mente em algum problema, mais o seu poder intuituvo se expressará para resolvê-lo. Este poder se desenvolve gradualmente, e não de uma só vez, assim como um membro ou músculo é fortalecido aos poucos, com exercício, e não de uma hora para outra. (....)

A intuição pode ser desenvolvida por pessoas profundamente contemplativas, aquelas que chegaram, pela meditação, ao estado de tranquilidade absoluta no coração e na mente. Não devemos ser dominados pela emoção nem ficar presos ao intelecto. A intuição é uma mescla de pensamento (o processo de pensar) e coração (o processo de sentir). Muitas pessoas experimentam a intuição através do raciocínio - uma espécie de direção no que pensam, Em meu caso, é comum a intuição expressar-se pelo sentimento. Quanto tenho certos sentimentos sobre coisas ou pessoas, as impressões são como vibrações sutis em torno do coração, e então eu sei, depois de tantos anos de experiência, que as 'sugestões' estão corretas.

Quando você desenvolve certo grau de intuição, descobre que, ao tomar uma decisão, há algo interior que lhe diz: 'Este é o rumo certo'. A intuição está guiando você. Não espere que isso aconteça de uma hora para outra. Você cometerá erros no início, pois outros fatores internos ainda impedem que a intuição flua livremente. Mas, à medida que praticar a meditação e viver cada vez mais no estado de tranquilidade interior que a meditação lhe traz, descobrirá uma melhoria crescente no desenvolvimento do seu poder intuitivo.

Frequentemente, quando algo me surge na mente, não vejo apenas a questão do momento: projetando um pouco adiante, vejo também o resultado final. Isto é a intuição. Se a seguir, você verá que tudo funciona tranquilamente - bem, nem sempre. Mesmo que você tenha tomado a decisão certa, haverá períodos de turbulência. Tudo faz parte do processo de crescimento - de aprender a lidar com condições que são normais na vida. Mas a intuição lhe diz que, apesar dos problemas, você agiu corretamente."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 34/36)

A MORTE E O ETERNO (PARTE FINAL)

"(...) Como são curtas as experiências humanas, como a vida é rápida. Existe alguma coisa que não nasça e morra, alguma coisa que seja eterna? Aos 20 anos de idade, você sente seu corpo forte e vigoroso; 60 anos depois, sente o corpo mais fraco e envelhecido. Sua forma de pensar certamente não é a mesma de quando tinha 20 anos. No entanto, a percepção de que seu corpo está jovem ou velho ou de que sua forma de pensar mudou é a mesma. Essa percepção é o que há de eterno em você - é a própria consciência. É a Vida Única que assume muitas formas. Você pode perder essa Vida? Não, porque você é Ela.

Há pessoas que pouco antes de morrer sentem uma enorme paz e ficam quase luminosas, como se algo brilhasse no corpo que está se extinguindo. Às vezes, pessoas muito doentes ou muito idosas ficam, por assim dizer, quase transparentes nas últimas semanas, meses ou até anos de suas vidas. Quando nos olham, é possível ver uma luz brilhando através de seus olhos. Não há mais sofrimento psicológico. Elas se entregaram, e assim o 'eu' autocentrado se dissolveu. 'Morreram antes de morrer' e encontraram uma profunda paz interior pela compreensão de que dentro delas existe algo imortal.

Cada acidente ou desastre tem uma dimensão potencialmente redentora que nós geralmente não somos capazes de perceber. O enorme choque que causa a iminência de uma morte totalmente inesperada pode forçar sua consciência a perder completamente a identificação com a forma física. Nos poucos momentos que antecedem a morte física, e à medida que está morrendo, você tem uma experiência de si mesmo como uma consciência livre da forma. De repente, não há mais medo, apenas paz e a impressão de que 'está tudo certo' e que a morte é apenas uma forma se dissolvendo. A morte é então sentida como ilusória - tão ilusória quanto a forma física que você identificava como sendo você.

A morte não é uma anomalia nem a coisa mais terrível que pode acontecer, como a cultura moderna nos quer fazer acreditar. A morte é a coisa mais natural do mundo, tão natural quando seu outro extremo - o nascimento - e tão inseparável da vida quanto ele. Lembre-se disso quando estiver ao lado de uma pessoa à beira da morte. É um grande privilégio e um ato sagrado estar presente à morte de uma pessoa, testemunhando e acompanhando.

Quando você acompanhar uma pessoa que está morrendo, não negue qualquer aspecto dessa experiência. Não negue o que está acontecendo nem o que está sentido. Reconhecer que você não pode fazer nada talvez lhe dê uma sensação de desamparo, tristeza ou raiva. Aceite o que sente. Depois, siga em frente: aceite que não há nada que você possa fazer - aceite isso completamente. Não é você quem controla. Entregue-se profundamente a cada aspecto dessa experiência, entregue-se aos seus sentimentos, assim como à dor e ao desconforto que a pessoa à morte possa estar sentindo. Sua entrega e a calma que isso traz vão ajudar muito essa pessoa e facilitar sua transição. Se forem necessárias palavras, elas virão do silêncio que existe dentro de você. Mas serão secundárias. Com o silêncio vem a bênção: paz."

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 68/70)

domingo, 5 de outubro de 2014

FUJA DA PRISÃO DO DESTINO

"Embora a vida pareça caprichosa, incerta e cheia de todo tipo de problemas, temos sempre a proteção orientadora e amorosa de Deus. Estamos numa espécie de cadeia, aprisionados pelas consequências de atos equivocados. Mas podemos fugir da prisão e voltar à união com Deus. Embora cercados pelas barras do destino - maldade, problemas morais, fraquezas, doenças, dificuldades financeiras - temos em nós o poder de quebrá-las.

Quando jovem, você acha que pode conquistar o mundo, mas à medida que fica mais velho, sente que já não é mais assim. Dia após dia, você comprova que é um escravo do ambiente e do hábito. Em vez disso, deve afirmar, todos os dias: 'Sou o conquistador de tudo. Posso morrer, mas morrerei livre, no regaço de Deus. Não ficarei atrás das barras dos maus hábitos e do destino.' A liberdade virá se você meditar todos os dias e fortalecer a força de vontade. Foi você quem criou a prisão, e não Deus. Você forjou as barras e, portanto, é você quem precisa rompê-las. Seja um fugitivo; fuja da prisão da carne. Escape de todas as celas de maus hábitos, apegos, emoções, desejos, vida e morte. As barras da cadeia em que sua alma se encontra prisioneira podem ser serradas com a serra da sabedoria. Quanto mais usar a serra da meditação, mais livre ficará graças ao poder de Deus. Nele, saberá que esta vida é como um sonho; é simplesmente uma apresentação teatral.

Meus caros, eu aprecio imensamente estes encontros com vocês, pois não venho aqui para fazer uma palestra; falo apenas com a consciência do Espírito, e não mecanicamente. Transmito o que me vem da alma. Aqui encontro muitas almas amorosas, e há tantas outras que vivem em nosso ashram de Mt. Washington. Anos e anos de paz e harmonia ininterruptas; agradeço ao Senhor, pois tudo é a Sua glória.

Nem sempre é fácil fazer o bem. Mas a melhor coisa da vida é viver no castelo da consciência limpa, sabendo que se está agradando a Deus. Ele é a única resposta, pois em Deus está a maior felicidade. 'Além e acima de realizar fielmente todos os deveres, abrigando-se em Mim, é por Meu prazer que o devoto obtém o estado imutável, eterno.' Ame e abençõe a tudo, tentando ver Deus em todos, até os que vivem em erro. E por mais difícil que às vezes pareça, siga o caminho da verdade - assim você quebrará as barras do destino."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 59/60)

A MORTE E O ETERNO (3ª PARTE)

"(...) A maioria das pessoas sente que sua identidade, sua noção do 'eu', é algo extremamente precioso que elas não querem perder, por isso têm tanto medo da morte. Parece assustador e inimaginável que o 'eu' possa deixar de existir. Isso acontece porque você confunde esse precioso 'eu' com o seu nome, sua forma física e com a história ligada a eles. O 'eu' que você concebe é apenas uma forma temporária na consciência.

Enquanto você só conhecer essa identidade ligada à forma, ao nome e à sua história, você não perceberá que esse 'eu' precioso é a sua essência, sua noção mais íntima do Eu Sou - que é a própria consciência. É o seu 'eu' eterno - e esta é a única coisa que você não perde nunca.

Se você sofre uma grande perda - seja de um bem material, a morte de uma pessoa querida, a perda da reputação, do emprego, de uma parte do corpo -, alguma coisa dentro de você morre. Você se sente diminuído na ideia que fazia de si mesmo. Pode também ocorrer uma certa desorientação. 'Sem esse cargo na empresa, quem sou eu?' Perder algo concreto que você inconscientemente identificou como seu pode ser uma experiência muito dolorosa. É como se ficasse um buraco na sua existência.

Quando isso ocorrer, não negue nem ignore a dor e a tristeza que sente. Aceite-as. Cuidado, porque a mente tem a tendência de construir uma história em torno da perda - uma história em que você desempenha o papel de vítima. Medo, raiva, ressentimento e pena de si mesmo são as emoções que acompanham o papel de vítima. Preste também atenção ao que está por trás dessas emoções, assim como da história que sua mente criou: aquela sensação  de buraco, aquele espaço vazio. Você é capaz de suportar e aceitar essa estranha sensação de vazio? Se for capaz de encarar o vazio de frente, talvez descubra que ele deixa de ser assustador. E pode se surpreender ao descobrir que há paz emanando de lá.

Sempre que alguém morre, sempre que uma forma de vida se extingue, Deus - aquele que não tem forma nem se manifesta - brilha no espaço deixado pela forma que acabou. É por isso que a morte é o que a vida tem de mais sagrado. É por isso também que a paz de Deus pode chegar a você através da contemplação e da aceitação da morte. (...)"

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 67/68)

sábado, 4 de outubro de 2014

O PERIGO DE UMA IMAGINAÇÃO INDISCIPLINADA

"Consideremos o caso de um homem que anseia por bebida. Ele conhece o sofrimento que a sua fraqueza lhe ocasiona; sabe que utiliza mal seu salário e deixa sua família à míngua; e, em seus momentos de lucidez, resolve abandonar aquele vício. Então ele passa por diante de uma taberna, vê sair e entrar gente, e talvez ainda sinta o odor da bebida. Até aquele momento esteve livre de tentação e da consequente luta. Mas, que sucede agora? Naquela fração de segundo, se imagina bebendo – cria uma imagem mental; e por um momento vive e atua naquela forma mental como se, com efeito, usufruísse da bebida. Experimenta a possível satisfação de sua ânsia, mas em realidade não faz mais que intensificá-la, tornando a ação quase inevitável. Uma vez produzida a imagem, evoca tardiamente sua vontade dizendo: ‘Não quero fazer isso’. Mas já é demasiado tarde, e a luta é praticamente em vão. Uma vez criada a imagem mental, segue-se geralmente a consumação da mesma em ação. Sem dúvida, às vezes a imagem não é bastante vigorosa, e é possível repeti-la. Mas mesmo assim há a luta, desgaste dos corpos e sofrimento como resultado. O melhor caminho é impedir que se forme a criadora imagem mental e intervir quando ainda seja eficaz a intervenção.

A imaginação indisciplinada causa sofrimento mais graves do que se supõe. As inumeráveis ocasiões em que tantos não puderam dominar suas paixões, especialmente a luxúria, foram resultados de uma imaginação indisciplinada e não de uma vontade fraca. Pode-se sentir um forte desejo, mas é o pensamento criador que acarretará a ação.

A maioria das pessoas não dá importância a suas imaginações, devaneios ou pensamentos e pensam que eles sejam inofensivos por não serem tangíveis ou visíveis à visão ordinária. Contudo, constituem o único perigo. A quem experimente um intenso desejo sexual, não haverá perigo em ver ou pensar no objeto de seu desejo, a menos que ao pensamento acompanhe a imagem mental de estar saciando o seu apetite. O risco começa quando se imagina a si mesmo em ato de satisfação do desejo e quando se consente que o desejo fortaleça a imagem criada.

Um homem pode estar rodeado de objetos de desejo e, contudo, não experimentar perturbação nem dificuldade alguma, contanto que não permita que sua imaginação, seu poder mental criador, reaja a tais objetos. Nunca temos suficiente percepção de que os objetos de desejo não têm por si poder algum, a menos que nos permitamos reagir a eles, a menos que busquemos saciá-los em imagens criadora. Mas, uma vez que o tenhamos feito, a luta sobrevém certamente. Consideramos o que pensamos como nossa vontade, e tentamos escapar dos resultados de nossa própria imaginação por meio de uma resistência frenética, Poucos compreenderam que a resistência agitada e ansiosa inspirada pelo medo é algo muito diferente da Vontade."

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013, p. 29/30)