OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 8 de fevereiro de 2015

A RENÚNCIA (1ª PARTE)

"Quando perguntado sobre como um chefe de família (grihastha) se encaixa no esquema da Libertação, Bhagavan disse: Por que você pensa que é um chefe de família? Se você se tornar um asceta (sannyãsi), um pensamento similar de que você é um asceta vai assombrá-lo. Quer você continue como chefe de família ou renuncie a tal condição e vá para a floresta, sua mente vai junto com você. O ego é a fonte de todo o pensamento. Ele cria o corpo, o mundo e faz você pensar que é um homem do mundo. Se você renunciar ao mundo, o pensamento de que você é um asceta substituirá o de que você é um chefe de família, e o ambiente da floresta substituirá o de casa. Mas os obstáculos mentais ainda estarão lá. Eles inclusive aumentam em novos ambientes. Mudar de ambiente não ajuda em nada. O obstáculo é a mente. Ela deve ser superada, seja em casa ou na floresta. Se você pode fazê-lo na floresta, por que não em casa? Então para que mudar de ambiente? Seus esforços podem ser feitos agora mesmo, qualquer que seja o ambiente em que se encontre. O ambiente jamais muda conforme o seu desejo.

Se objetos tivessem uma existência independente, isto é, se existissem em algum lugar qualquer separado de você, então seria possível afastar-se deles. Mas eles não existem separados de você; eles devem sua existência a você, a seus pensamentos. Portanto, onde você poderia ir para escapar deles?

Para onde você pode ir para fugir do mundo e de seus objetos? Eles são como a sombra de um homem, da qual ele não pode fugir. Há uma história engraçada de um homem que queria enterrar a própria sombra. Ele cavou um buraco fundo e, vendo sua sombra lá embaixo, alegrou-se de poder enterrá-la nas profundezas. Começou a encher o buraco, e quando estava completamente cheio, ficou surpreso e desapontado ao ver a sombra em cima novamente. Da mesma forma, os objetos e os pensamentos sobre eles estarão sempre com você, até que você realize o Ser. (...)"

(Pérolas de Sabedoria: Vida e Ensinamentos de Sri Ramana Maharshi – Ed. Teosófica, Brasília, 2010 - p. 71/72)
www.editorateosofica.com.br/loja



sábado, 7 de fevereiro de 2015

A VISÃO DE UM FILÓSOFO DE DEUS

"Agostinho é considerado um grande filósofo. Foi um filósofo de Deus. Certa vez disse uma frase intrigante e complexa: 'Deus se tornou um homem para que o homem se tornasse Deus'. 

Agostinho, nesse pensamento, quis dizer que o objetivo de Deus era que o homem recebesse, através de Jesus Cristo, a sua vida e conquistasse o dom da eternidade. Recebendo a vida de Deus teria acesso a todas as dádivas do Seu Ser e a condição de se tornar filho de Deus seria a maior delas.

O próprio apóstolo Pedro, na sua velhice, escreveu em uma de suas cartas que através de Cristo 'nós somos coparticipantes da natureza de Deus'.¹ Incompreensível ou não, era essa a ideia que norteava o projeto de Jesus e que envolvia os seus apóstolos e seus mais íntimos seguidores. Como pode o homem, mortal, cheio de falhas, limitado e que frequentemente desonra sua inteligência se tornar filho do Autor da vida e ser eterno como Ele?

Marx, Hegel, Freud, Sartre e tantos outros pensadores da filosofia e da psicologia objetivavam no máximo que seus discípulos seguissem suas ideias, mas Jesus Cristo objetivava que seus discípulos fossem além da compreensão de suas ideias, que participassem de uma vida que transcende a morte. Através da cruz, ele queria abrir uma janela para a eternidade. O mestre da vida tinha inquestionavelmente o projeto mais alto que nossa mente pode conceber."

¹. 2 Pedro 1:4.

(Augusto Cury - O Mestre do Amor - Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2002 - p. 183/184)


sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O PRAZER DA COOPERAÇÃO (PARTE FINAL)

"A cooperação é algo muito diferente. É a alegria de estar juntos e atuar juntos – sem estar necessariamente fazendo determinada coisa. As crianças pequenas gostam de estar juntas e atuar juntas, simplesmente. Estão sempre dispostas a cooperar em qualquer coisa. Não é questão de acordo ou desacordo, de recompensa ou de castigo; querem simplesmente ajudar. Cooperam instintivamente, por prazer. Mas os adultos destroem esse natural e espontâneo espírito de cooperação, dizendo: ‘Se você fizer isso, te darei um presente; se não fizer, não deixarei ir ao cinema’. É assim que se introduz o elemento corruptor. A verdadeira cooperação nasce não de se ter combinado um certo projeto, mas da alegria, do sentimento de união, porque nesse sentimento não há a obstinação das ideias e das opiniões pessoais.

Quando você conhece essa qualidade de cooperação, saberá também quando não se deve cooperar – o que é igualmente importante. É necessário despertar em nós mesmos esse espírito de cooperação, porque então não será um mero plano ou acordo que nos fará trabalhar juntos, mas sim um extraordinário sentimento de solidariedade, a alegria de estar juntos e atuar juntos – sem nenhuma ideia de recompensa ou de castigo.

Se não tivermos suficiente discernimento, poderemos cooperar com líderes insensatos, cheios de planos grandiosos e ideias fantásticas, como Hitler e outros tiranos de tantas épocas. Devemos saber quando não cooperar, e só o saberemos quando conhecermos a alegria da verdadeira cooperação.

Quando se sugere trabalhar juntos, a imediata reação é provavelmente esta: ‘Para que fim? O que vamos fazer?’ em outras palavras, o que vai ser feito torna-se mais importante do que o sentimento de estar juntos – e, quando o plano, o conceito ou a utopia ideológica assume a importância maior, não há real cooperação."

(J. Krishnamurti - O prazer da cooperação - Revista Sophia, Ano 5, nº 20 - p. 13)


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O PRAZER DA COOPERAÇÃO (1ª PARTE)

“Um dos problemas básicos que o mundo enfrenta é o da cooperação. Cooperar significa trabalhar juntos, sentir juntos, ter algo em comum para se agir livremente. Entretanto, as pessoas em geral não se sentem inclinadas a cooperar espontaneamente; elas são forçadas a cooperar por vários meios – ameaça, intimidação, castigo, recompensa. Esses são os métodos mais comumente praticados no mundo.

Sob governos tirânicos, os homens são brutalmente forçados a cooperar; se não o fazem, são mortos ou aprisionados. Nas chamadas nações civilizadas, somos persuadidos a cooperar mediante conceito como ‘pátria’ ou em prol de ideologias caprichosamente elaboradas e largamente propagadas, a fim de serem aceitas; ou ainda, cooperamos para a execução de um plano traçado por alguém que consideramos especial – um projeto de utopia.

Portanto, é o plano, a ideia ou a autoridade que induzem as pessoas a trabalhar juntas. Isso em geral se chama ‘cooperação’, e supõe sempre recompensa ou punição – o que quer dizer que, por trás dessa cooperação está o medo. Você está sempre trabalhando em prol de alguma coisa – da pátria, do partido, de Deus, da paz, da realização de uma certa forma. Sua ideia de cooperação é trabalhar juntos para um certo resultado. Você tem um ideal – fundar uma escola perfeita, ou algo assim – por cuja realização trabalha, e, portanto, diz ser necessária a cooperação. Tudo isso supõe autoridade. Há sempre alguém que supostamente sabe o que é mais acertado.

Eu não chamo a isso cooperação, de modo nenhum. Isso é uma forma de avidez, de medo ou de compulsão. Atrás de tudo está a ameaça de que, se o indivíduo não cooperar, a sociedade não o reconhecerá, o plano quinquenal falhará, ele será preso, o país perderá a guerra ou ele não entrará no céu. Há sempre uma forma de persuasão, e onde há persuasão não pode haver a verdadeira cooperação.

Tampouco há cooperação quando você e eu trabalhamos juntos apenas porque combinamos fazer juntos um certo trabalho. Num trato dessa natureza o que importa é que o trabalho seja feito, e não a cooperação. Você e eu podemos combinar construir uma ponte, uma estrada ou plantar juntos algumas árvores, mas nesse trato há sempre o medo de surgirem divergências, ou de que não consiga fazer minha parte do trabalho, fracassando e deixando tudo por sua conta. Portanto, não é cooperação trabalharmos à força de persuasão ou de um mero acordo prático, porque, em todo esforço exercido sobre tais bases, está sempre latente a ideia de ganhar ou evitar alguma coisa. (...)"

(J. Krishnamurti - O prazer da cooperação - Revista Sophia, Ano 5, nº 20 - p. 13)


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

LIVRE-ARBÍTRIO

"Nossas almas têm todas a mesma idade, ou seja, não têm idade, mas algumas evoluem mais rápido do que outras. Saddam Hussein estaria no segundo ano primário, enquanto que o Dalai-Lama está na faculdade. No final, todos nos diplomaremos com o Uno. A rapidez de nossa evolução dependerá de nosso livre-arbítrio.

O livre-arbítrio de que estou falando aqui é diferente da capacidade da alma que nos permite escolher nossos pais e nossas circunstâncias. Ao contrário, ele é uma vontade humana que está sob nosso controle na Terra. O livre-arbítrio também não é a mesma coisa que o destino, que frequentemente nos aproxima uns dos outros, para o bem e para o mal.

É o livre-arbítrio que nos faz escolher o que comemos, nossos carros, nossas roupas, nossas férias. O livre-arbítrio também nos permite escolher nossos companheiros, ainda que provavelmente seja o destino que nos leva em direção a eles. Conheci Carole, minha esposa, quando trabalhava como ajudante de garçom no hotel em que ela estava hospedada. Isto foi destino. A continuação de nosso relacionamento - assim como a continuação de centenas de milhares de outros relacionamentos - dependeu do nosso livre-arbítrio. Escolhemos namorar e, depois, casar.

Da mesma forma, podemos escolher aumentar nossa capacidade de amar e ter compaixão; podemos escolher realizar pequenos gestos de bondade que nos trazem satisfação; podemos escolher a generosidade em vez do egoísmo, o respeito em vez do preconceito. Em todos os aspectos de nossas vidas podemos escolher a decisão amorosa. Fazendo assim, nossas almas evoluirão."

(Brian Weiss - Muitas Vidas, Uma Só Alma - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 21)