OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 16 de julho de 2013

CARMA E O EGO (PARTE FINAL)

"(...) C) Nascem mais pessoas do que morrem; como poderia haver tantas pessoas espirituais para encarnar?

Dizem os escritores teosóficos, baseados em estudos do passado longínquo, à custa da clarividência, que o total de egos (almas humanas) pertencentes ao reino humano atua, é de cerca de 60 bilhões. Como a população humana é orçada em cerca de cinco bilhões, ainda há bastante margem para o crescimento da população no globo terrestre.

Há egos em evolução nos diferentes planos ou mundos e não apenas no plano físico. Por outro lado, há egos em estado pralaico (em letargia), provenientes da cadeia lunar, onde passaram pelo reino animal e, no fim da ronda lunar, haviam ingressado recentemente no reino humano. Estes egos ainda não puderam se encarnar. Essa grande falange de egos provém das fases mais afastadas da evolução cósmica, tendo passado juntos as fases mineral, vegetal e animal e agora estão na fase de evolução humana. Deus não cria, de uma vez, um Ego ou alma humana, que se vai encarnar num corpo humano... 

D) Deus cria pessoas espirituais, por certo há de criar pessoas puras.

Realmente, o Ego, ou alma, é puro, mas tem que passar por experiências sucessivas, tem de evoluir em Sabedoria e Amor. O Ego encarnado num indivíduo humano, tem de evoluir até "atingir a estatura completa do Cristo"...

As passagens cristãs dizem muito bem que o homem é um anjo desterrado, uma alma pura que deve voltar ao seio do Criador. É a condição terrena que faz a alma esquecer a sua orgiem divina e ela se contunde com a personalidade humana, frágil e pecadora. O Ego de um selvagem, de um criminoso, é tão puro quanto o Ego de um grande santo, mas este já atingiu a grandeza que aquele ainda não está longe de alcançar. Um é puro, mas inexperiente e impotente. O outro é puro, mas cheio de experiência e poder. É por isto que um não pode escolher carma de amor, de conhecimento, enquanto o outro já o pode fazer...

E) Por que o homem primitivo era mau, se ele acabava de ser criado?

O homem primitivo não acabava de ser criado, quando surgiu na terra. Antes disto ele foi animal, planta e mineral. Ao ser animal, ele já esteve formando carma e ao se encarnar pela primeira vez num ser humano, já tinha diretrizes traçadas, em consequência do tipo de experiências pelas quais passou nas encarnações pré-humanas.

Se aprofundarmos nossas indagações, teríamos que cair no problema do bem e do mal, do sofrimento e do prazer. Só a metafísica poderá dar resposta a estas perguntas. O mal e o bem, o sofrimento e o prazer, são conceitos humanos, limitados. Nós, como personalidades humanas, falamos em termos de bem e mal, mas nos planos superiores, em que estão os egos ou almas humanas, e no plano divino (se assim o pudéssemos chamar), não há bem nem mal. Para Deus não existe bem nem mal e sim "conceitos" muito acima de nosso entendimento. O que para nós é mal, para Ele seria apenas, digamos, experiência, se pudéssemos, dentro da pobreza do intelecto humano, representar o conceito do bem e do mal para Deus.

O espiritualismo leva-nos a um ponto, em nossas indagações, em que temos de reconhecer as insuficiências do intelecto, para resolvê-las e limitarmo-nos a afirmar humildemente: "Ignoramus et ignorabimis"..."

(Alberto Lyra - O Ensino dos Mahatmas - IBRASA, São Paulo - p. 219/220)


segunda-feira, 15 de julho de 2013

RENÚNCIA - A CHAVE MESTRA

"Existem na humanidade duas classes de almas: aquelas que se entregaram e aquelas que não o fizeram. O teste ácido é “Você renunciou?” A grande maioria das pessoas neste estágio ainda está no estado de acentuação da individualidade. Poucas disseram (simbolicamente) para o Mais Alto de Seus ministros, “Eu me entrego a Ti. Sou Teu. Minha vontade é a Tua vontade. Minha vida é Tua vida. Não peço mais nada para mim. Dou tudo o que tenho e sou para Ti.” Por isso, no Getsêmani, Jesus disse, “... não a minha vontade, mas a Tua, seja feita”. No entanto, esse Evangelho ainda é para poucos. Pois ele é o coração da vida oculta. Somente depois da entrega à Grande Lei, a Grande Vida passa a cuidar inteiramente de você e então você estará “salvo para sempre”. A espontaneidade torna-se então a característica da vida, “dar” a religião, “absoluta consciência de ausência de eu” a única aspiração. “Desapegue-se!” 

A pessoa deve estar pronta para o assentimento, mesmo ao que parece ser injustiças, inclinar-se a todos os superiores em total humildade. A renúncia é a chave mestra. “Bem-aventurados os mansos, pois eles herdarão a terra”. Depois da entrega, tudo está aberto." 

(Luz do Santuário - O Diário Oculto de Geoffrey Hodson - Compilado por Sandra Hodson e traduzido por Raul Branco - p. 65/66)


CARMA E O EGO (1ª PARTE)

"A) Escolha das condições da próxima encarnação.

A escolha é limitada, no homem médio. Ele pode ter somente dois ou três caminhos, nem sempre propícios ou agradáveis, para escolher o que lhe convém. Assim, podem lhe oferecer um caminho mais longo, sem grandes sofrimentos, e um bem mais curto, porém com sofrimentos mais agudos e ele escolherá um ou outro.

Somente os Mestres têm liberdade quase ilimitada de escolha. E os indivíduos muito atrasados, praticamente, nada escolhem e têm  que seguir linhas rígidas do Carma. Quanto maior a evolução, quanto maior o conhecimento, tanto maior, proporcionalmente, é a liberdade do indivíduo. Nem sempre o indivíduo tem liberdade de escolha e passará por provas desagradáveis, ou aparentemente inúteis, como a encarnação em um feto que nascerá morto.

B) Terá o feto Carma?

Convém notar que o Carma não é do feto, que é um corpo, mas do Ego, ou alma. O Homem, tal como entende o espiritualismo, e nunca é demais se repetir, é uma alma que se apropria de um corpo ou de uma personalidade.

Ora, esta alma, ou Ego, não se encarna quando quer, mas quando uma série de fatores individuais e cósmicos estão em ação. Seja o seguinte exemplo: Por motivos cármicos, um indivíduo tem de nascer no ano de 1900, para esgotar uma dívida cármica na família X. Mas a dívida é mínima. Ele sofreu e fez sofrer relativamente pouco. Ora, um filho que está para nascer e nasce morto, acarreta, naturalmente, sofrimento aos pais. Por sua vez, o trabalho do Ego, para tomar novos corpos, representa determinado sofrimento, que poderá, até certo ponto, ser avaliado, lendo-se o livro de Francisco Cândido Xavier: "Missionário da Luz". Desta forma, houve duplo esgotamento cármico.

O feto não chegou a viver, isto é, a ter vitalidade, mas o Ego que contribui para a formação daquele feto, esteve sob a ação do carma, porque o carma não se produz somente no plano físico, mas também nos superiores. 

O indivíduo acima citado teria, por outro lado, que se unir por laços de parentesco à família Y, no ano de 1915. No intervalo de 15 anos, entre a morte do feto na família X e o nascimento da criança na família Y, houve tempo para mais alguns reajustamentos cármicos nos planos superiores.

Pode existir carma sem vida física, porque não é somente durante a vida física que se contrai carma. O Carma é uma lei de ação e reação permanente. (...)"

(Alberto Lyra - O Ensino dos Mahatmas - IBRASA, São Paulo - p. 217/219)


domingo, 14 de julho de 2013

SEJA SINCERO EM SEUS OBJETIVOS ESPIRITUAIS

"Assim, saiba primeiro qual é o seu objetivo, e estabeleça para você os passos ou marcos por meio dos quais possa perseguir esse objetivo. Em primeiro lugar, medite! Mesmo que não sinta vontade, medite. Mesmo que seu corpo não esteja bem, adquira o hábito de meditar, aconteça o que acontecer. Mesmo que esteja cansado, não permita que seu corpo se deite na cama primeiro. Você precisa ter essa espécie de determinação. Se aprender esse princípio, ele se transformará em seu esteio. O homem que encontra Deus é o homem que tem um esteio: não só um esteio moral, mas um esteio emocional sadio, e, acima de tudo, um esteio espiritual. Esses três são necessários.  

Assim, saiba qual é seu objetivo e nunca o comprometa, mesmo que seja tentado a fazê-lo. Os indivíduos que desistem por causa de algum desgosto na vida ou em seu relacionamento com outras pessoas, vejo com que rapidez vão ladeira abaixo, distanciando-se cada vez mais do próprio centro ou eixo da roda da vida espiritual. O Mestre nos dizia com frequência: "Se quer conhecer a Deus, não fique na beirada". Como no jogo em que as crianças brincam no carnaval ou no parque de diversões, se você ficar muito próximo do centro de uma roda giratória, não importa que ela gire muito rápido, você não poderá ser atirado para fora; mas se ficar na beirada, a primeira coisa que perceberá é que você foi lançado fora. O mesmo acontece no caminho espiritual. 

E o próximo ponto é este [Daya Mata lê uma pergunta submetida a ela]: "Ouvi dizer que há instrutores que afirmam ser desnecessário disciplinar-se". A essa declaração digo: "Total, total disparate". Isso não pode ser! Você não pode conhecer Deus sem ter aprendido a arte de se dominar. É impossível. O homem cuja mente está cheia de ciúme; o homem cuja mente está cheia de inveja; o homem cuja menta está cheia de pensamentos sensuais - esse homem se tranca para Deus! Você não pode ter luz e escuridão simultaneamente, no mesmo lugar. Você não pode ter na mente, ao mesmo tempo, a consciência de Deus e esses pensamentos muitos humanos. É impossível. Como vai remover esses pensamentos impróprios a não ser com autodisciplina? Não há outro meio. Penso que o problema é que muitas pessoas não compreendem o que significa disciplina."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 736/737)


O VERDADEIRO CASAMENTO LEVA À CONSCIÊNCIA UNIVERSAL

"(...) casamento espiritual significa se esforçar, ir além, transcender aquelas "cúpulas" externas que encontram a luz da alma; o corpo, as emoções, e a mente superficial inferior (a mente sensorial: denominada manas em sânscrito). Para atingir níveis mais profundos de compreensão, e afim de realmente conhecer uma outra pessoa, o egoísmo e o ego possessivo devem desaparecer, a razão e a especulação devem desaparecer.

Um escritor descreveu muito bem a "ponte" entre duas almas que se procuram: "Esta ponte invisível entre duas pessoas indicaria que elas estavam em perfeita harmonia  uma com a outra e que elas viviam em verdadeiro companheirismo. Esta situação só pode brotar em solo de respeito mútuo, admiração, apreço, lealdade, cortesia e desejo recíproco de partilhar o que cada um tem de melhor". Esta é a verdadeira amizade; este é o verdadeiro casamento, o casamento espiritual. "Ocorre então uma espécie de alquimia mágica [em que cada um], sem sacrificar o que há de singular em sua individualidade, põe-se em harmonia com o outro, de tal modo que parecem atuar como uma só pessoa."

Podemos perceber que isso vem ao encontro do que o Mestre disse: marido e mulher devem se ajudar a desenvolver as qualidades verdadeiramente espirituais. Quando isto é alcançado, homens e mulheres, esposos e esposas, se liberam - unindo-se primeiro um ao outro e, depois, imersos em Deus. Este é o propósito do casamento. Pela meditação e pelo altruísmo, aprofundando-se para se entenderem, o Uno que habita num deles encontra o Uno no outro - união de almas. Então, a expansão divina acontece automaticamente, com a realização de que o Uno em mim e o Uno presente no meu marido ou na minha esposa é o mesmo Uno presente em todas as vidas.

Esta é a consciência universal que os santos possuem. São Francisco, por exemplo, cantou "Irmãs Estrelas", "Irmão Sol", "Irmã Lua", "Irmãs Flores", "Irmãos Pássaros", "Irmã Chuva", "Irmão Lobo", "Irmã Morte". Unidos na consciência de Deus, não existe o que se denomina morte - tudo é Um. Nas palavras do Mestre, "Encontrando-Te dentro de mim, eu Te encontrarei fora de mim, em todas as pessoas e em todas as condições". 

Os ensinamentos do Mestre permitem-nos compreender o verdadeiro significado do casamento, seu verdadeiro objetivo, e também mostram como alcançá-lo. Repetindo aquelas suas simples palavras, "Faz algo neste mundo; ajuda os outros a se redimir". Pensem nisto. Não só para as suas bençãos pessoais, mas também para as bençãos de sua família. Seu exemplo modificará os outros, trazendo-os de volta às leis de Deus e ao próprio Deus. "  

(Irmão Anandamoy - O Casamento Espiritual - Self-Realization Fellowship - p. 52/55