OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

PURIFICAÇÃO DO CORPO ASTRAL¹ (PARTE FINAL)

E o que são esses elementais que interagem conosco dificultando o nosso trabalho de purificação dos nossos corpos físico, astral e mental? Por que muitas vezes reagimos de determinada forma a algo com ira, inveja, palavras ásperas e até agressões físicas, se já sabemos que essas atitudes não são as corretas?

Antonio Geraldo Buck, no Manual Básico de Teosofia, nos informa: “É de fundamental importância o entendimento sobre o funcionamento dos reinos elementais da natureza, porque eles estão no homem, fazendo parte da sua constituição mental e astral. Ora, tais reinos estão numa evolução descendente e, portanto, necessitam de vibrações mais grosseiras para se densificarem (...)”.

Os elementais não são nem bons e nem maus, simplesmente provenientes do Segundo Aspectos do Logos. Esse fluxo de vida ao adentrar no plano mental Superior após construir formas, passa a habitá-las. Esse é chamado de primeiro Reino Elemental, o qual com a finalidade de alcançar o reino mineral, passa a densificar-se, uma vez que está numa evolução descendente. Continuando nesse processo de involução, a essência elemental ao chegar no plano mental inferior é denominada de Segundo Reino Elemental e ao “descer” um pouco mais, habitando o plano Astral é conhecida como Terceiro Reino Elemental, ou elemental do desejo.

Se pararmos para refletir que esses elementais estão sendo impulsionados para uma densificação no arco descendente e nós estamos buscando purificação de nossos corpos através do arco ascendente, concluiremos que enquanto não despertamos para a necessidade de nos tornarmos melhores, vamos não só interagindo com esses elementais do desejo, mas também alimentando-os e nesse processo simbiótico é que vai sendo gerado uma ligação a qual perdura mesmo após o desencarne. Segundo C. W. Leadbeater em A Vida Interna, no momento do desencarne o elemental do desejo sabe que com o fim do corpo físico seguir-se-á também a morte do corpo astral e o fim das suas sensações densas, por isso ele procura preservar o corpo astral, dispondo-o em camadas, as mais densas e grosseiras na parte externa. Isso, fará com que a pessoa só perceba o subplano correspondente à camada mais externa, impedindo de transitar por todos os subplanos do astral como o fazemos enquanto encarnados. É uma prisão até que termine a vida astral. Esse processo pode ser evitado quando através da purificação do corpo astral controlamos o elemental do desejo não só enquanto encarnados, mas após a morte. 
   
No processo de evolução ao buscarmos responder às sensações menos densas, mais sutis, temos que ir cortando os vínculos formados com esses elementais. E é aí que começa o conflito interior, a luta entre o bem e o mal dentro de nós mesmos. (Jinarajadasa, Fundamentos de Teosofia)

Esse conflito humano impulsionado pelos elementais de um lado e pelo Ego do outro, é muito bem mencionado pelo apóstolo Paulo, em Romanos VII-19 a 23: Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.

Tendo conhecimento desse lado oculto da nossa constituição, só nos resta arregaçarmos as mangas e partirmos para um trabalho interior, onde fortificados pela auto-observação, meditação e estudo, conscientizemo-nos de que somos seres espirituais em busca da autorrealização.

¹  Comentários sobre o parágrafo 8º de Aos Pés do Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.23/24

Tirza Fanini


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

PURIFICAÇÃO DO CORPO ASTRAL¹ (1ª PARTE)

"(§08) O corpo astral tem seus desejos - e os tem às dúzias; ele quer que fiques irado, que digas palavras ásperas, que sintas ciúmes, que sejas ávido por dinheiro, que invejes as posses de outras pessoas, que te entregues à depressão. Ele quer todas estas coisas, e muitas mais, não porque deseje prejudicar-te, mas porque gosta de vibrações violentas, e gosta de mudá-las constantemente. Mas tu não queres nenhuma destas coisas, e portanto deves discernir entre os teus desejos e os de teu corpo astral."

Quando nos deparamos pela primeira vez com a leitura de Aos Pés do Mestre, achamos uma leitura fácil e tranquila. E é, mas com o passar dos anos, vamos percebendo a profundidade das palavras que ali estão. Se passarmos a fazer um link com outras leituras, ampliando o nosso conhecimento, vamos percebendo que existem várias camadas para reflexão. É o caso do parágrafo oitavo o qual se refere ao corpo astral e suas implicações. “O corpo astral tem seus desejos e os têm às dúzias”. Mas por quê? E por que gosta de vibrações violentas? 

Somente ao começarmos a ter o entendimento de que o nosso corpo astral é feito da mesma matéria que compõem os subplanos do plano Astral, e que somos afetados não só por essa matéria, mas também pelos elementais² que ali estão, começamos a perceber que temos um trabalho hercúleo pela frente: procurar dominar nossas emoções, nossos desejos, não só para não vibrarmos mais naquela frequência, mas também para não intensificarmos mais esse elemental. (C. W. Leadbeater, Vida Interna, Editora Teosófica)

Como num movimento simbiótico, através de nossas emoções e desejos alimentamos esses elementais, os quais, por sua vez também nos afetam, reforçando ou densificando mais as tendências mais grotescas de nossa personalidade. Leadbeater, no seu livro O Plano Astral, coloca a esse respeito: “Pela extrema precisão com que a essência elemental responde à menor solicitação dos nossos pensamentos e dos nossos desejos, conclui-se que este reino, no seu conjunto, é um produto do pensamento coletivo da humanidade.

¹  Comentários sobre o parágrafo 8º de Aos Pés do Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.23/24
²  Não confundir esses elementais tratados aqui com os elementais da água, fogo, terra e ar.

Tirza Fanini

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A RODA DA BOA LEI

“A roda da Boa Lei gira rapidamente. Noite e dia mói, separando o joio do trigo dourado e a casca da farinha. A mão do Karma guia a roda; as rotações marcam o bater do coração kármico.

O verdadeiro conhecimento é a farinha, a falsa erudição é a casca. Se queres comer o pão da Sabedoria, tens de amassar a tua farinha com as águas límpidas de Amrita (a imortalidade). Mas se amassas cascas com o orvalho de Mᾱyᾱ (ilusão), só podes criar alimento para as pombas negras da morte, as aves do nascimento, da decadência e da tristeza.”

(H. P. Blavatsky -  A Voz do Silêncio - Ed. Teosófica, Brasília - p. 145/146)


terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

A RENÚNCIA (PARTE FINAL)

"(...) Abandonar as atividades significa desistir dos apegos às atividades ou de seus frutos, abrindo mão da ideia de que 'eu sou o agente'. As atividades que o corpo está destinado a desempenhar terão que acontecer. Não há que se falar em desistir de tais atividades, gostemos ou não delas.

Se nos mantivermos fixados no Eu Real, as atividades continuarão a acontecer do mesmo jeito e seu sucesso não ficará comprometido. Não se deve ter a ideia de que somos nós os agentes. Ainda assim as atividades continuarão. Esta força - qualquer que seja o seu nome - que trouxe o corpo à existência cuida para que as atividades que o corpo está destinado a desempenhar sejam realizadas.

Se as paixões fossem algo externo a nós, poderíamos guerrear com elas e conquistá-las. Mas todas elas vêm de dentro de nós. Quando olhamos internamente a fonte de onde elas vêm, impedimo-las de surgir e as conquistamos. É o mundo e seus objetos que fazem surgir nossas paixões. Mas o mundo e seus objetos são apenas criados pela nossa mente. Eles não existem quando estamos no sono profundo.

O fato é que qualquer quantidade de ações pode ser desempenhada - e muito bem desempenhada - por um Iluminado (Jñãni), sem que haja identificação com elas ou a impressão de que é ele quem as faz. Um poder age através de seu corpo e o usa para fazer o trabalho."

(Pérolas de Sabedoria: Vida e Ensinamentos de Sri Ramana Maharshi – Ed. Teosófica, Brasília, 2010 - p. 74
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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

A RENÚNCIA (2ª PARTE)

"(...) Por que os seus deveres ou ocupações na vida deveriam atrapalhar o seu esforço espiritual? Por exemplo, há uma diferença entre suas atividades em casa e no trabalho. No trabalho você está desapegado: você apenas cumpre o seu dever e não se importa com o que vai acontecer, não está preocupado com o ganho ou a perda do seu chefe ou empregador. Os seus deveres com a família, por outro lado, são desempenhados com apego: você está sempre preocupado se as suas ações vão trazer benefício a você e sua família. Mas é possível desempenhar todas as atividades da vida com desapego e ver apenas o Ser como real. É errado pensar que se você permanecer fixado interiormente no Eu Real as obrigações da vida não serão bem desempenhadas. É como um ator no palco: vestido do personagem, ele age como tal e até sente que é parte da peça, mas na verdade sabe que na vida real não é o personagem, mas outra pessoa. Da mesma maneira, por que deveria a consciência do corpo ou o sentimento 'eu-sou-o-corpo' lhe perturbar, uma vez que você saiba que na verdade você não é o corpo mas sim o Eu Real? Nada que o corpo faça deve afastá-lo da permanência como Eu Real. Permanecer fixado no Eu Real não irá interferir com o desempenho adequado e efetivo de quaisquer deveres que o corpo tenha, assim como o fato de o ator saber a sua verdadeira identidade não interfere no personagem que ele representa no palco.

A renúncia está sempre na mente, não em ir para a floresta ou locais solitários, ou em desistir de nossas obrigações. O importante é que a mente não se volte para fora, mas para dentro. Não compete ao homem decidir ir para este ou aquele lugar, abandonar ou não as suas obrigações. Tudo isso acontece de acordo com o destino. 

Todas as atividades que o corpo deve vivenciar foram determinadas no momento em que ele veio à existência. Não cabe a você aceitá-las ou rejeitá-las. A única liberdade que você tem é voltar-se para dentro e aí renunciar às atividades. Ninguém pode dizer por que essa é a única liberdade deixada ao homem. Assim é o plano Divino. (...)"

(Pérolas de Sabedoria: Vida e Ensinamentos de Sri Ramana Maharshi – Ed. Teosófica, Brasília, 2010 - p. 72/73)www.editorateosofica.com.br/loja