OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 18 de fevereiro de 2018

ESFORÇO

"Colocar sua carga sobre o destino (culpando-o), e conservar-se acomodado, significa somente redução de esforço. Com esforço e oração, um novo destino pode ser atingido. Sem esforço e oração, um bom destino e a Graça¹ não serão obtidos. Comece seu esforço!

Grandes poemas versam sobre a eterna sede do homem por Deus; são ricos da ambrosia que mitiga tal sede. Satisfazem e suscitam forças para sorrir às tribulações da vida. Sem o sadhana espiritual, sem a expansão da consciência, sem a ampliação da simpatia, sem o aguçar da visão, sem o aprofundamento dos contados com a Fonte da Sabedoria, que está dentro de nós e dentro dos outros, a poesia não é mais que passatempo pálido e sem propósito.

As pessoas hesitam em entrar no campo do sadhana, embora anseiem pela colheita da alegria. Não estão dispostas a pagar o preço de uma simples empada e relutam em fazer um mínimo de esforço, no entanto desejam que moksha² caia do céu em seu regaço. Agradar-lhes-ia ter a visão de Deus, sem esforço, gravada em seus cérebros. Yajnavalkya deu à esposa, Maitreyi, imensa riqueza em ouro e gado, quando, em sua busca espiritual, ele deixou o lar. Ela lhe perguntou se aquilo tinha alguma utilidade. A ouvir de seu marido que eram efêmeros e baratos, se comparados com a riqueza da experiência espiritual, descartou tudo e se firmou no precioso valor de thapas³ e sradha⁴. Através destas, Maitreyi alcançou alegria eterna."

¹ A Graça, conforme alguns podem pensar, não é 'de graça', isto é, sem esforço pessoal. A Graça, no entanto, é como a chuva, que embora se dê a todos, só alguns poucos a aproveitam. E isso devido ao esforço que fazem para virar para cima a boca do copo. Os inertes, ficando com seus copos emborcados, nada colhem, embora a chuva caia 'de graça'. 
² Moksha - libertação dos círculos reencarnatórios; libertação de samsara, escape às reencarnações compulsórias.
³ Thapas - austeridade ascéticas, 'queima', que resulta em purificação. 
Sradha - fé.

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 22/23)


sábado, 17 de fevereiro de 2018

OS PACIFICADORES

"A maneira única de reduzirmos a violência no mundo é controlarmos a nossa própria violência.

É oferecer ao mundo um violento a menos, ou melhor, uma pessoa serena, amorosa, caridosa a mais.

A contraviolência acende a violência.

A vingança gera outra vingança.

Uma agressão contra um agressor aumenta a agressão no mundo.

'Bem-aventurados os pacificadores', isto é, aqueles que oferecem a paz, que promovem a paz.

Que meu coração sempre emita Amor.

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 141/142)


sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

O EMPREGO DA VONTADE EM OCULTISMO (PARTE FINAL)

"(...) Uma vez reconhecido e experimentado esse genuíno poder da vontade, jamais poderemos falar de vontade fraca! Trata-se de um poder verdadeiramente divino. E ao menos que compreendamos sua função e seu significado em nossa vida, não poderemos cumprir nosso destino.

Assim, empreguemos o poder da vontade para menter em nossa consciência um único propósito: a perfeição para o bem do mundo. Tal deve ser nossa absorvente e dominante paixão, sem consentir que nada a contrarie. Não pensemos que se trate de um desejo egoísta. Se assim o pensarmos, não teremos penetrado o mundo do Ego e realizado a Unidade.

Somente quando compreendemos, quando reconhecemos que toda a criação é completa e indestrutivelmente una, é que percebemos a impossibilidade da salvação individual. Salvação ou perfeição significa união com a Vida divina presente em todas as coisas e, portanto, nunca pode ser individual e restringida a uns tantos eleitos. O êxito de um é o êxito de todos. Quando um ser humano conquista o Adeptado¹³, nele toda a humanidade, toda a criação triunfa. Um novo cordão vem ligar a humanidade de volta a Deus; surge um novo poder para aliviar a carga dos sofrimentos do mundo. Quando na Divina Comédia de Dante uma alma sai do Purgatório e entra no Paraíso, todo o Monte do Purgatório se estremece de júbilo. Isso é literalmente verdadeiro: o êxito de um ser humano é alegria para toda a criação, e nunca um êxito individual. O anelo de perfeição é o anseio de desvanecer a ilusão da separatividade e reconhecer a realidade da vida universal; portanto, egoísmo e perfeição são mutuamente excludentes.

Assim, procuremos empregar em benefício de todos os seres esse poder verdadeiramente divino que todos possuímos, e mantenhamos a consciência focada na ideia de perfeição; e que essa ideia predomine em tudo quanto fizermos. No princípio nos será um tanto difícil efetuar nossas tarefas cotidianas enquanto mantemos a consciência focada nos propósitos superiores; mas não tardaremos em adquirir esse hábito, e o anseio de perfeição será o fundo permanente sobre o qual o modelo de nossa vida diária será tecido."

¹³ Adeptado: estado de Adepto, do latim Adeptus, aquele que, após inúmeras reencarnações, alcançou a condição de Homem Perfeito, como é dito em Efésios IV;13, 'até que todos nós alcancemos a unidade da fé, o conhecimento do Filho de Deus, o estado de homem perfeito, a plena medida da estatura do Cristo'. (N.E.)

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 49/50)


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

O EMPREGO DA VONTADE EM OCULTISMO (1ª PARTE)

"Quando aplicamos tudo isso no emprego da vontade para chegar à meta da perfeição, vemos facilmente porque tão amiúde fracassamos. Determinamo-nos a alcançar o objetivo, atingir aquilo que é nosso destino espiritual. Ao fazê-lo, traçamos uma linha de conduta segundo certos princípios que consideramos essenciais. Pois bem; se apenas mantivermos a vontade focada nesse único propósito, com exclusão de tudo quanto ameace contrariá-lo, não depararemos com dificuldades nem conflitos. O que em realidade fazemos é que, quando se nos oferece ocasião de seguir a linha de conduta que nós traçamos, começamos a pensar nas vantagens e desvantagens, no agradável e no desagradável da ação particular que nos propusemos realizar. E uma vez criadas as imagens mentais ou formas-pensamento, como as chamamos, nós as fortalecemos com emoção ou desejo, de modo que se tornam obstáculos em nosso caminho quando tentamos cumprir nossa intenção original. Começa então a luta com todos os seus males adjacentes, com sofrimento próprio, fadiga dos corpos e do risco de fracassarmos no empreendimento. Tudo isso é apenas inadequado mas também dispensável.

Quando usamos a vontade como ela deve ser empregada, para abraçar um propósito e nada mais, não há dificuldade. Mas no momento em que permitirmos que a interferência ou influência de um pensamento entre em nossa consciência e requeira sua atenção, estaremos perdidos. Sem dúvida, devemos considerar as circunstâncias empregando sempre o bom senso e o julgamento deliberado, mas não devemos consentir que influências estranhas nos desviem de nossa linha de conduta.

Portanto, tratemos de realizar essa vontade em nosso interior; percebamos que ela ocupa nossa consciência tal qual uma deslumbrante luz branca; sintamos que ela é irresistível, com o poder de manter firme um propósito até atingi-lo. (...)"

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 48/49)
www.editorateosofica.com.br


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

NÃO UMA VONTADE FRACA, MAS UMA IMAGINAÇÃO INDISCIPLINADA

"Compreenderemos isso melhor se analisarmos alguns exemplos em que, segundo dizemos em linguagem corrente, não é suficientemente forte a nossa vontade. Imaginemos que decidimos nos levantar às seis horas da manhã. Quando chega a hora e despertamos, nos sentimos naturalmente sonolentos e preguiçosos. Se então empregássemos corretamente a vontade, não haveria dificuldade em nos levantar, porque manteríamos esse pensamento único, excluindo qualquer outra coisa, e não haveria conflito. Mas o que realmente fazemos é consentir que nossa imaginação criativa se entretenha com o problema de levantar-nos. Começamos a considerar, por um lado, a incômoda sensação de frio ao sairmos de nossa cama aquecida e o quanto será desconfortável nos vestirmos sem a luz do dia; e, por outro lado, imaginamos quão agradável seria permanecermos um pouco mais na cama e voltarmos a dormir.

Assim, criamos imagens que tendem naturalmente a se concretizarem em ato, fazendo-nos permanecer na cama. Quando começamos a resistir, a resistência é muito débil. E mesmo se formos vencedores, teremos colocado diante de nós próprios uma luta inteiramente desnecessária, consumindo vitalidade, e que teria sido facilmente evitada se houvéssemos compreendido a verdadeira função da vontade. Ao não levantarmos, teremos demonstrado sinais não de uma vontade fraca, mas de uma imaginação indisciplinada. O reto uso da vontade seria o de manter o pensamento criativo, ou imaginação, centrado, focalizado em uma única ideia: de levantar-nos da cama, com exclusão de qualquer outro pensamento. Dessa maneira, não permitiríamos que a imaginação jogasse com tais pensamentos, como o incômodo de nos levantar e a comodidade de permanecer na cama, e assim não encontraríamos nenhuma dificuldade em nos levantar imediatamente.

Por certo, Hamlet expressou uma profunda verdade psicológica quando disse que 'o matiz nativo da resolução se descolora com a pálida influência do pensamento'. É a força da vontade interior, para manter a consciência focada em um único ponto de interesse e excluir qualquer ideia, sentimento, pessoa ou influência, que irá intervir e não permitir a tentação ao desvio.

Citemos outro exemplo. Muitos de nós conhecemos, por experiência, a desagradável sensação que nos surpreende quando estamos a ponto de nos atirar à água de grande altura. Determinamo-nos a saltar, mas no momento crítico titubeamos e necessitamos de algum tempo para nos armarmos de valor e nos lançarmos à água. O que realmente ocorreu é que permitimos que a imaginação criasse uma imagem aterrorizante do mergulho que estamos para fazer e da conveniência de não o fazermos. Tendo criado a imagem, nos vemos naturalmente impedidos por ela, e o salto na água começa a nos trazer terror, ao passo que antes nos parecia tão atrativo. O meio de evitar a vacilação é novamente manter focalizada a vontade no lançamento à água e excluir todo pensamento, sentimento ou influência que possam impedi-lo Então descobrimos que não há dificuldade em simplesmente realizar nosso propósito."

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 47/48)